domingo, 3 de fevereiro de 2019

Jornalista processado por Bolsonaro denuncia censura: "Não tenho medo de fascista"


Sindicato dos Jornalistas de SP diz que o presidente da República age como inimigo do direito democrático à informação
Imagem que motivou processo de Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro contra a Revista Fórum / Foto: Lula Marques/Revista Fórum

A Revista Fórum, um dos portais de mídia alternativa mais acessados do país, está sendo processada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), por conta da divulgação de uma conversa polêmica entre os dois pelo aplicativo Whatsapp durante sessão na Câmara dos Deputados em 2017. Para Renato Rovai, editor da Revista fórum, a ação é arbitrária e representa censura à imprensa. 
"Esse processo do Bolsonaro é claramente uma tentativa de ameaça ao jornalismo independente, alternativo e livre", afirma o jornalista.
Na opinião de Paulo Zocchi, presidente do Sindicado dos Jornalistas do Estado de São Paulo, a atitude de Jair Bolsonaro mostra que ele se comporta como inimigo do exercício do jornalismo e do direito democrático à informação. 
Alvos do processo
Os alvos do processo contra a Revista Fórum são o editor Renato Rovai e o fotógrafo Lula Marques, por uma matéria que foi ao ar no site do veículo no dia 8 de fevereiro de 2017. No conteúdo da conversa capturada pelas lentes do fotógrafo, Jair Bolsonaro cobrava a presença do filho na sessão e ainda o repreendia por alguma ação indevida. Na imagem, Jair Bolsonaro escreveu: “se a imprensa te descobrir aí e o que está fazendo, vão comer seu fígado e o meu. Retorne”.
A ação movida pelo presidente tem por objetivo uma indenização por “uso abusivo de imagem e violação de privacidade e conduta difamatória”. No entanto, na data posterior da publicação da matéria da Fórum, a revista Veja também veiculou conteúdo com a mesma imagem, mas não houve retaliação por parte da família Bolsonaro.  
Interesse público
Segundo Zocchi, a atitude do fotógrafo está de acordo com o exercício da profissão de jornalista, já que a situação flagrada entre Jair Bolsonaro e o filho Eduardo ocorreu em local público. Além disso, o teor da conversa também indica interesse público. 
"Eles processam o jornalista e a Revista Fórum, alegando que julgaram uma conversa privada. Não tem nada de privado nessa história, o Bolsonaro estava no plenário da Câmara dos Deputados, ele era um candidato à presidente da Câmara dos Deputados, o filho dele, com quem ele estava se comunicando, também é um deputado federal e deveria estar no plenário; não estava, sequer compareceu para votar no pai. E eles estavam tendo um diálogo sobre isso. Obviamente é uma comunicação de interesse público", explica o sindicalista. 
Sem medo de cara feia
Renato Rovai antecipou que a ação movida contra ele e o fotógrafo não trará alteração à linha editorial da revista e que a tentativa do presidente de intimidar a livre comunicação, não surtirá efeito. 
"Eles tentaram com isso, imaginavam que iam nos calar, ou seja, que iam fazer com que a gente ficasse amedrontado. Se deram mal, aqui a gente tem casca grossa, não temos medo de cara feia, não temos medo de fascista”, avisa. 
Rovai pede a solidariedade aos movimentos sociais, neste momento político, que em sua avaliação gerará outros processos contra a liberdade de imprensa. 
Fonte: Brasil de Fato

Venezuelanos comemoram 20 anos da Revolução Bolivariana em atos em defesa de Maduro


