domingo, 7 de dezembro de 2025

VÍDEO: Manifestações em todo o Brasil pedem fim do feminicídio e mais proteção às mulheres


   Manifestação contra a violência às mulheres reuniu participantes na Avenida Paulista. Foto: Divulgação

Neste domingo (7), protestos ocorreram em diversas cidades brasileiras em apoio à campanha contra o aumento de feminicídios e outras formas de violência contra mulheres. A mobilização foi organizada pelo movimento Levante Mulheres Vivas e reuniu pessoas de pelo menos 20 estados, além do Distrito Federal.

O movimento visa denunciar a violência estrutural que atinge as mulheres e cobrar medidas efetivas de enfrentamento a esse grave problema. Em São Paulo, o protesto na Avenida Paulista atraiu 9.200 participantes, de acordo com dados do Monitor do Debate Político do Cebrap e USP.

O grupo exibiu faixas e cartazes com frases como “Mulheres Vivas” e marchou pela cidade, destacando dois casos de feminicídio ocorridos no mesmo dia: o assassinato da farmacêutica Daniele Guedes Antunes, em Santo André, e a morte de Milena de Silva Lima, em Diadema, ambas vítimas de ex-companheiros.

“Todas merecem dignidade, todas merecem proteção. Tomamos a rua para dizer que nenhuma mulher será esquecida”, afirmou a deputada federal Erika Hilton, uma das vozes do protesto.

No Rio de Janeiro, a manifestação em Copacabana, na Zona Sul, reuniu centenas de pessoas em protesto contra o aumento da violência no estado, que registrou 79 feminicídios até novembro de 2025, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP).

O caso de Aline Nascimento, esfaqueada pelo ex-companheiro em Irajá, também foi lembrado no ato. Aline, que já possuía medida protetiva contra o agressor, sobreviveu ao ataque. O protesto no Rio também exigiu mais proteção para as mulheres e uma resposta eficaz das autoridades.

Protesto contra feminicídio reúne manifestantes em Copacabana. Foto: Divulgação

Em Brasília, a manifestação ocorreu pela manhã na Torre de TV, onde dezenas de mulheres se reuniram para exigir justiça e denunciar o alto número de feminicídios no Distrito Federal, que já registrou 26 casos em 2025. O protesto ganhou força após o assassinato da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, morta por um soldado dentro de um quartel.

Durante o ato, as organizadoras ressaltaram a importância das medidas protetivas e dos canais de denúncia para mulheres em situação de risco. Em Santa Catarina, a caminhada em Florianópolis homenageou Catarina Kasten, uma professora de 31 anos brutalmente assassinada em novembro.

Os manifestantes percorreram a cidade com faixas e cartazes pedindo o fim da violência contra a mulher, enquanto em Belo Horizonte, o protesto na Praça Raul Soares também exigiu justiça e políticas públicas de enfrentamento ao feminicídio.

A mobilização nacional “Mulheres Vivas” tem ganhado força com o objetivo de sensibilizar a sociedade e pressionar as autoridades a tomarem medidas efetivas para combater a violência de gênero.

Além das manifestações em várias cidades, o movimento também ressaltou a importância das medidas protetivas, que podem ser solicitadas pelas mulheres que se sentem ameaçadas, mesmo sem um crime consumado.

As mulheres podem buscar proteção na Polícia Civil, em delegacias e por meio de canais como o número 197. O descumprimento das medidas protetivas é considerado crime e deve ser denunciado imediatamente.

Confira os vídeos:

Fonte: DCM

Lindbergh cobra Tarcísio sobre explosão de feminicídios em São Paulo

Líder do PT critica o silêncio do governador diante dos casos de violência contra a mulher

     O deputado federal Lindbergh Farias - 09/07/2025 (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) cobrou publicamente uma resposta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, diante da escalada da violência de gênero no estado. A manifestação do parlamentar ocorreu no mesmo dia em que atos contra o feminicídio tomaram as ruas de diversas capitais brasileiras.

