segunda-feira, 30 de junho de 2025

Gleisi dispara contra "privilégios e injustiças" e defende corrigir "distorções históricas" na economia

"Não são os investimentos do governo que pressionam a dívida. É a política monetária", afirma ainda a ministra

                                    Gleisi Hoffmann (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), utilizou suas redes sociais nesta segunda-feira (30) para reagir ao que classificou como uma narrativa recorrente em setores da elite econômica e política: a defesa de cortes em políticas sociais sob o pretexto de responsabilidade fiscal. Em tom incisivo, Gleisi criticou o que chamou de "defesa de privilégios e injustiças" e apontou distorções estruturais no sistema tributário brasileiro.

“O Brasil está cansado dessa conversa de cortar políticas sociais, congelar o salário-mínimo e sacrificar os aposentados. Isso não é debate sério sobre política fiscal; é defesa de privilégios e injustiças”, escreveu a ministra.

☆ Crítica à política monetária e defesa dos investimentos sociais - Gleisi afirmou que os investimentos públicos, tanto na área social quanto em infraestrutura, não são os responsáveis pelo aumento da dívida pública, como alegam setores conservadores. Segundo ela, a principal pressão sobre as contas públicas advém da política monetária herdada do governo Jair Bolsonaro (PL), marcada por juros elevados.

"Não são os investimentos do governo, sociais e em infraestrutura, que pressionam a dívida pública. É a política monetária que herdamos do governo passado, com juros estratosféricos que vão levar essa conta a R$ 1 trilhão este ano. Uma ciranda maluca, que não se justifica diante de uma inflação que está abaixo da média nacional nos últimos 30 anos”, apontou.

Ela destacou ainda que o atual governo tem se esforçado para equilibrar as contas públicas, reduzindo o déficit primário de 2,3% do PIB em 2023 para apenas 0,09% em 2024, uma meta atingida, segundo Gleisi, não apenas pelo aumento da arrecadação, mas também por cortes em despesas.

“As despesas primárias foram reduzidas nestes dois anos, de 19,6% para 18,6% do PIB”, detalhou.

☆ Justiça tributária e cobrança sobre os mais ricos - A ministra também dirigiu críticas à estrutura tributária brasileira, que considera injusta por isentar grandes rendimentos de impostos e penalizar os mais pobres. Segundo Gleisi, falta a contribuição do “andar de cima”, que se beneficia de isenções fiscais, lucros e dividendos não tributados e de aplicações financeiras isentas de imposto.

“O que está faltando nesse esforço para equilibrar as contas é a contribuição do chamado andar de cima, que não paga imposto pelo rendimento de aplicações financeiras, pelos lucros e dividendos distribuídos aos acionistas, que goza de isenções fiscais injustificáveis e são os que lucram com a escandalosa taxa de juros".

A ministra defendeu propostas já encaminhadas ao Congresso Nacional, como a elevação do Imposto de Renda para faixas mais altas de renda, isenção para quem ganha até R$ 5 mil, e o fim de benefícios tributários que não resultaram em geração de empregos, mas custaram mais de R$ 600 bilhões apenas em 2024.

“As propostas estão no Congresso Nacional para serem debatidas e aperfeiçoadas. É cobrar imposto de quem não paga, ou paga proporcionalmente pouquíssimo. Só alcançaremos o verdadeiro equilíbrio, fiscal e social, com justiça tributária”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

IOF: Moraes será relator de ação contra derrubada de decreto do governo

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Foto: Antonio Augusto/STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, designou nesta segunda (30) o ministro Alexandre de Moraes como relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) do PSOL, que questiona a decisão do Congresso Nacional de derrubar decretos presidenciais sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A ação foi protocolada na última sexta (27).

O partido tenta suspender a decisão do Legislativo que derrubou o decreto do governo sobre as regras do imposto. O PSOL argumenta que o Congresso extrapolou sua competência constitucional e violou o princípio da separação dos Poderes.

A sigla também afirma que o Legislativo não demonstrou qualquer transgressão aos limites constitucionais e legais para justificar a derrubada dos atos presidenciais. Por isso, o PSOL solicita a nulidade da decisão do Congresso, que abriu uma nova crise política com o Palácio do Planalto.

Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, e Lula, presidente da República. Foto:
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
A revisão da relatoria do caso aconteceu após o ministro Gilmar Mendes, inicialmente sorteado para ser o relator, identificar uma possível conexão entre o pedido do PSOL e outra ação, movida pelo Partido Liberal (PL), que já questionava no STF as mudanças feitas pelo governo no IOF.

