terça-feira, 2 de setembro de 2025

“Plano sinistro”: como a imprensa internacional repercute 1º dia do julgamento de Bolsonaro

 

Reportagem do NYT e Washington Post sobre 1º dia de julgamento de Bolsonaro — Foto: Reprodução
Reportagens dos jornais “The New York Times” e “The Washington Post” sobre o 1º dia de julgamento de Jair Bolsonaro no STF. Foto: Reprodução

O início do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (2) repercutiu em veículos da imprensa internacional. A análise da tentativa de golpe de Estado de 2022 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi chamada de “plano sinistro” e descrita como um marco histórico para a democracia brasileira.

Bolsonaro, em prisão domiciliar, é julgado ao lado de outros sete réus apontados como parte do “núcleo central” do golpe. A sentença deve ser concluída até 12 de setembro.

Reportagens de diversos veículos como “The New York Times”, “The Guardian”, “The Washington Post”, “The Economist” e “BBC” descreveram o panorama da situação de Bolsonaro perante o STF.

O ex-capitão será julgado ao lado dos generais Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Também estão no processo o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens que firmou delação premiada.

A acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. A pena pode ultrapassar 40 anos em caso de condenação.

The New York Times: “plano sinistro” e vasto conjunto de provas

Reportagem do jornal 'The New York Times', dos Estados Unidos, sobre o início do julgamento de Bolsonaro. — Foto: Reprodução
Reportagem do jornal “The New York Times”, dos Estados Unidos, sobre o início do julgamento de Bolsonaro. Foto: Reprodução


O New York Times publicou uma linha do tempo sobre as nove semanas entre a derrota eleitoral de Bolsonaro e os ataques de 8 de janeiro. O jornal disse que revisou “dezenas de horas de depoimentos e centenas de páginas de documentos” e concluiu que há “um vasto conjunto de provas” contra o ex-presidente.

A reportagem descreveu como Bolsonaro buscou desacreditar o resultado eleitoral, planejou o assassinato do presidente Lula (PT), Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, e partiu para os Estados Unidos enquanto seus apoiadores invadiam os prédios dos Três Poderes.

Segundo o jornal, o Brasil estaria fazendo algo que os EUA “não conseguiram”: levar um ex-presidente a julgamento por tentar se manter no poder após perder uma eleição.

The Guardian: o “velório político” de Bolsonaro

Reportagem do jornal 'The Guardian', do Reino Unido, sobre o início do julgamento de Bolsonaro. — Foto: Reprodução
Reportagem do jornal “The Guardian”, do Reino Unido, sobre o início do julgamento de Bolsonaro. Foto: Reprodução

O Guardian entrevistou o trompetista Fabiano Leitão, que viralizou ao tocar uma “marcha fúnebre” e o hino antifascista Bella Ciao após Bolsonaro se tornar réu.

Leitão declarou que está “fazendo o velório político” do ex-presidente e que estará na frente do STF durante o julgamento. “Vai ser algo alegre! Tem que ser algo alegre!”, disse ao jornal.

“Leitão está entre milhões de brasileiros progressistas que já têm o champanhe metafórico no gelo à espera da tão esperada condenação de Bolsonaro e de sete supostos co-conspiradores, cujo julgamento começa nesta semana”, afirmou a reportagem.

Para o Guardian, milhões de brasileiros progressistas aguardam a condenação de Bolsonaro, e especialistas projetam que o ex-presidente será condenado por golpe de Estado.

The Washington Post: Brasil encara Trump e seu passado autoritário


Reportagem do jornal 'The Washington Post', dos Estados Unidos, sobre o início do julgamento de Bolsonaro. — Foto: Reprodução
Reportagem do jornal “The Washington Post”, dos Estados Unidos, sobre o início do julgamento de Bolsonaro. Foto: Reprodução

O Washington Post destacou que, com o julgamento de Bolsonaro, o Brasil enfrenta seu próprio passado autoritário e também a pressão de Donald Trump, que tenta retaliar o país com medidas econômicas e diplomáticas.

O jornal afirmou que o processo “marca uma reviravolta significativa” para um país que historicamente prefere a conciliação a punições em casos de crimes contra o Estado.

“O julgamento de Bolsonaro também é o ápice de uma saga extraordinária que polarizou ainda mais o Brasil, testou a determinação do seu Judiciário e abriu um abismo cada vez maior com os EUA”, afirmou a reportagem.

