O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o secretário de Estado, Marco Rubio. Foto: Reprodução
O secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira (13) a revogação de vistos de funcionários do governo brasileiro ligados ao programa Mais Médicos.
A medida também atinge ex-integrantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e foi divulgada após o Departamento de Estado impor restrições a autoridades de países africanos, de Cuba e de Granada, acusadas de privar a população cubana de cuidados médicos essenciais.
Criado em 2013, o Mais Médicos ampliou a presença de profissionais na rede pública, especialmente em áreas carentes, permitindo que médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior atuassem sem revalidação do diploma. Segundo estimativas oficiais, o programa chegou a mais de 4 mil municípios e beneficiou mais de 63 milhões de pessoas antes de ser substituído em 2019 e depois retomado em 2023 para suprir vagas não preenchidas.
Enquanto isso, o trabalho dos médicos cubanos continua a ser reconhecido internacionalmente. Na região da Calábria, na Itália, mais de 330 médicos da Brigada Médica Cubana que atuam em 27 hospitais foram homenageados com uma placa de agradecimento entregue pelo presidente da Anaic, Marco Papacci.
“Decidimos honrá-los com esta placa, para lhes manifestar o nosso mais sincero agradecimento pelo que fizeram, o que fazem e o que farão não só pelo nosso país, mas pela humanidade”, afirmou Papacci durante a cerimônia em Cosenza.

A embaixadora de Cuba na Itália, Mirta Granda Averhoff, ressaltou que os médicos cubanos são verdadeiros embaixadores do humanismo e da solidariedade de seu país. “Com esta belíssima placa da Anaic, não apenas se reconhece a brigada médica, mas o povo cubano”, disse.
O trabalho da Brigada Médica Cubana contribui significativamente para melhorar os indicadores de saúde na região, abrangendo 23 especialidades e distribuído pelas cinco províncias da Calábria: Cosenza, Catanzaro, Crotone, Reggio Calabria e Vibo Valentia. A primeira leva de médicos chegou em dezembro de 2022, seguida por grupos adicionais em 2023 e 2024.
Para autoridades locais, o empenho dos profissionais cubanos demonstra compromisso com a defesa da vida e reforça o valor da cooperação internacional em saúde. Ao mesmo tempo, a medida de restrição de vistos dos EUA evidencia a tensão política que envolve programas de saúde internacionalmente reconhecidos e seus profissionais.
Fonte: DCM