quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Portaria da PF impede que Tarcísio visite Bolsonaro

Norma interna restringe acessos ao ex-presidente, que só pode receber familiares e advogados na sede da Polícia Federal

Brasília (DF) - 29/11/2024 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A permanência de Jair Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, deve reduzir ao mínimo sua interlocução política. Segundo reportagem do Valor Econômico, a aplicação da Portaria 1.104/2024 — norma interna da Superintendência Regional da PF do Distrito Federal — limita severamente o acesso ao ex-presidente, condenado a 27 anos e três meses por golpe de Estado.

A portaria, à qual o Valor teve acesso, não é pública, mas estabelece que somente familiares e advogados podem entrar na PF para visitá-lo. Com isso, aliados políticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que já tinha uma visita agendada, estão impedidos de encontrá-lo.

◎ Regras rígidas para visitas familiares

De acordo com o documento interno, familiares só podem visitar Bolsonaro às terças e quintas-feiras, das 9h às 11h, com limite de 30 minutos por visitante. Há ainda a restrição de apenas dois familiares por dia, e os encontros devem ocorrer separadamente.

Ou seja, Bolsonaro não pode receber dois filhos ao mesmo tempo. Foi nessas condições que, no domingo (23), após a prisão preventiva por violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, o ministro Alexandre de Moraes autorizou as visitas de Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro. Cada um permaneceu meia hora com o pai, de forma individual.

“Dessa forma, autorizo as visitas requeridas, por ordem alfabética, nos termos da Portaria SR/PF/DF nº 1104, de 27 de março de 2024”, escreveu Moraes ao liberar os encontros, que ocorreram nesta terça-feira (25).

Para defensores, o acesso é permitido em dias úteis, das 10h às 12h e das 16h às 18h, também por 30 minutos. Neste caso, a portaria autoriza a entrada de mais de um advogado ao mesmo tempo.

◎ Moraes mantém restrições e pode flexibilizar se quiser

Ao determinar o início da execução da pena, Moraes afirmou que qualquer visita deve ser previamente autorizada pelo STF. Tecnicamente, isso lhe permite flexibilizar as regras da portaria, mas desde domingo o ministro tem autorizado os acessos exatamente nos termos definidos pela PF.

Enquanto esteve em prisão domiciliar, Bolsonaro manteve intensa articulação política, inclusive discutindo nomes para sucessão presidencial em 2026. Naquele período, familiares tinham autorização permanente para visitá-lo, e aliados precisavam solicitar aval prévio do ministro.

Com a ordem de prisão, todas as visitas previamente autorizadas foram canceladas, inclusive as que já estavam agendadas com os governadores Tarcísio de Freitas, Claudio Castro (Rio de Janeiro) e Ronaldo Caiado (Goiás).

Fonte: Brasil 247

Golpistas criavam idosos fictícios para fraudar benefícios do INSS

Operação da PF desarticula esquema que desviou mais de R$ 2 milhões em Minas Gerais

      INSS (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (26), uma operação que revelou um sofisticado esquema para fraudar benefícios assistenciais voltados a idosos de baixa renda. A quadrilha atuava em diversas cidades de Minas Gerais e movimentou mais de R$ 2 milhões em pagamentos indevidos.

De acordo com o Metrópoles, a ação — batizada de Operação Múltiplas Faces — também barrou a liberação de outros R$ 830 mil que estavam prestes a ser sacados pelos criminosos. A investigação contou com apoio da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP) e se concentrou na criação de identidades falsas usadas para acessar o sistema do INSS.

⊛ Esquema criava beneficiários

A apuração identificou que o grupo estruturou o golpe a partir da fabricação de pessoas inexistentes. Esses perfis eram montados com RGs fraudulentos, comprovantes de residência fictícios e demais documentos necessários para solicitar benefícios assistenciais. Com essa engenharia criminosa, os pedidos eram inseridos como se fossem usuários reais, permitindo o recebimento indevido dos recursos públicos.