O PL alegou que o aumento das alíquotas do IOF é inconstitucional, argumentando que a ampliação do imposto para aumentar a arrecadação contrariaria a natureza extrafiscal do tributo. De acordo com o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o aumento deveria ser aprovado por uma lei, e não por meio de um decreto presidencial.

O ministro Barroso, ao concordar com a sugestão de Gilmar Mendes, decidiu que as duas ações deveriam ser redistribuídas para evitar decisões contraditórias, já que ambas estão diretamente ligadas. Segundo ele, o Supremo terá que analisar se o presidente agiu dentro dos limites regulamentares ao editar o decreto que aumentou o IOF e, em seguida, avaliar a decisão do Congresso em suspender essas mudanças.

O governo Lula também está analisando a questão por meio da Advocacia-Geral da União (AGU). O presidente Lula solicitou ao órgão que avalie se a derrubada do IOF pela Câmara dos Deputados usurpou uma prerrogativa do Executivo.

Fonte: DCM

Haddad ataca "gritaria do andar de cima", critica Bolsonaro e promete fechar brechas que isentam ricos do Imposto de Renda

Ministro da Fazenda rebateu críticas de Bolsonaro: "congelou a tabela do IR por quatro anos. Que moral ele tem para falar em aumento de imposto?"

        Fernando Haddad (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Durante o lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar 2025/2026 nesta segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aproveitou seu discurso para rebater as críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais e reforçar o compromisso do governo Lula com a justiça tributária.

Haddad ironizou o adversário político e apontou a hipocrisia de suas críticas: "Ele ficou os quatro anos, mais os três anteriores, sem reajustar a tabela do Imposto de Renda", afirmou. "Que moral ele tem para falar em aumento de imposto?". Segundo o ministro, a omissão do governo anterior obrigava trabalhadores com reajustes salariais abaixo da inflação a pagar imposto mesmo sem aumento real de renda.

☆ Alvo de ataques, Lula é defendido por Haddad - Além da crítica fiscal, Haddad também reagiu à ofensiva de Bolsonaro contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o ministro, o ex-presidente tenta desviar a atenção do fracasso de seus atos políticos e mente deliberadamente: "Talvez tenha acordado chateado pelo fracasso do evento na Avenida Paulista ontem e resolveu atacá-lo... hoje veio mais uma vez fazer uma coisa que 'raramente' ele faz, que é mentir", ironizou.

Haddad resgatou ainda o período em que foi advogado de Lula durante as investigações da Lava Jato: "O senhor nunca pediu favor, anistia, perdão. Pediu justiça. Esse [Bolsonaro] nem foi julgado ainda e já está pedindo perdão, anistia, já está correndo, como sempre corre, do debate".

☆ Alívio fiscal para milhões, cobrança para poucos - Haddad destacou o avanço da nova política de tributação do governo federal, que, segundo ele, vai beneficiar 25 milhões de famílias com isenção ou redução do IR, enquanto apenas 140 mil brasileiros com renda anual acima de R$ 1 milhão passarão a contribuir mais.

"Vamos cobrar o mínimo, de 10%. Se o cara já paga 2%, vai pagar mais 8%. A mesma alíquota que paga um policial militar, um bombeiro, uma professora de escola pública", disse. "E está essa gritaria toda por conta disso?"

Para o ministro, as "brechas" que favorecem os mais ricos não podem mais persistir. "Vamos fechar todas as brechas que são criadas por jabutis. No Brasil, o jabuti é órfão de pai e mãe. Ninguém assume a paternidade. Ele aparece numa lei para favorecer um grande empresário. Para tirar esse jabuti do ordenamento jurídico é um parto", declarou.

☆ Compromisso com a justiça social - Haddad também exaltou os resultados econômicos do governo Lula, contrapondo-os ao cenário herdado da gestão Bolsonaro: "O senhor herdou desse senhor 33 milhões de pessoas passando fome e em dois anos e meio reduziu a menos de ¼ essa população". Segundo ele, a atual administração registra "a menor taxa de desemprego da história, com a melhor distribuição de renda da história, a menor taxa de jovens nem-nem da história, com a inflação em queda, o dólar em queda e o PIB em alta".

Ao encerrar seu discurso, o ministro reafirmou o projeto político que guia o atual governo: "Estamos lutando pela dignidade do trabalhador, que paga suas contas, que nem escolhe pagar, porque é descontado na fonte pelo empregador. Vamos continuar fazendo justiça social. Podem gritar, podem falar. Mas temos que fazer justiça no Brasil".