Em discurso, presidente lembrou o legado de Hugo Chávez e afirmou estar aberto ao diálogo
Apoiadores de Maduro se concentraram na Avenida Bolívar, em Caracas, neste sábado (02) / Alba Movimentos / Telesur
Venezuelanos foram às ruas neste sábado (02) para comemorar os 20 anos da posse do ex-presidente Hugo Chávez, que marcou o início da chamada Revolução Bolivariana no país, e defender o mandato de Nicolás Maduro, sucessor apoiado por Chávez e reeleito em maio de 2018, com mais de 67% dos votos.
"Há 20 anos, em uma tarde como hoje, com o voto popular elegemos o comandante Chávez presidente da República e iniciamos uma nova história de reivindicação popular na Venezuela", disse Maduro em discurso na Avenida Bolívar, na capital Caracas. "Na Venezuela não há ditadura. Na Revolução Bolivariana haverá poder popular, democracia verdadeira e a liberdade dos povos", disse o presidente. 
Maduro agradeceu as iniciativas dos governos do México, Uruguai e Bolívia que se prontificaram a estabelecer uma mesa de diálogo entre governo e oposição. "O dia que quiserem, quando quiserem, como quiserem, estou pronto para falar e facilitar o diálogo do encontro nacional, para respeitar a Constituição e fazer uma agenda nacional de prioridades", afirmou.
Ainda no ato de comemoração, o mandatário se dirigiu à oposição para que deixem de apoiar ao golpe de Estado e de chamar à intervenção militar. "Apesar das tentativas de golpe e das ameaças externas, a Venezuela está em paz. A paz se impôs novamente e não conseguiram impor a violência. Foram derrotados com a justiça", disse.
Oposição
Juan Guaidó, deputado do partido de direita Voluntad Popular que se autoproclamou presidente no dia 23 de janeiro, convocou manifestações da oposição também para este sábado. 
No mesmo dia, o general da Força Aérea, Francisco Yánez, publicou via Twitter uma mensagem na qual reconhece Guaidó como presidente interino do país. O ato foi condenado pelo alto comando da Força Aérea da Venezuela que classificou Yánez como traidor e afirmou, também via rede social, que "a Força Aérea não aceitará jamais um presidente imposto por interesses obscuros, nem autoproclamado à margem da lei. Também não se subordinará nunca a uma potência estrangeira ou a um governo que não seja eleito democraticamente pelo povo venezuelano".
Fonte: Brasil de Fato

Ricardo Miranda: Congresso volta a ser comandado pela Arena


"O governo de Jair Bolsonaro tem um balaio de zumbis, liderado pelo cadáver ambulante DEM, presidindo as duas Casas. Se você considerar que o DEM vem do PFL, do PDS, da Arena, é a volta do partido da ditadura ao poder no Congresso. Rodrigo Maia e David Alcolumbre, que não merecem ter seus retratos nem na parede do sindicato dos paneleiros, serão, assim, os cavalinhos que terão as rédeas puxadas pelo Planalto para tentar aprovar seus projetos no Congresso", diz o jornalista Ricardo Miranda 
247 - O jornalista Ricardo Miranda afirmou as eleições da Câmara e do Senado, vencidas por Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente, traz de volta ao poder o partido descendente da Arena. 
"O governo de Jair Bolsonaro tem um balaio de zumbis, liderado pelo cadáver ambulante DEM, presidindo as duas Casas. Se você considerar que o DEM vem do PFL, do PDS, da Arena, é a volta do partido da ditadura ao poder no Congresso. Rodrigo Maia e David Alcolumbre, que não merecem ter seus retratos nem na parede do sindicato dos paneleiros, serão, assim, os cavalinhos que terão as rédeas puxadas pelo Planalto para tentar aprovar seus projetos no Congresso", diz Miranda em seu blog. 
"Até aqui, dos partidos da atualidade, o único que presidiu as duas casas simultaneamente foi o MDB. É mais ou menos como imaginar um capitão reformado, politicamente inexpressivo, filiado a um partido de aluguel, defensor das ideias mais nefastas e atrasadas para o país, ganhando as eleições e comandando o Executivo", diz ele. 
Leia o texto na íntegra no Blog Gilberto Pão Doce


Ex-integrante de esquadrão da morte é nomeado para governo Bolsonaro


O ex-deputado federal Carlos Humberto Manatto, que integrou a Scuderie Le Cocq, braço do esquadrão da morte, foi nomeado para o cargo de Secretário Especial para a Câmara dos Deputados da Casa Civil da Presidência da República; nomeação foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; "Só no Espírito Santo, onde Manato desenvolve suas atividades, a Scuderie Le Cocq matou 1.500 pessoas", destaca a reportagem; "A Le Cocq foi apontada, entre os anos 80 e parte de 2000, como o braço armado do crime organizado", ressalta ao texto
247 - O ex-deputado federal capixaba Carlos Humberto Manatto, que integrou a Scuderie Le Cocq, braço do esquadrão da morte, foi nomeado para o cargo de Secretário Especial para a Câmara dos Deputados da Casa Civil da Presidência da República. A nomeação, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira (1), conforme reportagem do Jornalistas Livres.
"Só no Espírito Santo, Estado onde Manato desenvolve suas atividades, a Scuderie Le Cocq matou 1.500 pessoas, segundo o Ministério Público Federal. A organização assassina foi extinta pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio/ES) no final de 2005", destaca a reportagem. "A Le Cocq foi apontada, entre os anos 80 e parte de 2000, como o braço armado do crime organizado capixaba", ressalta a reportagem em seguida.
Manatto foi candidato a governador do Espírito Santo em 2000 tendo como principais propostas a redução da maioridade penal para 16 anos e a liberação do porte de armas para cidadãos comuns; além da revisão do Estatuto do Desarmamento. As bandeiras são semelhantes as defendidas por Bolsonaro durante a campanha.
Manato entrou na política em 1994, quando se filiou ao PSDB. Em 2001, ingressou no PDT. Na eleição de 2002, foi eleito pela primeira vez a exercer um mandato na Câmara dos Deputados. Foi reeleito em 2006, 2010 e 2014.
"Carlos Manato desistiu do legislativo em 2018 para sair candidato ao governo do Espírito Santo, com o objetivo maior de dar palanque ao candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro", observa o texto.
A atuação da Le Coq chegou a ser alvo de uma CPI no Congresso Nacional, em 1998. Na ocasião, "a CPI do Narcotráfico, presidida por Magno Malta, chegou a indiciar diversas autoridades capixabas por suposta ligação com a Le Cocq. Eram pessoas filiadas à Scuderie Le Cocq e acusadas de crimes que variavam da receptação de carros roubados à organização de assaltos a banco, passando por assassinatos e tráfico internacional de drogas", diz a reportagem do Jornalistas Livres.


