quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Aprovação de Lula cresce 10 pontos em 7 meses em SP

Paraná Pesquisas aponta reação da popularidade do presidente na capital paulista

     Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

A avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou forte recuperação na cidade de São Paulo. Segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (15) pelo instituto Paraná Pesquisas, Lula ganhou dez pontos percentuais de aprovação entre março e outubro deste ano, enquanto sua taxa de desaprovação recuou na mesma proporção.

O avanço ocorre no contexto da reação do presidente ao tarifaço imposto em julho pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A postura de Lula diante da medida repercutiu positivamente e rendeu ganhos políticos. Outros institutos, como Quaest e AtlasIntel, também registraram movimentos semelhantes em pesquisas nacionais recentes.

⊛ Avanço da aprovação em números

Em março, 38,2% dos paulistanos aprovavam a gestão de Lula, enquanto 58,1% a desaprovavam. Já em outubro, a aprovação saltou para 48,8%, praticamente empatando com a desaprovação, que recuou para 48%.

O cenário já havia mostrado sinais de melhora em agosto, quando um levantamento intermediário apontava tendência de crescimento da popularidade do presidente na maior cidade do país.

⊛ Avaliação do governo e percepção da gestão

Quando a pergunta se refere especificamente à administração, os números também são mais favoráveis a Lula. Em outubro, 34,8% dos entrevistados avaliaram o governo como “ótimo” ou “bom” – um aumento expressivo em relação aos 26% registrados em março. Já a percepção negativa caiu de 48,5% para 38,1% no mesmo período.

⊛ Metodologia

A pesquisa do Paraná Pesquisas ouviu 905 eleitores da capital paulista entre os dias 9 e 12 de outubro. A margem de erro é de 3,3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: Brasil 247

“Família tradicional”: prefeito que barrou Milly Lacombe ganha BO da amante e medida protetiva da esposa

Anderson Farias e Sheila Thomaz – Foto: Reprodução

O prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), que recentemente ganhou destaque nacional por barrar a participação da escritora Milly Lacombe em um festival literário da cidade, está ao centro de uma crise pessoal e política. O mesmo gestor que vetou a presença da autora por críticas ao conceito de “família tradicional” agora enfrenta acusações de violência doméstica feitas pela própria esposa e primeira-dama, Sheila Thomaz, além de um boletim de ocorrência registrado por uma servidora apontada como sua amante.



◉ Medida protetiva

A primeira-dama, que perdeu a presidência do Fundo Social de Solidariedade nesta quarta-feira (15/10), já havia acusado o prefeito de agressões e ameaças. A Justiça concedeu a Sheila uma medida protetiva contra o marido no início deste mês.

A decisão determina que Anderson Farias não pode se aproximar da esposa a menos de 200 metros nem manter qualquer tipo de contato. O documento, expedido pela Vara da Violência Doméstica e Familiar de São José dos Campos, prevê prisão em flagrante ou preventiva caso o prefeito descumpra a ordem. As restrições são válidas por um ano e podem ser prorrogadas.

Segundo o boletim de ocorrência registrado por Sheila, o prefeito teria agredido fisicamente ela e a filha do casal durante uma discussão no início do mês. Ela também relata episódios de ofensas, humilhações e controle financeiro. No mesmo documento, Sheila afirma ter sido ameaçada e xingada pela sogra após a aproximação da mãe de Anderson com Milena Coelho, a servidora apontada como amante do prefeito.

◉ A perda do cargo e o boletim da suposta amante

Sheila foi afastada do comando do Fundo Social logo após a divulgação de um boletim de ocorrência registrado por Milena Coelho, enfermeira concursada da prefeitura desde 2017. A servidora acusa a primeira-dama de perseguição, ameaças e injúria, afirmando manter um relacionamento amoroso com o prefeito.

