domingo, 26 de outubro de 2025

Sakamoto: Trump faz afago e não bullying em Lula na Malásia para aflição de Bolsonaro


Donald Trump e Lula em reunião na Malásia – Reprodução

Por Leonardo Sakamoto, no UOL

Preocupava o governo brasileiro na preparação da primeira reunião presencial entre Lula e Trump a coletiva a jornalistas que costuma acontecer junto a encontros de chefes de Estado. Aliados de Jair Bolsonaro torciam para que o norte-americano tentasse constranger o brasileiro, tal como fez com o ucraniano Volodymyr Zelensky e o sul-africano Cyril Ramaphosa. Mas o que se ouviu foram trocas de afagos e cordialidades.

Não apenas porque o terreno é neutro (Kuala Lumpur, na Malásia) e não a Casa Branca, em Washington DC, mas também porque Trump quer um acordo com o Brasil, de olho na inflação dos alimentos dentro dos Estados Unidos, nas necessidades de parceria estratégica diante da disputa com a China (o que envolve terras raras e outras matérias-primas, mas também mercado), na tentativa de obter privilégios às big techs.

Na coletiva aos colegas jornalistas, ao invés do bullying, Trump deu boas declarações sobre Lula e apontou que as perspectivas de acordo são grandes: “Nós nos damos muitos bem”, “temos muito respeito pelo seu presidente”, “temos muito respeito pelo Brasil”, “vamos fazer negócios”, “é uma grande honra estar com o presidente do Brasil”, “eu acho que o Brasil está indo bem”, “seremos capazes de fazer alguns bons negócios”, “vamos ter um bom relacionamento”, “chegaremos a uma conclusão [sobre as tarifas] rapidamente”.

Questionado pela imprensa sobre Bolsonaro, Trump disse que se “sente mal” por ele, mas não quis dizer aos repórteres se o assunto seria tocado na reunião. Tratou como assunto lateral. Afinal, America First.


O bolsonarismo se agarrou nisso nas redes, como um náufrago que confunde chumbo com isopor. Lula disse a Trump que o julgamento do ex-presidente respeitou o devido processo legal e não há perseguição política ou jurídica. E reclamou da injustiça da aplicação de sanções contra autoridades brasileiras.

O julgamento de Jair estava citado na carta de Trump como uma das razões que levou às sanções ao Brasil, o que gerou perda de empregos, fechamento de empresas e prejuízos econômicos por aqui. O deputado federal Eduardo Bolsonaro e assessores vêm incitando o governo dos EUA a moverem sanções contra o Brasil para pressionar pela liberdade do pai.

Agora, as equipes de ambos os presidentes vão sentar para tentar costurar acordos. Ao que tudo indica, ao menos por enquanto (porque o governo dos EUA é imprevisível e tudo pode acontecer), Trump e Lula seguem agindo como adultos na sala, enquanto traidores brasileiros ainda tentam tocar fogo no parquinho.

Fonte: DCM

Ex-patrocinadora acusa Athletico-PR de campanha com “pactos malévolos”; entenda


       Imagem de campanha de marketing do Atlhetico que citava ‘pactos malévolos’ – Reprodução

A Ligga Telecom entrou na Justiça contra o Athletico Paranaense após a rescisão do contrato de naming rights da Arena da Baixada. A empresa afirma que teve sua imagem prejudicada por uma campanha de marketing considerada “assustadoramente equivocada”, que teria associado o clube e o estádio ao satanismo, a pactos malévolos e à figura do demônio.

Segundo a Ligga, a ação promocional foi lançada enquanto o Athletico tentava evitar o rebaixamento à Série B e tinha como objetivo atrair público para o estádio. No mesmo período, o presidente do clube, Mário Celso Petraglia, foi flagrado fazendo gestos obscenos para torcedores durante um jogo, o que aumentou as tensões entre as partes.

O Athletico cobra R$ 32 milhões da Ligga por inadimplência e multas contratuais. A empresa, que contesta o valor, apresentou uma carta fiança e obteve decisão judicial com efeito suspensivo para impedir o bloqueio da quantia. O processo segue em segredo de Justiça.

Fonte: DCM

Mais um navio de guerra dos EUA chega ao Caribe e pressiona a Venezuela

Chegada do destróier USS Gravely à Trinidad e Tobago ocorre durante a escalada entre Washington e Caracas

Foto de archivo del USS Gravely en el puerto de Gdynia en Polonia June 7, 2022. (Foto: KACPER PEMPEL)


Um destróier norte-americano, equipado com lançadores de mísseis, chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, arquipélago localizado próximo à costa venezuelana. A presença militar ocorre em meio à intensificação da pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o governo de Nicolás Maduro. Segundo a AFP, o USS Gravely está ancorado diante do porto de Port of Spain, capital trinitina, a cerca de 570 quilômetros de Caracas.

A chegada da embarcação faz parte de uma operação militar mais ampla conduzida pelo Pentágono. O governo de Trinidad e Tobago havia anunciado, na quinta-feira (23), exercícios conjuntos entre as Forças Armadas locais e uma unidade de fuzileiros navais norte-americanos. No dia seguinte, Washington confirmou o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford — o maior e mais poderoso do mundo — acompanhado de outras embarcações militares.

● Demonstração de força e alerta regional

Analistas interpretam a movimentação como uma clara demonstração de força dos Estados Unidos na região. O envio simultâneo de destróieres e de um porta-aviões de última geração reacende preocupações sobre o aumento das tensões diplomáticas e militares na América Latina.

Autoridades venezuelanas ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o episódio, mas membros próximos ao governo de Nicolás Maduro afirmam que Caracas mantém “relações de respeito e soberania” com as nações vizinhas e rejeita qualquer tentativa de intimidação externa.

Nas últimas semanas, os EUA atacaram ao menos dez embarcações na região do Caribe e do Pacífico matando ao menos 43 pessoas sob a alegação de combater o narcotráfico. As operações militares, porém, tem sido vistas como uma forma de pressão contra o governo de Nicolás Maduro. Trump também não descarta a possibilidade ações em terra e instruiu a CIA (Central de Inteligência dos EUA) e o Pentágono a adotarem medidas “mais agressivas” contra o governo de Nicolás Maduro.

● Lula busca mediar o diálogo pela paz

Coincidentemente, no mesmo dia da chegada do USS Gravely, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

O encontro, que durou cerca de 50 minutos, tratou de temas econômicos — como as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil — e também da escalada de tensões entre Washington e Caracas. Segundo o chanceler Mauro Vieira, Lula afirmou que “a América do Sul é uma região de paz” e que o Brasil está disposto a atuar “pela promoção do diálogo e do entendimento entre as nações”. O presidente Lula também se colocou à disposição para atuar como intermediário entre os EUA e a Venezuela visando reduzir a tensão na região.

● Risco de crise humanitária

As relações entre Brasil e Venezuela seguem congeladas desde agosto do ano passado, quando Lula deixou de falar com Maduro após denúncias de fraude eleitoral não reconhecidas por observadores como o Carter Center.

No entanto, diplomatas brasileiros alertam que qualquer ofensiva contra Maduro pode desencadear uma crise humanitária sem precedentes, marcada por um êxodo em massa de refugiados. Para Brasília, esse cenário ameaçaria diretamente a estabilidade regional e colocaria à prova a capacidade de resposta dos países vizinhos.

● Cenário geopolítico latino-americano

A movimentação militar americana e o esforço diplomático brasileiro acontecem em um contexto de crescente disputa de influência na região. Enquanto Washington reforça sua presença estratégica no Caribe, o governo de Nicolás Maduro busca apoio político e econômico de aliados, incluindo China, Rússia e Irã.