Fonte: Brasil 247

Itaipu entrega caminhão e equipamentos para aprimorar a coleta seletiva em Apucarana


A Cooperativa dos Catadores e Separadores de Materiais Recicláveis de Apucarana (COCAP) recebeu, na manhã desta segunda-feira (30/6), um caminhão baú da marca IVECO, além de novos equipamentos destinados a otimizar o trabalho dos cooperados. A entrega foi viabilizada por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Apucarana e a usina hidrelétrica Itaipu Binacional, com o apoio do Consórcio Intermunicipal de Saneamento do Paraná (CISPAR), do centro de inovação Itaipu Parquetec e do programa Itaipu Mais que Energia.

O prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota, destacou a importância estratégica da COCAP para o município. “O trabalho dos cooperados não se limita à separação e venda dos materiais recicláveis, o que gera renda para eles próprios. Talvez ainda não tenham plena consciência, mas o impacto do trabalho deles alcança as cerca de 140 mil pessoas que vivem nesta cidade. Mais do que isso, no contexto ambiental, essa atividade é fundamental para garantir um futuro mais equilibrado e sustentável, até para as gerações que ainda vão nascer. A Prefeitura mantém um contrato de longa data com a COCAP, realizando aportes mensais que viabilizam esse importante serviço ambiental. Agradeço muito à Itaipu por se somar a essa parceria”, declarou.


Além do caminhão baú, entre os equipamentos repassados à COCAP estão uma prensa horizontal, uma balança digital e sacolas de ráfia para o transporte dos materiais recicláveis.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Ênio Verri, ressaltou que a usina se sustenta em três pilares fundamentais: inovação, energia limpa, acessível e de qualidade, e inclusão social. “A inclusão social busca devolver à população aquilo que ela investiu na construção da hidrelétrica. Vocês não imaginam o orgulho que sentimos na Itaipu ao contribuir para melhorar o dia a dia de quem trabalha nas ruas recolhendo e reciclando resíduos, numa luta pela preservação do meio ambiente. Além do caminhão e dos equipamentos, a Itaipu também oferecerá assessoria e acompanhamento técnico aos cooperados da COCAP”, afirmou.


Ele acrescentou que a Itaipu pretende replicar em Apucarana o projeto de gestão de resíduos sólidos que já é desenvolvido no município de Santa Terezinha do Itaipu, reconhecido como modelo de sustentabilidade. “O município de Santa Terezinha do Itaipu, que apresenta um dos mais elevados índices de reciclagem do país, conta com uma Unidade de Valorização de Recicláveis, similar à COCAP, e uma Unidade de Valorização de Resíduos Orgânicos, responsável pela compostagem e pelo fornecimento de adubo para a agricultura familiar. A proposta que apresentamos ao prefeito Rodolfo Mota é implementar esse modelo em Apucarana, que é uma cidade de porte médio, potencializando assim os resultados ambientais e sociais locais”, afirmou Ênio Verri.

O diretor da COCAP, Antônio Roberto Nogueira, informou que atualmente 60 famílias integram a cooperativa. “O que muitos descartam se transforma aqui em trabalho, renda e dignidade para nossos cooperados. As parcerias com a Prefeitura e agora com a Itaipu são essenciais, pois nenhuma conquista se alcança sozinho. Agradeço a todos que contribuem para o sucesso do trabalho da COCAP”, disse.

A cerimônia de entrega do caminhão e dos equipamentos contou com a presença do deputado estadual Arilson Chiorato, do prefeito de Lobato e presidente do CISPAR, Fábio Chicaroli, do diretor da Itaipu Parquetec, Newmar Wegner, do vereador e líder do prefeito na Câmara, Moisés Tavares, da presidente da COCAP, Susana Aparecida Pereira, além de diversos secretários municipais.


Fonte: Prefeitura de Apucarana

Hugo Motta ameaça endurecer relação com o Planalto caso o governo judicialize derrubada do IOF

Presidente da Câmara critica possível ação do governo Lula no STF sobre o IOF e cobra reconhecimento por medidas aprovadas com apoio parlamentar

        Hugo Motta - 24/04/2025 (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou um duro recado ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a sinalização de que o Palácio do Planalto pode acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a derrubada do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). De acordo com a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, Motta avalia que qualquer tentativa de judicializar o tema será interpretada como um gesto de enfrentamento direto ao Legislativo e tende a acirrar ainda mais os embates entre os Poderes. Segundo ele, a avaliação que se faz é que “o governo abriu mão de governar com os parlamentares e agora busca governar com o STF”.

Em conversas com aliados, o deputado avalia que levar a questão ao Supremo só agravaria a situação do Executivo. A seu ver, a crise atual não é jurídica, mas política. A ausência de base parlamentar consistente e o crescimento da insatisfação no Congresso com a articulação política do governo Lula são fatores que, segundo Motta, podem conduzir à ingovernabilidade se não houver mudança de rumo por parte do Planalto. Judicializar o IOF, nesse contexto, seria visto como uma escalada no confronto, sem atenção às consequências.

Durante reuniões com representantes do governo, Motta também reclamou de ter recebido apenas críticas e cobranças após a derrota do Executivo no episódio do IOF. Ele afirmou que medidas importantes que foram pautadas por sua gestão e aprovadas no mesmo dia não receberam o devido reconhecimento do Planalto.

Entre essas medidas estão a Medida Provisória que libera até R$ 15 bilhões do Fundo Social do pré-sal para habitação popular e permite o leilão de excedentes de óleo e gás com potencial de arrecadar R$ 20 bilhões; a MP que isenta do Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos; e outra que autoriza trabalhadores do setor privado a contratar crédito consignado.

Ainda conforme a reportagem, caso o confronto com o Executivo se intensifique, o centrão avalia adotar novas medidas de pressão, como escolher o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), ligado à oposição, para relatar a CPI do INSS — o que ampliaria o desgaste do governo no Congresso.

Nesta segunda-feira (30), Hugo Motta utilizou as redes sociais para defender a decisão do Congresso de anular o aumento do IOF e negou que tenha traído o governo ao pautar a proposta.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Bolsonaro tomou série de remédios e foi acompanhado por cirurgião na Paulista

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante discurso em ato na Avenida Paulista neste domingo (29). Foto: Miguel Schincariol/AFP

Neste domingo (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro discursou durante uma manifestação golpista na Avenida Paulista, em São Paulo, após tomar uma série de remédios para evitar soluço e refluxo. Além da medicação, ele estava acompanhado de um profissional de saúde.

Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, o médico Cláudio Birolini, responsável por sua última cirurgia, subiu ao trio elétrico com ele. O profissional tem acompanhado o ex-presidente em diversas agendas, incluindo sua viagem para Natal (RN) na semana retrasada.

Apesar das recomendações médicas para reduzir sua agenda, Bolsonaro insistiu em participar do ato, que teve como tema a defesa da anistia para os golpistas envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Jair Bolsonaro em discurso a apoiadores neste domingo (29), na Avenida Paulista. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Bolsonaro passou por uma cirurgia de emergência em abril para liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal, problemas causados pela facada que sofreu durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG), em 2018.

Na semana passada, o ex-presidente havia viajado a Minas Gerais e Goiás, onde enfrentou episódios de soluços persistentes que provocaram vômitos, agravando seu quadro de saúde. Exames realizados indicaram pneumonia, mas ele optou por seguir com os compromissos, incluindo o discurso na Avenida Paulista.

O ato golpista deste domingo foi organizado pelo pastor bolsonarista Silas Malafaia e reuniu diversos políticos aliados, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), além dos deputados federais Marco Feliciano (PL), André do Prado (PL), Bia Kicis (PL) e Gustavo Gayer (PL), e o vice-prefeito de São Paulo, Coronel Ricardo Mello Araújo (PL).

Em seu discurso, Bolsonaro defendeu a anistia como um “caminho da pacificação”, pediu ajuda de seus apoiadores para ocupar 50% da Câmara e do Senado com seus apoiadores nas eleições de 2026 e voltou a negar que houve uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

Fonte: DCM

“Quem está protegendo Zambelli e lhe dando dinheiro?”, questiona deputado italiano

 

A deputada federal Carla Zambelli – Foto: Reprodução

O deputado italiano Angelo Bonelli, líder da Aliança Verde, mandou o seguinte depoimento ao DCM:

Em 5 de junho de 2025, a deputada Carla Zambelli desembarcou no aeroporto de Fiumicino, em Roma, às 11h40, em voo proveniente de Miami, operado pela Ita Airways. A informação foi confirmada no Parlamento italiano após uma interpelação urgente apresentada por mim, e respondida pelo subsecretário Ferro, que acrescentou que, até aquele momento, o Ministério do Interior não sabia onde Zambelli se encontrava, embora ela estivesse sendo procurada pela Interpol.

Já se passaram 25 dias desde sua chegada à Itália e, até agora, o governo não conseguiu cumprir o mandado de prisão expedido contra Zambelli, condenada a 10 anos de prisão no Brasil.

Ela não foi detida no aeroporto porque o alerta vermelho da Interpol chegou às autoridades italianas às 16h10 do mesmo dia — ou seja, quatro horas e meia após seu desembarque em Roma. No entanto, o governo italiano já tinha conhecimento da iminência da ordem de prisão, não só porque eu havia alertado oficialmente, mas também porque o fato já circulava amplamente em sites internacionais.