Dimenstein: estado de saúde de Bolsonaro é mais grave e assessores mentem


"A Folha mostra que os assessores enganaram a imprensa sobre a saúde do presidente Jair Bolsonaro. Assessores disseram à imprensa que as náuseas e vômito que Bolsonaro teve no sábado, obrigando-o a colocar uma sonda gástrica, era uma 'reação normal e decorrente da retomada da função intestinal'. A Folha descobriu que não era uma reação normal. A náusea e vômito ocorreram porque o intestino delgado parou de funcionar. É o que se chama de 'íleo paralítico'", informa o jornalista Gilberto Dimenstein, no Catraca Livre
247 – "A Folha mostra que os assessores enganaram a imprensa sobre a saúde do presidente Jair Bolsonaro. Assessores disseram à imprensa que as náuseas e vômito que Bolsonaro teve no sábado, obrigando-o a colocar uma sonda gástrica, era uma 'reação normal e decorrente da retomada da função intestinal'. A Folha descobriu que não era uma reação normal. A náusea e vômito ocorreram porque o intestino delgado parou de funcionar. É o que se chama de 'íleo paralítico'", informa o jornalista Gilberto Dimenstein, no Catraca Livre.
A Folha ouviu especialistas. Abaixo, o relato:
Segundo eles, os sintomas apresentados por Bolsonaro representam uma piora no estado clínico. Um deles diz que, no melhor cenário, não era para acontecer. No quinto dia após a cirurgia, afirma, o paciente deveria estar comendo por boca e evacuando.
Outras hipóteses explicariam a paralisação do intestino como fístula (abertura de algum ponto cirúrgico), infecção, efeitos colaterais de medicamentos (antibióticos ou remédios para dor) ou aderência precoce, ou seja, uma dobra no intestino.
A pior das hipóteses seria a fístula. Se ocorrer, há risco grande de ter que reoperar e refazer a bolsa de colostomia.


