quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Polícia Federal desmonta esquema de fraudes em licitações públicas

Operação Coffee Break cumpre mandados em três estados e investiga crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro

      Agentes da Polícia Federal (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (12), a Operação Coffee Break, para investigar um complexo esquema de fraudes em licitações públicas. A ação ocorreu simultaneamente em diferentes estados do país, com o objetivo de desarticular grupos suspeitos de manipular processos licitatórios e desviar recursos públicos.

Foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas (SP). As diligências ocorreram nos estados de São Paulo, Distrito Federal e Paraná, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Segundo as investigações, o grupo atuava de forma articulada para fraudar licitações e direcionar contratos públicos, beneficiando empresas e servidores mediante o pagamento de propinas. As apurações apontam que os suspeitos também estariam envolvidos em lavagem de dinheiro e contratações ilegais diretas, configurando um possível caso de organização criminosa.

Os investigados poderão responder por uma série de crimes, incluindo corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os valores desviados ainda estão sendo calculados pelos investigadores.

A Polícia Federal informou que as provas apreendidas — como documentos, dispositivos eletrônicos e registros bancários — serão analisadas para aprofundar a identificação dos envolvidos e rastrear o fluxo financeiro das operações ilícitas.

A Delegacia de Polícia Federal em Campinas, responsável pela coordenação do caso, segue conduzindo as diligências e reforçou que novas fases da operação não estão descartadas à medida que as investigações avançam.

Fonte: Brasil 247

Governo vai realizar "busca ativa" para devolver descontos ilegais a aposentados, diz ministro

"O dinheiro está em caixa e nós temos pressa para fazer isso", disse o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz

      Wolney Queiroz (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, anunciou que o governo federal irá realizar uma “busca ativa” para devolver os valores cobrados de forma irregular de aposentados e pensionistas do INSS. “O presidente da República, o governo federal, o Ministério da Previdência Social quer devolver o dinheiro roubado de vocês. O dinheiro está em caixa e nós temos pressa para fazer isso”, afirmou Wolney, de acordo com o UOL.

O período para contestação de descontos indevidos foi prorrogado até 14 de fevereiro de 2026. A decisão havia sido antecipada pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), durante sessão da CPMI do INSS, e confirmada por Wolney. “Houve consenso de que era melhor ampliar o prazo por mais três meses”, declarou o ministro.

☉ Mais de R$ 2,5 bilhões já foram devolvidos

De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Previdência, 3,7 milhões de beneficiários já receberam a restituição, totalizando R$ 2,5 bilhões pagos até o momento. O número representa 77,4% dos 4,8 milhões de aposentados e pensionistas aptos a aderir ao acordo de ressarcimento.

Os valores são corrigidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), garantindo que o montante devolvido reflita a inflação acumulada no período em que os descontos foram feitos indevidamente.

☉ Como solicitar a devolução

O pedido de ressarcimento deve ser feito pelo aplicativo Meu INSS. O beneficiário precisa acessar a plataforma com CPF e senha, clicar em “Do que você precisa?” e digitar “consultar descontos de entidades”. Caso identifique descontos indevidos, deve indicar se foram autorizados ou não, informar e-mail e telefone de contato, confirmar a veracidade das informações e clicar em “Enviar Declarações”.

☉ Adesão ao acordo de devolução

Para quem já aderiu ao processo, basta entrar novamente no aplicativo Meu INSS, selecionar “Consultar Pedidos”, clicar em “Cumprir Exigência”, ir até o comentário mais recente e marcar “Sim” no campo “Aceito receber”. Em seguida, é preciso clicar em “Enviar”. Segundo o INSS, após a confirmação, “agora é só aguardar o pagamento”.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Quaest: Metade dos brasileiros é contra intervenção dos EUA na segurança do Brasil

Pesquisa aponta que 73% defendem que organizações criminosas sejam classificadas como terroristas

      Policiais na zona norte do município do Rio (Foto: Reuters)

Metade dos brasileiros é contrária à ideia de que os Estados Unidos auxiliem o Brasil no combate ao tráfico de drogas. É o que mostra a nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12), que avaliou a percepção da população sobre segurança pública e as declarações de autoridades após a chacina policial no Rio de Janeiro. O levantamento foi realizado entre 6 e 9 de novembro de 2025.