O deputado italiano Angelo Bonelli – Foto: Reprodução

Mesmo assim, as autoridades não tomaram providências para monitorar Zambelli a fim de garantir o cumprimento do mandado assim que a notificação fosse oficializada.

Diante disso, cabe perguntar: onde está Carla Zambelli neste momento? E, mais grave ainda: quem está oferecendo suporte logístico e financeiro para que ela permaneça na Itália? Esse tipo de apoio é criminoso, dado que ela figura como foragida.

Também questiono se o governo está de fato empenhado em localizá-la ou se há negociações em curso entre autoridades italianas e representantes de Zambelli no país. Apresentei nova interpelação sobre o caso.

Fonte: DCM

Trama golpista: Moraes marca depoimentos de Carlos e Eduardo Bolsonaro no STF

 

Carlos e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou para julho os depoimentos de testemunhas no processo que apura a tentativa de golpe de Estado envolvendo o chamado “núcleo 2” da trama golpista.

Entre os nomes estão o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, que serão ouvidos no dia 16 de julho como testemunhas de defesa do ex-assessor Filipe Martins, conforme informações do Estadão.

Filipe Martins é acusado de redigir a chamada “minuta do golpe”, monitorar Moraes e articular ações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o voto de eleitores do presidente Lula (PT) no Nordeste nas eleições de 2022.

Junto dele, o “núcleo 2” é composto por outros cinco réus que respondem pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. São eles:

▸Fernando de Sousa Oliveira (delegado da Polícia Federal);
▸Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República);
▸Marcelo Costa Câmara (coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência da República);
▸Marília Ferreira de Alencar (delegada e ex-diretora de Inteligência da Polícia Federal);
▸Mário Fernandes (general da reserva do Exército);
▸Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal).

Moraes manda Justiça do PR informar se ex-assessor de Bolsonaro está usando tornozeleira
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu ex-assessor Filipe Martins. Foto: Reprodução
A primeira oitiva será no dia 14 de julho, com o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou delação premiada. No total, 118 testemunhas foram indicadas pelas defesas, com prerrogativa para escolher dia, local e horário de seus depoimentos. Algumas testemunhas são comuns a mais de um réu.

Na mesma decisão, Moraes rejeitou o pedido de oitiva de nomes como Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general da reserva Walter Braga Netto.

Segundo ele, “a jurisprudência do Supremo veda a possibilidade de oitiva de corréu e de réus em processos conexos na qualidade de testemunha ou de informante”. O ministro também negou outras preliminares das defesas, alegando que todas já foram analisadas e rejeitadas pela Primeira Turma do STF por unanimidade.

Fonte: DCM

Bolsonaro já assimila prisão e muda o tom em ato na Av. Paulista, avaliam aliados

Aliados apontam “conformismo” de Bolsonaro, que já vê sua inelegibilidade como irreversível e sua prisão como iminente: “caiu a ficha”

        Gustavo Gayer e Jair Bolsonaro (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Em um momento decisivo para seu futuro político e jurídico, Jair Bolsonaro (PL) demonstrou uma inflexão inédita em seu discurso durante manifestação realizada no domingo (29) na Avenida Paulista. Segundo Andréia Sadi, do g1, aliados mais próximos enxergam na fala do ex-mandatário um sinal de “conformismo” diante do cenário considerado irreversível de sua inelegibilidade e da possibilidade concreta de prisão após o desfecho do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Diferente de atos anteriores, Bolsonaro evitou destacar a própria candidatura à Presidência em 2026 e concentrou sua fala na necessidade de eleger uma maioria no Congresso Nacional. “Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, declarou, ao lado de governadores, parlamentares e correligionários.

☆ Foco no Congresso e proteção familiar - A nova estratégia, segundo interlocutores, indica uma readequação de rota. Bolsonaro estaria agora priorizando a formação de uma bancada fiel no Legislativo como forma de proteger a si mesmo e sua família das consequências jurídicas e políticas do processo em curso. A ideia é que seus filhos — e eventualmente a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro — disputem mandatos parlamentares, considerados mais viáveis eleitoralmente e capazes de assegurar foro privilegiado.

Nos bastidores, líderes do centrão demonstram receio quanto ao impacto negativo de uma eventual tentativa de emplacar membros do clã Bolsonaro como candidatos a cargos majoritários, como a Presidência ou a Vice. A avaliação é que a associação direta pode gerar transferência de rejeição ao cabeça de chapa, prejudicando nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ronaldo Caiado (União Brasil) ou Ratinho Júnior (PSD). A prioridade, portanto, passou a ser o fortalecimento do PL nas urnas para o Congresso em 2026.

☆ Pressão por sucessão conservadora - O gesto de Bolsonaro ao direcionar seu apelo ao Legislativo foi lido por lideranças da direita como o início da transição de protagonismo no campo conservador. Com o julgamento no STF avançando e a inelegibilidade já imposta, cresce a expectativa de que o cenário jurídico do ex-presidente esteja completamente definido ainda em 2025 — o que abriria caminho para que um novo nome dispute a liderança do bolsonarismo rumo à eleição presidencial de 2026.

“Caiu a ficha”, resumiu um aliado ao descrever a percepção de que Bolsonaro compreendeu a gravidade da situação e está ajustando sua conduta pública com base nisso.

☆ Manifestação na Paulista mobilizou apoiadores - O ato, que reuniu apenas 12 mil pessoas no vão livre do MASP, na Avenida Paulista, contou com a presença de figuras centrais do bolsonarismo, como o governador paulista Tarcísio de Freitas, Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC). Também participaram os senadores Flávio Bolsonaro (RJ), Marcos Rogério (RO) e Magno Malta (ES), além dos deputados Marco Feliciano, Bia Kicis, Gustavo Gayer e André do Prado — todos do PL.

Valdemar Costa Neto, presidente do partido, e o vice-prefeito de São Paulo, coronel Ricardo Mello Araújo (PL), também estiveram entre os presentes. O evento começou por volta das 14h e teve como foco principal o apelo por representatividade no Congresso.

Revisão ortográfica e gramatical

  • Título e subtítulo foram mantidos conforme solicitado e otimizados para SEO com palavras-chave como “Bolsonaro”, “prisão”, “Avenida Paulista” e “aliados”.
  • Foram corrigidos e ajustados elementos de pontuação e concordância para maior fluidez e clareza.
  • Nenhuma palavra fora das normas gramaticais foi identificada.
  • Eliminados espaços duplos.
  • Estrutura do texto priorizou escaneabilidade, com intertítulos que separam os principais eixos narrativos e facilitam a leitura.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Governo amplia vacinação contra meningite bacteriana para crianças de 12 meses com nova dose de reforço

Imunização com vacina ACWY no SUS começa nesta terça (1) e oferece proteção contra quatro sorogrupos da doença

             (Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Ag. Brasil)

A partir desta terça-feira (1), o governo federal inicia uma importante ampliação da proteção infantil contra a meningite bacteriana. Crianças de 12 meses passarão a receber a vacina meningocócica ACWY como dose de reforço no Sistema Único de Saúde (SUS). A mudança substitui a aplicação da vacina meningocócica C nessa faixa etária, oferecendo proteção mais ampla contra os sorogrupos A, C, W e Y da bactéria Neisseria meningitidis.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), a medida reforça o compromisso do governo com a prevenção das formas mais graves da doença. Agora, o SUS garante ainda mais proteção contra as formas mais graves de meningite bacteriana. A vacina ACWY, antes aplicada apenas na adolescência, passa a ser ofertada também para crianças de até um ano. Isso reforça o compromisso do Ministério da Saúde com o enfrentamento da doença”, declarou.

☆ Como fica o esquema vacinal - O calendário de vacinação infantil no SUS continuará prevendo duas doses da vacina meningocócica C, aplicadas aos 3 e 5 meses de idade. A novidade está no reforço aos 12 meses, que agora será feito com a vacina ACWY. Crianças que já completaram o esquema com a dose de reforço anterior não precisam receber a nova vacina neste momento. No entanto, aquelas que ainda não foram vacinadas com o reforço aos 12 meses poderão receber a ACWY.

Antes dessa mudança, a vacina ACWY era disponibilizada no SUS apenas para adolescentes entre 11 e 14 anos. A ampliação da oferta foi oficializada por meio da Nota Técnica nº 77/2025, que atualiza as orientações sobre os esquemas vacinais e os critérios para aplicação da vacina no calendário de imunização.

☆ Estratégia nacional de combate à meningite - A ação integra um conjunto mais amplo de medidas adotadas pelo Ministério da Saúde. Em 2024, a pasta lançou as Diretrizes para o Enfrentamento das Meningites até 2030, elaboradas com o apoio da sociedade civil e de instituições nacionais e internacionais. O plano brasileiro está em sintonia com a estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir casos e mortes causadas por meningite bacteriana.

Além da vacina meningocócica ACWY, o SUS também oferece imunizantes que ajudam a proteger contra formas graves da doença, como BCG, Penta e vacinas pneumocócicas (10, 13 e 23-valente).

☆ Casos em 2025 e características da doença - Até o momento, o Brasil já contabilizou 4.406 casos confirmados de meningite em 2025. Desse total, 1.731 foram do tipo bacteriano — o mais grave —, 1.584 viral e 1.091 causados por outros agentes ou não especificados.

A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, bactérias, fungos e parasitas, além de fatores não infecciosos. As meningites bacterianas são mais comuns nas estações mais frias, como outono e inverno, enquanto as virais tendem a prevalecer durante a primavera e o verão.

Com a nova diretriz de vacinação, o Ministério da Saúde busca não apenas ampliar a cobertura vacinal, mas também reduzir a incidência e a gravidade da meningite bacteriana, especialmente entre crianças pequenas, consideradas grupo de maior vulnerabilidade.

Fonte: Brasil 247

Guarda Municipal de Apucarana comemora os 20 anos com novos investimentos na compra de veículos, armas e equipamentos


A Guarda Civil Municipal (GCM) de Apucarana completa neste ano 20 anos de fundação e inicia a fase mais desafiadora da sua história: a atuação armada. Para estruturar a corporação neste novo momento, o prefeito Rodolfo Mota anunciou investimentos que ultrapassam R$ 1,3 milhão. O anúncio foi feito durante a cerimônia comemorativa realizada neste sábado, no Cine Teatro Fênix.

Rodolfo Mota assinou autorizações para a aquisição de 55 pistolas semiautomáticas 9mm modelo G45, da marca Glock, além de 12 mil munições e outros acessórios necessários ao serviço armado, num investimento de R$ 480 mil.

Para ampliar a mobilidade das equipes, o prefeito também autorizou a compra de duas motos zero quilômetro de 250 cilindradas e outras duas de 650 cilindradas, totalizando R$ 220 mil. Além disso, serão adquiridos quatro kits de acessórios para reforçar as viaturas já existentes, investimento estimado em R$ 100 mil.

Rodolfo Mota lembrou que outros investimentos já haviam sido anunciados em março, durante o evento “100 dias de futuro”, como um novo fardamento já entregue aos agentes e a aquisição de dois veículos, sendo um 4x4 e uma SUV, atualmente em fase de licitação.

“Somando os anúncios deste sábado aos feitos em abril, o investimento na GCM já passa de R$ 1,3 milhão, e estamos apenas encerrando o sexto mês de gestão. Esses recursos representam nosso compromisso com a segurança pública e a valorização dos agentes da Guarda”, afirmou o prefeito. Ele também destacou a criação, em janeiro, da Secretaria Municipal de Segurança, Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana, compromisso previsto em seu plano de governo.

O deputado estadual Delegado Jacovós participou da cerimônia e ressaltou o apoio à segurança pública de Apucarana, reiterando a destinação de R$ 300 mil em recursos para o setor. “Assim como o prefeito colocou no plano de governo a valorização da Guarda, eu também disponibilizei essa verba para contribuir com esses investimentos na corporação”, destacou.


HISTÓRICO E HOMENAGENS - O secretário municipal de Segurança Pública, major Vilson Laurentino da Silva, fez um breve relato sobre a trajetória da corporação, instituída em 5 de maio de 2005. “Acompanhei o nascimento da GCM, ministrando aulas para a primeira turma. Hoje, celebramos duas décadas de evolução, amadurecimento e compromisso com a proteção do patrimônio público e da comunidade”, ressaltou.

O comandante da Guarda, Pablo Aparecido Rocha Pereira, informou que a corporação conta atualmente com 52 agentes (46 homens e 6 mulheres) e que, neste ano, todos estão participando de treinamentos contínuos, como cursos de tiro, para garantir a preparação adequada à nova fase armada.

Durante a solenidade, foram entregues certificados aos guardas que se destacaram nas atividades e medalhas aos 31 GCMs integrantes da primeira turma da corporação. Parceiros e amigos da Guarda Civil Municipal, o empresário Luiz Hirose, o ex-prefeito João Carlos de Oliveira, o major Vilson Laurentino e o prefeito Rodolfo Mota receberam medalhas comemorativas dos 20 anos da GCM, assim como todos os ex-comandantes que passaram pela corporação nesse mesmo período.

A cerimônia marcou ainda um momento cultural importante: a apresentação oficial do hino da Guarda Civil Municipal de Apucarana, de autoria do GCM Wendel, em parceria com a Banda Municipal. A bênção religiosa foi conduzida pelo pastor e GCM Andrade e pelo padre Valdecir Ferreira.