Em publicação nas redes sociais, o petista destacou o crescimento alarmante dos crimes: “Tarcísio precisa explicar! Estupros cresceram 43% em SP nos últimos 5 anos e o feminicídio subiu 76% na capital. No dia de defesa da vida das mulheres, o governador deve uma resposta: o que será feito pra parar essa violência?”.



◉ Pressão por respostas em meio à onda de manifestações

As declarações de Lindbergh ecoam um clima nacional de indignação. Neste domingo (7), o movimento Mulheres Vivas coordenou protestos em várias cidades do país, motivados pelo aumento dos casos de feminicídio e outras formas de violência contra mulheres. As mobilizações, segundo o Brasil 247, começaram pela manhã em Curitiba, Brasília e Belo Horizonte, e se espalharam ao longo do dia para capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Teresina, Manaus e Boa Vista.

◉ Forte adesão em São Paulo

Na capital paulista, o ato teve início às 14h em frente ao Masp, ocupando dois quarteirões da Avenida Paulista. Mulheres de várias idades, acompanhadas por homens e crianças, ergueram cartazes com frases como “misoginia mata” e “nenhuma a menos”, além de homenagens a vítimas recentes de feminicídio. O trânsito não foi totalmente bloqueado e seguiu liberado até a altura da Rua Itapeva. A Polícia Militar acompanhou a manifestação.

◉ Mobilização nacional reforça gravidade dos números

Em Belo Horizonte, manifestantes se concentraram na Praça Raul Soares, marchando até a Praça da Estação com cartazes que pediam justiça e denunciavam a impunidade. Em Curitiba, o protesto começou no Largo da Ordem, ao som do coro “Mulheres Vivas”.

O contexto que embasa a cobrança de Lindbergh é grave: só em 2024, o Brasil registrou 1.492 feminicídios, o maior número desde que o crime foi tipificado em 2015. Em 2025, o estado de São Paulo já contabiliza 53 feminicídios, um recorde histórico. Os assassinatos de mulheres por razão de gênero aumentaram 10% desde janeiro no estado.

◉ Silêncio do governo paulista amplia críticas

A ausência de posicionamento público do governador sobre esse cenário tem ampliado a pressão política. Para movimentos sociais, parlamentares e coletivos feministas, o governo estadual deve apresentar medidas concretas para conter a escalada da violência e proteger mulheres em situação de risco.

As manifestações deste domingo ressaltam a urgência por políticas públicas eficazes e reforçam a visibilidade de uma crise que vitima mulheres diariamente em todo o país.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO: Bolsonaro perde força entre apoiadores e superintendência da PF fica vazia neste domingo


       Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Após os primeiros 15 dias de encarceramento, Jair Bolsonaro tem se deparado com uma realidade diferente daquela que o acompanhou durante sua trajetória política. Nas redes, um vídeo registra o abandono do capitão, no dia em que o Datafolha aponta que a maioria do país concorda com sua prisão.

As imagens mostram a superintendência da PF vazia. Nenhuma alma para prestar solidariedade em ex-presidente encarcerado por tentativa de golpe. Detalhe: as imagens foram captadas neste domingo, 7, dia em que tradicionalmente as visitas nas cadeias aumentam em todo o país.


As mobilizações em apoio ao ex-presidente têm sido raras e de baixo impacto. No domingo, 30 de novembro, um pequeno grupo se reuniu em frente ao Museu Nacional da República, em Brasília, para pedir pela anistia de Bolsonaro e outros condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após sua participação na tentativa de golpe de 2022.

A manifestação foi modesta, com apenas um deputado, Marcos Pollon (PL-MS), presente. O ato não conseguiu gerar repercussões significativas e mal conseguiu atrair a atenção de quem passava pelo local.

Ao longo da semana, as mobilizações continuaram escassas. Poucos apoiadores se mostraram dispostos a se deslocar até a Superintendência da Polícia Federal (PF) para apoiar o ex-presidente.

A maior manifestação ocorreu na segunda-feira (1), quando três apoiadores se reuniram para protestar contra a prisão de Bolsonaro e pedir por anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. No entanto, o número reduzido de participantes e a falta de consistência nos protestos refletem a perda de relevância do ex-presidente no cenário político atual.

Mesmo com o apoio de poucos, o ato de segunda-feira gerou uma reação das ruas, com buzinas de apoio sendo ouvidas, além de críticas e protestos de membros da oposição. Contudo, a escassez de seguidores que compareceram ao evento deixa claro que o bolsonarismo parece ter perdido força e está longe de ter o mesmo apelo popular que exibiu durante os anos de governo de Bolsonaro.

O enfraquecimento da base bolsonarista tem sido evidente não apenas nas ruas, mas também nas interações familiares. Nos bastidores, a prisão de Bolsonaro gerou atritos políticos dentro da família, evidenciando um afastamento dos aliados mais próximos.

Fonte: DCM

VÍDEO: Empresário de SC agride filha após denúncia de abuso e caso viraliza


A vítima conversa com o pai através do perfil falso criado para investigação. Foto: Reprodução/Jornal Razão

Em Brusque, Santa Catarina, um empresário de terraplanagem agrediu a própria filha dentro de um carro perto de um canteiro de obras. O caso veio à tona neste domingo (7). A vítima divulgou vídeos e fotos nas redes sociais que viralizaram localmente., segundo informação do Jornal Razão.

A filha investigava o pai há semanas por suspeitas de abuso sexual contra menores. Ela criou um perfil falso de adolescente de 14 anos para testar as desconfianças. O homem respondeu com mensagens explícitas sabendo da idade simulada.​

Ao confrontá-lo pessoalmente ele descobriu o perfil falso e reagiu com violência. A jovem dirigia o carro quando o pai a atacou fisicamente. Recém recuperada de um acidente de moto ela ainda usava bota ortopédica.​

Ele explorou essa fragilidade puxando-a pelo pescoço. Tentou arrastá-la para fora do veículo e imobilizá-la no chão. Ela jogou o carro contra um barranco para se defender.​

A vítima viu ódio e prazer no rosto do agressor. O noivo dela recebeu ameaças telefônicas do pai. O empresário tem histórico de agressões contra mulheres e evita confrontos com homens.​

Na briga ele tomou o celular dela quebrou o aparelho e tentou apagar provas. Ela recuperou arquivos postou online e ganhou apoio de centenas. A empresa segue ativa ele permanece em liberdade e circula pela cidade. O Jornal Razão aguarda posição da Polícia Civil.

Veja o vídeo da agressão:

Fonte: DCM com informação do jornal Razão

Protestos contra feminicídios acontecem em todo o Brasil neste domingo; confira os locais


Ato contra feminicídios em Porto Alegre ocorreu no sábado (6)
| Crédito: Rafa Dotti

Neste domingo (7), o Brasil se mobiliza para denunciar a crescente violência contra as mulheres, com destaque para os feminicídios. A mobilização, batizada de Levante Mulheres Vivas, é convocada por coletivos, movimentos populares e organizações feministas, e busca alertar a sociedade sobre a crise de violência enfrentada pelas mulheres no país. O ato ocorre após uma série de crimes brutais, incluindo o feminicídio de Maria de Lourdes Freire Matos, ocorrido no Distrito Federal, onde um soldado foi preso em flagrante. As informações são do Brasil de Fato.

Os recentes casos de violência contra mulheres têm gerado revolta em todo o país, destacando a misoginia (ódio das mulheres) que alimenta tais ataques. Em São Paulo, uma mulher teve as pernas amputadas após ser atropelada e arrastada pelo ex-namorado, e no Rio de Janeiro, duas funcionárias do Cefet-RJ foram assassinadas a tiros por um homem que não aceitava ser comandado por mulheres. O Levante Mulheres Vivas aponta que a fragilidade da rede de proteção e o aumento de discursos de ódio nas redes sociais têm agravado essa situação alarmante.