Segundo os dados, 50% dos entrevistados discordam da proposta de pedir ajuda dos EUA para enfrentar o narcotráfico, enquanto 45% concordam e 5% não souberam opinar. A ideia ganhou visibilidade após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugerir que os Estados Unidos deveriam “atuar por uns meses” no Rio de Janeiro para combater o crime organizado.

O levantamento revela diferenças significativas entre os grupos políticos. Entre os eleitores que se identificam como bolsonaristas, 74% são favoráveis à intervenção americana, enquanto 66% da direita não bolsonarista também apoiam a medida. Já entre os lulistas, 72% rejeitam a proposta, percentual semelhante ao observado entre os simpatizantes da esquerda não lulista, com 79% de rejeição.

O tema ganhou força após a chacina ocorrida nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, sendo 4 policiais e 117 suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi. O governador Cláudio Castro classificou a ação como um “sucesso” e afirmou que apenas os policiais mortos foram “vítimas”. A operação, no entanto, gerou críticas de organizações de direitos humanos e dividiu a opinião pública.

A pesquisa também aponta que 73% dos brasileiros defendem que organizações criminosas como o Comando Vermelho e o PCC sejam classificadas como terroristas, enquanto apenas 20% são contra e 7% não opinaram.

O estudo da Genial/Quaest foi realizado entre os dias 6 e 9 de novembro de 2025, com 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios das cinco regiões do país. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Fonte: Brasil 247

Quaest: aprovação de Lula se mantém estável enquanto preocupação com segurança aumenta

Levantamento indica que preocupação com segurança pública e megaoperação no Rio frearam melhora na percepção do governo

      Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

A mais recente pesquisa Genial/Quaest aponta que a avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a oscilar negativamente em novembro, em mais um mês de relativa estabilidade. O levantamento mostra que 47% dos entrevistados aprovam a gestão petista, enquanto 50% a desaprovam. Em outubro, os índices eram de 48% e 49%, respectivamente.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo portal g1, com base no estudo realizado pela Quaest entre os dias 6 e 9 de novembro, junto a 2.004 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Segundo a Quaest, a recente megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, somada às declarações de Lula sobre o tema, influenciou negativamente a percepção pública. “Se o tarifaço mudou a trajetória da aprovação a favor do Lula, a pauta da segurança pública interrompeu a lua de mel tardia do governo com o eleitorado independente”, avaliou Felipe Nunes, diretor do instituto.

◈ Queda entre independentes, mulheres e classes mais altas

A desaprovação entre o eleitorado independente subiu quatro pontos, chegando a 52%, enquanto a aprovação caiu para 43%. Entre as mulheres, que em outubro apresentavam leve maioria de aprovação, o cenário agora é de empate técnico — 51% aprovam e 46% desaprovam.

O recuo também é visível entre brasileiros com renda acima de cinco salários mínimos, onde a desaprovação saltou para 56%, contra 42% de aprovação. No segmento dos católicos, que antes demonstrava maioria favorável ao governo, a pesquisa indica empate técnico.

◈ Avaliação por religião, renda e escolaridade

Entre os evangélicos, Lula segue mais rejeitado (58%) do que aprovado (38%), embora a diferença tenha diminuído em relação ao mês anterior. Já os beneficiários do Bolsa Família mantêm forte apoio ao governo — 65% de aprovação contra 32% de desaprovação.

A pesquisa mostra ainda que a avaliação é mais negativa entre brasileiros com ensino superior completo (60% desaprovam e 38% aprovam), enquanto quem tem até o ensino fundamental tende a apoiar mais o governo (55% de aprovação).

◈ Encontro com Trump e impacto na percepção pública

A Quaest também investigou a percepção dos brasileiros sobre o encontro de Lula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para 45% dos entrevistados, o líder brasileiro saiu mais fortalecido após a reunião.

No campo da segurança pública, 67% dos entrevistados disseram apoiar a megaoperação no Rio, e 57% discordaram da avaliação de Lula de que a ação foi “desastrosa”. A preocupação com a violência cresceu de 30% para 38% desde o último levantamento.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Governo vê "tiro no pé" da direita em ataque à PF e comemora recuo de Derrite

Planalto avalia que a tentativa de enfraquecer a Polícia Federal no projeto antifacção fortaleceu a posição do governo e obrigou o relator a voltar atrás

Guilherme Derrite e Hugo Motta em entrevista coletiva (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e parlamentares da base consideraram um “tiro no pé” da direita a tentativa de reduzir as competências da Polícia Federal (PF) no relatório inicial do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) sobre o projeto de lei antifacção, uma das principais apostas do Executivo para a segurança pública.

Segundo a Folha de S.Paulo, auxiliares do presidente avaliam que, após dias de desgaste político em meio à crise na segurança — intensificada pela operação no Rio de Janeiro no fim de outubro —, a proposta de Derrite acabou abrindo espaço para o Planalto retomar a iniciativa no debate público.

O texto apresentado por Derrite, secretário de Segurança do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), equiparava facções criminosas a grupos terroristas e restringia o papel da PF no combate ao crime organizado. A medida provocou forte reação de entidades da sociedade civil, juristas e setores do próprio Congresso. Para o governo, a proposta fragilizava uma instituição com grande respaldo popular.

Após o anúncio do relatório, o Planalto articulou uma ampla ofensiva política e de comunicação. A Secretaria de Comunicação Social produziu vídeos explicativos defendendo a autonomia da PF, enquanto parlamentares aliados associavam o texto de Derrite à chamada “PEC da Blindagem”, proposta rejeitada pelo Senado após pressão da opinião pública. A defesa da PF é um tema que a população entende e apoia, disse um interlocutor governista.

A mobilização surtiu efeito. Na tarde de terça-feira (11), Derrite recuou nos dois pontos considerados mais problemáticos — entre eles, a retirada de poderes da PF. O anúncio, feito ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi recebido com alívio por governistas. Questionado se as mudanças atendiam ao governo, o deputado afirmou: “Isso não é recuo, isso é estratégia”.

Mesmo aliados de Motta reconheceram que a escolha de Derrite para relatar o projeto foi arriscada. O presidente da Câmara, que vinha se aproximando do Planalto, buscava demonstrar independência, mas acabou tendo de atuar como mediador entre o relator, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Para assessores de Lula, o episódio consolidou uma vitória política. O recuo de Derrite, dizem, não apenas amenizou desgastes do governo, como também atingiu a imagem de Tarcísio de Freitas, possível adversário de Lula em 2026. Ainda assim, a base aliada adota cautela. A votação do projeto está marcada para esta quarta-feira (12), e a oposição deve insistir na equiparação entre facções e terrorismo.

Apesar das críticas, Derrite saiu do episódio com maior visibilidade, sendo cotado como futuro candidato ao Senado ou ao governo paulista. Em entrevista coletiva, ele apareceu ao lado de Motta e de líderes de partidos como PL, PP, PSDB, PDT, Novo, União Brasil e Solidariedade, numa tentativa de mostrar apoio político.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

AP 2696: STF ouve argumentos das defesas de seis réus do Núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado

Julgamento será retomado nesta quarta (12), a partir das 9h, com as manifestações restantes

Foto: Gustavo Moreno/STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a ouvir, nesta terça-feira (11), os argumentos das defesas dos réus do Núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado, que respondem à Ação Penal (AP) 2696. Hoje, foram ouvidos advogados de seis dos 10 acusados. O julgamento será retomado nesta quarta (12), às 9h, com as demais sustentações.

O Núcleo 3 é formado por nove militares de alta patente (incluindo os chamados “kids pretos”) e um agente da Polícia Federal (PF). Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo planejou as “ações mais severas e violentas” da organização criminosa, entre elas uma operação para assassinar autoridades.

Os réus respondem pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, deterioração do patrimônio tombado e dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União.

Confira um resumo dos argumentos apresentados pelas defesas:

● Bernardo Romão Corrêa Netto

Os advogados Ruyter de Miranda Barcelos e Ricardo Medrado de Aguiar, defensores do coronel do Exército, rebateram as acusações apresentadas pela PGR e pediram a absolvição de Corrêa Netto. Barcelos sustentou que as provas apresentadas são frágeis e que seu cliente não agiu para pressionar o alto comando do Exército para a quebra institucional. Também sustentou que o relatório da PF e a denúncia tiraram palavras e conversas de contexto, buscando levar os julgadores ao erro. Medrado reforçou os argumentos e apresentou uma série de slides com diálogos e documentos para defender a inocência de seu cliente. Ele afirmou que Corrêa Netto é um militar com carreira promissora e não a colocaria em risco, já que estava nomeado para cumprir missão oficial nos Estados Unidos.

● Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Em defesa do general da reserva, o advogado Diogo Rodrigues de Carvalho Musy afirmou que a acusação contra ele se sustenta exclusivamente em uma mensagem trocada entre o colaborador Mauro Cid e Bernardo Corrêa Netto. Nela, Cid afirmou que o general teria concordado em aderir ao golpe, desde que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, assinasse o decreto golpista. Musy sustenta que seu cliente, como chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter) do Exército na época, apenas compareceu à reunião de 9/12/2022 com o então presidente da República em respeito à cadeia de comando. Ele negou que na reunião Bolsonaro tenha apresentado a “minuta do golpe” e negou, também, que o general tenha, como chefe do Coter, comandado “batalhões de kids pretos”.

● Fabrício Moreira de Bastos

O advogado Marcelo César Cordeiro pediu a absolvição do coronel do Exército por ausência de provas. Segundo ele, a chamada “reunião golpista” de 28/11/2022 foi, na verdade, uma confraternização entre oficiais das Forças Especiais, o que teria sido confirmado por testemunhas, inclusive pelo réu colaborador, o tenente-coronel Mauro Cid.

Cordeiro argumentou que o contato de Bastos com a “carta dos coronéis da turma de 1997”, redigida por outros militares e posteriormente apurada em sindicância interna do Exército, se deu apenas por dever funcional, a mando de sua chefia no Centro de Inteligência do Exército, que solicitou uma cópia do documento para repasse ao comandante da Força. O advogado também defendeu que as mensagens em que Bastos mencionava “gabinete de crise” e “centro de gravidade” seguiam protocolos previstos no Manual de Comunicação Social do Exército para gerenciamento de crises institucionais e não se referiam a ações políticas ou golpistas.

● Hélio Ferreira Lima

Em defesa do tenente-coronel, o advogado Luciano Pereira Alves de Souza pediu a absolvição integral por ausência de provas e anacronismo dos fatos narrados pela PGR. Souza afirmou que o documento citado pela PGR (“Desenho Op Luneta”) com o projeto de uma operação com militares para desestabilizar as instituições democráticas jamais foi impresso, compartilhado ou apresentado a qualquer pessoa. Segundo a defesa, o arquivo foi criado em janeiro de 2023, o que tornaria impossível sua vinculação a fatos ocorridos em novembro de 2022, data das reuniões supostamente golpistas apontadas pela acusação.

O advogado sustentou que a reunião na casa do general Braga Netto, citada na denúncia, foi um encontro casual e breve, sem nenhuma discussão de teor golpista. Também argumentou que as viagens do réu a Brasília tinham caráter estritamente familiar, voltadas à visita dos filhos e à mobília do apartamento deles, todas autorizadas pelo Comando do Exército e devidamente comprovadas com passagens, hospedagens e comprovantes de gastos.

● Márcio Resende Jr.

O advogado Rafael Favetti sustentou que, de todos os planos descritos na denúncia, os autos implicam o coronel do Exército apenas no referendo de uma carta redigida para pressionar o chefe do Estado Maior do Exército a aderir ao golpe, na reunião realizada no salão de festas da casa de seu pai em 28 de novembro de 2022. Favetti, no entanto, argumentou que o documento não era o foco do encontro. O tema, segundo ele, foi discutido de forma privada entre duas das cerca de 15 pessoas presentes na ocasião, e Resende Jr. não teve acesso ao documento.

O advogado reconheceu que a tentativa de golpe “foi algo muito grave”, mas ponderou que a gravidade do cenário “não pode levar à miopia no olhar das condutas individuais”. Afirmou ainda que a situação do coronel é semelhante à de dois militares denunciados pela PGR no Núcleo 3, mas que tiveram a acusação rejeitada pelo STF por falta de provas.

● Rafael Oliveira

Representando o tenente-coronel do Exército, o advogado Renato Martins voltou a defender que o ministro Alexandre seja declarado impedido nos processos sobre a tentativa de golpe, uma vez os autos incluem a investigação de um plano para executá-lo. Segundo ele, a decisão do ministro de proibir seu cliente de comparecer ao interrogatório fardado representou constrangimento ilegal e deveria implicar a nulidade do procedimento, por parcialidade do relator. Outro ponto contestado foi o fato de os depoimentos terem sido acompanhados abertamente, permitindo que todos os réus ouvissem uns aos outros. Para Oliveira, isso comprometeu o resultado dos interrogatórios.

A advogada Juliana Martins, por sua vez, afirmou que houve cerceamento da defesa e questionou a validade das provas contra Oliveira. Também criticou a interpretação do STF para crimes tentados e a metodologia usada para analisar os documentos do processo. Segundo ela, isso levou a conclusões baseadas em suposições, sem provas concretas.

Fonte: STF

Entenda a contagem regressiva para a prisão de Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes deve decidir nas próximas semanas sobre o início da pena de Jair Bolsonaro

       Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)


Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para concluir o julgamento dos embargos de declaração de Jair Bolsonaro (PL), previsto para esta sexta-feira (14), integrantes da Corte e autoridades do governo do Distrito Federal já estimam o cronograma para o início do cumprimento da pena do ex-presidente, condenado a 27 anos e três meses de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, a expectativa é de que o ministro Alexandre de Moraes determine a prisão entre o fim de novembro e o começo de dezembro. A medida deve ocorrer após o encerramento dos prazos processuais relativos à ação penal que envolve o “núcleo crucial” da trama golpista. Moraes, que tem conduzido o caso com celeridade, poderá definir o envio de Bolsonaro ao complexo penitenciário da Papuda, em Brasília.

☆ A possível "Papudinha" e o rigor de Moraes

Nos bastidores do STF e do governo do DF, discute-se que o destino inicial do ex-presidente poderá ser o batalhão da Polícia Militar dentro da Papuda, conhecido como “Papudinha”. O local é reservado a policiais militares e oferece melhor infraestrutura para abrigar figuras públicas.

A expectativa entre aliados de Bolsonaro é que ele permaneça ali entre uma e duas semanas antes de voltar à prisão domiciliar. No entanto, interlocutores afirmam que Moraes pode adotar uma postura mais rígida e prolongar a permanência do ex-presidente no regime fechado.

☆ Trâmites e prazos processuais

Apesar de os quatro ministros da Primeira Turma do STF já terem votado pela rejeição dos embargos, o julgamento só se encerra oficialmente às 23h59 desta sexta-feira. Após a conclusão, o Supremo deve publicar rapidamente o acórdão, uma vez que há poucos votos a revisar — apenas o do relator, Moraes, acompanhado por Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e o presidente do colegiado, Flávio Dino.

Com a publicação, abre-se novo prazo de cinco dias para que a defesa apresente novos recursos. Caso o acórdão saia na segunda-feira (17), a contagem começaria no dia seguinte, incluindo o feriado de 20 de novembro. O prazo terminaria no sábado (22), mas, conforme o Código de Processo Penal, seria prorrogado até o primeiro dia útil seguinte, 24 de novembro.

☆ Estratégia da defesa e comparação com o caso Collor

Fontes próximas à defesa indicam que a equipe jurídica pretende recorrer com embargos infringentes, embora a jurisprudência atual do STF limite esse tipo de recurso. “Esse foi o roteiro do Moraes para a prisão do Collor”, relatou um interlocutor de Bolsonaro, temendo que o mesmo caminho se repita.

O precedente citado é o do ex-presidente Fernando Collor de Mello, condenado em 2023 a oito anos e dez meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Em abril deste ano, Moraes determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado, posteriormente convertida em prisão domiciliar após alegações médicas.

☆ Laudos médicos e possível pedido de prisão domiciliar

A defesa de Bolsonaro já solicitou à equipe médica relatórios sobre o estado de saúde do ex-presidente, incluindo histórico de câncer de pele, refluxo, pressão alta, apneia do sono e complicações abdominais decorrentes do evento de Juiz de Fora (MG) em 2018. Esses documentos devem embasar um futuro pedido de prisão domiciliar, caso a execução da pena em regime fechado seja determinada.

☆ Limites dos embargos infringentes

O maior obstáculo para a nova estratégia jurídica é o entendimento firmado pelo STF em 2018, segundo o qual os embargos infringentes só podem ser aceitos quando há ao menos dois votos pela absolvição. No caso de Bolsonaro, apenas o ministro Luiz Fux votou nesse sentido.

Essa interpretação foi fixada no julgamento do recurso de Paulo Maluf, quando o plenário decidiu, por 6 a 5, que são necessários dois votos absolvendo o réu nas turmas, compostas por cinco ministros, para que o recurso seja admitido.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Gleisi celebra recuo de Derrite diante da pressão do governo e da sociedade

Presidente do PT elogia retirada de trechos que enfraqueciam a Polícia Federal e ameaçavam a soberania nacional no projeto antifacção

      Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)


A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, celebrou nesta terça-feira (11) o recuo do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) em seu novo parecer sobre o projeto de lei antifacção criminosa, apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional. A manifestação foi feita por meio de publicação na rede X (antigo Twitter).