The Economist: o “Trump dos trópicos”

Reportagem da Economist fala sobre julgamento de Bolsonaro — Foto: Reprodução
Reportagem da revista britânica “The Economist” fala sobre julgamento de Bolsonaro. Foto: Reprodução


Segundo a publicação, Bolsonaro “falhou por incompetência, e não por falta de intenção”, e seu julgamento ditará o ritmo da recuperação do Brasil após o populismo.

Em reportagem de capa, a revista afirmou que o Brasil dá uma lição de democracia aos Estados Unidos, já que mesmo sob pressões externas e sanções, a Justiça brasileira avançou para processar o ex-presidente.

BBC: julgamento entra na fase final

Reportagem do jornal 'BBC', do Reino Unido, sobre o início do julgamento de Bolsonaro. — Foto: Reprodução
Reportagem do jornal “BBC”, do Reino Unido, sobre o início do julgamento de Bolsonaro. Foto: Reprodução

A BBC afirmou que o julgamento de Bolsonaro entrou na fase final nesta terça-feira e será decidido por cinco ministros da Primeira Turma do STF.

Segundo a emissora britânica, a “causa do ex-presidente foi abraçada” por Donald Trump, que classificou o julgamento como “caça às bruxas”, em referência ao processo contra seu aliado brasileiro.

Fonte: DCM

A rota de escape para ministros do STF em caso de ataques no julgamento de Bolsonaro

Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, os ministros da 1ª Tuma. Foto: reprodução

A Polícia Federal preparou um plano de emergência para retirada imediata de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) caso sua segurança seja ameaçada durante o julgamento de Jair Bolsonaro. O protocolo pode ser acionado em segundos e prevê a saída dos magistrados por rotas de escape seguras, acompanhados por agentes federais.

O plano será implementado em caso de invasão do Supremo por manifestantes ou suspeita de artefatos explosivos nas proximidades. Apesar do alerta máximo, a cúpula da PF acredita que o julgamento transcorrerá sem maiores problemas, já que monitoramentos não detectaram a chegada de ônibus de outras regiões do país.

A segurança na Esplanada dos Ministérios foi reforçada com varreduras nas casas dos ministros, restrição de acesso à praça dos Três Poderes e policiamento intensificado. Pessoas em grupo na área poderão ser abordadas, e mochilas com volume suspeito estarão sujeitas a revista

O STF requisitou cerca de 30 policiais de outros tribunais e utilizará todo seu efetivo da Polícia Judicial. Na manhã desta terça (2), cães farejadores realizaram nova varredura no tribunal antes do início do julgamento histórico.

Fonte: DCM

VÍDEO – Bolsonaristas oram no condomínio do ex-presidente durante julgamento


Bolsonarista faz oração durante protesto em frente ao condomínio do ex-presidente, em Brasília. Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Nesta terça (2), apoiadores de Jair Bolsonaro se reuniram em frente ao condomínio do ex-presidente, no Jardim Botânico, em Brasília, em protesto contra o julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre o ataque golpista de 8 de janeiro de 2023. O grupo pediu anistia aos condenados pelo episódio.

Durante o ato, uma apoiadora puxou uma oração pedindo perdão e proteção a Bolsonaro. “Ô Deus do poder! Nós necessitamos da tua urgência, senhor. Tenha olhar de bondade e misericórdia por aqueles que estão na prisão do dia 8 de janeiro de 2024 e por Bolsonaro”, disse Lili Carabina.

Camisetas e bandeiras foram distribuídas gratuitamente aos participantes, enquanto motoristas que passavam buzinavam em apoio. Segundo organizadores, uma nova manifestação em defesa de Bolsonaro está marcada para as 20h desta terça no mesmo local.

Na noite anterior, apoiadores já haviam feito uma vigília que contou com a presença de Carlos e Jair Renan Bolsonaro.

Fonte: DCM

VÍDEO: “Não punir tentativa de golpe fortalece o autoritarismo”, diz Gonet


O procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante a leitura de parecer no julgamento da trama golpista, na Primeira Turma do STF. Foto: Reprodução

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, abriu nesta terça (2) sua manifestação no julgamento da trama golpista afirmando que não punir a tentativa de golpe “recrudesce ímpetos de autoritarismo” e coloca em risco a vida democrática. A sessão ocorre na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa as acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo atuou entre o fim de 2022 e o início de 2023 para impedir a posse do presidente Lula e manter Bolsonaro no poder. “Não reprimir criminalmente tentativas dessa ordem recrudesce o autoritarismo e põe em risco o modelo de vida civilizada”, disse Gonet.


Em suas alegações ao STF, o procurador-geral apontou Bolsonaro como principal beneficiado e também como líder da organização criminosa que tentou subverter a democracia. Agora, no julgamento, reforçou que os denunciados colocaram em prática “planos de operação antidemocrática ofensiva ao bem jurídico tutelado”.

Ao detalhar a acusação, Gonet destacou que não é necessária uma ordem formal para caracterizar crime de golpe de Estado.

“Para que a tentativa se consolide, não é indispensável que haja ordem assinada pelo presidente da República para adoção de medidas estranhas à realidade funcional. A tentativa se revela na prática de atos e de ações dedicadas ao propósito da ruptura das regras constitucionais sobre o exercício do poder, um apelo ao emprego da força bruta, real ou ameaçada”, explicou.

Na mesma linha, acrescentou: “Constituição dispõe de meios para talhar investidas contra ela própria. Punir tentativa de ruptura é imperativo”. Para ele, os fatos analisados pelo STF representam risco direto à preservação das instituições.

Veja um trecho da fala:


O procurador também afirmou que todos os acusados tiveram participação, mesmo que em diferentes intensidades, no suposto plano golpista. “Ainda que nem todos os denunciados tenham atuado ativamente em todos os acontecimentos relevantes, todos colaboraram, na parte em que lhes coube, em cada etapa do processo de golpe, para que o conjunto de acontecimentos criminosos ganhasse realidade”, disse.

Segundo Gonet, o objetivo comum era manter Bolsonaro na Presidência, apesar da derrota eleitoral: “Todos convergiram, dentro do seu espaço de atuação, para o objetivo comum de assegurar a permanência do presidente da República na época na condução do Estado, mesmo que não vencesse as eleições, e mesmo depois de ter efetivamente perdido a preferência dos eleitores em 2022″.

Ele classificou os atos como de “grave” ameaça ao Estado democrático de direito. “A democracia do país assume sua defesa ativa contra tentativa de golpe com violência ameaçada e praticada. Nenhuma democracia se sustenta se não contar com efetivos meios para se contrapor a atos orientados à sua decomposição belicosa”, ressaltou.

Para o procurador-geral, não cabe relativizar o episódio. “Os atos que compõem o panorama espantoso e tenebroso da denúncia são fenômenos de atentado, com relevância criminal contra as instituições democráticas. Não podem ser tratados como atos de importância menor”, acrescentou.

Fonte: DCM

VÍDEO – Grupo infla boneco para pedir condenação de Bolsonaro: “Sem anistia”

Boneco anti-Bolsonaro em Brasília. Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Um grupo de manifestantes do Comitê de Luta do Jardim Botânico reuniu-se nesta terça-feira (2) para cobrar a responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado. Na subida do Jardim Botânico, após a Ponte JK em Brasília, os ativistas inflaram um boneco gigante de Bolsonaro acompanhado de faixa com os dizeres “Sem anistia para golpistas”.

O protesto ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o julgamento histórico dos 8 réus. Mais de 3,3 mil pessoas inscreveram-se para assistir presencialmente, mas apenas 150 vagas foram liberadas pela corte.

Entre os acusados estão os generais Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e Mauro Cid, que firmou delação premiada.

A Procuradoria-Geral da República aponta crimes como tentativa de golpe, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático e dano ao patrimônio. As penas podem ultrapassar 40 anos de prisão em caso de condenação.

Fonte: DCM

A revolta de Malafaia e Michelle durante o julgamento de Bolsonaro no STF

O pastor Silas Malafaia, o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Foto: Nelson Almeida/AFP

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia se revoltaram nas redes enquanto o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), lia o relatório pedindo a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na mansão em Brasília onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar, Michelle acompanhava o julgamento ao lado do marido. Após uma série de postagens criticando o presidente Lula, a ex-primeira-dama compartilhou um trecho bíblico.

“Porque o senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração”, escreveu, citando os Salmos.
Post de Michelle Bolsonaro no Instagram. Foto: Reprodução


Já Malafaia divulgou um vídeo inflamado no qual prometia apresentar “provas” contra Moraes. “Como disse o senador Magno Malta, é o dia da vergonha. Bolsonaro já foi julgado nessa farsa política de pura perseguição, comandada pelo ditador da toga, Alexandre de Moraes”, afirmou.

O pastor acusou o Supremo de politizar decisões e comparou o caso ao de Lula. De forma distorcida, Malafaia afirmou que não havia presença da Polícia Federal quando o petista se entregou no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 2018.

Ao contrário do que diz o religioso, Lula deixou o sindicato em São Bernardo do Campo escoltado por uma comitiva da PF, em cumprimento à ordem de prisão determinada por Moro. Apesar disso, Malafaia insistiu em usar o episódio como paralelo ao julgamento de Bolsonaro.

O pastor voltou a atacar a atuação policial, agora no caso do ex-presidente. “Agora, olha a covardia com Bolsonaro. Colocar a polícia federal dentro da casa, no quintal da casa de Bolsonaro. É uma violação da intimidade”, mentiu, já que agentes têm ficado apenas no terreno do imóvel para evitar fuga.

Bolsonaro já tentou se abrigar na Embaixada da Hungria e tinha uma carta de pedido de asilo pronta para enviar ao presidente argentino, Javier Milei. Esses antecedentes levaram o STF a adotar medidas de contenção.

Veja o vídeo de Malafaia:

Fonte: DCM

“Impunidade e covardia não são opções para a pacificação”, diz Moraes em julgamento de Bolsonaro


O ministro Alexandre de Moraes durante julgamento de Jair Bolsonaro no STF. Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (2) que “a impunidade, a omissão e a covardia não são caminhos para a pacificação”. A declaração foi feita no início do julgamento da ação penal sobre a trama golpista, que definirá o destino de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus.

Antes de iniciar a leitura do relatório do caso, Moraes destacou que não faltará coragem ao tribunal para enfrentar tentativas de golpe de Estado. “A História nos ensina que a impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação”, disse.

“Existindo provas, acima de qualquer dúvida razoável, as ações penais serão julgadas procedentes e os réus serão condenados. Assim se faz a Justiça. Esse é o papel do Supremo Tribunal Federal, julgar com imparcialidade e aplicar a justiça a cada um dos casos concretos. Independentemente de ameaças ou coações, ignorando pressões internas ou externas. Lamentavelmente, no curso”, afirmou.

Moraes também frisou que pacificação não pode ser confundida com complacência diante de ataques à democracia.

“A pacificação do país depende do respeito à Constituição, da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições, não havendo possibilidade de se confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, que significa impunidade e desrespeito à Constituição Federal. E mais: significa incentivo a novas tentativas de golpe de Estado”, declarou.

Sem citar diretamente as sanções impostas pelo governo de Donald Trump contra ele, Moraes criticou o que classificou como “tentativas de obstrução de Justiça” e reforçou que isso não afetará a atuação do STF.

“O STF sempre será absolutamente inflexível na defesa da soberania nacional e em seu compromisso com a democracia, o Estado de Direito e os princípios constitucionais brasileiros”, afirmou.

O relatório apresentado pelo relator tem a função de contextualizar o processo, resumindo os fatos, argumentos e provas reunidas, além de dar transparência ao andamento da ação penal que marca um dos julgamentos mais importantes da história do Supremo.

Bolsonaro será julgado ao lado dos generais Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Também estão no processo o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens que firmou delação premiada.

A acusação feita pela PGR aponta crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. A pena pode ultrapassar 40 anos em caso de condenação.

Fonte: DCM

PGR defende condenação de Bolsonaro e aliados por plano de golpe: 'panorama espantoso e tenebroso'

Procurador-geral da República afirma que todos os oito réus do 'núcleo crucial' participaram de trama golpista; condenação pode chegar a 43 anos de prisão

Procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante abertura do julgamento da trama golpista (Foto: Antonio Augusto/STF)

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificou os atos investigados na ação penal que trata do planejamento de um suposto golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, após sua derrota eleitoral em 2022, como parte de um “panorama espantoso e tenebroso” contra a democracia brasileira.

Gonet foi o primeiro a apresentar argumentos à Primeira Turma do STF, após o relatório do ministro Alexandre de Moraes. Ele ressaltou que os réus colaboraram de forma coordenada, sob liderança de Bolsonaro, para atacar as instituições democráticas. “Os atos que compõem o panorama espantoso e tenebroso da denúncia são fenômenos de atentado, com relevância criminal contra as instituições democráticas. Não podem ser tratados como atos de importância menor”, declarou, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo Gonet, a denúncia apresentada inclui cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra bens da União. Caso sejam condenados, os réus podem enfrentar penas de até 43 anos de prisão.

O procurador-geral destacou que mesmo aqueles que não atuaram em todas as etapas da trama tiveram participação relevante. “Todos colaboraram, na parte em que lhes coube, para que o conjunto dos acontecimentos criminosos ganhasse realidade”, afirmou.

Além de Bolsonaro, são réus no processo o general Walter Braga Netto, o general Augusto Heleno, o deputado Alexandre Ramagem, o ex-ministro Anderson Torres, o general Paulo Sérgio Nogueira, o almirante Almir Garnier e o tenente-coronel Mauro Cid. Para o PGR, todos compõem o núcleo central da tentativa de insurreição.

Ele argumentou que o golpe só não avançou porque os então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, não aderiram ao plano.

De acordo com Gonet, a articulação golpista começou em 2021, após a recuperação dos direitos políticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A linha do tempo descrita pelo PGR inclui episódios como os ataques em Brasília na diplomação de Lula, a tentativa de explosão de um caminhão próximo ao aeroporto da capital no fim de 2022 e os atos de 8 de janeiro de 2023, que ele classificou como o “momento culminante da balbúrdia”.

O PGR citou ainda a reunião de Bolsonaro com os comandantes militares, na qual foi apresentada a chamada “minuta do golpe”, documento que daria suposta sustentação jurídica para anular o resultado das eleições de 2022. “Quando o presidente da República e depois o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso”, afirmou Gonet.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estadod e S. Paulo

Julgamento de Bolsonaro: movimentos sociais protestam em frente ao condomínio "Vivendas da Barra" (vídeo)

Manifestação ocorreu horas antes do início do julgamento no STF, que pode condenar o ex-presidente por cinco crimes relacionados à tentativa de golpe

       Condomínio no município do Rio (Foto: Reprodução (Record))

Poucas horas antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) dar início ao julgamento que pode levar à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentos sociais realizaram um protesto em frente ao condomínio Vivendas da Barra, na zona oeste do Rio de Janeiro. A informação é da CNN Brasil.

O local amanheceu com faixas e cartazes que pediam a prisão de Bolsonaro, acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de chefiar um grupo que teria planejado um golpe de Estado em 2022, após o resultado das eleições presidenciais. Apesar de manter um imóvel no condomínio, o ex-presidente está em prisão domiciliar desde 4 de agosto em Brasília, em outro endereço de sua propriedade.

Bolsonaro optou por não comparecer ao Supremo nesta terça-feira (2). Segundo sua defesa, ele gostaria de estar presente, mas alegou problemas de saúde para justificar a ausência. Aliados próximos afirmam que, embora se mantenha calmo às vésperas do julgamento, o ex-presidente enfrenta uma crise de soluços.

O julgamento, que começou nesta manhã na Primeira Turma do STF, pode se estender pelos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro, se necessário. Nesta etapa, os ministros analisam o chamado “núcleo 1” da denúncia apresentada pela PGR.

Além de Bolsonaro, outros sete aliados e ex-integrantes do seu governo compõem esse grupo central, acusado de planejar a ruptura institucional:

  •  Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;
  •  Almir Garnier, almirante de esquadra e ex-comandante da Marinha;
  •  Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  •  Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  •  Mauro Cid, ex-ajudante de ordens;
  •  Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
  •  Walter Braga Netto, general, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, além de candidato a vice-presidente em 2022.

Todos respondem a cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e ameaça grave, e deterioração de patrimônio tombado.

No entanto, no caso de Alexandre Ramagem, a Câmara dos Deputados aprovou em maio a suspensão parcial da ação penal contra ele, restringindo a acusação a três crimes: organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

O julgamento é considerado um dos mais emblemáticos da história recente do Supremo e deve definir o destino político e jurídico do ex-presidente e de parte de sua cúpula militar e política.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

“O olhar perdido e sem ânimo” de Bolsonaro na véspera do julgamento, segundo aliado

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar. Foto: Reprodução

Na véspera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro foi descrito por um interlocutor como alguém com “o olhar perdido e sem ânimo”, conforme informações do colunista Lauro Jardim, do Globo. A avaliação ocorreu na tarde de segunda-feira (1º), quando o ex-presidente recebeu a visita de aliados em sua casa, onde cumpre prisão domiciliar.

Estiveram com Bolsonaro o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o advogado Celso Vilardi, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além de alguns poucos apoiadores próximos.


O processo será conduzido pela Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, com relatoria do ministro Alexandre de Moraes. As sessões estão previstas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Bolsonaro, no entanto, não comparecerá presencialmente ao STF nesta terça-feira (2).

Fonte: DCM

Brasil tem “encontro marcado com a democracia”, diz Gleisi sobre julgamento de Bolsonaro no STF




Ministra afirma que análise do STF sobre tentativa de golpe marcará o fim da impunidade contra ataques ao Estado de Direito

    Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI)

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), disse nesta terça-feira (2) que o Brasil vive um momento decisivo com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus aliados por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Brasil tem hoje um encontro marcado com a democracia. O julgamento da ação penal do golpe pelo Supremo Tribunal Federal marca o fim de um ciclo histórico, em que permaneciam impunes os que atentavam contra o estado de direito e os governos eleitos pelo povo em nosso país”, disse.

“Todos os ritos do devido processo legal, a presunção de inocência e o direito de defesa foram rigorosamente observados, o que jamais teria acontecido sob as ditaduras do passado ou naquela que os réus, civis e militares, tentaram nos impor. Agora, a Justiça terá a palavra final. Que seja para afirmar ao Brasil e ao mundo que a era dos golpes e do arbítrio acabou. Democracia Sempre!”, completou a ministra.

☆ Réus do núcleo golpista

A Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino, será responsável por conduzir o julgamento. Além de Bolsonaro, estão no banco dos réus Alexandre Ramagem (ex-diretor-geral da Abin), Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e delator), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

☆ Possíveis penas

Todos são acusados por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas podem chegar a até 43 anos de prisão.

 

Fonte: Brasil 247

PF indicia bolsonarista que agrediu Flávio Dino em avião

Passageira foi contida após ofensas contra o ministro e responderá por injúria qualificada e incitação ao crime

     Flávio Dino (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

A Polícia Federal indiciou uma passageira que tentou agredir o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino durante um voo de São Luís para Brasília. De acordo com a assessoria de Dino, o ministro não reagiu às provocações e permaneceu sentado, concentrado em seu trabalho. As informações são do g1.

A mulher, no entanto, começou a gritar frases como “o avião estava contaminado” e “não respeitava esse tipo de gente”, dirigindo-se em seguida até a poltrona do magistrado. Nesse momento, foi contida por um dos seguranças que acompanhava a viagem.

Segundo a nota divulgada pela equipe de Dino, a passageira chegou a apontar em direção ao ministro e afirmar “o Dino está aqui”, o que foi interpretado como uma tentativa de incitar outros passageiros a reagirem contra ele. A confusão foi contida pela tripulação, que acionou imediatamente a Polícia Federal.

Um agente da PF que estava de plantão no Aeroporto de São Luís entrou no avião, conversou com a equipe de segurança do ministro e registrou a ocorrência. Após o pouso em Brasília, a mulher foi advertida e conduzida para prestar depoimento.

Em nota, a Polícia Federal informou que a passageira foi indiciada por injúria qualificada — prevista no artigo 140 do Código Penal, em conjunto com o artigo 141, inciso II —, por ofender a dignidade de alguém em local público, e também por incitação ao crime, tipificado no artigo 286, que trata de estimular outras pessoas a cometer delitos.

A equipe do ministro classificou as agressões como “inaceitáveis”, ressaltando os riscos à segurança do voo e ao bem-estar dos demais passageiros. “Todas as medidas cabíveis foram adotadas pelas autoridades competentes”, afirmou a assessoria, destacando ainda que atitudes desse tipo comprometem a tranquilidade e a operação segura da aeronave.

Fonte: Brasil 247