Ministro destaca que ações como o Bolsa Família e o microcrédito do programa Acredita contribuíram para avanço da renda e crescimento da classe média
Ministro Wellington Dias (Foto: Diego Campos/Secom-PR)
Mais de 3,5 milhões de brasileiros superaram a condição de pobreza entre janeiro e julho de 2025, segundo dados apresentados pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, transmitido nesta terça-feira (22) pelo Canal Gov, Dias apontou o crescimento do emprego formal e o estímulo ao empreendedorismo como pilares dessa transformação.
“Nós estamos falando aí de aproximadamente 3 milhões e meio de pessoas que saíram da pobreza esse ano de janeiro para cá. Na verdade, já são quase 24 milhões de pessoas que desde o começo deste mandato, em 2023, superaram a pobreza. São pessoas que saíram do Bolsa Família a partir da renda”, afirmou o ministro.
O resultado do avanço social já tem reflexo direto no programa Bolsa Família. Em julho, cerca de 958 mil famílias deixaram de receber o benefício. Grande parte dos desligamentos — mais de 536 mil — ocorreu após o cumprimento da chamada Regra de Proteção, que permite a manutenção parcial do auxílio mesmo com aumento da renda.
Essa regra garante que, ao ultrapassar o limite de R$ 218 por pessoa da família, o benefício não seja imediatamente cortado, desde que a renda mensal per capita não ultrapasse meio salário mínimo. Nesses casos, a família segue recebendo 50% do valor do benefício por até 24 meses. Já aqueles que ultrapassam esse teto ou pedem desligamento voluntário e voltam à pobreza têm prioridade de retorno ao programa por meio da política do Retorno Garantido.
Ainda em julho, outras 385 mil famílias saíram do Bolsa Família após atingirem rendimentos acima de R$ 759 per capita — valor superior ao limite da Regra de Proteção.
Wellington Dias também destacou que uma das principais condicionalidades do Bolsa Família — manter crianças e adolescentes na escola — está rendendo frutos no mercado de trabalho.
“Tem que estar matriculado, estudando, frequentando a escola, e a aprovação. E todo ano, a gente tem a comemoração de milhares de pessoas que se formam no nível técnico, superior, às vezes até pós-graduação, e são do Bolsa Família, são do Cadastro Único. Ali abre portas para o emprego”, declarou.
Segundo o ministro, esse movimento de ascensão social é visível no crescimento da classe média. “À medida que ali abre a condição de trabalhar, ganha a condição de sair do Bolsa Família, e muitos indo para a classe média. A classe média brasileira está crescendo e boa parte é o público do Bolsa Família que está ascendendo”, completou.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) confirmam essa transição: das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada criadas em 2024, 98,8% foram ocupadas por pessoas inscritas no CadÚnico, sendo que 1,27 milhão eram beneficiárias do Bolsa Família.
Outro destaque da entrevista foi o programa Acredita no Primeiro Passo, voltado para quem deseja empreender. A iniciativa oferece microcrédito com juros baixos para pessoas de 16 a 65 anos inscritas no CadÚnico, com atenção especial a mulheres, jovens, pessoas com deficiência, negros e populações tradicionais e ribeirinhas.
“Nós financiamos no campo, financiamos na cidade. São cerca de R$ 14 bilhões que já liberamos para o campo, para pequenos negócios, e aproximadamente R$ 10 bilhões para a parte urbana, e isso dá resultado”, afirmou.
O ministro destacou que, em 2023, o país comemorou a abertura de 2,3 milhões de pequenos negócios, número que cresceu para 4 milhões em 2024. Neste ano, segundo ele, já são 2,6 milhões de novos empreendimentos.
“Os pequenos negócios estão predominando, e são dos pequenos negócios a maior parte dos empregos, cerca de 70%, o que é muito importante. Um impulsiona o outro”, avaliou Dias.
Ao longo do programa, o ministro ressaltou os avanços no combate à fome e afirmou que o Brasil caminha para sair novamente do Mapa da Fome da ONU. O país havia deixado o mapa em 2014, mas retornou entre 2019 e 2021 devido ao aumento da pobreza e da insegurança alimentar.
Segundo dados das agências da ONU, 14,7 milhões de pessoas deixaram de passar fome em 2023. A insegurança alimentar severa caiu de 17,2 milhões de brasileiros em 2022 para 2,5 milhões em 2023 — uma redução de 85%.
“Nós recebemos em 2022 o Brasil com 33 milhões e 100 mil pessoas (com fome). Já reduzimos 24,4 milhões que estavam na fome, saíram da fome”, afirmou Dias.
Ele explicou que, embora os dados de 2023 e 2024 já apontem uma taxa de insegurança alimentar severa abaixo de 2,5%, o critério da FAO exige uma média de três anos consecutivos. Segundo o ministro, o resultado de 2024 permitirá que, em julho de 2026, o Brasil seja oficialmente retirado do Mapa da Fome.
“O Brasil já é o país que saiu da fome em menos tempo, 11 anos. Agora vamos alcançar em três anos. E ao mesmo tempo, reduzindo a miséria, estava em 9%. O Banco Mundial divulgou agora, caiu para 4%. Reduzindo a pobreza, que estava em 37% em 2021, caiu agora para 23%”, afirmou.
O ministro celebrou ainda a queda recorde dos índices de desigualdade, miséria e pobreza no Brasil. “Nós tivemos a maior redução da desigualdade da história do Brasil. Todos esses indicadores são recordes”, declarou.
Wellington Dias também destacou a melhora do Brasil no ranking internacional do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “O Brasil subiu cinco casas no ranking internacional, passando vários países, melhorando, nesse caso, ação social, a educação e a saúde”.
Fonte: Brasil 247