A mobilização busca, também, o reconhecimento da misoginia como crime específico, destacando que ataques simbólicos e diretos contra mulheres sustentam e amplificam outras formas de violência, incluindo o feminicídio. O manifesto do Levante exige que o Estado trate a misoginia como uma questão prioritária, tanto jurídica quanto socialmente, para enfrentar a violência de maneira mais eficaz.

No sábado (6), as mobilizações ocorreram em cidades como Porto Alegre (RS), Belém (PA), Joinville (SC) e Cuiabá (MS), com outras programadas para o domingo (7) e o próximo dia 14, em Salvador (BA). Diversos atos de protesto estão confirmados para hoje, com pontos de concentração em várias capitais, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Cuiabá, Manaus, Belo Horizonte e outras cidades.

Os eventos visam pressionar as autoridades a melhorar o sistema de proteção às mulheres, especialmente em um momento de crescimento do número de feminicídios no Brasil. O ato de hoje é mais uma tentativa de garantir justiça para as vítimas e lutar por uma sociedade mais segura e igualitária para as mulheres.

Veja a lista de atos confirmados neste domingo:

São Paulo (SP) – 14h, vão do Masp
Rio de Janeiro (RJ) – 12h, Posto 5 – Copacabana
Brasília (DF) – 10h, Feira da Torre de TV
Curitiba (PR) – 10h, Praça João Cândido – Largo da Ordem
Cuiabá (MT) – 14h, Praça Santos Dumond
Campo Grande (MS) – 13h, em frente ao Aquário do Pantanal
Manaus (AM) – 17h, Largo São Sebastião
Parnaíba (PI) – 16h, em frente ao Parnaíba Shopping
Belo Horizonte (MG) – 11h, Praça Raul Soares
Porto Alegre (RS) – 17h, Praça da Matriz
São José dos Campos (SP) – 15h, Largo São Benedito
Salvador (BA) – 10h, Barra (do Cristo ao Farol)
São Luís (MA) – 9h, Praça da Igreja do Carmos (Feirinha)
Belém (PA) – 8h, Boulevard Gastronomia
Teresina (PI) – 17h, Praça Pedro II
Roraima (RR) – 16h30, Assembleia Legislativa

Fonte: DCM

VÍDEO – Flávio ameaça desistir da Presidência e sinaliza: ” Tenho um preço”

Flávio Bolsonaro em culto, em Brasília (DF). Foto: Vinicius Schimidt/Metrópoles

Neste domingo (7), Flávio Bolsonaro afirmou que pode abandonar a pré-candidatura à Presidência em 2026. O senador do PL do Rio declarou que a desistência teria um “preço” e que pretende tratar do assunto de forma mais detalhada nesta segunda-feira (8).

A declaração foi dada após a participação dele em um culto religioso na capital federal. Questionado sobre o que motivaria sua saída da disputa e se esse “preço” envolveria a aprovação de anistia aos condenados por atos golpistas, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, Flávio preferiu não responder diretamente.

O senador disse que conversará com líderes do centrão, como Valdemar Costa Neto, Marcos Pereira e Antonio Rueda, para tratar da proposta de anistia. Segundo ele, o tema tem sido objeto de negociações e seguirá no centro das conversas com partidos de direita.

Flávio já havia afirmado na sexta-feira (5) que foi escolhido pelo pai para representar o grupo político na corrida ao Planalto. Ele disse que a possibilidade de concorrer vinha sendo discutida com o ex-presidente antes mesmo da prisão dele.