Fonte: Brasil 247

Hugo Motta diz que “a História agradece” encontro entre Lula e Trump

Diálogo e diplomacia voltam a ocupar o centro das relações entre Brasil e EUA, afirma presidente da Câmara

     Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O chefe da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), celebrou o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado neste domingo (26), na Malásia.

Em publicação na rede social X, Motta classificou a reunião como um marco para a retomada do diálogo entre as duas nações.

“Cumprimento os presidentes Lula e Donald Trump pelo importante encontro de hoje. Fico feliz em ver que o diálogo e a diplomacia voltam a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos”, escreveu o deputado. “Quando líderes escolhem conversar, a História agradece. Foi assim nas grandes viradas do mundo: sempre pela palavra, nunca pelo silêncio.”

Motta ainda acrescentou que a Câmara dos Deputados segue “à disposição da diplomacia brasileira, votando assuntos importantes sobre o tema e comprometida em servir ao país”.

Durante o encontro, Lula e Trump discutiram as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. O presidente brasileiro chegou a pedir a suspensão das taxas enquanto durarem as negociações e também defendeu o fim das sanções aplicadas a autoridades nacionais.

Fonte: Brasil 247

Trump explorará se há como resolver questão relacionada a juízes brasileiros, diz Rubio

Declaração aconteceu antes de encontro entre o presidente brasileiro e o líder norte-americano, realizado neste domingo (26)

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Jerusalém - 23/10/2025 (Foto: Fadel Senna/Pool via REUTERS)

Antes da reunião realizada neste domingo (26) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que o republicano pretendia discutir questões ligadas à atuação do Judiciário brasileiro.

De acordo com Rubio, o encontro não se limitaria a temas econômicos, mas também incluiria pontos de atrito envolvendo decisões judiciais no Brasil que, segundo ele, afetaram empresas e cidadãos dos Estados Unidos.

“Olha, o Brasil é um país grande e importante. Acreditamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos escolher como parceiro preferencial no comércio, em vez da China — por causa da geografia, da cultura, do alinhamento em muitos aspectos. Obviamente, temos algumas questões com o Brasil, particularmente sobre como alguns de seus juízes têm tratado o setor digital nos Estados Unidos e os indivíduos localizados nos Estados Unidos por meio de postagens em redes sociais. Teremos que resolver essas questões também. Isso se tornou parte de tudo isso”, afirmou.

O secretário destacou ainda que o governo norte-americano busca uma solução diplomática para reduzir as tensões relacionadas ao tema. “O presidente vai explorar se há maneiras de superar tudo isso, porque acreditamos que será benéfico fazê-lo. Vai levar algum tempo”, disse.

Fonte: Brasil 247

“Não podemos permitir que a ditadura retorne”, diz ministra do STM em ato por Vladimir Herzog


Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, ministra do STM, antes de ato pelos 50 anos da morte de Vladimir Herzog Imagem: 25.out.25 – Pedro Lopes/UOL

A ministra do Supremo Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, afirmou neste sábado (25) que o Brasil não pode permitir o retorno da ditadura e que o autoritarismo “ainda assombra o país”. A declaração foi feita durante o ato inter-religioso em homenagem aos 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog, realizado na Catedral da Sé, em São Paulo.

“Estamos aqui, todas as gerações, para honrar a memória de Vladimir Herzog, que lutou pela liberdade no Brasil. Significa que não podemos permitir que a ditadura retorne. Temos que lutar por um Estado Democrático de Direito incessantemente, porque, lamentavelmente, o autoritarismo nos assombra mesmo em tempos em que imaginávamos consolidada a democracia”, disse a ministra.

Maria Elizabeth Rocha é a primeira mulher a presidir o STM, cargo que ocupa desde março deste ano. Única mulher entre os 15 ministros da corte, ela ficou conhecida por ter votado pela manutenção da prisão dos militares envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, alvejado com 80 tiros no Rio de Janeiro em 2019.