A Força-Tarefa Previdenciária encontrou, até o momento, ao menos oito benefícios já concedidos ilegalmente. Os investigadores afirmam que o grupo explorava falhas no sistema de concessões para validar as identidades falsas e acelerar a aprovação dos pedidos.

⊛ Mandados cumpridos em três cidades mineiras

Para dar sequência às investigações, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Contagem, Timóteo e Córrego Novo. As ordens foram expedidas pela 2ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte.

Foram recolhidos documentos, equipamentos eletrônicos e registros bancários, que agora passam por análise técnica. Os envolvidos podem responder por estelionato qualificado e por outros crimes que venham a ser identificados a partir do material apreendido.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Generais presos agradecem "tratamento digno" do Exército e da PF

Augusto Heleno e Paulo Sergio Nogueira agradeceram ao comando do Exército a discrição e pelas instalações “dignas” onde cumprirão pena

       Augusto Heleno (Foto: Ton Molina/STF)

Os generais Augusto Heleno e Paulo Sergio Nogueira manifestaram gratidão ao Alto Comando do Exército pelo modo como foram detidos nesta terça-feira (25). Segundo Caio Junqueira, da CNN Brasil, ambos avaliaram positivamente a forma como o mandado de prisão foi cumprido, destacando a postura institucional adotada ao longo da operação.

De acordo com pessoas que acompanharam a ação, Heleno e Nogueira se disseram satisfeitos por receberem “tratamento digno” e fizeram chegar esse reconhecimento ao comandante do Exército, general Tomás Paiva. Eles também agradeceram por não terem sido expostos publicamente e por terem sido acomodados em instalações consideradas “dignas” dentro da sede do Comando Militar do Planalto.

Relatos internos apontam que Paiva vinha defendendo há meses, em conversas diretas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que eventuais prisões de militares de alta patente ocorressem de maneira discreta e respeitosa, considerando a trajetória dos oficiais. No balanço feito na noite de terça, a avaliação na Força era de que o tribunal atendeu ao pedido e conduziu as prisões de forma “respeitosa”.

As detenções ocorreram após decisão unânime da Primeira Turma do STF, que referendou as determinações do ministro Alexandre de Moraes. A Turma confirmou a execução das penas impostas a Jair Bolsonaro (PL) e a outros cinco condenados por participação na articulação golpista. Moraes havia assinado os mandados e convocado julgamento virtual para deliberar sobre o caso, concluído com placar de 4 a 0 — com votos favoráveis de Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, além do próprio relator.

O ministro Luiz Fux, que antes havia votado pela absolvição de Bolsonaro, já não participava da composição, pois deixou a Primeira Turma no mês anterior para integrar a Segunda Turma do tribunal.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Condenados por trama golpista passam por audiências de custódia

Réus presos, incluindo Jair Bolsonaro, serão apresentados ao Supremo nesta quarta

      18/11/2025 - Primeira Turma do STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)

As audiências de custódia dos condenados pelo “núcleo crucial” da trama golpista de 2022 concentram as atenções desta quarta-feira (26), marcando a primeira avaliação judicial após as prisões decretadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Os procedimentos, que ocorrem por videoconferência ao longo da tarde, integram a execução das penas fixadas no processo.

Segundo o g1, os réus presos na terça-feira (25) serão ouvidos nos locais onde estão detidos, em um rito previsto na legislação penal para verificar eventuais abusos no momento da prisão, além de assegurar a presença das defesas e do Ministério Público. Moraes pode acompanhar pessoalmente ou delegar a função a juízes de seu gabinete.