Em carta emocionante, neta de Lula pede a libertação do avô


"Há 300 dias nosso pesadelo real começou. Meu avô foi preso. O biso da Analua foi sequestrado, colocado em uma sala e lá esquecido. Sim, esquecido. Somente nós da família sabemos a dor que está sendo vivenciar tudo isso", diz Bia Lula. "Não podemos mais permitir que deixem ele lá, não podemos mais permitir que privem ele do contato com a família e, principalmente, com os netos que, sem entender nada, choram de saudade, perguntam, querem ligar, mas não podem". Lula foi preso há 300 dias para ser impedido de disputar uma eleição presidencial que venceria em primeiro turno
Da revista Fórum – Em carta, divulgada neste sábado (2) no perfil oficial do ex-presidente nas redes sociais, Bia Lula, neta de Lula, pede a libertação do avô.
"Se eu pudesse fazer um desejo meu se realizar, certamente seria o de vê-lo livre para que juntos consigamos viver em paz, ter nossos momentos, devolver a ele tudo que ele sempre mais quis conquistar e preservou enquanto deixaram, sua liberdade".
Mãe de Analua, bisneta do ex-presidente, ela diz que é "desumano" o que está sendo feito com Lula e conta a falta que ele faz à filha.
"Eu, enquanto mãe da pequena grande Analua, sei a dor que é vê-la querendo falar com o "tiso" (ela o chama assim) pelo telefone, e não pode".
Leia a íntegra da carta de Bia Lula.
Há 300 dias nosso pesadelo real começou. Meu avô foi preso.
O biso da Analua foi sequestrado, colocado em uma sala e lá esquecido. Sim, esquecido. Somente nós da família sabemos a dor que está sendo vivenciar tudo isso.
Eu, enquanto mãe da pequena grande Analua, sei a dor que é vê-la querendo falar com o "tiso" (ela o chama assim) pelo telefone, e não pode.
Ela mesma já sabe o que falar de consolo para os momentos em que ela busca por ele. Nesses instantes, ela me olha, pega o telefone, finge ligar pra ele e então fala: "Alô, tiso? é a Lua. Bem? (tudo bem), ahhh tá trabalhando?" e faz cara de chateada.
Automaticamente, ela olha pra mim e fala: "pouxaaaa, tiso tá trabalhando mamãe", com bico no rosto, e então eu explico que o biso é um homem muito bom, generoso e não pode nunca deixar de trabalhar para ajudar as pessoas. Ela então bate palma e grita "êêê tiso, tiso, tiso".
Vocês sabem a dor que é ver uma cena dessas? Vocês sabem o que é ver sua filha querer ter contato com o bisavô dela e não poder? Sua filha abraçar e beijar todos os dias um boneco do bisavô que temos em casa, fazer carinho, falar que sente saudade?
Não desejo para ninguém ver ou sentir o que sinto quando Analua fala sobre ele ou "conversa" com ele pelo telefone. É desumano, é doloroso. Minha filha não merece isso, eu não mereço isso, minha mãe, meus tios e primos também não merecem, mas sobretudo, meu avô, o gigante Luiz Inácio, não merece ser privado desse contato e dessa troca com as pessoas que ele mais ama, com a família que ele lutou para construir.
Se eu pudesse fazer um desejo meu se realizar, certamente seria o de vê-lo livre para que juntos consigamos viver em paz, ter nossos momentos, devolver a ele tudo que ele sempre mais quis conquistar e preservou enquanto deixaram, sua liberdade. Para que ele possa conviver com quem o cerca de amor, carinho, cuidado.
Não podemos mais permitir que deixem ele lá, não podemos mais permitir que privem ele do contato com a família e, principalmente, com os netos que, sem entender nada, choram de saudade, perguntam, querem ligar, mas não podem.
Por favor, libertem ele, façam justiça.
Bia Lula, neta do ex-presidente Lula.
#LulaLivre

Reinaldo: eleição de Alcolumbre foi “vitória de Pirro” para bolsonaristas


O jornalista Reinaldo Azevedo observa que a eleição de Davi Alcolumbre para presidir o Senado não passou de uma 'vitória de Pirro, onde o custo da vitória é maior que o da derrota; "Para quem ainda não entendeu: o governo terá menos trânsito no Senado do que teria com Renan no comando" e que agora "a reforma no Senado ficou mais difícil e mais cara. Se o generalato que pensa e se Guedes estão preocupados, se o PT comemora e se Onyx experimenta uma vitória puramente pessoal, já que tomou uma tunda na Câmara e quis compensar, bem, não dá para dizer que o governo ganhou", afirma
247 - O jornalista Reinaldo Azevedo observa que "deve haver alguma razão bastante forte para que, neste momento, os militares do governo — o generalato da reserva — e Paulo Guedes não estejam nem um pouco felizes com o que aconteceu no Senado". Alcolumbre teve apenas metade dos votos do Senado — vá lá, um pouco mais. Nos 42, já afirmei, estão cinco da Rede, por exemplo, um partido de oposição, e 8 do PSDB. Só sabemos disso porque a decisão do Supremo foi ignorada. Alguns dos que anunciaram seu voto no vencedor precário e golpista até ontem estavam menos dando satisfação a Onyx — e os havia — do que a patrulheiros das redes sociais", destaca Reinaldo em seu blog no site da RedeTV.
"Para quem ainda não entendeu: o governo terá menos trânsito no Senado do que teria com Renan no comando. Quem realmente torcia para que o governo Bolsonaro se desse mal, vamos ser claros, torcia pela derrota do senador peemedebista. Quer dizer que vai dar errado? Não necessariamente. Mas quer dizer que tudo vai ficar mais difícil. O mundo não é plano, como supõem os tontos. E a Terra não é um disco". Não por acaso, lá com seus botões, que generais e Guedes torcessem por Renan", observa o jornalista.
"A reforma no Senado ficou mais difícil e mais cara. Se o generalato que pensa e se Guedes estão preocupados, se o PT comemora e se Onyx experimenta uma vitória puramente pessoal, já que tomou uma tunda na Câmara e quis compensar, bem, não dá para dizer que o governo ganhou", complementa.