Outras presenças- O vice-prefeito, Marcos da Vila Reis, os vereadores Danylo Acioli, presidente da Câmara - e Guilherme Livoti, representaram o Legislativo na cerimônia. Secretários do município, Agentes de trânsito, representantes das GCMs de Maringá, Marialva e Londrina, também acompanharam o evento, além de representantes do 10º Batalhão de Polícia Militar, do Conselho Comunitário de Segurança, da Polícia Ambiental, do Núcleo Regional de Educação, da UNESPAR e do Sivana.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Após IOF, Haddad defende cortar supersalários e isenções, enquanto o mercado mira no salário mínimo

Governo tenta preservar políticas públicas e fazer os mais ricos pagarem a conta; elite financeira quer congelar o salário mínimo

Fernando Haddad e Lula (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


Com a derrubada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso Nacional na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), viu encolher seu espaço para equilibrar as contas públicas. O governo federal agora precisa definir quais áreas sofrerão cortes para compensar a perda de arrecadação. As alternativas incluem reduzir supersalários e benefícios tributários — medidas defendidas por Haddad — ou ceder às pressões do mercado financeiro, que propõe congelar o salário mínimo e limitar os investimentos obrigatórios em saúde e educação, informa o UOL.

A queda da alta do IOF agrava os desafios fiscais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Caso o eventual recurso judicial para reverter a decisão parlamentar não avance, a equipe econômica terá que optar entre medidas politicamente sensíveis ou socialmente impopulares.

☆ Pressão do mercado: salário mínimo na mira - Entre as propostas dos setores financeiros para conter despesas, está o congelamento do salário mínimo em termos reais por seis anos. A sugestão foi feita pelo ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, durante palestra em Cambridge, nos Estados Unidos. “Uma boa [reforma] já seria (...) congelar o salário mínimo em termos reais. Seis anos congelados já ajudaria”, declarou.

Desde 2023, o mínimo é corrigido pela inflação acumulada até novembro somada ao crescimento do PIB de dois anos anteriores, com limite de 2,5% acima da inflação. O valor atual é de R$ 1.518.

Além disso, o mercado defende a desvinculação dos reajustes de benefícios sociais e previdenciários do aumento do mínimo, o que reduziria o efeito cascata de gastos. Outra proposta é atrelar o crescimento dos pisos constitucionais de saúde e educação ao arcabouço fiscal, abrindo uma folga orçamentária estimada em até R$ 190 bilhões em dez anos.

A lista de medidas inclui ainda uma nova reforma da Previdência. Segundo Wagner Balera, ex-procurador do INSS, “logo vai haver uma próxima reforma”. Ele argumenta que, com o envelhecimento da população — cuja expectativa de vida atingiu 76,8 anos em 2025 —, o atual sistema se tornará insustentável: “estamos em um verdadeiro beco sem saída, porque não vai haver dinheiro para sustentar o sistema”.

Por fim, o mercado também pressiona por uma reforma administrativa que limite salários iniciais, desacelere progressões e facilite demissões no serviço público.

☆ Alternativas do governo: conter privilégios e isenções - Antes de considerar aumento no IOF, o ministro Fernando Haddad já havia defendido o corte de supersalários no serviço público. A proposta mira principalmente verbas indenizatórias que permitem a magistrados e membros do Ministério Público ultrapassarem o teto constitucional. Um projeto sobre o tema foi aprovado pelo Senado em 2016, mas segue travado no Congresso. Em dezembro de 2023, Lula propôs uma PEC para conter esses “penduricalhos”, mas o texto foi desidratado após pressão do Judiciário.

Outro ponto em estudo pela equipe econômica é a redução da contribuição federal ao Fundeb, fundo essencial para a educação básica. Atualmente, a União complementa em 21% os repasses estaduais e municipais — valor que poderá ser congelado ou reduzido, o que evitaria um acréscimo previsto de R$ 6 bilhões já em 2026.

A lista de alternativas inclui ainda a revisão dos incentivos fiscais concedidos a setores empresariais. Segundo o Ministério da Fazenda, as isenções somam cerca de R$ 800 bilhões. Entre os beneficiados estão 17 segmentos que mantêm desonerações desde 2012, com impacto anual de R$ 9,4 bilhões.

O governo também tenta reestruturar o sistema previdenciário dos militares. Um projeto de lei enviado ao Congresso propõe idade mínima de 55 anos para ingresso na reserva e o fim de pensões a parentes de militares presos. Dados do TCU mostram que o déficit por beneficiário no regime militar (R$ 159 mil por ano) é muito superior ao do INSS (R$ 9.400).

☆ Choque de interesses marca próximos passos - A agenda de cortes expõe o conflito entre duas abordagens para lidar com o ajuste fiscal: de um lado, o governo busca preservar políticas públicas e enfrentar privilégios do topo da estrutura de Estado; do outro, o mercado pressiona por medidas com alto custo social.

Com os desdobramentos da queda do IOF, as escolhas que se impõem nas próximas semanas serão determinantes para o rumo da política econômica. O impasse sobre quem vai pagar a conta do ajuste deve esquentar o debate no Congresso e nas ruas.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL