quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Lucro líquido recorrente da Caixa soma R$ 3,8 bilhões no 3º tri, alta de 15%

A margem financeira subiu 14%, para R$ 16,5 bilhões

Brasília (DF) - 26/10/2023 - Prédio da Caixa Econômica Federal (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

(Reuters) - A Caixa registrou lucro líquido recorrente de R$3,8 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com balanço divulgado na quarta-feira, após o fechamento do mercado, que mostrou melhora em rentabilidade, mas aumento de provisões.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente cresceu 2,6 pontos percentuais, para 11,93%, enquanto a margem financeira subiu 14%, para R$16,5 bilhões.

O banco estatal encerrou setembro com carteira de crédito de R$1,334 trilhão, expansão de 10,3% ano a ano, com alta de 11,4% em financiamento imobiliário, de 10,9% em crédito comercial pessoa física, 10,8% em crédito comercial pessoa jurídica, 4,1% em saneamento e infraestrutura e 3,7% no agronegócio.

O índice de inadimplência acima de 90 dias total aumentou para 3,01%, de 2,27% um ano antes e 2,66% três meses antes. No crédito imobiliário, esse percentual ficou em 1,3%, enquanto em pessoa física subiu a 6,25% e pessoa jurídica atingiu 12,50%. No agronegócio, saltou para 11,20%.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa alcançou R$5,07 bilhões, um salto de 64,5% ano a ano e de 43,9% no trimestre.

Houve elevação de 0,6% nas receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias em relação ao mesmo trimestre de 2024, para R$7,09 bilhões. As despesas administrativas somaram R$11,25 bilhões, incremento de 4,1%. O índice de eficiência operacional recorrente passou para 52,91%, de 57,68% um ano antes.

O índice de capital principal da Caixa passou de 13,99% para 14,87% ano a ano, enquanto o índice de capital nível 1 mudou de 14,20% para 15,05% na mesma base de comparação.

Fonte: Brasil 247

STF avança em pedido de extradição de Alexandre Ramagem

Condenado por envolvimento na trama golpista, parlamentar está nos EUA e é considerado foragido da Justiça brasileira

Alexandre Ramagem (Foto: Agencia Brasil-EBC)

O Supremo Tribunal Federal (STF) avançou no encaminhamento do pedido de extradição do deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ). Condenado a 16 anos por participação na tentativa de golpe de Estado, Ramagem é considerado foragido da Justiça e é o único integrante do chamado “núcleo crucial” da trama golpista que ainda não iniciou o cumprimento da pena.

Segundo a coluna da jornalista Julia Duailibi,do g1, o STF concluiu a tradução juramentada do processo, exigência prevista no tratado de extradição firmado entre Brasil e Estados Unidos. A documentação seguirá do Supremo para o Ministério da Justiça, depois para o Itamaraty e, em seguida, será enviada ao Departamento de Estado dos EUA, etapa prévia à decisão final do governo do presidente Donald Trump.

⊛ Decisão final será política e caberá ao governo dos EUA

A análise jurídica faz parte do rito, mas especialistas apontam que o desfecho da extradição depende de uma escolha política das autoridades dos EUA. Marco Rubio, secretário de Estado, fará a avaliação inicial, e Donald Trump dará o parecer definitivo.

“O processo evidencia que a decisão político-discricionária não é do Poder Judiciário, é do Poder Executivo”, afirmou Gustavo Sampaio, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense. O próprio Brasil já viveu situação semelhante: em 2010, o STF autorizou a extradição do italiano Cesare Battisti, mas o então presidente Lula recusou o envio no último dia de seu mandato, exercendo competência privativa prevista na legislação.

⊛ Tensão diplomática aumenta incertezas sobre o desfecho

A etapa decisiva é vista como a mais imprevisível, especialmente diante do clima de tensão entre Brasília e Washington. Além disso, o alinhamento ideológico declarado de Ramagem com o atual governo norte-americano pode influenciar o cenário.