O documento foi registrado em 27 de agosto. Nele, Milena relata que Sheila teria ido ao seu local de trabalho para constrangê-la publicamente, além de vigiá-la em casa e chamá-la de “puta” em um evento público. A servidora também acusa a então primeira-dama de montar um “dossiê” com informações falsas para tentar provocar sua demissão.

“Fez ainda um dossiê contra a declarante com fatos inverídicos, colocando pessoas para tirar foto da declarante onde ela vai, em casa, no trabalho e qualquer outro lugar que esteja, sendo que esse dossiê seria para a declarante ser demitida (…) A declarante se sente intimidada, ameaçada e perseguida por Sheila, não sabendo do que ela é capaz, temendo por sua vida e integridade física”, diz o boletim.

Apesar das acusações, a Polícia Civil não abriu investigação formal, alegando que o caso é de “autoria desconhecida”, pois o registro não inclui dados pessoais de Sheila Thomaz.

A divulgação do boletim nesta quarta-feira, por um veículo local, levou a prefeitura a publicar uma nota oficial anunciando a separação de Anderson e Sheila. O texto afirma que o casal decidiu “seguir caminhos pessoais distintos” e pede respeito à privacidade de ambos.

“O prefeito Anderson Farias e Sheila Thomaz, de comum acordo, decidiram seguir caminhos pessoais distintos. O prefeito seguirá exercendo normalmente suas funções, com foco nas ações e metas do Plano de Gestão. Sheila Thomaz deixará a presidência do Fundo Social para se dedicar a projetos pessoais e profissionais”, diz o comunicado.

◉ Bastidores políticos

Segundo o Metrópoles, o suposto relacionamento entre o prefeito e Milena já era conhecido nos bastidores políticos desde o ano passado. Farias teria mantido o casamento por aparência, enquanto Sheila planejava uma carreira política própria. Até o mês passado, ela era filiada ao PSD — mesmo partido do prefeito — e já havia trabalhado no gabinete do ex-deputado estadual Hélio Nishimoto na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Fonte: DCM

Presidente da Funai sob Bolsonaro é condenado a 10 anos por perseguir indígenas e servidores

Marcelo Xavier recebeu pena por intimidação ligada ao Linhão de Tucuruí

           Presidente da Funai, Marcelo Xavier (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no governo de Jair Bolsonaro, Marcelo Xavier, foi condenado a dez anos de prisão por perseguir servidores públicos, lideranças indígenas e até um procurador da República. A decisão foi tomada pelo juiz federal Thadeu José Piragibe Afonso, da 1ª instância no Amazonas. A informação foi revelada pela Folha de S.Paulo.

Xavier, que também é delegado da Polícia Federal, já enfrentava outros processos relacionados ao desmonte da Funai e chegou a ser indiciado pela própria PF sob suspeita de homicídio com dolo eventual no caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Agora, a condenação decorre de ações de intimidação ligadas à liberação do Linhão de Tucuruí, uma linha de transmissão de energia de 122 km que liga Roraima ao sistema nacional e atravessa terras do povo Waimiri Atroari.

⊛ Pressões e perseguições

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Xavier usou indevidamente sua posição para pressionar pela obra, chegando a abrir inquérito na Polícia Federal contra servidores e indígenas contrários ao empreendimento. O procedimento foi arquivado em 2021. Não satisfeito, o então presidente da Funai apresentou uma representação criminal contra o procurador Igor Spínola, que havia decidido pelo arquivamento.

Na sentença, o juiz apontou que a atuação de Xavier tinha motivações ideológicas e não se sustentava em fundamentos jurídicos. “O acusado se valeu do uso indevido do cargo de presidente da Funai e do fato de ser delegado federal e possuir acesso a informações de inteligência consideradas classificadas para determinar a instauração de inquérito policial como meio de intimidação contra servidores públicos que sabia inocentes”, registrou a decisão.