No sábado (6), pelas redes sociais, o senador afirmou que as tratativas sobre a anistia haviam começado e cobrou que lideranças contrárias ao governo Lula apoiassem a proposta. Para ele, esse seria o gesto inicial necessário para fortalecer o campo político que pretende reunir.

Flávio relatou que já buscou dirigentes do União Brasil, PP e PSD para compor alianças e afirmou acreditar que pode crescer nas pesquisas, apesar da falta de projeção eleitoral atual. Disse ainda que pretende apresentar uma imagem de “pacificação”, diferenciando-se do estilo do pai.

Levantamentos recentes mostram dificuldades para o senador ampliar seu apoio. Pesquisa Datafolha indica que 38% do eleitorado rejeitam seu nome. No mesmo estudo, Tarcísio de Freitas aparece com rejeição de 20%, e o presidente Lula com 44%.

Dirigentes do centrão continuam a ver Tarcísio como o nome mais competitivo da direita. Para esses partidos, o governador de São Paulo teria melhores condições de enfrentar uma disputa nacional por apresentar menor resistência entre os eleitores.

Veja o vídeo:

Fonte: DCM

Datafolha: 54% dos brasileiros acham justa prisão de Bolsonaro

População se divide sobre local de cumprimento da pena: 34% defendem prisão domiciliar e 26% citam presídio comum

Datafolha: 54% dos brasileiros acham justa prisão de Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Levantamento do Datafolha divulgado neste domingo (7) pela Folha de São Paulo indica que a maior parte da população avalia como justa a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou Jair Bolsonaro (PL) por seu papel central na articulação golpista após a derrota para o presidente Lula (PT) na eleição de 2022.

Segundo dados do Datafolha, 54% dos entrevistados afirmam que a prisão é justa, enquanto 40% discordam. O instituto ouviu 2.002 pessoas entre os dias 2 e 4 de dezembro, em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais.

A execução da pena — 27 meses e três meses de prisão — teve início em 25 de novembro, após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que também conduz a fase de execução. Dias antes, o magistrado ordenara a prisão após Bolsonaro tentar romper a tornozeleira eletrônica usando um ferro de solda, violando novamente medidas cautelares impostas desde agosto, quando cumpria prisão domiciliar.

Condenado em 11 de setembro junto a outros integrantes do núcleo central da trama golpista, o ex-presidente está custodiado na superintendência da Polícia Federal em Brasília. A decisão de mantê-lo no local, em vez de permitir prisão domiciliar, contrariou a defesa, que alegava problemas de saúde. Moraes, no entanto, ponderou que a PF oferece monitoramento médico contínuo e maior segurança, especialmente diante do risco de fuga ilustrado por episódios envolvendo aliados próximos.

O histórico recente reforça essa preocupação. O ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, também condenado, deixou o país e permanece foragido nos Estados Unidos, assim como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por campanha contra o Brasil junto ao governo americano. A possibilidade de Bolsonaro ser transferido para o complexo da Papuda — onde já estiveram figuras como Anderson Torres — gerou apreensão entre seus apoiadores, mas não se concretizou. Oficiais-generais condenados, como Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, foram encaminhados a unidades militares, enquanto o delator Mauro Cid cumpre regime aberto.

A prisão do grupo representa um marco na história recente, intensificando tensões nas Forças Armadas, especialmente no Exército. De acordo com o Datafolha, 57% dos eleitores consideram justa a condenação dos generais, ao passo que 30% discordam. A imagem da Força também sofreu desgaste: 26% dos entrevistados afirmam ter piorado sua percepção, enquanto 57% dizem não ter mudado de opinião.

O levantamento mostra ainda que 36% se dizem bem informados sobre a condenação definitiva de Bolsonaro; 37% afirmam ter conhecimento parcial; 11% se consideram mal informados; e 16% não estavam cientes do desfecho judicial. Sobre o local adequado para cumprimento da pena, 34% defendem prisão domiciliar. Entre os que rejeitam essa opção, 26% preferem presídio comum, 20% apontam unidade militar e 13% citam sede da PF.

Bolsonaro — que já está inelegível até 2030 por condenação da Justiça Eleitoral — ficará afastado das urnas até 2060 em razão das novas penas. A previsão de progressão ao regime semiaberto só se daria em 2033, segundo especialistas.

A pesquisa também evidencia um cenário profundamente marcado pela polarização política. Evangélicos (55%), moradores do Norte e Centro-Oeste (48%), apoiadores do PL (95%) e eleitores de Bolsonaro no segundo turno de 2022 (81%) consideram a prisão injusta. Já entre nordestinos (65%), apoiadores do PT (92%) e eleitores de Lula (87%), a avaliação majoritária é de que a decisão foi correta. Entre quem anulou ou votou em branco, 57% aprovam a medida.

Nos recortes socioeconômicos, há relativa uniformidade. Jovens, pessoas com apenas o ensino fundamental e brasileiros de menor renda demonstram ligeira tendência a considerar a prisão justa — 60%, 59% e 58%, respectivamente — mas as margens de erro maiores desses segmentos impedem distorções significativas no panorama geral.

Fonte: Brasil 247

Relator mantém texto do projeto do devedor contumaz e governo tenta votar proposta na terça-feira

Com aval do Senado, relatório de Antonio Carlos Rodrigues busca acelerar punição a empresas que usam sonegação como modelo de negócio

Agentes da Receita Federal durante ação conjunta da Operação Carbono Oculto, que investiga esquema de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis (Foto: Divulgação/Receita Federal )

O relator do Projeto de Lei Complementar (PLP) 125/2022, deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), apresentou na sexta-feira (5) o parecer que tipifica o devedor contumaz, mantendo integralmente o texto já aprovado pelo Senado.

A informação foi publicada originalmente pelo jornal Valor Econômico. Segundo o veículo, o governo do presidente Lula considera o projeto uma prioridade da área econômica e tenta votá-lo na próxima terça-feira (9), caso o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), atenda ao pedido do líder governista José Guimarães (PT-CE).

O devedor contumaz é a empresa que faz da sonegação fiscal parte estrutural de seu modelo de negócio. A operação Carbono Oculto revelou esquemas dessa natureza no setor de combustíveis, nos quais companhias lavavam dinheiro de atividades criminosas enquanto praticavam concorrência desleal com empresas regulares.

◉ Relatório destaca distorções no mercado e necessidade de critérios rígidos

Em seu parecer, Rodrigues sustenta que “empresas que utilizam o não pagamento de tributos como uma vantagem competitiva ilícita distorcem o mercado e prejudicam o investimento produtivo”.

Ele afirma que o texto aprovado pelo Senado traz “critérios precisos para segregar a inadimplência eventual daquela que é sistemática e fraudulenta.”

Segundo o projeto, o devedor contumaz será caracterizado quando houver inadimplência “substancial, reiterada e injustificada”. Nesses casos, a empresa poderá:

  •  perder o efeito suspensivo de sua defesa administrativa;
  •  sofrer baixa cadastral;
  •  ficar impedida de obter benefícios fiscais;
  •  ser proibida de participar de licitações;
  •  ser impedida de propor ou prosseguir recuperação judicial.

O objetivo é dotar o Estado de instrumentos mais rápidos e eficazes para impedir o funcionamento desse tipo de empresa e, ao mesmo tempo, proteger empreendimentos que cumprem suas obrigações tributárias.

◉ Incentivos à conformidade: Confia, Sintonia e Operador Econômico Autorizado

O relatório também destaca que o projeto prevê incentivos para empresas com boa relação com os fiscos, por meio dos programas Confia, Sintonia e Operador Econômico Autorizado (OEA).

Segundo o documento, “os programas Confia e Sintonia visam a construção de uma relação cooperativa e transparente, o que, por sua vez, reduz a incerteza jurídica e o custo de compliance para empresas com alto grau de conformidade.”

