terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Fogo no parquinho: Críticas a Flávio repostadas por assessor de Michelle irritam aliados do PL


Michelle Bolsonaro e seu assessor de comunicação, André Costa. Foto: Reprodução

Postagens do assessor de comunicação de Michelle Bolsonaro, o coronel da PM André Costa, com críticas à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto irritaram parlamentares do PL e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Em grupos de aliados do ex-capitão, circulam prints de repostagens feitas por André Costa com matérias jornalísticas críticas a Flávio, apontado pelo próprio pai como nome para disputar a Presidência.

Um dos conteúdos republicados, em 13 de dezembro, trazia o resultado de pesquisa Quaest segundo a qual 62% dos entrevistados afirmavam que não votariam em Flávio, mesmo com a bênção de Bolsonaro.

O assessor, que já ocupou o cargo de chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) no governo Bolsonaro, também compartilhou trechos de uma entrevista do pastor Silas Malafaia na qual o líder religioso defendia o recuo do senador e uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Publicações repostadas pelo coronel da PM André Costa, assessor de comunicação de Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução

Mensagens privadas e críticas diretas

No início de dezembro, após a confirmação do nome do senador, André Costa classificou a possibilidade como “ridícula” em mensagens enviadas em sua lista no Instagram. “Pergunte se alguém ouviu a voz de Bolsonaro. Pergunte se alguém leu uma carta de Bolsonaro. Esquece!”, escreveu.

Em seguida, afirmou que “Michelle não fala com a imprensa para dar esse tipo de informação”. “Ridícula essa matéria”, completou o coronel.

Procurado, o coronel negou ser contrário à candidatura de Flávio Bolsonaro e afirmou que sua posição é a mesma do partido. Disse ainda não se lembrar das postagens específicas e alegou que costuma repostar conteúdos de perfis que segue, especialmente de direita, para ajudar no engajamento.

“Minha posição em relação à candidatura do senador Flávio Bolsonaro é a mesma do partido. Estou fechado com ele. Nem me lembro desses posts aos quais você se refere. Quando recebo mensagens de perfis que eu sigo, em especial perfis de direita, tenho por costume curtir e repostar todas as postagens para ajudar no engajamento desses perfis e, muitas vezes, nem presto atenção no conteúdo. Se houve essas repostagens, o conteúdo passou despercebido”, afirmou.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

“Bônus para ir para casa”: EUA dão US$ 3 mil por deportação voluntária no Natal


        O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – Reprodução

Os Estados Unidos anunciaram o aumento temporário do valor pago a imigrantes que aceitarem deixar o país de forma voluntária até o fim do ano. O montante foi elevado para US$ 3 mil, descrito pelo governo como um “bônus” de saída.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que o novo valor corresponde a “o triplo do que é oferecido habitualmente” e que a medida faz parte de uma ação classificada por ela como “generosidade” durante o período de Natal. O anúncio foi feito em publicação nas redes sociais.

Segundo informações do governo norte-americano, a quantia — cerca de R$ 16,7 mil — será paga ao imigrante que concordar com a deportação voluntária até o final do ano. O incentivo é conhecido popularmente como “bônus para ir para casa”.


O programa é direcionado a pessoas que realizarem o cadastro por meio do aplicativo CBP Home, ferramenta oficial utilizada para regularizar a deportação voluntária nos Estados Unidos. O benefício vale apenas para quem aderir ao procedimento dentro do prazo estabelecido.

Kristi Noem também afirmou que haverá consequências para quem não optar pela saída voluntária. Em publicação, a secretária declarou que “imigrantes ilegais devem aproveitar esta oportunidade e se autodeportar, porque, caso contrário, nós os encontraremos, os prenderemos e eles não retornarão”.

“Neste Natal, o contribuinte americano está generosamente TRIPLICANDO o incentivo para que imigrantes ilegais deixem o país voluntariamente. Até o final do ano, imigrantes ilegais que se autodeportarem usando o aplicativo CBP Home podem receber um bônus de saída de US$ 3.000”, escreveu Kristi Noem.

Fonte: DCM

Pedro Serrano pede “moderação” no caso que envolve Alexandre de Moraes

Jurista comenta reportagem de O Globo sobre contatos entre o ministro do STF e o presidente do Banco Central

Pedro Serrano pede “moderação” no caso que envolve Alexandre de Moraes (Foto: Antonio Augusto/STF | Divulgação)

O jurista Pedro Serrano defendeu que o caso envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, revelado em reportagem de Malu Gaspar no jornal O Globo, seja analisado com cautela, evitando conclusões precipitadas.

A matéria aponta que Moraes teria mantido ao menos cinco contatos — entre telefonemas e um encontro presencial — com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para tratar de temas referentes ao contrato firmado entre o Banco Master e o escritório de advocacia ligado à sua família.

A reportagem detalha que esses contatos teriam ocorrido em diferentes momentos, inclusive por meio de reunião presencial, embora o Banco Master não seja regulado pelo Supremo Tribunal Federal.

Os diálogos, segundo O Globo, envolveriam interesses privados relacionados ao setor financeiro, levantando questionamentos políticos e jurídicos sobre a natureza das conversas.

Em publicação na plataforma X (antigo Twitter), Serrano fez um apelo por moderação diante da repercussão pública do caso. Sem alterar as palavras originais, ele afirmou:

“O caso do Ministro Alexandre tem de ser visto com calma. Sem condenações a priori Esse lance de fontes sigilosas que causam notícias que destroem e vendem muito já vivi , em geral há imensa fraude do real . Galipolo negou que tenha tratado de algo relativo ao Banco Master com o”.

Para o jurista, situações baseadas em vazamentos ou informações fornecidas sob sigilo exigem ainda mais prudência, uma vez que, segundo ele, podem distorcer fatos ou induzir a avaliações equivocadas.

A manifestação ganhou repercussão entre juristas, parlamentares e comentaristas políticos, contribuindo para ampliar o debate sobre transparência, limites institucionais e a necessidade de rigor na apuração de informações sensíveis.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO – Trump sugere saída de Maduro, que rebate: “Estaria melhor cuidando dos EUA”

Donald Trump ao lado do secretário de Estado Marco Rubio, o secretário de Defesa Pete Hegseth e o secretário da Marinha John Phelan, em seu clube Mar-a-Lago, segunda-feira (22). Foto: Divulgação


Os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Nicolás Maduro, da Venezuela, trocaram declarações públicas nesta segunda-feira (22). Em evento na Casa Branca, Trump afirmou que a coisa “mais inteligente” que o líder venezuelano poderia fazer seria renunciar ao cargo.

Questionado se seu governo pretende tirar Maduro do poder, Trump declarou: “Isso depende dele, do que ele queira fazer. Acho que seria inteligente de sua parte fazer isso [renunciar]. Se ele quiser bancar o durão, será a última vez”. A fala ocorreu durante cerimônia em que o presidente anunciou uma nova classe de navios de guerra com seu nome.


Horas depois, Maduro respondeu durante uma feira de produtores na Venezuela. Em discurso, afirmou que Trump “estaria melhor” se concentrasse sua atuação nos Estados Unidos. “Penso que o presidente Trump poderia fazer melhor em seu país e no mundo. Ele estaria melhor no mundo se focasse nos problemas do seu próprio país”, disse.


Maduro também questionou a frequência com que a Venezuela é mencionada pelo presidente americano. “Não é possível que 70% dos seus discursos e declarações sejam [sobre] a Venezuela. E os Estados Unidos?”, afirmou diante do público.

As declarações ocorreram após a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, dizer em entrevista à Fox News que Maduro “tem que sair” do poder. Segundo ela, “não estamos apenas interceptando navios, mas também enviando uma mensagem ao mundo de que a atividade ilegal da qual Maduro participa não pode ser tolerada; ele tem que sair”.