Alcolumbre responde a inquérito por crime eleitoral


"Alcolumbre também responde a um inquérito por crime eleitoral — em sua campanha, em 2014, foram apresentadas notas falsas na prestação de contas à justiça eleitoral. Antes disso, em 2004, ele foi indiciado num inquérito da Polícia Federal que apurou desvios na Saúde", aponta reportagem do DCM
Do DCM – Davi Alcolumbre, candidato apoiado pela Casa Civil do governo Bolsonaro, se elegeu presidente do Senado, com 42 votos, um a mais que o necessário para a eleição.
Renan Calheiros, que havia retirado sua candidatura no meio do processo da segunda votação, teve 5 votos. Espiridião Amim teve 13 votos; Angelo Coronel, 8 votos; senador José Reguffe, 6 votos; Fernando Collor, 3 votos.
Alcolumbre, um senador obscuro até apresentar sua candidatura, representante do Amapá, tem forte ligação com Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil. Os dois são do DEM. A mulher de Lorenzoni está nomeada para um cargo de confiança no gabinete do senador.
Alcolumbre também responde a um inquérito por crime eleitoral — em sua campanha, em 2014, foram apresentadas notas falsas na prestação de contas à justiça eleitoral.
Antes disso, em 2004, ele foi indiciado num inquérito da Polícia Federal que apurou desvios na Saúde.
Renan Calheiros fez um duro discurso ao retirar sua candidatura. Disse que vai permanecer no Senado para defender a democracia.
Disse que houve interferência da Casa Civil no processo eleitoral.
Os votos do PSDB foram decisivos na sua eleição, numa articulação realizada pelo senador Tasso Jereissati.


Davi Alcolumbre, candidato de Bolsonaro, é eleito presidente do Senado


Numa sessão marcada por confusão, uma votação anulada e pela desistência da candidatura pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito neste sábado, 2, presidente do Senado; candidato do presidente Jair Bolsonaro, Alcolumbre  recebeu 42 votos;  Esperidião Amin (PP-SC) obteve 13 votos, Angelo Coronel, oito votos, Fernando Collor, três votos; Reguffe, seis votos e Renan Calheiros, cinco votos
247 - O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito neste sábado, 2, presidente do Senado Federal, numa sessão marcada por tensão, confusão, votação anulada por denúncia de fraude e pela desistência da candidatura pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Alcolumbre recebeu 42 votos. Esperidião Amin (PP-SC) obteve 13 votos, Angelo Coronel, oito votos, Fernando Collor, três votos; Reguffe, seis votos e Renan Calheiros, cinco votos. 
Os senadores Jader Barbalho (MDB-PA), Renan Calheiros (MDB-AL), Maria do Carmo Alves (DEM-SE) e Eduardo Braga (MDB-AM) não votaram.
Após uma confusão na apuração dos votos para a Presidência do Senado, os senadores decidiram repetir a eleição na tarde de hoje (2). Na hora da apuração dos votos, foram encontrados 80 envelopes com 80 cédulas e outras duas cédulas avulsas na urna, o que levantou suspeitas sobre fraude nas eleições. O total de senadores é de 81. Após a decisão sobre uma nova eleição, os papeis com os primeiros votos foram triturados. 
No meio da segunda votação, o senador Renan Calheiros anunciou sua desistência da disputa, denunciando irregularidades na declaração de votos por senadores. "Este processo não é democrático", disse Renan, que após citar a decisão da bancada do PSDB de anunciar os votos, bem como do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que anunciou voto em Davi Alcolumbre (DEM-AP); "Eles querem ganhar de qualquer jeito. Mas eu não sou Jean Wyllys. Eu não vou renunciar ao meu mandato", disse
Leia também reportagem da Agência Brasil sobre o assunto:
Com 42 votos, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito hoje (2) em primeiro turno presidente do Senado. O principal opositor de Alcolumbre, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), retirou a candidatura na tarde de hoje.
Renan Calheiros teve 5 votos. Espiridião Amin (PP-SC) ficou com 13 votos, Ângelo Coronel (PSD-BA) teve 8 votos, Reguffe recebeu (sem partido-DF) 6 votos e Fernando Collor (Pros-AL) ficou com 3 votos
Senador de primeiro mandato, Alcolumbre teve uma atuação discreta nos primeiros quatro anos de mandato no Senado. Na disputa pelo comando da Casa, revelou-se um hábil articulador, congregando os adversários de Renan Calheiros e os aliados do governo federal.
O novo presidente contou com o apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também filiado ao DEM.
Aos 41 anos, o senador estreou na política no início deste século. Foi vereador em Macapá, três vezes deputado federal e chegou ao Senado em 2015. Nas eleições de outubro passado, concorreu ao governo do Amapá e ficou em terceiro lugar.
É um dos mais jovens senadores a assumir a presidência da Casa.
Eleição
A eleição para a presidência do Senado foi marcada por um embate sobre se a votação seria aberta ou secreta. Ontem (1º), após cinco horas de sessão, a maioria dos parlamentares decidiu pelo voto aberto. Mas uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli determinou que a votação deveria ser secreta.
A eleição foi feita em cédulas e teve que ser realizada duas vezes, pois na primeira apuração foi encontrada uma cédula a mais na urna. Após ser suspensa ontem, a sessão começou hoje por vota das 12h.
Em seu discurso ainda como candidato, Alcolumbre prometeu, se eleito, ampliar a transparência dos atos legislativos e de todos os fatos envolvendo o Senado. "O Senado deve se balizar pelos pilares da independência, transparência, austeridade e protagonismo. Os desafios do atual momento brasileiro são imensos. Por um lado, a complexa crise fiscal exige reformas urgentes a fim de corrigirmos as distorções. Por outro, é preciso reverter a profunda crise política que minou a confiança nos políticos", disse Alcolumbre, acrescentando que o povo clama por um novo modelo de fazer político. "Mais igualitário, mais democrático e com ampla participação cidadão".



Agência que atuou na campanha de Bolsonaro acessou dados sigilosos da Câmara


Agência AM4, responsável pelos disparos em massa de mensagens por meio do aplicativo Whatsapp na campanha presidencial de Jair Bolsonaro, teve acesso a dados sigilosos da Câmara;  em 2016, ainda com Eduardo Cunha como presidente da Casa, a AM4 possuía um contrato que permitia a empresa "tomar conhecimento de informações sigilosas ou de uso restrito da Câmara", incluindo o cadastro de 2,5 milhões de usuários que interagiam com o portal.
247 - A agência AM4, responsável pelos disparos em massa de mensagens por meio do aplicativo Whatsapp na campanha presidencial de Jair Bolsonaro, teve acesso a dados sigilosos da Câmara. De acordo com o colunista Lauro Jardim, de O Globo, em 2016, a AM4 possuía um contrato com a Casa Legislativa graças a uma licitação ganha nos tempos em que Eduardo Cunha era o seu presidente".
No contrato, que tinha como objetivo final fazer um diagnóstico do portal da Câmara, foi incluída uma cláusula pela qual a AM4, por meio de uma de suas empresas a Ingresso Total, que permitia a empresa "tomar conhecimento de informações sigilosas ou de uso restrito da Câmara", incluindo o cadastro de 2,5 milhões de usuários que interagiam com o portal.