“Importante o recuo do relator deputado Guilherme Derrite no novo parecer que apresentou ao projeto de lei Antifacção Criminosa enviado pelo presidente @LulaOficial ao Congresso Nacional. Retirou as propostas que enfraqueciam a ação da Polícia Federal contra o crime organizado e as que ameaçavam a soberania nacional”, escreveu Gleisi.

A dirigente também destacou que Derrite manteve as propostas centrais do texto original do governo, o que representa uma vitória política para o Planalto após dias de tensão e críticas de diferentes setores da sociedade civil e da comunidade jurídica. “Também relevante o relator ter mantido propostas centrais do projeto do governo”, afirmou.


Ministério da Justiça vai revisar novo texto

Segundo Gleisi, o Ministério da Justiça fará uma análise detalhada da nova versão do parecer para orientar os próximos posicionamentos do governo na tramitação do projeto. Ela ressaltou que o objetivo da administração Lula é claro: “Nosso objetivo é combater o crime organizado e garantir o direito da população à segurança.”

O novo relatório de Derrite atendeu aos principais pleitos do governo, retirando menções à Lei Antiterrorismo e à competência da Polícia Federal, pontos considerados inegociáveis pelo Executivo. A decisão veio após intensa articulação política e reação de autoridades e especialistas que apontavam risco de enfraquecimento institucional da PF e ameaças à soberania nacional.

Fonte: Brasil 247

Com placar de 2 a 0 pela cassação, governador de Roraima tem julgamento no TSE adiado pela terceira vez

Ministro Nunes Marques suspendeu o processo contra Antonio Denarium

     Antonio Denarium (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O julgamento do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), e do vice Edilson Damião (Republicanos), foi adiado pela terceira vez no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após um pedido de vistas do ministro Nunes Marques.

O placar é de 2 a 0 pela cassação, com o ministro André Mendonça acompanhando a ministra-relatora Isabel Gallotti, confirmando decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Denarium e Damião são acusados de distribuir irregularmente recursos em período eleitoral, repassar quase R$ 70 milhões para municípios do estado e extrapolar gastos com publicidade.

O caso começou a ser analisado em agosto do ano passado. Mais de um ano depois, o processo foi retomado na sessão do último dia 26 de outubro com o voto da relatora. Em seguida, a sessão foi suspensa por um pedido de vista do ministro André Mendonça.

A determinação da relatora é para a realização imediata de novas eleições no estado. E diretas, conforme prevê a Lei Eleitoral. Denarium já teve o mandato cassado por duas vezes pelo TRE.

Fonte: Brasil 247

Vitória do governo Lula: em terceiro parecer, Derrite recua e deixa de proteger o crime organizado

Relator cedeu à pressão do Executivo e retirou trechos que ameaçavam a soberania nacional e enfraqueciam a Polícia Federal

        Guilherme Derrite (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)


Após duras críticas e um dia intenso de negociações, o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) apresentou na noite de terça-feira (11) uma nova versão do projeto de lei antifacção, recuando em pontos que haviam provocado forte reação do governo federal, da Polícia Federal, da Receita Federal e de especialistas em segurança pública. A informação foi publicada pelo Valor Econômico.

O relator atendeu aos dois principais pleitos do governo: suprimiu todas as menções à Lei Antiterrorismo e retirou as passagens que tratavam da competência da Polícia Federal, que poderiam reduzir o papel do órgão no combate ao crime organizado. Segundo integrantes do Executivo, esses pontos eram “inegociáveis”.

☆ Governo evita equiparação de facções ao terrorismo

Na versão anterior do parecer, Derrite havia incluído artigos que equiparavam condutas de facções e milícias a crimes de terrorismo, o que, segundo especialistas, poderia gerar conflitos jurídicos e riscos à soberania nacional. O novo texto elimina essa vinculação.

O deputado justificou a mudança afirmando que “a adoção de um diploma autônomo torna desnecessária qualquer disposição expressa sobre a competência do Ministério Público, da Polícia Federal ou das polícias judiciárias estaduais”, citando os artigos 109 e 144 da Constituição como garantias já suficientes para delimitar responsabilidades.

☆ Endurecimento das penas e novas medidas

Mesmo com as alterações, Derrite manteve a previsão de penas severas, entre 20 e 40 anos, para crimes de domínio territorial armado, sabotagem de serviços públicos e ataques contra forças de segurança. O texto também prevê o cumprimento de pena em presídio federal para líderes de facções.

O projeto cria uma lei autônoma para tratar de condutas como domínio territorial, sabotagem, ataques a instituições prisionais, “novo cangaço”, sequestro de aeronaves e controle social por meio da violência. O relator argumenta que a proposta “reforça a segurança jurídica e evita conflitos interpretativos entre órgãos de persecução penal”.

☆ Rastreamento de recursos e bloqueio de bens

Entre as medidas adicionais, o relatório prevê bloqueio patrimonial e rastreamento de recursos de organizações criminosas, incluindo a cooperação internacional para investigação de offshores. Também propõe a criação de bancos nacionais e estaduais de membros de facções, a inelegibilidade automática e a perda do auxílio-reclusão para familiares de condenados.

☆ Derrite tenta acelerar tramitação

Em entrevista a jornalistas, Derrite afirmou que as mudanças visam dar celeridade à tramitação e evitar contestações judiciais. “Para que a gente tenha campo político, não apenas para aprovar aqui na Câmara dos Deputados, mas para que a pauta caminhe no Senado, seja aprovada e não seja passível de contestação no Judiciário”, declarou.

Ele também negou que tenha enfraquecido o projeto: “O que é competência da PF está preservado; o que é das polícias estaduais está preservado.” Segundo o relator, o foco deve permanecer no enfrentamento das facções: “Vamos manter um texto duro, e disso eu não abro mão.”

Fonte: Brasil 247 com informações publicadas pelo jornal Valor Econômico

Moraes permite visita de Nikolas a Bolsonaro em prisão domiciliar

Ministro do STF também autorizou as visitas de outros parlamentares, uma influenciadora e um ex-ministro

       Nikolas Ferreira e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes permitiu ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) que visite o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua residência, em Brasília-DF, onde cumpre prisão domiciliar, antes da execução penal, informou o jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles. Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos pelo STF por liderar a trama golpista.

Moraes também autorizou as visitas dos deputados federais Alfredo Gaspar, presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Marcel Van Hattem (Novo-RS), a influenciadora de extrema direita Bárbara Destefani e o ex-ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida. Além disso, o senador Magno Malto foi autorizado a visitar o ex-presidente.

Gaspar, contudo, já havia dito que não visitaria Bolsonaro enquanto estivesse na função de relator da CPI do INSS.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Militares não serão interrogados de farda pelo STF, diz Moraes


Esclarecimento foi feito no 1º dia do julgamento de réus do golpe

Brasília (DF) - 10/09/2025 - O ministro Alexandre de Moraes, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Andre Richter - Repórter da Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira (11) que militares não serão interrogados de farda pela Corte.

O esclarecimento do ministro foi feito durante o primeiro dia do julgamento dos réus do Núcleo 3 da trama golpista ocorrida durante governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante as sustentações, os advogados do tenente-coronel do Exército Rafael Martins de Oliveira voltaram a questionar a decisão do ministro, que, em julho deste ano, mandou o militar tirar a farda e se apresentar com roupas civis durante audiência de interrogatório. Oliveira está preso nas instalações do Exército, em Brasília.

Moraes, que é relator do processo, rebateu os advogados e disse que os militares das Forças Armadas são regidos pelo Estatuto dos Militares, norma que obriga o uso do uniforme. Contudo, quando estão na condição de investigados, têm o direito constitucional de ficar em silêncio e não se incriminar. No entendimento do ministro, há uma incompatibilidade entre o uso da farda e o direito ao silêncio.

"O militar fardado há uma incompatibilidade. Pelo Estatuto dos Militares, ele comete crime se mentir, pode perder o oficialato. O militar réu não pode e não será interrogado de farda", disse o ministro.

Moraes também ressaltou que não existe autoridade militar em tribunais civis.

"Não existe autoridade militar do réu em um tribunal civil. Não existe autoridade militar do réu perante o STF. O Exército não está presente como réu", afirmou.

O ministro Flávio Dino também disse que o esclarecimento é necessário para evitar polêmicas.

"O que está em questão é essa a polêmica, que é do Exército brasileiro. Em que condições a instituição deve fazer se representar por um símbolo, que não é pessoal. O uniforme não é pessoal, é do Exército brasileiro. Essa foi a razão da preocupação institucional", completou o ministro.

Fonte: Brasil 247