Outro ponto relevante é a possibilidade de autorregularização, prevista nos artigos 24 e 32 do texto. O relator afirma que esse mecanismo “permite que os contribuintes corrijam falhas antes da lavratura do auto de infração, evitando multas onerosas e longos litígios, o que resulta em uma arrecadação mais eficiente e previsível para o Estado.”

Entre os incentivos adicionais estão:

  •  criação de selos de conformidade tributária;
  •  concessão de descontos na CSLL para empresas que aderirem aos programas;
  •  possibilidade de que contribuintes apresentem plano de regularização em até 120 dias no âmbito do Confia.

Para Rodrigues, esse dispositivo “demonstra a intenção de viabilizar a solução de controvérsias antes que se tornem litígios mais complexos.”

◉ Reação após operações policiais acelera tramitação

O PLP 125/2022 estava parado na Câmara desde sua chegada, mas ganhou novo impulso após o pedido de urgência aprovado no fim de outubro. Ainda assim, pouco avançou até o final de novembro, quando a operação Poço de Lobato, que revelou novas fraudes no setor de combustíveis, levou Hugo Motta a designar Rodrigues como relator.

Propostas para tipificar o devedor contumaz circulam no Congresso há cerca de oito anos. Em setembro, o texto foi aprovado no Senado por 71 votos a zero, logo depois da operação Carbono Oculto.

Agora, o governo busca consolidar a votação na Câmara e transformar o projeto em lei como parte de sua estratégia para combater sonegação estrutural e restabelecer a concorrência justa no mercado de combustíveis e outros setores.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico

“A prisão de Bolsonaro inaugura uma nova relação do Brasil com a lei”, diz psicanalista

Luciano Elia afirma que condenação do ex-presidente e de generais rompe tradição de impunidade e marca virada histórica para a democracia

“A prisão de Bolsonaro inaugura uma nova relação do Brasil com a lei”, diz psicanalista (Foto: Divulgação)

A prisão do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro e de militares de alta patente envolvidos na tentativa de golpe que se seguiu às eleições de 2022 marca, segundo o psicanalista Luciano Elia, uma inflexão sem precedentes na história nacional. As declarações foram dadas no Papo Curvo, da TV 247, onde Elia defendeu que o país vive um momento raríssimo, capaz de redefinir a relação institucional e subjetiva dos brasileiros com a lei.

Para o psicanalista, a confirmação das penas superiores a 20 anos e o início do cumprimento de sentenças por Bolsonaro e por generais representam um acontecimento que rompe uma longa cadeia de indulgência estatal diante de rupturas institucionais.

Ao revisar a longa sequência de golpes, tentativas de ruptura e anistias que atravessaram a República desde 1889, o psicanalista afirmou que a condenação atual rompe um padrão profundamente enraizado. Para ele, o país sempre conviveu com uma lógica em que o poder militar se sobrepunha às instituições civis. “Quem faz a lei no Brasil é o militar”, disse, ao realçar a persistência do autoritarismo armado como força definidora do Estado brasileiro ao longo de mais de um século.

Elia considera que a punição dos envolvidos na conspiração golpista — incluindo Bolsonaro e generais condenados a penas superiores a 20 anos — produz efeitos que extrapolam o campo jurídico. Segundo ele, trata-se de uma transformação simbólica expressiva, capaz de alterar a relação da sociedade com a lei. “Penas reais, mais de 20 anos de cadeia para crimes que fazem jus a essas penas. Isso nunca ocorreu no país”, afirmou, ao enfatizar a excepcionalidade do momento.

O psicanalista também observou que o STF, frequentemente criticado por decisões controversas no passado, assumiu agora um papel de sustentação firme da legalidade democrática. Em sua avaliação, a Corte passou a exercer uma função simbólica essencial: impor limites ao autoritarismo. “O Alexandre de Moraes está fazendo a lei funcionar como limite a um gozo irrefreado, um gozo fascista”, afirmou, destacando a importância de impedir que setores extremistas operem acima das normas constitucionais.