Oficialmente, o governo Trump afirma que a ofensiva naval no Caribe tem como foco o combate ao narcotráfico. Em entrevista à revista “Vanity Fair”, a chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, declarou que o verdadeiro objetivo do presidente seria retirar Maduro do poder. As operações dos EUA foram criticadas por Rússia e China, que classificaram as ações como violações do direito internacional.

Fonte: DCM

Moraes retoma processo contra Ramagem após cassação do mandato

         O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) – Reprodução


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta segunda-feira (22) a retomada da ação penal contra Alexandre Ramagem pelos crimes praticados após sua diplomação como deputado federal, relacionados aos atos do 8 de janeiro de 2023.

A decisão ocorre após a cassação do mandato de Ramagem pela Câmara dos Deputados. Com a perda do cargo, o ex-parlamentar deixou de ter imunidade, o que permitiu o prosseguimento do processo penal no Supremo.



Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, Ramagem deve responder pelos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, atribuídos aos atos violentos de 8 de janeiro. Ele já havia sido condenado, em setembro, a 16 anos de prisão por outros crimes cometidos antes da diplomação.

Na decisão, Moraes escreveu: “Considerando a perda do mandato parlamentar de Alexandre Ramagem Rodrigues, nos termos decididos pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, determino a retomada da marcha processual destes autos, para análise dos crimes praticados após a diplomação”.

Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
No início do ano, quando a PGR ofereceu denúncia contra Ramagem e outros integrantes do núcleo central dos golpistas do 8 de janeiro, a Câmara votou pela suspensão integral da ação penal. Posteriormente, o STF invalidou parcialmente a decisão e manteve o trâmite apenas para os fatos ocorridos antes da diplomação.

Ramagem foi julgado pela Primeira Turma do Supremo, deixou o país em setembro, após a condenação, e passou a residir nos Estados Unidos. Ele é considerado foragido e teve a prisão decretada pelo STF. Na sexta-feira (19), a Câmara também cancelou seu passaporte diplomático.

Fonte: DCM

Lula assina indulto de Natal e exclui crimes contra democracia, violência doméstica e chefes de facção

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Reprodução
O presidente Lula (PT) assinou o decreto do indulto natalino de 2025, que concede perdão de pena a presos que atendam a critérios específicos, mas exclui condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito, violência doméstica, crimes hediondos e lideranças de facções criminosas. A medida foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (23).

O decreto estabelece que não terão direito ao benefício pessoas condenadas por atentados à democracia. Também ficam excluídos condenados por crimes hediondos ou equiparados, tortura, terrorismo e racismo; crimes de violência contra a mulher, como feminicídio e perseguição (stalking); além de tráfico de drogas, organização criminosa e delitos cometidos por chefes de facções.

Nos crimes de corrupção — como peculato, concussão e corrupção ativa ou passiva — o indulto só poderá ser concedido quando a condenação for inferior a quatro anos. O texto ainda veta o benefício a presos que tenham firmado acordo de colaboração premiada ou que estejam em presídios de segurança máxima.

◈ Critérios gerais para concessão

As regras variam conforme o tamanho da pena, a reincidência e o tipo de crime. Para condenações de até oito anos por crimes sem violência ou grave ameaça, é exigido o cumprimento de um quinto da pena até 25 de dezembro de 2025 para réus não reincidentes, ou de um terço para reincidentes.

Já nos casos de penas de até quatro anos, inclusive para crimes cometidos com violência ou grave ameaça, o indulto poderá ser concedido após o cumprimento de um terço da pena para não reincidentes ou de metade da pena para reincidentes, respeitada a mesma data de corte.

Congresso deve votar nesta terça anistia a bolsonaristas dos atos terroristas do 8/1
Bolsonaristas durante os ataques de 8 de janeiro, em Brasília. Foto: Reprodução

◈ Regras mais brandas para idosos e responsáveis por filhos

O decreto prevê redução pela metade do tempo mínimo de cumprimento da pena para pessoas com mais de 60 anos; mulheres com filhos de até 16 anos ou com deficiência; e homens que sejam os únicos responsáveis por filhos menores de idade.

◈ Doenças graves e deficiência

O indulto de 2025 amplia o alcance para situações de saúde. Podem ser beneficiados presos com paraplegia, cegueira ou deficiências físicas graves adquiridas após o crime, além de pessoas com HIV em estágio terminal ou com doenças graves e crônicas que não possam ser tratadas adequadamente no sistema prisional.

Também estão incluídos casos de transtorno do espectro autista severo (grau 3). O decreto considera que o sistema prisional não tem condições de oferecer tratamento adequado em quadros como câncer em estágio IV, insuficiência renal aguda e esclerose múltipla.

◈ Indulto para mulheres e perdão de multas

O texto prevê ainda um indulto específico para mulheres, especialmente mães e avós condenadas por crimes sem violência, desde que tenham cumprido ao menos um oitavo da pena.

Em relação às penas de multa, o perdão poderá ser concedido quando o valor for inferior ao mínimo exigido para execução fiscal ou quando houver comprovação de incapacidade econômica, como no caso de beneficiários de programas sociais ou pessoas em situação de rua.

Para quem não se enquadrar nas regras do indulto total, o decreto autoriza a comutação da pena, com redução de um quinto do tempo restante para não reincidentes e de um quarto para reincidentes.

Fonte: DCM

Bloqueio do nervo frênico: o procedimento para conter soluços de Bolsonaro


       Jair Bolsonaro após cirurgia no DF Star. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro será submetido a dois procedimentos médicos durante internação hospitalar: uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral e um bloqueio anestésico do nervo frênico. As informações constam em nota divulgada pela equipe médica responsável por seu acompanhamento clínico.

Segundo os médicos, exames de imagem identificaram que parte do intestino se projeta para fora da parede abdominal durante a manobra de Valsalva, quadro compatível com hérnia inguinal bilateral. Diante dos achados, foi indicada a realização de herniorrafia, procedimento cirúrgico destinado à correção da alteração anatômica.

Além da cirurgia, está programado o bloqueio anestésico do nervo frênico, estrutura responsável pelo controle do diafragma. A medida foi indicada para tentar controlar crises de soluços persistentes que não apresentaram resposta ao tratamento medicamentoso adotado anteriormente.

Ilustração anatômica do sistema nervoso e respiratório humano, focando especificamente no nervo frênico. Foto: Reprodução
O procedimento consiste na aplicação de pequena quantidade de anestésico nas proximidades do nervo frênico, com auxílio de ultrassom ou estimulador neural, técnica que permite maior precisão. O objetivo é provocar uma paralisação temporária do diafragma, o que pode reduzir a frequência e a intensidade dos soluços.

Por envolver interferência direta na função respiratória, o bloqueio exige monitoramento clínico após a realização. A equipe médica informou que o paciente permanecerá sob observação hospitalar para acompanhamento das condições respiratórias no período pós-procedimento.

A nota médica não detalha a data exata da cirurgia nem o tempo estimado de internação. A realização dos procedimentos foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, após perícia da Polícia Federal apontar a necessidade das intervenções.

Fonte: DCM

Explicação de Sóstenes não fica de pé, aponta editorial do Estadão

Jornal questiona versão do líder do PL para R$ 430 mil em espécie encontrados pela PF e cobra esclarecimentos

      Sóstenes Cavalcante (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados | Divulgação/PF)

O editorial do jornal Estado de S. Paulo desta terça-feira afirma que a explicação apresentada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) para justificar a origem de R$ 430 mil em dinheiro vivo encontrados em seu apartamento, em Brasília, “não fica de pé”. O texto analisa a investigação em curso da Polícia Federal que apura suspeitas de desvio de recursos da cota parlamentar envolvendo Sóstenes e o também deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

Segundo o editorial, a operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino e deflagrada na sexta-feira passada, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos parlamentares em Brasília e no Rio de Janeiro. No imóvel de Sóstenes, os agentes encontraram R$ 430 mil em espécie. As investigações apontam para um esquema de desvio da cota parlamentar — criada para financiar atividades inerentes ao mandato — por meio de fraudes com uma locadora de veículos suspeita de funcionar como empresa de fachada para lavagem de dinheiro.

O texto do Estado de S. Paulo destaca que relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) reforçam a gravidade das suspeitas. Assessores dos dois deputados teriam movimentado valores considerados absolutamente incompatíveis com seus rendimentos. No gabinete de Sóstenes, um assessor, Adailton Oliveira dos Santos, registrou R$ 11,5 milhões em créditos e o mesmo valor em débitos. No gabinete de Carlos Jordy, um assessor movimentou R$ 5,9 milhões, seguindo a mesma dinâmica. Para o jornal, os recursos teriam apenas transitado pelas contas dos assessores, o que exige explicações diretas dos parlamentares.

O editorial é especialmente duro ao avaliar a reação de Sóstenes Cavalcante após a operação. Em entrevista coletiva, o deputado afirmou que o dinheiro encontrado em sua residência teria origem na venda de um imóvel, pago integralmente em dinheiro vivo pelo comprador. Segundo ele, por um “lapso”, o valor não teria sido depositado no banco. Para o jornal, trata-se de uma versão inverossímil diante das práticas financeiras atuais.

◈ Dinheiro sem origem

O Estado de S. Paulo questiona como alguém poderia comprar um imóvel pagando centenas de milhares de reais em espécie e como seria possível “esquecer” de depositar R$ 430 mil. O editorial associa esse tipo de explicação a práticas já conhecidas da família Bolsonaro, mencionando transações imobiliárias em dinheiro vivo, fora dos controles do sistema bancário, do Coaf e da Receita Federal.

O texto ressalta que, do ponto de vista legal, as investigações ainda estão em andamento e que Sóstenes e Jordy não podem ser considerados culpados neste momento. No entanto, enfatiza que a presunção de inocência não elimina o dever de prestar explicações consistentes e respeitosas à sociedade brasileira, especialmente porque ambos construíram suas trajetórias políticas como representantes de uma suposta “nova política” e críticos da corrupção associada aos governos petistas.

Para o editorial, se o dinheiro tivesse origem lícita, bastaria a apresentação de documentos básicos: qual imóvel foi vendido, quem foi o comprador e o que consta no contrato. Até agora, segundo o jornal, nada disso foi apresentado, o que autoriza suspeitas sobre a real origem dos recursos. O texto ressalta que não se pode afirmar, neste momento, que houve crime, mas aponta que a fragilidade da explicação sustenta o ceticismo público.

◈ Sem argumentos

Na ausência de respostas convincentes, o editorial observa que Sóstenes e Jordy recorreram ao argumento de “perseguição política”, atribuindo a operação a um suposto ânimo hostil do ministro Flávio Dino. O jornal reconhece que o Supremo Tribunal Federal tem sido mais rigoroso com representantes da direita, especialmente do bolsonarismo, mas afirma que rigor institucional não se confunde com perseguição e que a orientação política não pode servir de salvo-conduto para práticas ilícitas.

Por fim, o Estado de S. Paulo sustenta que a investigação transcende o destino judicial dos dois parlamentares e atinge diretamente a credibilidade do Congresso Nacional. Enquanto explicações sólidas não forem apresentadas, conclui o editorial, o país continuará a formular perguntas incômodas sobre o uso de recursos públicos e a conduta de seus representantes.

Fonte: Brasil 247

Flávio Bolsonaro promete ao mercado privatização dos Correios e “provavelmente da Petrobras”

Pré-candidato à Presidência em 2026 diz à Reuters que quer Estado mais enxuto, corte de impostos e retomada da agenda liberal do bolsonarismo

          O senador Flávio Bolsonaro em Brasília - 7/12/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que, caso seja eleito presidente da República em 2026, trabalhará para implementar um governo mais enxuto, com redução de impostos e retomada das privatizações, incluindo os Correios e, “provavelmente”, a Petrobras. As declarações foram dadas em entrevista exclusiva à agência Reuters.

Na primeira entrevista concedida a um veículo internacional desde que anunciou sua pré-candidatura neste mês, o filho mais velho de Jair Bolsonaro tentou se apresentar como uma alternativa mais moderada dentro do campo bolsonarista, defendendo reformas orientadas pela lógica econômica e se afastando do discurso de confrontos culturais que marcaram o governo de seu pai.

“Eu me considero, de verdade, um Bolsonaro mais centrado”, afirmou o senador durante a entrevista concedida em seu gabinete no Senado, decorado com miniaturas de Jair Bolsonaro e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atual ocupante da Casa Branca. “Eu sempre tive esse perfil de ser mais moderado, mais ponderado.”

A candidatura de Flávio foi anunciada após o endosso direto do pai, preso para cumprir pena de 27 anos sob acusação de liderar uma tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022. Aos 44 anos, o senador busca preservar a influência política da família Bolsonaro e, ao mesmo tempo, conquistar eleitores e investidores alinhados ao mercado financeiro.

Em um esforço para diferenciar sua imagem da do ex-presidente, Flávio mencionou divergências em temas sensíveis, como a vacinação contra a Covid-19. “Eu sou um Bolsonaro que se vacinou. Tomei duas doses da AstraZeneca, e meu pai preferiu não tomar”, disse.

Apesar do discurso moderado, a escolha de Flávio como candidato apoiado por Jair Bolsonaro gerou reação negativa nos mercados financeiros. Analistas expressaram dúvidas sobre sua capacidade eleitoral diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aparece à frente em simulações de segundo turno.

Nos últimos dias, segundo a Reuters, o senador tem se reunido com banqueiros e empresários para tentar reduzir resistências e assegurar que, se eleito, dará continuidade à agenda econômica do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, figura central do bolsonarismo liberal e bem avaliada por setores do mercado.

Entre suas prioridades, Flávio citou o equilíbrio fiscal, a redução dos gastos públicos, a modernização do Estado e o que classificou como uma obsessão por diminuir a carga tributária. Ele reconheceu que parte do mercado esperava que Jair Bolsonaro apoiasse o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto como um nome da direita com maior viabilidade eleitoral, mas disse ouvir com frequência que representa “o Bolsonaro que a gente sempre quis”.

● Privatizações e desinvestimentos

Ao detalhar suas propostas, Flávio afirmou que vê espaço para a privatização dos Correios, empresa que enfrenta dificuldades financeiras e déficits recorrentes. Ele também defendeu uma reavaliação da estrutura da Petrobras, abrindo caminho para possíveis desinvestimentos.

“A Petrobras é complexa demais. São vários segmentos. Tem a parte de extração, tem a parte de pesquisa, tem a parte de distribuição, tem a parte de refino. Então ela é um grande conglomerado de empresas que a gente tem que ver o que funciona e tem que continuar, o que não funciona e pode ser privatizado”, declarou.

A defesa de um papel maior do setor privado também se estende, segundo ele, ao setor aéreo. “Hoje você tem praticamente duas ou três companhias aéreas que funcionam no Brasil, que é muito pouco”, afirmou, ao argumentar que mais concorrência poderia melhorar os serviços oferecidos à população.

Embora ainda não tenha anunciado o nome de um eventual ministro da Economia, Flávio disse que vem se aconselhando com figuras centrais do governo Bolsonaro, como Paulo Guedes; o ex-presidente do BNDES Gustavo Montezano; o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto; o ex-ministro Adolfo Sachsida; e Daniella Marques, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. A lista indica a intenção de manter intacta a orientação liberal da política econômica adotada entre 2019 e 2022.

● Viagens internacionais e cenário eleitoral

Mesmo diante do ceticismo inicial, Flávio afirmou estar decidido a disputar a Presidência e descartou a possibilidade de sua madrasta, Michelle Bolsonaro, compor a chapa como vice. A pré-candidatura, no entanto, enfrenta obstáculos relevantes: pesquisas indicam que ele está cerca de 10 pontos percentuais atrás de Lula em cenários de segundo turno; metade do eleitorado rejeita candidatos apoiados por Jair Bolsonaro; e aliados do ex-presidente, como o pastor Silas Malafaia, questionam sua força política.

O senador, por sua vez, disse confiar em sua trajetória política e acredita que maior exposição pública pode ajudá-lo a se consolidar como um nome “equilibrado” aos olhos do eleitorado.

Como parte da estratégia de campanha, Flávio planeja uma viagem internacional a partir de janeiro, com passagens por Estados Unidos, Argentina, Chile, Israel, países do Oriente Médio e algumas nações europeias, com o objetivo declarado de atrair investimentos para o Brasil.

Ele afirmou que ainda não sabe se terá encontros com autoridades de alto escalão nos Estados Unidos, mas manifestou o desejo de se reunir com o presidente Donald Trump e, caso seja eleito, convidá-lo para sua posse em janeiro de 2027.

Segundo a Reuters, a articulação da viagem está sendo conduzida por seu irmão Eduardo Bolsonaro, que perdeu recentemente o mandato de deputado após se mudar para os Estados Unidos, onde passou a liderar uma campanha contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do processo criminal que levou à condenação de Jair Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247

Lula venceria Tarcísio e Flávio Bolsonaro no primeiro turno em Pernambuco, aponta pesquisa

Levantamento do Paraná Pesquisas indica ampla vantagem do presidente e alta aprovação do governo no estado natal do petista

        Tetra do Corinthians é presente antecipado de Natal, diz Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, venceria com folga a disputa presidencial em Pernambuco, ainda no primeiro turno, caso a eleição fosse realizada hoje. É o que revela levantamento do Paraná Pesquisas, divulgado nesta terça-feira, 23.

De acordo com a pesquisa, o desempenho de Lula no estado nordestino — onde nasceu, na cidade de Garanhuns, em 1945 — mostra uma vantagem expressiva sobre os principais nomes da oposição testados pelo instituto, tanto em cenários de primeiro quanto de segundo turno.

☉ Cenário com Tarcísio de Freitas

No primeiro cenário estimulado, que inclui o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula aparece com 55,5% das intenções de voto, o que garantiria a vitória já na primeira etapa da disputa. Tarcísio soma 13,6% da preferência do eleitorado pernambucano.

Na sequência aparecem Ciro Gomes (PSDB), com 9,3%; o governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), com 3,4%; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), com 1,4%; e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 0,9%. Entre os entrevistados, 5,9% disseram não saber ou não responderam, enquanto 10% afirmaram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos.

☉ Cenário com Flávio Bolsonaro

Em um segundo cenário, sem Tarcísio de Freitas e com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como principal adversário, Lula mantém a liderança com 55,2% das intenções de voto. Flávio aparece em segundo lugar, com 22,2%.

Nesse recorte, Ciro Gomes registra 7%, Ratinho Jr fica com 2,5%, Ronaldo Caiado alcança 1,7% e Romeu Zema, 0,9%. Os eleitores que não souberam ou não responderam somam 4,6%, enquanto 5,9% declararam voto em branco, nulo ou nenhum.

O levantamento indica que, em Pernambuco, Flávio Bolsonaro tem desempenho eleitoral superior ao de Tarcísio de Freitas, embora ambos fiquem distantes do atual presidente.

☉ Simulações de segundo turno

O Paraná Pesquisas também testou cenários de segundo turno. Em uma eventual disputa direta entre Lula e Tarcísio de Freitas, o presidente alcançaria 59,9% das intenções de voto, contra 26,1% do governador paulista. Os votos em branco, nulos ou nenhum somam 8,6%, e 5,5% dos entrevistados não souberam ou não responderam.

Contra Flávio Bolsonaro, Lula também sairia vencedor, com 59,5%, enquanto o senador teria 29,4% da preferência do eleitorado pernambucano. Nesse cenário, 6,3% votariam em branco, nulo ou nenhum, e 4,7% não souberam ou não responderam.
Parana Pesquisas

☉ Avaliação do governo Lula em Pernambuco

Além das intenções de voto, a pesquisa aferiu a avaliação do governo federal no estado. Segundo o levantamento, 61,1% dos pernambucanos disseram aprovar o trabalho de Lula, enquanto 36,1% afirmaram desaprovar. Outros 2,9% não souberam ou não responderam.

Os números mostram uma melhora em relação ao levantamento anterior, realizado em agosto, quando a aprovação era de 54,9% e a desaprovação chegava a 41,6%.

☉ Metodologia da pesquisa

A pesquisa do Paraná Pesquisas foi realizada entre os dias 14 e 18 deste mês, com 1.502 eleitores em 61 municípios de Pernambuco. O grau de confiança é de 95%, com margem de erro de 2,6 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: Brasil 247

Procurador diz que Alexandre de Moraes se tornou ameaça ao establishment

Hélio Telho afirma que ministro do STF se tornou uma ameaça por concentrar poder e agir sem controle institucional

Brasília (DF) - 11/09/2025 - O ministro Alexandre de Moraes, durante sessão na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), de julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O debate em torno das acusações dirigidas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ganhou novo capítulo após uma manifestação pública do procurador Hélio Telho nas redes sociais. Em uma postagem, ele apresentou uma análise sobre a reação de setores que, segundo ele, antes lhe davam sustentação.

As declarações foram publicadas por Telho em seu perfil na rede digital X, onde o procurador comentou o que classifica como uma mudança de postura do chamado establishment em relação a Alexandre de Moraes, a quem se referiu pelo apelido “Xande”. No texto, Telho atribui essa inflexão ao acúmulo de poder e à atuação do ministro em episódios de grande impacto político.

“Xande virou um incômodo muito grande para o establishment, porque poderoso demais e sem qualquer controle”, escreveu Hélio Telho. Na sequência, o procurador afirmou que o ministro “enfrentou o homem mais rico do mundo e o homem mais poderoso do mundo, não tremeu, não titubeou, não retroagiu, foi em frente, dobrou a aposta e venceu”.

Na publicação, Telho também destacou decisões judiciais que, segundo ele, marcaram a trajetória recente de Alexandre de Moraes. “Não se esqueça, ainda, que Xande mandou para a cadeia um ex-presidente da República e vários generais 4 estrelas, fato inédito”, declarou.

O procurador afirma que o ministro teria se transformado em um fator de temor entre elites políticas e econômicas. “Esse homem pode se virar contra qualquer um do establishment e acabar com ele num estalar de dedos e não há ninguém a quem recorrer”, afirmou. Para Telho, esse cenário explicaria a perda de apoio: “Isso aterroriza e por isso o establishment retirou o apoio a Xande, que não é mais útil, ao contrário, se converteu numa ameaça ao status quo”.

As declarações repercutem em meio a um ambiente de forte polarização em torno do Supremo Tribunal Federal e do papel desempenhado por seus ministros, especialmente Alexandre de Moraes, frequentemente colocado no centro de controvérsias políticas e jurídicas de grande alcance nacional.

Fonte: Brasil 247