Arilson Chiorato toma posse como Deputado Estadual e inicia trabalhos na Alep


O Deputado Estadual Arilson Chiorato tomou posse na tarde desta sexta (01) na Assembleia Legislativa do Paraná. A solenidade de posse da 19ª Legislatura aconteceu no plenário da Alep.
Familiares, amigos e correligionários estiveram presentes acompanhando o início do mandato do mais novo deputado estadual do Partido dos Trabalhadores do Paraná (PT).
Emocionado, Arilson agradeceu aos votos "Essa conquista só foi possível porque milhares de pessoas acreditam no nosso projeto. Gratidão total a cada um e cada uma que nas últimas eleições nos escolheu como representante na Assembleia. Agora é hora de trabalhar ainda mais!", conta.
Arilson Chiorato foi eleito com 36.497 votos em 334 municípios do Paraná. Para ele, o ano de 2019 deve ser de muito trabalho na Assembleia Legislativa "Nesta segunda (04) acontece a primeira sessão do ano, já chegaremos com vários requerimentos e propostas de trabalho. Estou pronto para lutar pelas causas que viemos defendendo ao longo da campanha eleitoral", salienta.
Eleito pela oposição, Arilson tem uma posição bem clara quanto ao governo estadual "Faremos uma oposição inteligente, sem politicagem. O que for bom para o povo do Paraná terá sempre o meu apoio. Já o que for ruim, lutarei contra. Sem ideologia ou distinção partidária. Meu trabalho é pelo povo paranaense".
Além de Arilson, tomaram posse outros 53 deputados estaduais que compõem a 19ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Paraná. 
O deputado também lembrou que agora vai ter uma rotina dividida entre os trabalhos na Alep em Curitiba e em Apucarana, onde deve implantar um escritório regional "Daqui uns dias vamos inaugurar nosso escritório regional em Apucarana. Assim, estarei em Curitiba nos dias de sessão na Assembleia, e em Apucarana atendendo as pessoas da cidade e da região. Nosso escritório deve ser inaugurado em breve, além de muitas outras novidades que virão", ressalta.
AUTORIDADES PRESENTES
Algumas autoridades estiveram acompanhando a cerimônia, como o prefeito de Ourizona, Rodrigo Amado junto dos vereadores Adenilson Maroldi e Sirlene Nery, o prefeito de Paraíso do Norte, Laércio Freitas e o ex-prefeito Beto Vizotto, prefeito de São Jorge do Ivai, André Bovo, de Paiçandu, Tarcísio Marques e  vereador Wesley Rossi, além do prefeito de Mandaguari, Romualdo Batista, e a vereadora Márcia Serafini, e o ex-prefeito de Itambé, Antônio Carlos Zampar.
Também esteve presente o prefeito de Apucarana Júnior da Femac e o vereador Lucas Leugi. A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Apucarana e região, Marli de Castro, e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário de Apucarana e região, Leonora Batista.
Sindicalistas, ex-vereadores e secretários municipais também prestigiaram o evento.
BIOGRAFIA
Arilson cresceu em Ourizona e  mora em Apucarana, com a esposa Jane e o filho Benício, no bairro Afonso Camargo. Formado em Administração pela Universidade Estadual de Maringá e mestre em Gestão Urbana pela PUC,  iniciou carreira na administração pública como Secretário de Finanças de Ourizona, passando a consultor tributário e financeiro de vários municípios do Estado.   
Foi também Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, onde trabalhou pelo desenvolvimento econômico e social de várias regiões, sobretudo na AMUVI e na AMUSEP. Recentemente, trabalhou como assessor parlamentar na Assembleia Legislativa do Paraná e no Senado Federal, em Brasília.
Da Assessoria de Comunicação


FHC admite derrota feia e possível fim do PSDB


"O PSDB precisa reconhecer que perdeu feio e analisar o porquê disso, bem como atualizar-se. Será capaz? Não sei. O mundo mudou muito, a própria 'social-democracia' é datada", diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que apoiou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff e se omitiu nas eleição presidenciais de 2018, quando não apoiou Fernando Haddad, em razão de sua relação mal resolvida com o ex-presidente Lula, que o sucedeu no cargo e deixou a presidência com a maior aprovação da história do Brasil
247 – "O PSDB precisa reconhecer que perdeu feio e analisar o porquê disso, bem como atualizar-se. Será capaz? Não sei. O mundo mudou muito, a própria 'social-democracia' é datada", diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que apoiou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff e se omitiu nas eleição presidenciais de 2018, quando não apoiou Fernando Haddad, em razão de sua relação mal resolvida com o ex-presidente Lula, que o sucedeu no cargo e deixou a presidência com a maior aprovação da história do Brasil.
Leia abaixo sua coluna deste fim de semana:
E agora?
É preciso reconstruir a confiança entre sociedade e poder. Não parece que o presidente atual tenha essas qualidades
Fazer campanha é uma coisa, governar é outra. O novo governo mal começou, por isso tenho sido cauteloso ao falar dele. Dei algumas entrevistas na França e participei de discussões. Num diálogo na Maison de l'Amérique Latine sobre o último livro de Alain Touraine, quatro ou cinco ativistas pertencentes a um "coletivo" levantaram uma faixa. Nela se lia: "Lula livre!" e algo sobre os "golpistas". Como não fui eu quem mandou prender Lula, foi a Justiça, e jamais participei de golpe algum, vi o "ato" com fleuma. Mas, de ato em ato, se vai formando no subconsciente das pessoas e da mídia a convicção de que houve um golpe no Brasil que destituiu Dilma Rousseff. Estaríamos agora, com a eleição de Bolsonaro, caminhando para o fascismo... As perguntas feitas por alguns jornalistas tinham esse pano de fundo. Que o governo é "de direita" é certo, assumidamente. Que haja fascismo, só com má-fé. Os que ouviram na TV Globo as declarações do general Mourão podem eventualmente discordar, mas nada há de fascismo nelas.
No governo existem tendências autoritárias e gente que vê fantasmas no "globalismo". Também há pessoas que, contra os supostos males da "ideologia de gênero", advogam que meninos usem roupas azuis e meninas, cor-de-rosa. Mais grave, existem pessoas do círculo familiar do presidente que parecem ter relações bem próximas com as milícias cariocas. Já houve quem dissesse, e é certo, que a democracia é como uma planta tenra, precisa ser regada todos os dias. Cuidemos, pois, para evitar o pior. Que a essas tendências se oponham outras, abertamente democráticas.
O governo atual é consequência do medo (da violência que se espraiou), do horror à corrupção política (a Justiça e a mídia mostraram que ela é epidêmica) e da ansiedade pelo "novo". Que temos culpa no cartório, os do "antigo regime", é inegável. Se não culpa pessoal, culpa política. Nesse caso, de pouco adianta bater no peito.
É preciso reconstruir os laços de confiança entre a sociedade e o poder, o que requer liderança e ação institucional. Não parece que o presidente atual tenha as qualidades para tanto. Mas também as oposições estão em jogo: se simplesmente se opuserem a tudo ou aderirem acriticamente ao governo, pobre democracia.
O PSDB precisa reconhecer que perdeu feio e analisar o porquê disso, bem como atualizar-se. Será capaz? Não sei. O mundo mudou muito, a própria "social-democracia" é datada. Ela correspondeu ao que de melhor poderia haver nos marcos do capitalismo industrial, ao longo do século 20: a conciliação entre a "lógica do capital" e os valores da liberdade e da igualdade, do ideal democrático. A expressão dessa conciliação foram os Estados de bem-estar construídos nos países industriais avançados, nos quais se inspiraram líderes e partidos latino-americanos que chegaram ao poder depois do predomínio do autoritarismo na região.
A resposta aos novos desafios é mais difícil – não só no Brasil e na América Latina, também nos "países centrais" – do que foi a resposta social-democrata na época do desenvolvimento capitalista urbano-industrial. Como dar ocupação e renda à maioria da população em economias globalizadas, em que o aumento de produtividade dependerá cada vez menos de mão de obra não especializada e mais de conhecimentos, habilidades, capacidades de adaptação e invenção que podem ser oferecidos por trabalhadores especializados ou máquinas inteligentes? Mesmo que se possa assegurar uma renda mínima decente a todos, como resolver a questão da ocupação das pessoas marginalizadas do mercado de trabalho? São questões para as quais não existem respostas prontas. Mas tampouco o liberalismo econômico as tem. É ilusão acreditar que o crescimento da economia contemporânea solucionará por si os novos desafios da "inclusão social".
E nós, aqui, vamos empurrar a questão da equidade para debaixo do tapete e rezar para que o "mercado" resolva tudo? É a tal tipo de visão que os social-democratas vão aderir? Ou os setores da sociedade fortemente comprometidos com a democracia, com as liberdades e com ideais de maior igualdade e dignidade humana terão forças para atualizar o ideário e abrir caminhos novos? A ver... É esse o enigma que nos espera. Diante dele, xingamentos e conceitos historicamente esvaziados(como o de fascismo) são insuficientes tanto para explicar o que acontece na sociedade quanto para apontar os rumos do futuro.
Nessa falta de rumos tanto o governo como as oposições estão enredados. Até o momento a agenda governamental é a da campanha: bandido bom é bandido morto, cadeia para os corruptos, adesão a outro pensamento único, o de Trump, e assim por diante. Mas a solução para os problemas da criminalidade, da violência, da corrupção, do lugar do Brasil no mundo não admite respostas singelas.
É preciso retomar o ritmo positivo da economia, o que depende de equilibrar as contas públicas e assegurar a solvência do Estado. Por isso, entre as múltiplas questões em pauta a reforma da Previdência prima. Seu andamento depende não apenas de coordenação política no Congresso, uma tarefa complexa, mas também de o governo definir um rumo claro a seguir e convencer a sociedade de que essa reforma é um passo necessário. Não se põe em marcha tal processo sem uma visão convincente sobre para onde se quer conduzir o País.
Esse desafio é não só do governo, mas do País. Portanto, as oposições têm papel em seu encaminhamento e solução. Jogar fora a "pauta social" e substituí-la por outra, "econômica", não nos conduzirá pelo bom caminho. Aderir ao governo para obter vantagens políticas repugna ao eleitorado. Mantenhamos nossas crenças, tomemos posições claras, sem adesismo ao governo nem irresponsabilidade com o País. Sobretudo, imaginemos, critica e criativamente, como atualizar o ideário da social-democracia, cujas fronteiras não se limitam ao PSDB.
*SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA