Ministro Jorge Messias, da AGU, também participará da reunião para definir o ressarcimento dos beneficiários prejudicados por descontos irregulares
Gilberto Waller Júnior (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado) O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, tem seu primeiro grande desafio nesta sexta-feira (2): reunir-se com um grupo de trabalho da Advocacia-Geral da União (AGU) para definir um plano de ressarcimento aos aposentados e pensionistas prejudicados por descontos irregulares em seus benefícios. Segundo a coluna da jornalista Jussara Soares, da CNN Brasil, o advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, também participará da reunião.
Com dificuldades para mensurar o total desviado, o governo federal quer acelerar o processo de indenização, especialmente após os desdobramentos da investigação que apontam um rombo potencial de até R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024. Parte desse montante, no entanto, ainda está sob análise, já que nem todos os descontos identificados foram necessariamente irregulares – alguns beneficiários teriam autorizado as cobranças.
A chegada de Waller à presidência do INSS tem como missão central destravar o avanço do plano de compensação e reforçar a resposta do governo diante da gravidade do escândalo. Sua nomeação, feita horas antes do pronunciamento presidencial no Dia do Trabalhador (30), foi chancelada pelos ministros Jorge Messias (AGU) e Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União - CGU). O titular da Previdência, Carlos Lupi, ficou fora da decisão em meio à pressão por resultados e responsabilização.
No pronunciamento nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou publicamente o caso pela primeira vez. Em tom firme, afirmou que os responsáveis pelos descontos ilegais devem ser levados à Justiça.
“Na última semana, o nosso governo, por meio da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal, desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas, que vinha operando desde 2019. Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, declarou Lula.
Segundo fontes do Palácio do Planalto ouvidas pela reportagem, a escolha de Waller buscou sinalizar prioridade e ação imediata diante do escândalo. O presidente procurava alguém com “capacidade de resolver o problema emergencial” e alinhar a resposta administrativa com a estratégia política de enfrentamento à corrupção.
A ordem no núcleo do governo é reforçar que o esquema foi revelado graças à atuação de órgãos federais de controle, como a CGU e a Polícia Federal, e que o Executivo está empenhado em responsabilizar os envolvidos. A mensagem central é que o governo não compactua com práticas ilegais e age de forma enérgica para proteger os direitos dos beneficiários da Previdência Social.
Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil