/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/w/R/WiDZXBRECs3FLD4xzDUw/repercussao.jpg)
O início do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (2) repercutiu em veículos da imprensa internacional. A análise da tentativa de golpe de Estado de 2022 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi chamada de “plano sinistro” e descrita como um marco histórico para a democracia brasileira.
Bolsonaro, em prisão domiciliar, é julgado ao lado de outros sete réus apontados como parte do “núcleo central” do golpe. A sentença deve ser concluída até 12 de setembro.
Reportagens de diversos veículos como “The New York Times”, “The Guardian”, “The Washington Post”, “The Economist” e “BBC” descreveram o panorama da situação de Bolsonaro perante o STF.
O ex-capitão será julgado ao lado dos generais Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Também estão no processo o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens que firmou delação premiada.
A acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. A pena pode ultrapassar 40 anos em caso de condenação.
The New York Times: “plano sinistro” e vasto conjunto de provas
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/O/W/kVALfuSdmH2rQDbjaMIw/captura-de-tela-2025-09-02-065159.png)
O New York Times publicou uma linha do tempo sobre as nove semanas entre a derrota eleitoral de Bolsonaro e os ataques de 8 de janeiro. O jornal disse que revisou “dezenas de horas de depoimentos e centenas de páginas de documentos” e concluiu que há “um vasto conjunto de provas” contra o ex-presidente.
A reportagem descreveu como Bolsonaro buscou desacreditar o resultado eleitoral, planejou o assassinato do presidente Lula (PT), Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, e partiu para os Estados Unidos enquanto seus apoiadores invadiam os prédios dos Três Poderes.
Segundo o jornal, o Brasil estaria fazendo algo que os EUA “não conseguiram”: levar um ex-presidente a julgamento por tentar se manter no poder após perder uma eleição.
The Guardian: o “velório político” de Bolsonaro
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/d/S/03Z1GSS2GWZUXN6FMMLA/captura-de-tela-2025-09-02-070036.png)
O Guardian entrevistou o trompetista Fabiano Leitão, que viralizou ao tocar uma “marcha fúnebre” e o hino antifascista Bella Ciao após Bolsonaro se tornar réu.
Leitão declarou que está “fazendo o velório político” do ex-presidente e que estará na frente do STF durante o julgamento. “Vai ser algo alegre! Tem que ser algo alegre!”, disse ao jornal.
“Leitão está entre milhões de brasileiros progressistas que já têm o champanhe metafórico no gelo à espera da tão esperada condenação de Bolsonaro e de sete supostos co-conspiradores, cujo julgamento começa nesta semana”, afirmou a reportagem.
Para o Guardian, milhões de brasileiros progressistas aguardam a condenação de Bolsonaro, e especialistas projetam que o ex-presidente será condenado por golpe de Estado.
The Washington Post: Brasil encara Trump e seu passado autoritário
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/1/D/V0UZsDRsmJJKJajyu6zw/captura-de-tela-2025-09-02-073613.png)
O Washington Post destacou que, com o julgamento de Bolsonaro, o Brasil enfrenta seu próprio passado autoritário e também a pressão de Donald Trump, que tenta retaliar o país com medidas econômicas e diplomáticas.
O jornal afirmou que o processo “marca uma reviravolta significativa” para um país que historicamente prefere a conciliação a punições em casos de crimes contra o Estado.
“O julgamento de Bolsonaro também é o ápice de uma saga extraordinária que polarizou ainda mais o Brasil, testou a determinação do seu Judiciário e abriu um abismo cada vez maior com os EUA”, afirmou a reportagem.
The Economist: o “Trump dos trópicos”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/6/W/nyU7JpS3AFsYVyGFGIFA/captura-de-tela-2025-08-29-224939.png)
Segundo a publicação, Bolsonaro “falhou por incompetência, e não por falta de intenção”, e seu julgamento ditará o ritmo da recuperação do Brasil após o populismo.
Em reportagem de capa, a revista afirmou que o Brasil dá uma lição de democracia aos Estados Unidos, já que mesmo sob pressões externas e sanções, a Justiça brasileira avançou para processar o ex-presidente.
BBC: julgamento entra na fase final
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/i/I/du1XY7RnS5jtzpKBBrdQ/captura-de-tela-2025-09-02-070741.png)
A BBC afirmou que o julgamento de Bolsonaro entrou na fase final nesta terça-feira e será decidido por cinco ministros da Primeira Turma do STF.
Segundo a emissora britânica, a “causa do ex-presidente foi abraçada” por Donald Trump, que classificou o julgamento como “caça às bruxas”, em referência ao processo contra seu aliado brasileiro.
Fonte: DCM