Contrato com a CNCEC prevê estudos de viabilidade técnica e financeira
Durante sua visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem como uma de suas principais missões atrair investimentos para a instalação de uma fábrica de fertilizantes no Brasil. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, as tratativas estão sendo conduzidas pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), com apoio da estatal chinesa CNCEC (China Chemical Engineering Corporation).
O governo brasileiro deve assinar com a CNCEC um contrato para realizar estudos de viabilidade técnica e financeira. A planta, caso seja viabilizada, terá capacidade para produzir 520 mil toneladas de ureia por ano, produto fundamental para a agricultura.
O projeto é estratégico para o Brasil, que figura entre os maiores produtores agrícolas do mundo, mas depende fortemente da importação de fertilizantes. Atualmente, mais de 87% dos insumos utilizados na produção nacional são importados, mesmo com o país sendo responsável por 8% do consumo global. O fortalecimento da produção interna é visto como essencial para reduzir essa vulnerabilidade.
Além do setor de fertilizantes, o governo também avançou em acordos na área de energia renovável. Um memorando de entendimento será firmado com a estatal chinesa Windey, que atua na produção de turbinas eólicas e outras soluções sustentáveis. A cooperação inclui o desenvolvimento de projetos de energia eólica, armazenamento de energia e tecnologias de baixo carbono.
Segundo o governo, o acordo prevê a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento, com foco na aplicação de energias renováveis em áreas agrícolas remotas, estímulo à implantação de fábricas no Brasil e mitigação das oscilações na geração de energia conectada ao sistema elétrico nacional.
No primeiro discurso da visita oficial a Pequim, nesta segunda-feira (12), Lula reforçou os laços com o país asiático. “A relação entre Brasil e China é indestrutível”, afirmou o presidente, ao mesmo tempo em que criticou medidas unilaterais adotadas por outras potências.
“Não me conformo com as taxas que o governo dos Estados Unidos tentou impor do dia para a noite”, disse Lula. Ele também defendeu o multilateralismo e o livre comércio. “O protecionismo pode levar à guerra. Não existe saída para um país sozinho”, completou.
Fonte: Brasil 247 com CNN Brasil
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