“A questão, no caso dos EUA, é saber como eles vão lidar com a extradição de alguém que diz fazer parte do mesmo grupo ideológico do presidente norte-americano”, disse Madeira ao G1.

O tratado de extradição de 1967 prevê que os Estados Unidos podem negar pedidos referentes a crimes políticos. Contudo, o acordo estabelece uma exceção relevante: atos que atentem contra a “subversão da base de toda organização política” não podem ser classificados dessa forma. Madeira também destaca que o caso não envolve liberdade de expressão, o que, para ele, “muda totalmente o tema”.

Ainda assim, segundo a reportagem, a definição sobre a natureza do crime — político ou comum — será feita pelas autoridades estadunidenses, responsáveis por decidir se Ramagem retornará ao Brasil para cumprir a pena.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Haddad acena a Motta e Alcolumbre e distensiona relação com Congresso: 'o Brasil precisa de vocês'

Ministro da Fazenda destaca avanço com isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil: ajuste não foi feito “no lombo do trabalhador”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento no Palácio do Planalto - Brasília (DF) - 13/08/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reforçou nesta quarta-feira (26), durante o evento de sanção da lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, a importância da articulação com o Congresso para viabilizar mudanças estruturais na política tributária. As declarações, feitas na cerimônia oficial, atribuíram papel decisivo aos presidentes das duas Casas Legislativas, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, no andamento do projeto.

No discurso realizado no ato de sanção, Haddad afirmou que “quando o bem comum está acima de interesses menores, é possível sim unir o país em torno de grandes causas”. O ministro destacou o empenho de Motta e Alcolumbre na tramitação da proposta e afirmou que, sem o trabalho de ambos, “seria impossível celebrar este ano e implementar o Imposto de Renda zero a partir do ano que vem”. E acrescentou: “Queria dizer a eles que o Brasil precisa muito deles”.

Haddad também fez um aceno direto aos parlamentares ao destacar a relevância de suas lideranças em 2025. Segundo ele, “na presidência das duas Casas, precisamos, como brasileiros, da atenção, ainda mais esse ano, dos seus trabalhos, da sua liderança, para que possamos concluir exitosamente esse ano”.

Ao se dirigir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro apresentou uma lista de indicadores econômicos alcançados ao longo do mandato. “O senhor está terminando o terceiro ano do seu mandato com indicadores muito favoráveis”, afirmou, citando a expectativa de entregar “a menor inflação da história do Brasil em quatro anos”, além do “menor desemprego”. Haddad também ressaltou que o governo deve registrar “o melhor índice de Gini na nossa história” e “o melhor resultado primário das contas públicas”.

O ministro afirmou que a atual gestão decidiu enfrentar o desafio fiscal de forma distinta das administrações anteriores. “Quando se fala em ajuste de contas, todo mundo arrepia, com razão. Todas as vezes que se fez um ajuste nas contas se fez no lombo dos mais pobres”, disse, lembrando o congelamento por sete anos tanto da política de valorização do salário mínimo quanto da tabela do IR, o que fez “20 milhões de brasileiros passarem a pagar IR pelo mero congelamento”.

Haddad enfatizou que, desta vez, a estratégia foi outra: “Este projeto é neutro, do ponto de vista fiscal. Mas tudo que fizemos para ajustar as coisas (…) é que o andar de cima foi convidado a fazer o ajuste. Não foi o andar de baixo”. O ministro afirmou que o país viveu anos marcados por “bolsa empresário para os ricos e congelamento de renda dos pobres”, e que o governo decidiu dar um basta. Segundo ele, o esforço incluiu o corte de benefícios tributários para empresas que “não precisavam mais do benefício para ficar de pé”.

O ministro reconheceu que enfrentar a resistência de grupos influentes não é tarefa simples. “Não é fácil enfrentar esta minoria, porque esta minoria tem advogado, tem influência, tudo à sua disposição”, disse. E completou que os trabalhadores beneficiados pela isenção não dispõem da mesma força política: “As pessoas que estão sendo beneficiadas hoje não estão muitas vezes representadas nos gabinetes dos ministérios e dos parlamentares”.