⊛ Danos às vítimas

Entre as vítimas listadas no processo estão nove servidores da Funai, dois líderes de associações locais, um advogado que atuava na defesa dos Waimiri Atroari, o procurador da República Igor Spínola e três entidades voltadas à defesa indígena e ambiental. Segundo o juiz, os atos de Xavier causaram “danos concretos à reputação e à psique das vítimas, tanto individuais (servidores e procurador) quanto coletivos (povo Waimiri Atroari)”.

Marcelo Xavier foi condenado a duas penas de cinco anos cada, em processos distintos, totalizando dez anos de prisão. Cabe recurso. Procurado pela Folha, ele não se manifestou até a publicação da reportagem.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Eduardo Bolsonaro aposta em apoio dos EUA para disputar as eleições em 2026

Deputado afirma que eventual condenação no STF traria reação da Casa Branca e sanções contra autoridades brasileiras

           Eduardo Bolsonaro aposta em apoio dos EUA para disputar as eleições em 2026 (Foto: Agência Brasil)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) se movimenta para disputar a Presidência no ano que vem mesmo sob o risco de inelegibilidade. Ele responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta coação no curso do processo e, condenado, ficaria impedido de concorrer. Apesar disso, segundo a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, o parlamentar tem dito a aliados que aposta que os Estados Unidos irá atuar para sustentar sua candidatura ao Palácio do Planalto.

De acordo com a reportagem, Eduardo afirma que, se for condenado, ministros do STF estariam “atraindo novas sanções” da Casa Branca ao Brasil. Ele argumenta que essas sanções foram definidas por Washington e prevê reação do governo do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso o Supremo avance para puni-lo.

⊛ Estratégia de deslegitimação

A estratégia do deputado combina a tentativa de deslegitimar uma eventual condenação no STF e a expectativa de que a política externa de Washington pressione o Brasil. Ao mesmo tempo, a aproximação entre Donald Trump e Lula reconfigura o tabuleiro: se o canal entre os dois governos avançar, o espaço para a narrativa de Eduardo pode encolher, sobretudo se prevalecer a leitura de que as sanções seguem critérios da Casa Branca e não interesses particulares e ideológicos da família Bolsonaro.

⊛ Inquérito no STF

O inquérito no STF aponta que Eduardo teria articulado punições e sanções ao Brasil e a integrantes do Judiciário e do governo brasileiro para tentar interferir no julgamento de Jair Bolsonaro (PL). Na leitura do deputado, uma decisão desfavorável poderia deflagrar um novo capítulo de desgaste diplomático, com reflexos internos e externos em ano eleitoral

⊛ Isolamento

No Palácio do Planalto, porém, a avaliação é distinta. Integrantes do governo consideram que Eduardo ficou politicamente isolado depois que Trump abriu diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um telefonema na semana passada. Segundo o relato, a família Bolsonaro não foi mencionada na conversa entre os dois chefes de Estado

⊛ Negociações bilaterais

Nesta linha, está prevista para esta quinta-feira (15) uma rodada de negociações entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. A pauta inclui o chamado “tarifaço” e as sanções impostas a autoridades brasileiras — temas que adicionam tensão às relações bilaterais e ajudam a explicar o cálculo político de Eduardo

A estratégia do deputado combina a tentativa de deslegitimar uma eventual condenação no STF e a expectativa de que a política externa de Washington pressione o Brasil. Ao mesmo tempo, a aproximação entre Donald Trump e Lula reconfigura o tabuleiro: se o canal entre os dois governos avançar, o espaço para a narrativa de Eduardo pode encolher, sobretudo se prevalecer a leitura de que as sanções seguem critérios da Casa Branca e não interesses particulares e ideológicos da família Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Entenda por que Messias segue como favorito à vaga de Barroso no STF

Apoio político, perfil técnico e articulação nos bastidores fortalecem sua posição

         Jorge Messias (Foto: Emanuelle Sena/Ascom da AGU)

Aliados e observadores do Judiciário apontam que Jorge Messias mantém vantagem significativa na disputa pela vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no STF.