O cronograma divulgado prevê as seguintes audiências:

  • Almir Garnier (Brasília), às 13h, na Estação Rádio da Marinha em Brasília
  • Anderson Torres (Brasília), às 13h30, no 19º Batalhão de Polícia Militar, no Complexo Penitenciário da Papuda
  • Augusto Heleno (Brasília), às 14h, no Comando Militar do Planalto
  • Jair Bolsonaro (Brasília), às 14h30, na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal
  • Paulo Sérgio Nogueira (Brasília), às 15h, no Comando Militar do Planalto
  • Braga Netto (RJ), às 15h30, na 1ª Divisão do Exército, Vila Militar, Rio de Janeiro
Paralelamente às audiências, a Primeira Turma do Supremo encerra o julgamento virtual sobre a decisão de Moraes que determinou a execução imediata das penas. A votação começou às 19h de terça-feira (25) e permanece aberta até as 19h desta quarta. O relator votou por manter todas as medidas, incluindo as prisões, e determinou ainda o envio da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para aplicação de inelegibilidade ao grupo, ao Ministério Público Militar e ao Superior Tribunal Militar (STM) para procedimentos de perda de posto e patente, e à Procuradoria-Geral da República para cobrança da multa. O ministro Flávio Dino acompanhou integralmente o voto.

Fonte: Brasil 247

Imprensa internacional destaca prisão de Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe

Veículos repercutem a decisão do STF que confirmou a pena de Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão



A repercussão internacional sobre o início do cumprimento da pena de Jair Bolsonaro (PL) ganhou destaque entre diversos veículos internacionais nesta quarta-feira (26). O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu que não há mais possibilidade de recursos, o que levou Bolsonaro e seis aliados a começarem a cumprir suas condenações relativas à tentativa de golpe de Estado.

Segundo relata reportagem do Metrópoles, o jornal francês Le Monde abriu sua cobertura com o título “Bolsonaro vai cumprir sua pena de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado”. O periódico destacou que o julgamento definitivo ocorreu menos de três meses após a condenação que apontou um projeto que chegou a prever o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A emissora France24 relembrou que, em setembro, Bolsonaro foi considerado culpado por liderar uma organização criminosa que buscava mantê-lo no poder após sua derrota eleitoral em 2022. A reportagem também descreveu as condições da cela onde ele está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília: um espaço de 12 metros quadrados equipado com frigobar, ar-condicionado e televisão.

Em Portugal, o jornal Público salientou que a decisão que selou a execução da pena foi tomada na terça-feira (25) pelo ministro Alexandre de Moraes, após a defesa esgotar todas as tentativas de recurso. O veículo lembrou ainda que Bolsonaro já estava preso de forma preventiva desde sábado (22), devido ao risco de fuga identificado após ele tentar remover a tornozeleira eletrônica usada para monitoramento.

O britânico The Guardian apontou que aliados do ex-presidente também começaram a cumprir suas sentenças, entre eles os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos.

O correspondente do jornal no Brasil, Tom Philipps, observou que a prisão é celebrada por setores progressistas que associam o governo Bolsonaro a “um período calamitoso de devastação ambiental, isolamento internacional e hostilidade às minorias”, além das centenas de milhares de mortes registradas durante a pandemia de Covid-19, marcada por sua gestão considerada “catastrófica” e de “postura anticientífica”. Por outro lado, apoiadores ouvidos pela reportagem classificaram a prisão como “uma caça às bruxas” e defenderam mobilização popular, embora, segundo o veículo, apenas pequenos grupos tenham se reunido para orações diante do complexo da Polícia Federal em Brasília.

O diário espanhol El País avaliou que “chegou o momento com o qual sonharam muitos democratas brasileiros, militantes de esquerda e familiares das vítimas da Covid”. A correspondente Naiara Galarraga Cortázar afirmou que nem as tentativas da família Bolsonaro de aprovar uma lei de anistia no Congresso, nem a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foram suficientes para reverter a condenação por tentativa de subversão da ordem constitucional.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

“Marco histórico. O povo no Orçamento e o rico no Imposto de Renda”, diz Boulos sobre isenção do IR

Nova lei que será sancionada pelo presidente Lula nestas quarta-feira isenta 10 milhões de brasileiros e reduz imposto para outros 5 milhões

      Guilherme Boulos e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil mensais foi destacada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, como uma conquista de grande impacto social. As declarações foram dadas durante o programa Bom Dia, Ministro, exibido pela nesta terça-feira (25) pelo Canal Gov.

Na entrevista, Boulos explicou que a nova política fiscal — que será sancionada nesta quarta-feira (26) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — marca uma mudança profunda na estrutura de arrecadação.

◉ Boulos classifica mudança como marco histórico

Durante a entrevista, o ministro avaliou que a alteração corrige distorções históricas e beneficia a grande maioria dos trabalhadores brasileiros. “Tirou o povo do Imposto de Renda, colocando ele no Orçamento, e colocou o rico no Imposto de Renda. Zerou para quem ganha até R$ 5 mil, um marco histórico no Brasil”, afirmou.

Ele ressaltou que cerca de 90% dos brasileiros se encontram nessa faixa salarial e, portanto, serão diretamente beneficiados. Boulos também detalhou o mecanismo de compensação que permitirá ao governo manter o equilíbrio fiscal: “O projeto zerou e acabou com o imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil [...] E vai compensar isso fazendo com que 0,01% dos brasileiros que ganham mais de R$ 1 milhão por ano paguem 10% sobre seus lucros. É justiça”.

◉ Impacto direto na renda de milhões de trabalhadores

Ao abordar o efeito da medida sobre a renda familiar, Boulos destacou que a mudança representará um ganho real ao longo do ano para diversas categorias profissionais. “Beneficia um professor, uma professora, um profissional liberal, qualquer trabalhador que ganhava R$ 4,5 mil vai economizar, no fim do ano, quase um salário inteiro. É como um 14º salário que esse trabalhador vai ter”, disse.

◉ Como funcionam a isenção e os descontos progressivos

Além da isenção total para rendimentos de até R$ 5 mil, a nova legislação estabelece descontos progressivos para quem recebe até R$ 7.350 por mês. Segundo o ministro, 10 milhões de pessoas deixarão de pagar o imposto, enquanto outras 5 milhões terão abatimentos proporcionais.

“Isso é dinheiro no bolso do trabalhador, dinheiro que a pessoa vai usar para ela, para os filhos, para a família. É importante que a gente entenda o que está em jogo”, afirmou Boulos.

◉ Sanção presidencial acontece nesta quarta

A sanção da nova lei será realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, em evento marcado para as 10h30 desta quarta-feira (26).

Fonte: Brasil 247

O grande dia de Lula: classe média isenta e rico no Imposto de Renda

Depois de colocar os pobres no orçamento, Lula avança na justiça tributária com isenção do IR pasra quem ganha até R$ 7.350 mensais

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o encerramento do encontro empresarial Brasil–Moçambique. Polana Serena Hotel – Maputo (Moçambique) Foto: Ricardo Stuckert / PR (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Lula sanciona às 10h30 desta quarta-feira (26/11) a lei que promove a maior mudança recente no Imposto de Renda Pessoa Física, ampliando a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês e estabelecendo descontos para rendas de até R$ 7.350 mensais.

Segundo os dados apresentados, cerca de 15 milhões de brasileiros deixarão de pagar Imposto de Renda com as novas regras. A lei também eleva a taxação sobre rendas mais altas, passando a incidir sobre quem recebe acima de R$ 600 mil anuais, reforçando o compromisso do governo com a justiça tributária.

● Expansão da isenção e alívio imediato para a classe média

Com a isenção chegando ao patamar de R$ 5 mil mensais, o governo atende a uma demanda histórica da classe média, comprimida por anos de defasagem da tabela do Imposto de Renda.

A nova faixa representa um passo significativo na correção dessa distorção, colocando mais renda disponível no bolso dos trabalhadores assalariados e autônomos que foram proporcionalmente os mais prejudicados pelo congelamento da tabela durante os governos anteriores.

Além disso, contribuintes que ganham até R$ 7.350 terão direito a descontos simplificados, ampliando o alcance da medida e reforçando a progressividade do sistema.

● Justiça tributária e combate à desigualdade

A criação de uma taxação adicional para rendas acima de R$ 600 mil anuais insere o Brasil em um movimento global de exigir mais dos que ganham mais.

Ao reequilibrar a carga tributária, o presidente Lula retoma a agenda que marcou seus governos anteriores: incluir os pobres no orçamento e fazer com que os mais ricos contribuam proporcionalmente para o financiamento das políticas públicas.

A nova lei combina desoneração para quem mais precisa e tributação ampliada para os muito ricos, alinhando-se aos princípios defendidos pelo governo em seus compromissos de campanha

● Coletiva técnica detalhará os impactos

Após a cerimônia de sanção, haverá uma coletiva de imprensa técnica para explicar os detalhes da mudança. Participam:

  •  Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda
  •  Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal
  • Marcos Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda

Os três devem apresentar projeções de impacto fiscal, efeitos distributivos e explicações operacionais sobre a aplicação da nova tabela.

Um marco na reconstrução fiscal e social

Com essa medida, o governo Lula consolida mais uma etapa do processo de reconstrução econômica, fortalecendo o consumo das famílias, ampliando a progressividade tributária e corrigindo distorções acumuladas ao longo de quase uma década.

O compromisso com a justiça tributária — tema central do programa de governo — reforça a ideia de que a retomada do crescimento precisa ser acompanhada de equidade e responsabilidade social.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro só poderá deixar o regime fechado a partir de 2030, dependendo de interpretação do STF

Condenado a 27 anos e três meses, ex-presidente terá de cumprir entre 16% e 25% da pena para migrar ao semiaberto

Manifestantes celebram prisão de Bolsonaro em Brasília 22/11/2025 REUTERS/Mateus Bonomi (Foto: Mateus Bonomi)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá de cumprir ao menos uma fração significativa da pena de 27 anos e três meses antes de qualquer possibilidade de migrar para o regime semiaberto. A informação foi publicada pelo jornal Estado de S. Paulo, após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar, nesta terça-feira (25), o trânsito em julgado da ação penal que condenou Bolsonaro por comandar a tentativa de golpe de Estado.

Com a decisão, o ex-presidente passa a cumprir a pena em regime fechado, já que a condenação supera oito anos de prisão. O cálculo para uma eventual progressão dependerá da interpretação da Corte sobre a natureza dos crimes pelos quais Bolsonaro foi condenado.

Percentual da pena depende da avaliação sobre violência ou grave ameaça

De acordo com a legislação, réus primários — como Bolsonaro — podem progredir após o cumprimento de 16% da pena, se os crimes forem considerados sem violência ou grave ameaça, ou de 25%, caso haja violência ou grave ameaça. Entre os delitos pelos quais Bolsonaro foi condenado estão:

  •  organização criminosa armada;
  •  deterioração de patrimônio tombado;
  •  dano qualificado contra patrimônio da União;
  •  golpe de Estado;
  •  tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Os dois últimos crimes, segundo o Código Penal, pressupõem violência ou grave ameaça. A definição final sobre como esses elementos serão interpretados ficará a cargo do STF no momento em que a defesa apresentar pedido de progressão.

Cenário mais provável aponta progressão apenas em 2032

O coordenador do Direito ESPM, Marcelo Crespo, ouvido pelo jornal Estado de S. Paulo, avalia que, no caso de Bolsonaro, o percentual de 25% tende a ser aplicado, já que a condenação envolve crimes praticados com violência ou grave ameaça.

Segundo Crespo, “Isso significa que Jair Bolsonaro somente poderá deixar o regime fechado e migrar para o semiaberto após cumprir aproximadamente seis anos e nove meses de pena.” Ele acrescenta: “Como ele inicia o cumprimento agora, em novembro de 2025, a projeção legal indica que a data provável para essa progressão seria agosto de 2032.”

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Por unanimidade, STF mantém prisão definitiva de Bolsonaro e mais 6 réus da trama golpista

Voto do ministro Cristiano Zanin consolida condenação e valida início das punições impostas aos condenados pela intentona golpista

Ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília onde cumpre prisão domiciliar - 03/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

Os quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pela prisão definitiva de Jair Bolsonaro (PL) e mais seis réus na investigação da trama golpista. Os magistrados Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin acompanharam na noite desta terça-feira (25) o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes.

Nesta terça, o STF determinou o início do cumprimento das penas após os processos tramitarem em julgado (sem cabimento de mais recursos). O ministro Flávio Dino foi o primeiro a acompanhar o relator. Além de Bolsonaro, Moraes também determinou o cumprimento das penas dos condenados Walter Souza Braga Netto, Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres e Almir Garnier.

A Primeira Turma do Supremo é formada por quatro ministros: Alexandre de Moraes (relator dos processos da trama golpista), Flávio Dino (presidente), Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que ainda anunciará o seu voto.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO – Arcebispo de Curitiba impede vigília e é atacado por bolsonaristas: “Sem vergonha”


     Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo Metropolitano de Curitiba. Foto: Luís Pedruco/Bem Paraná

A tentativa de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de realizar uma vigília religiosa em Curitiba terminou em confronto direto com a hierarquia da Igreja Católica. O arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo, determinou o cancelamento do evento, que estava marcado para a noite de terça-feira (25) na Igreja São Francisco de Paula, no Centro da cidade, após articulação da ex-candidata a prefeita Cristina Graeml (União).

Segundo pessoas próximas ao religioso, ele ficou “bastante irritado” ao retornar de viagem e descobrir que a mobilização havia sido organizada durante sua ausência, sem autorização da Arquidiocese.

Embora não tenha sido emitido um documento formal, a ordem interna foi clara: nenhuma paróquia está autorizada a promover vigílias de caráter político, especialmente aquelas relacionadas à prisão de Bolsonaro ou ao pedido de anistia para envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A decisão foi confirmada pela assessoria da Arquidiocese, que afirmou ter repassado a orientação a todo o clero.

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra dom Peruzzo trancando o portão da paróquia para impedir a entrada dos bolsonaristas. Do lado de fora, apoiadores chamaram o arcebispo de “sem vergonha”, enquanto uma mulher pedia a um segurança que ignorasse a determinação da autoridade religiosa. Ao fim da gravação, uma apoiadora do ex-presidente aparece em prantos, dizendo sentir uma “tristeza imensa”.

A convocação de Cristina Graeml afirmava que o objetivo era rezar pela saúde de Jair Bolsonaro e pedir anistia não apenas para ele, mas também para os “milhares de presos e exilados políticos” do país, referência direta aos golpistas envolvidos na invasão de 8 de janeiro.

A mobilização aconteceria poucas horas após o processo do ex-presidente transitar em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF), confirmando o início do cumprimento da pena de 27 anos por tramar o golpe de Estado entre 2022 e 2023.

A tentativa de transformar uma paróquia em ponto de manifestação política acontece no momento em que Graeml se consolida como um dos principais rostos do bolsonarismo no Paraná.

Derrotada no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Curitiba em 2024, a jornalista ganhou projeção nacional ao surpreender nas urnas e, segundo aliados, deve buscar espaço maior na política em 2026, possivelmente disputando uma vaga no Senado.

A vigília cancelada também ocorre em meio à prisão preventiva de Bolsonaro, decretada no sábado (22) após ele tentar violar a tornozeleira eletrônica que monitorava sua prisão domiciliar. Desde então, aliados vêm organizando atos religiosos e políticos em diferentes estados, tentando demonstrar força e pressionar por anistia no Congresso.

Fonte: DCM