Haddad concluiu destacando que o objetivo central do projeto é a justiça social: “É para eles que decidimos governar e para eles que estamos aqui hoje. Para fazer o mínimo de justiça social”.

A lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelece isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil e reduz o imposto para rendas até R$ 7.350. As mudanças entram em vigor na próxima declaração, ampliando o alcance de uma das principais medidas de alívio tributário previstas para 2025.

Fonte: Brasil 247

Após isenção do IR, Lula dobra a aposta na agenda social

Presidente mira fim da escala 6x1 e desoneração da PLR para fortalecer direitos trabalhistas e estimular o consumo

      Lula amplia a isenção do IR (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a cerimônia de sanção do projeto que isenta o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, realizada nesta quarta-feira (26) no Palácio do Planalto, para reforçar novas prioridades sociais de seu governo.

Diante de uma plateia formada por sindicalistas e apoiadores, o presidente afirmou que, após a vitória na pauta do Imposto de Renda, a gestão agora se concentrará em medidas que ampliem direitos trabalhistas, aumentem a renda disponível do trabalhador e impulsionem o consumo interno.

☉ Fim da escala 6x1 e modernização da jornada

Lula voltou a defender a revisão da jornada de trabalho, criticando a manutenção de regras criadas há mais de 80 anos.

“Não podemos continuar com a mesma jornada de trabalho de 1943. Quando eu era metalúrgico, diziam que os robôs iam tirar o trabalhador do serviço pesado, mentira. Quanto mais tecnologia, menos gente você precisa. Veja quanta gente foi mandada embora no setor metalúrgico.”

A referência abriu o debate sobre o fim da escala 6x1, regime em que o trabalhador atua seis dias seguidos e descansa apenas um. O governo pretende avançar na proposta de assegurar dois dias de descanso por semana, movimento que deve ganhar intensidade ao longo de 2025 como parte da preparação para o ciclo eleitoral de 2026.

Entre os articuladores do tema no Congresso, destaca-se a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), presente no evento.

☉ Redução de impostos sobre a PLR e estímulo ao consumo

O presidente também reafirmou a necessidade de diminuir a tributação sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), defendendo que trabalhadores que se dedicam intensamente não devem ser penalizados ao receber bônus.

“É uma coisa que a gente vai ter que avançar. Não sei quando, mas nós vamos avançar. São coisas que a sociedade moderna do século XXI exige.”

Lula argumentou que a economia cresce quando a população pobre tem mais renda para consumir, e não quando a riqueza se concentra nas camadas de maior renda.

“Quem trabalha igual um desgraçado vai ter imposto sobre participação nos lucros no fim do ano? Economia não cresce por conta da conta bancária do sujeito, a economia cresce por conta do consumo que a sociedade pode ter a partir dos alimentos. Rico não fica mais pobre se o pobre consumir mais, o rico fica mais rico, vende mais caro.”

☉ Mudanças tecnológicas e o desafio do futuro do trabalho

Ao comentar o impacto das novas tecnologias, Lula alertou que a automação e a robotização vão exigir mudanças profundas nas políticas públicas de proteção social.

“Vai chegar o momento em que a Fazenda vai ter que analisar quem vai ser o responsável por garantir a sobrevivência de milhões de inúteis que vão ser criados no mundo.”

A fala evidencia a preocupação do governo com um possível aumento do desemprego estrutural e com a necessidade de redes de proteção mais robustas.

☉ Nova agenda social após a vitória no Imposto de Renda

Com a sanção da nova tabela de isenção do IR, o governo passa a priorizar:

  •  Regulamentação da jornada e fim da escala 6x1
  •  Desoneração da PLR
  •  Debate sobre trabalho, automação e proteção social
A estratégia mira ampliar direitos, melhorar a renda dos trabalhadores e fortalecer o consumo interno como motor do crescimento econômico.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaristas estão frustrados com falta de reação popular à prisão de seu chefe

O mal-estar é crescente no campo bolsonarista, que não consegue mobilizar a população

       Apoiadores de Jair Bolsonaro em Brasília (Foto: Reprodução (Metropoles))

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) provocou uma reação muito aquém do que seus aliados esperavam. A pouca adesão às manifestações tem gerado inquietação entre influenciadores e parlamentares de direita, que veem o movimento enfraquecido em um momento considerado decisivo para pressionar o Congresso pela anistia.O cenário, descrito pela jornalista Bianca Gomes do Estadão, evidencia um mal-estar crescente no campo bolsonarista, que admite publicamente a falta de mobilização popular.

A avaliação de que a base de apoio de Bolsonaro minguou ganhou força após uma crítica internacional. Martin De Luca, advogado da Trump Media, empresa ligada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou no X que seguidores o questionam sobre a ausência de protestos no Brasil. “A verdade incômoda é que nenhum país estrangeiro pode salvar uma nação cujos próprios cidadãos têm medo demais de defendê-la”, afirmou. A postagem repercutiu intensamente no bolsonarismo e foi compartilhada como um alerta.

A baixa adesão fica evidente na prática. A vigília organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio da família, em Brasília, reuniu apenas algumas dezenas de apoiadores. Na Superintendência Regional da Polícia Federal, onde Bolsonaro está preso em cela especial, o movimento não foi maior: apenas cerca de 40 pessoas compareceram no domingo.

O clima de desmobilização preocupa aliados de Bolsonaro, que veem no engajamento popular uma ferramenta-chave para sensibilizar o Congresso. Em uma transmissão ao vivo, o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, réu no Supremo Tribunal Federal, fez um apelo direto. “Os americanos cobram e perguntam: onde está a pressão popular do brasileiro? Então, não fiquem esperando que tudo caia dos céus daqui (Estados Unidos) sem que ninguém precise fazer nada no Brasil”, declarou.

A reação tímida nas ruas, combinada com divergências de estratégia e desgaste acumulado, compõe um momento de incerteza para o bolsonarismo, que busca redefinir seu caminho enquanto tenta manter sua base mobilizada diante das pressões políticas e judiciais que se intensificam.

Fonte: Brasil 247

CPMI do INSS ouve contador de empresas beneficiadas com repasses de descontos indevidos


Parlamentares durante a reunião da comissão promovida em 18 de novembro
Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouve nesta quinta-feira (27), às 9h, o contador Mauro Palombo Concílio. Ele é responsável pela contabilidade de diversas empresas que, segundo a CPMI, teriam recebido dezenas de milhões de reais em repasses da Amar Brasil — entidade suspeita de envolvimento nas fraudes contra aposentados e pensionistas.

Embora a Amar Brasil tivesse um convênio com o INSS para realizar descontos de 2,5% mediante autorização de aposentados e pensionistas, investigações da Polícia Federal indicam que muitos descontos feitos por essa entidade ocorriam sem a concordância dos segurados.

Além disso, chamou a atenção dos parlamentares o fato de essas empresas terem sido criadas em dezembro de 2022, um mês após a assinatura do acordo de cooperação técnica entre a Amar Brasil e o INSS.

Requerimentos

A CPMI do INSS também pode deliberar nesta quinta-feira sobre 479 requerimentos — que pedem convocações, informações e documentos de diversos órgãos públicos. As solicitações abrangem a Receita Federal, o Tribunal de Contas da União (TCU), a Advocacia-Geral da União (AGU), a Casa Civil da Presidência da República e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), entre outras instituições.

Entre os requerimentos está o REQ 1.492/2025, apresentado pelo senador Jorge Seif (PL-SC). Ele solicita à Polícia Federal a relação de senadores e deputados federais implicados na Operação Sem Desconto (que investiga essas fraudes) ou que constem como investigados em inquéritos relacionados a descontos indevidos em benefícios previdenciários.

Como participar

O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis.

Fonte: Agência Senado