Elia insistiu que a gravidade das condutas deve ser nomeada com precisão. Para ele, os envolvidos constituem uma “organização criminosa”, e suavizar essa caracterização seria abdicar de chamar a realidade pelo nome. “É preciso enfatizar que se trata de crime. Essas palavras não devem ser mitigadas”, declarou.

Ao abordar as tentativas de atribuir comportamentos de Bolsonaro a supostas alterações psiquiátricas, o psicanalista rejeitou qualquer tese que utilize diagnósticos para relativizar responsabilidade penal. Ele classificou como equivocada a interpretação que busca explicar condutas políticas pelo campo da psicopatologia. “Crime é coisa de neurótico”, disse, observando que patologizar o ato criminoso acaba por desviá-lo de sua natureza e de sua necessária responsabilização.

O impacto simbólico da punição dos militares também foi sublinhado por Elia, que discordou parcialmente da tese segundo a qual os altos oficiais se tornaram politicamente prescindíveis para a reprodução do capital no país. Embora considere plausível que não sejam estratégicos para interesses econômicos, o psicanalista vê um efeito que transcende a análise estrutural. Para ele, a imagem de generais sendo conduzidos à prisão mexe com a memória coletiva e com o imaginário sobre autoridade e poder. “Eles condensam inúmeros militares torturadores e golpistas”, afirmou, ao defender que o efeito simbólico não deve ser subestimado.

O psicanalista concluiu que o Brasil atravessa um momento de profunda transformação, cujos significados ainda estão em elaboração, mas cujas consequências serão duradouras para a democracia, para a cultura política e para a própria percepção social da lei. Em suas palavras, a prisão dos responsáveis pela tentativa de golpe não apenas interrompe uma tradição de impunidade, mas redefine o horizonte político e institucional do país. Assista:

 

Fonte: Brasil 247

Datafolha: alta rejeição ao clã Bolsonaro e a Lula marca cenário de 2026

Jair Bolsonaro (e), Luiz Inácio Lula da Silva (c) e Flávio Bolsonaro (d) Fotos: Wilton Junior/Estadão Conteúdo/Ricardo Stuckert/PR/Roque de Sá/Agência Senado

Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, os principais nomes citados para a eleição presidencial de 2026 apresentam índices elevados de rejeição. Jair Bolsonaro (PL) aparece com 45% de rejeição, enquanto o presidente Lula (PT) tem 44%. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), apontado como escolhido por Jair Bolsonaro para a disputa, registra 38%.

Outros nomes ligados ao campo bolsonarista também aparecem com percentuais relevantes. Michelle Bolsonaro (PL) tem 35% de rejeição, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aparece com 37%.

Entre os governadores citados no levantamento, Ratinho Júnior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União-GO) apresentam índices de rejeição que variam entre 18% e 21%.

Pesquisa mostra rejeição de possíveis candidatos. Foto: Reprodução

Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, os principais nomes citados para a eleição presidencial de 2026 apresentam índices elevados de rejeição. Jair Bolsonaro (PL) aparece com 45% de rejeição, enquanto o presidente Lula (PT) tem 44%. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), indicado por Jair Bolsonaro como possível candidato, registra 38%.

Outros nomes ligados ao grupo bolsonarista também aparecem no levantamento. Michelle Bolsonaro (PL) tem 35% de rejeição, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aparece com 37%.

Entre os governadores citados na pesquisa, Ratinho Júnior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União-GO) apresentam índices de rejeição entre 18% e 21%.

O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 4 de dezembro, com 2.002 entrevistados em 113 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Em um eventual segundo turno entre Lula e Flávio Bolsonaro, a pesquisa indica vantagem de 15 pontos percentuais para o atual presidente.

Fonte: DCM