De acordo com a coluna de Julia Duailibi, a combinação de presença política no governo, confiança pessoal com Lula e status institucional faz de Messias o nome observado com maior simpatia nos bastidores da Corte e do Congresso.

Messias, atual advogado-geral da União, tem trânsito nos dois poderes e foi protagonista em decisões jurídicas estratégicas do Executivo, o que lhe confere visibilidade para o cargo. Sua indicação anterior à AGU foi interpretada como uma aproximação calculada entre o Palácio do Planalto e o Supremo.

No universo do Supremo, o nome de Messias já é visto como natural substituto de Barroso. Analistas ressaltam que, em escolhas anteriores, Lula priorizou nomes com afinidade política — como no caso de Cristiano Zanin e Flávio Dino — e que Messias reúne essa combinação.

Se a escolha final mantiver esse padrão, sua nomeação tende a encontrar menos resistência no Senado, especialmente considerando que se apresenta como interlocutor confiável para diferentes grupos.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Julia Duailibi, no jornal O Globo

PGR pede retomada de inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF

Pedido será analisado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes

      Ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

André Richter, repórter da Agência Brasil - O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta quarta-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a reabertura do inquérito da Polícia Federal que investigou o ex-presidente Jair Bolsonaro pela suposta interferência na corporação.

Em março de 2022, durante o governo do ex-presidente, a PF concluiu que não houve ingerência política e pediu o arquivamento do caso.

A questão começou a ser investigada após o ex-juiz Sergio Moro pedir demissão do cargo de ministro da Justiça e insinuar interferência na PF por meio da troca do então diretor-geral Maurício Valeixo, indicado por ele.

No documento enviado hoje ao STF, o procurador-geral disse que é necessário apurar se houve “efetivamente” interferências na PF e citou conversas de WhatsApp trocadas entre Moro e Bolsonaro, em 2020.

Segundo a PGR, Bolsonaro enviou uma mensagem no dia 22 de abril de 2020 a Moro e confirmou que Valeixo seria demitido. No dia seguinte, o ex-presidente compartilhou uma notícia sobre investigações da PF contra deputados que o apoiavam.

“Imprescindível, portanto, que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferências nas investigações apontadas nos diálogos e no depoimento do ex-ministro, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”, afirmou.

Conforme o pedido da PGR, a PF deverá checar a ligação da suposta interferência com as investigações sobre a Abin Paralela, propagação de desinformação e uso da estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na trama golpista.

A solicitação para reabertura da investigação será analisada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Fonte: Brasil 247

Mídia brasileira naturaliza ação da CIA contra um país vizinho da América do Sul

Tratamento complacente e acrítico de Folha, Valor e jornal Estado de S. Paulo legitima incursão norte-americana sob o pretexto de “derrubar ditadura”

            Donald Trump e Nicolás Maduro (Foto: Manaure Quintero/Reuters I Piroschka Van De Wouw/Reuters)

A autorização dada pelo governo de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, para que a CIA execute operações secretas na Venezuela expôs mais uma vez a complacência e a submissão da mídia brasileira diante das ações ilegais promovidas por Washington na América do Sul.

De acordo com reportagens publicadas pelo jornal Estado de S. Paulo e pelo Valor Econômico, Trump deu aval para missões clandestinas da agência americana com o objetivo de “retirar Nicolás Maduro do poder”, reforçando a política intervencionista que historicamente marca a presença dos EUA na região. A Folha de S. Paulo, em linha semelhante, tratou o tema com o mesmo enquadramento — como se a violação de soberania de um país vizinho fosse um ato normal de “geopolítica”.

Em nenhum dos grandes jornais o leitor encontrará indignação, denúncia ou questionamento ético sobre o fato de uma potência estrangeira orquestrar ações de espionagem e desestabilização política na América Latina. Ao contrário, as publicações se limitam a reproduzir a narrativa oficial norte-americana, que tenta justificar o intervencionismo sob o argumento de “combater ditaduras”.

Essa abordagem acrítica, repetida há décadas, reflete a velha submissão ideológica da imprensa brasileira à hegemonia dos Estados Unidos. Ao classificar a Venezuela apenas como “regime autoritário”, sem analisar o impacto do bloqueio econômico e das sanções impostas por Washington, os jornais reforçam o enquadramento colonial que vê a América Latina como quintal geopolítico.

A normalização midiática da ingerência da CIA é um sintoma de dependência simbólica: os veículos reproduzem, quase automaticamente, o discurso do poder imperial. A omissão diante de um ato de agressão contra um país vizinho revela não apenas covardia editorial, mas também cumplicidade com uma narrativa que criminaliza governos independentes e legitima o uso da força.

Ao aceitar como “natural” a espionagem e a sabotagem promovidas por uma potência estrangeira, a mídia brasileira abdica de sua função crítica e reafirma um padrão histórico de colonialismo informativo, em que os interesses de Washington prevalecem sobre a verdade e sobre a soberania latino-americana.

Fonte: Brasil 247

Mauro Vieira busca em Washington o fim de sanções e tarifas impostas pelos Estados Unidos


Encontro com o secretário de Estado Marco Rubio prepara terreno para reunião entre Lula e Trump e tenta garantir avanços concretos na relação bilateral

Rio de Janeiro (RJ), 28/04/2025 – O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Washington nesta quinta-feira (16) para uma reunião estratégica com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, com o objetivo de preparar o próximo encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi divulgada pelo portal InfoMoney.

De acordo com fontes do governo brasileiro, Vieira leva na bagagem uma cobrança direta: o fim das sanções contra cidadãos brasileiros e a suspensão das tarifas de 50% impostas por Washington sobre exportações nacionais. O chanceler pretende assegurar que a futura reunião presidencial vá além de gestos simbólicos e resulte em medidas concretas de reaproximação.

A conversa entre Vieira e Rubio é a segunda neste ano — a primeira ocorreu em julho, após Trump anunciar o chamado “tarifaço” e vincular uma retomada comercial ao arquivamento do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na ocasião, o governo brasileiro reagiu de forma firme, afirmando que a soberania nacional deve ser respeitada e lembrando que os Poderes no país são independentes. Desde então, além das tarifas, os Estados Unidos abriram investigações por supostas práticas desleais de comércio contra o Brasil, que podem gerar novas sanções.

Entre os pontos em disputa estão questões ambientais, o combate à corrupção, a regulamentação de plataformas digitais e o uso do Pix como meio de pagamento. Washington também mira as vendas de produtos falsificados na Rua 25 de Março, em São Paulo.

De acordo com nota do Itamaraty, o encontro desta semana “dá seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países, conforme definido pelos presidentes”.

Nos bastidores, os objetivos são distintos. O Brasil busca reduzir barreiras comerciais, garantir previsibilidade e fortalecer cadeias produtivas locais, enquanto os Estados Unidos querem maior acesso a minerais estratégicos, regras mais flexíveis para empresas de tecnologia e alinhamento geopolítico em temas sensíveis.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou recentemente o interesse americano em tratar do fornecimento de lítio, níquel e terras raras, reforçando a busca de Washington por estabilidade no acesso a insumos estratégicos. Já no campo digital, o Brasil tenta equilibrar atração de investimentos e preservação da soberania de dados, enquanto os EUA pressionam por regras favoráveis a suas grandes corporações tecnológicas.

Para o governo Lula, o desafio é avançar nas negociações sem abrir mão da autonomia nacional e garantir que o diálogo com Trump resulte em benefícios econômicos concretos, fortalecendo a posição do Brasil no cenário global.

Fonte: Brasil 247 com informações do Infomoney

Gleisi defende demissões estratégicas e exige compromisso de quem ficar com a reeleição de Lula

“O natural é demitir quem não serve ao projeto”, afirmou

       Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)

 Em entrevista concedida ao jornal O Globo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que “a orientação é demitir” quando houver falta de alinhamento político e que a permanência de quadros no governo depende do compromisso com a reeleição do presidente Lula.

Gleisi foi direta ao dizer que não há espaço para quem não estiver comprometido com o projeto político do governo: “A orientação é demitir e, se quiser ficar no governo, é quem tiver compromisso com a reeleição de Lula”.

Segundo a ministra, não se trata de perseguição, mas de coerência política. “O natural é demitir quem não serve ao projeto”, afirmou, destacando que a gestão precisa estar afinada com os objetivos do presidente.

Gleisi também comentou as insatisfações internas e as dificuldades de convivência entre diferentes alas políticas dentro da base. Para ela, divergências são naturais, mas é necessário “manter a coesão e a lealdade” diante dos desafios do governo.

A ministra reconheceu que ajustes serão inevitáveis nos próximos meses, à medida que a agenda eleitoral de 2026 se aproxima. “Não é possível tolerar inconsistência ou traição política. Precisamos estar unidos em torno de Lula e do que ele representa”, disse.

A declaração de Gleisi marca um endurecimento no discurso político do Planalto e sinaliza que o núcleo lulista pretende reforçar a disciplina interna para garantir estabilidade e foco na reeleição.

Fonte: Brasil 247

CPMI do INSS ouve assessor do presidente da Conafer e vota 101 requerimentos


Votação de requerimentos deve dividir parlamentares: oposição quer quebrar sigilos de Lupi e convocar Frei Chico, enquanto governistas querem ouvir suspeitos de distribuir dinheiro do esquema contra aposentados - Jefferson Rudy/Agência Senado

A CPMI do INSS deve tomar nesta quinta-feira (16), em reunião marcada para as 9h, o depoimento de Cícero Marcelino de Souza Santos, ligado à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), uma das associações acusadas de envolvimento na fraude contra aposentados e pensionistas. Há suspeitas de que Cícero Marcelino recebia valores das mensalidades ilegais da Conafer, sob pretexto de ser prestador de serviços para a entidade associativa. Assessor de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer, Cícero Marcelino foi alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal.

Em depoimento à CPMI no dia 29 de setembro, Lopes disse que Cícero Marcelino prestava serviços diversos à entidade.

— Nós tivemos locações de veículos, compra de sêmen, compra de insumos para realização de melhoramento genético, tivemos também fornecimento de brinquedos para o Natal de 2023, 2024, onde demos mais de 300 mil brinquedos para as crianças neste país. São vários insumos, nobre relator — disse o presidente da Conafer sobre seu assessor, em resposta ao relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

Requerimentos

Na primeira parte da reunião, estão em pauta 101 requerimentos, que devem dividir os integrantes da CMPI. Um deles é a quebra de sigilos do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Os pedidos incluem e-mail institucional do INSS e celular pessoal, além de dados bancários e fiscais.

Os parlamentares também devem decidir se convocam o vice-presidente da Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), José Ferreira da Silva, o Frei Chico. O Sindnapi é uma das associações acusadas pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), de filiar aposentados sem autorização e cobrar deles mensalidades automaticamente.

Frei Chico é irmão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e alvo de 11 requerimentos de senadores e deputados para comparecer à CPMI. O senador Izalci Lucas (PL-DF) afirma que Frei Chico deve esclarecer o aumento de ganhos do sindicato com as mensalidades, diante do silêncio do presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, no depoimento de 9 de outubro (REQ 34/2025 - CPMI INSS).

“Frei Chico tem o dever de esclarecer o assombroso e inexplicável crescimento na arrecadação de sua entidade, que saltou de R$ 23,3 milhões em 2020 para a cifra colossal de R$ 154,7 milhões em 2024. A alegação de ele não figura como ‘alvo direto’ em investigações da Polícia Federal é um argumento irrelevante para os trabalhos desta CPMI”, diz Izalci.

Já parlamentares da bancada governista, como o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), pedem a convocação de Philipe Roters Coutinho, agente da Polícia Federal, acusado de envolvimento nas fraudes, e de Thiago Schettini, apontando como facilitador dos esquemas investigados e supostamente ligado a Antonio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS". Além disso, eles pedem a convocação de José Arnaldo Bezerra Guimarães, que, suspeito de integrar o esquema, teria feito pagamentos à filha de Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, do ex-ministro da Previdência do governo Bolsonaro.

O relator, Alfredo Gaspar, apresentou pedido de prisão preventiva de Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindnapi, para ser votado na reunião (REQ 2231/2025 - CPMI INSS). Gaspar acusa Baptista de comandar “esquema criminoso que desviou milhões de reais” por meio do sindicato. O relator afirma que “falsificação grosseira” de documentos e contratações de serviços de empresa de sua esposa estão entre os indícios do crime.

Convocação

Os parlamentares analisarão requerimentos de convocação de outras 14 pessoas. Entre elas está o sócio da empesa DM&H Assessoria Empresarial, Adelino Rodrigues Junior. O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) explica em seu requerimento que Adelino é sócio de Domingos Sávio de Castro, que conduz uma outra empresa de telemarketing envolvida no esquema criminoso.

Um dos diretores do Dataprev, Alan Santos, e o chefe da Ouvidoria do INSS, Lenilson Queiroz de Araújo, também podem ser obrigados a comparecer para prestar depoimento.

A CPMI também pode aprovar a quebra de sigilo fiscal de quatro pessoas e 13 empresas, inclusive com o envio de relatório de inteligência financeira pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que investiga crimes financeiros e transações suspeitas.

Fonte: Agência Senado

VÍDEO: Câmara barra andamento de ação no STF contra o bolsonarista Gustavo Gayer


       O deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO). Foto: Mandel Ngan/AFP

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (15) a suspensão da ação penal que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO). O parlamentar é acusado de calúnia, injúria e difamação após ataques feitos a senadores e ministros do Supremo em vídeo publicado nas redes sociais.

A votação terminou com 268 votos a favor da suspensão e 167 contrários. A decisão tem como base o artigo 53 da Constituição, que autoriza o Congresso a sustar o andamento de processos penais contra deputados por atos cometidos durante o mandato.


A queixa-crime havia sido apresentada em fevereiro de 2023 pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso (PSD-GO). No vídeo, Gayer ofendeu Cardoso e outros parlamentares, como Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Jorge Kajuru (PSB-GO), além de ministros do STF. A Primeira Turma do Supremo, com relatoria de Alexandre de Moraes, havia aceitado a denúncia por unanimidade em novembro de 2024.

Plenário da Câmara dos Deputados durante a discussão e votação do projeto de lei que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda. Foto: Pedro Ladeira/Pedro Ladeira/Folhapress
O projeto de suspensão foi apresentado pelo PL e aprovado após parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), relatado por Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR). O relator reconheceu que o discurso de Gayer foi “grosseiro e inadequado”, mas alegou que as falas estavam protegidas pela imunidade parlamentar.

A decisão ocorre em meio a um ambiente de tensão entre o Legislativo e o Judiciário, acentuado pelas discussões em torno da chamada “PEC da Blindagem”, que previa a exigência de aval do Congresso para abertura de ações penais contra parlamentares. A proposta foi arquivada pelo Senado após forte reação pública.

Com a aprovação, o processo contra Gayer ficará suspenso enquanto ele exercer o mandato, e a prescrição também será interrompida pelo mesmo período. O resultado deve aumentar o atrito entre Câmara e Senado, já que Davi Alcolumbre, um dos alvos do deputado, preside a Casa Alta.

Fonte: DCM