O ato na Sé foi organizado pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Comissão Arns, reunindo autoridades, religiosos e familiares do jornalista. A cerimônia foi conduzida por Dom Odilo Scherer, o rabino Uri Lam e a pastora Anita Wright, filha do reverendo Jaime Wright, que celebrou a missa histórica de 1975 ao lado de Dom Paulo Evaristo Arns e Henry Sobel, em protesto contra o assassinato de Herzog.

Ato reúne centenas de pessoas nos 50 anos da morte de Vlado — Foto: Reprodução

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também participou do evento e comentou, em entrevista a jornalistas, sobre a expectativa para o encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump, previsto para a próxima semana na Malásia. “Presidente Lula disse que não há tema proibido com Trump”, afirmou Alckmin.

O assassinato de Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI em 1975, forjado como suicídio pelo regime militar, tornou-se símbolo da resistência democrática no Brasil. O ato ecumênico deste sábado reafirmou o compromisso das instituições com a memória, a verdade e a defesa da democracia.

Fonte: DCM

As apostas de militares sobre a prisão de Heleno por tentativa de golpe de Estado


         Augusto Heleno durante interrogatório na Primeira Turma do STF. Foto: Foto: Ton Molina/STF

Generais próximos ao ex-ministro Augusto Heleno acreditam que ele não cumprirá em regime fechado a pena de 21 anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito do golpe. Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, o grupo avalia que o ministro Alexandre de Moraes deverá autorizar a prisão domiciliar, levando em conta a idade avançada de Heleno, de 77 anos, e problemas de saúde que ele enfrenta.

A expectativa entre os militares é de que o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro possa cumprir a pena em casa, sob monitoramento.

Apesar das restrições médicas citadas por aliados, Heleno segue mantendo uma rotina discreta em Brasília. Segundo relatos, ele tem sido visto em padarias e supermercados da capital federal, evitando aparições públicas desde a condenação.

O erro de Heleno

Generais da reserva próximos a Heleno consideram que o principal erro do ex-ministro foi permanecer no governo após a entrada do Centrão, ainda em 2020. Para oficiais que conviveram com ele durante o governo Bolsonaro, essa decisão foi o ponto de virada que o aproximou das articulações políticas e, posteriormente, das investigações do STF.

“Se ele tivesse entregue o cargo naquele momento, poderia ter se livrado da condenação”, relatou uma fonte militar ao colunista Igor Gadelha.
O general Augusto Heleno e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

Condenado pela Primeira Turma do STF, Heleno recebeu pena de 21 anos de prisão, além de 84 dias-multa, cada um calculado com base no valor de um salário mínimo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o general da reserva de integrar o núcleo estratégico da organização criminosa que planejou a tentativa de ruptura democrática.

Segundo a denúncia, ele teria atuado na elaboração de estratégias destinadas a deslegitimar as instituições e sustentar a narrativa golpista.

Entre as evidências citadas pela PGR está uma agenda apreendida na casa de Heleno, que continha anotações consideradas de teor golpista.

O documento foi usado para reforçar a acusação de que o ex-ministro participou de reuniões e articulações que antecederam os atos antidemocráticos investigados pelo Supremo. A condenação representou uma das penas mais severas entre os ex-integrantes do governo Bolsonaro denunciados no inquérito.

Fonte: DCM


IMAGENS FORTES: Acidente grave interrompe corrida de moto e pilotos são hospitalizados


             Registro feito durante Grande Prêmio da Malásia de Moto3 – Reprodução

Um grave acidente interrompeu o Grande Prêmio da Malásia de Moto3 na madrugada deste domingo (26). O espanhol José Antonio Rueda, da equipe Red Bull KTM Ajo, colidiu com o suíço Noah Dettwiler, da Copenhagen Infrastructure Partners (CIP). Ambos caíram com força e precisaram ser levados de helicóptero a Kuala Lumpur, já que o circuito não dispunha de estrutura médica suficiente para o atendimento.

O choque ocorreu no Circuito Internacional de Sepang, quando os dois trafegavam em velocidades distintas. Dettwiler reduzia o ritmo enquanto Rueda se aproximava rapidamente, resultando no impacto em uma das curvas. A corrida foi imediatamente paralisada após a colisão, e as equipes médicas prestaram os primeiros socorros ainda na pista.

Sem ambulâncias reservas no autódromo, localizado a cerca de 85 quilômetros da capital, a organização suspendeu a prova até a chegada de novas unidades de emergência. De acordo com a transmissão oficial, os pilotos foram encaminhados ao hospital em estado de emergência. Até o momento, não há atualização sobre o quadro clínico de Rueda e Dettwiler.

Fonte: DCM

Saiba quando deve sair o veredito sobre a extradição de Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli (PL- SP) em coletiva de imprensa em maio de 2025. Foto: Reprodução/Nino Cirenza


O veredito final sobre a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deve sair apenas em 2026, segundo informações da coluna de Lauro Jardim, do Globo. O atraso se deve à tramitação lenta na Justiça italiana e à possibilidade de recursos sucessivos das partes envolvidas. O caso ainda será avaliado pela Corte de Apelação da Itália, que deve marcar uma audiência até o fim de novembro.

Na semana passada, o Ministério Público da Itália se manifestou de forma favorável à extradição da parlamentar, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O parecer rechaça qualquer alegação de perseguição política e afirma que a Justiça brasileira agiu com base em “diversas e coerentes provas testemunhais e documentais”.

Mesmo após a análise da Corte de Apelação, o caso não será concluído de imediato. Qualquer decisão poderá ser contestada na Corte de Cassação, instância máxima do Judiciário italiano. Só depois do julgamento de todos os recursos, o Ministério da Justiça da Itália deverá dar a palavra final sobre o retorno de Zambelli ao Brasil. Autoridades envolvidas no caso avaliam que é improvável que o governo italiano contrarie o entendimento judicial.

O parecer favorável à extradição foi assinado em 20 de outubro e aponta que Zambelli agiu “de forma livre, consciente e voluntária” ao ordenar o ataque cibernético, executado em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. O documento destaca que a extradição cumpre todos os critérios previstos no Tratado de Extradição entre Brasil e Itália e na legislação processual italiana.

Carla Zambelli no Tribunal de Apelações de Roma. Foto: Reprodução/ TV Globo
A decisão representa mais uma derrota para a defesa da deputada, que vem sofrendo reveses nas instâncias italianas desde sua prisão em Roma, em agosto. O Ministério Público entende que os argumentos da defesa carecem de fundamento jurídico e que há provas consistentes que justificam a execução da pena no Brasil.

Em outubro, a Corte de Cassação rejeitou o pedido de prisão domiciliar apresentado pelos advogados da parlamentar. A decisão manteve Zambelli detida no complexo penitenciário de Rebibbia, na região metropolitana de Roma, sob a justificativa de risco de fuga. Ela permanece presa há mais de dois meses, aguardando os próximos passos do processo.

Zambelli já havia sido condenada pelo STF em duas ações penais. Na primeira, recebeu pena de dez anos por invasão de sistemas do CNJ e falsidade ideológica, em associação com Delgatti. Após a condenação, fugiu do país, o que levou à emissão de um alerta internacional da Interpol e à sua posterior prisão na Itália.

Em outro processo, foi condenada a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, além de multa equivalente a 400 salários mínimos. O STF determinou também a perda do mandato parlamentar, que será efetivada quando não houver mais possibilidade de recurso. O processo de extradição é acompanhado pela Advocacia-Geral da União (AGU), responsável por garantir o cumprimento das decisões judiciais brasileiras no exterior.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

“Ameaças irresponsáveis”: Lula oferece ajuda a Trump para mediar conflito com a Venezuela


         Trump e Lula em encontro bilateral na Malásia. Foto: reprodução

No encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Lula (PT) buscou posicionar-se como mediador da crise venezuelana, num momento em que Washington intensifica a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro. O encontro foi realizado na manhã deste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, às margens da cúpula da Asean, que reúne as principais economias do Sudeste Asiático.

A mobilização de embarcações de guerra estadunidenses na costa venezuelana é vista por Brasília como uma provocação na região. O governo Lula mantém a posição contrária a intervenções estrangeiras em países vizinhos e defende o diálogo diplomático como caminho para a estabilidade.

Durante a conversa, Lula afirmou que “tarifas não são mecanismos de coerção” e destacou que “nações não se intimidarão diante de ameaças irresponsáveis”.

O comentário foi entendido como uma resposta direta ao aumento das tarifas determinado por Trump, que afetou exportadores brasileiros de aço, alumínio e produtos agrícolas. Segundo interlocutores, o petista pretende negociar a reversão parcial da medida nas próximas semanas, priorizando setores que dependem fortemente do mercado estadunidense.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que Lula se colocou como um possível intermediador do conflito venezuelano, defendendo que o Brasil “pode atuar como protetor da paz na América Latina”, promovendo soluções diplomáticas e evitando confrontos diretos.

Nicolás Maduro e Lula. Foto: Ricardo Stuckert

A tentativa de conciliar a soberania regional com um diálogo pragmático com Washington, porém, é vista por analistas como um dos maiores desafios da política externa brasileira neste momento.

Para o diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington, a prudência deve guiar o Planalto diante do cenário. “O mais prudente seria esperar para ver se Trump toca no assunto. O Brasil, no melhor dos casos, ouviria e não falaria nada de imediato. Não faz sentido oferecer mediação”, disse.

Já Lucas Martins, especialista em História Americana e Estudos Globais da Temple University, avalia que o governo Trump enxerga a América Latina sob uma ótica da Guerra Fria, forçando países a se alinhar com os Estados Unidos ou com a China.

Segundo ele, em entrevista ao Globo, “os EUA podem condicionar concessões de tarifas ao Brasil a um alinhamento mais claro com os interesses americanos em detrimento de uma agenda chinesa. A postura do Brasil em relação à Venezuela e ao uso do dólar nas transações é crucial para as negociações com o governo dos EUA”.

Fonte: DCM

Lula celebra encontro com Trump e diz que equipes vão discutir tarifaço “imediatamente”

           Os presidentes dos EUA e do Brasil, Donald Trump e Lula – Reprodução


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (26) ter tido uma “ótima reunião” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia. O encontro, realizado durante a 47ª Cúpula da Asean, marcou a primeira conversa presencial entre os dois desde a breve interação na Assembleia Geral da ONU, em setembro.

Em mensagem nas redes sociais, o petista destacou que a reunião tratou de forma “franca e construtiva” da agenda comercial e econômica entre os dois países. Segundo ele, foi acertado que as equipes brasileiras e americanas se reunirão imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções impostas a autoridades brasileiras.

A reunião começou às 15h30 no horário local (4h30 em Brasília) e durou cerca de 50 minutos, no Centro da Cidade de Kuala Lumpur (KLCC). Participaram do lado brasileiro o chanceler Mauro Vieira, o assessor Márcio Elias Rosa e o diplomata Audo Faleiro. Representando os Estados Unidos, estiveram o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro Scott Bessent e o representante de Comércio Jamieson Greer.

Segundo Mauro Vieira, Lula afirmou não haver temas proibidos e reiterou o pedido de suspensão do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros enquanto durarem as negociações. A medida americana foi adotada após sanções impostas a autoridades brasileiras em decorrência do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Durante os primeiros minutos do encontro, Lula e Trump falaram com jornalistas. Questionado sobre uma possível redução das tarifas, Trump respondeu: “Vamos discutir isso por um tempo. Sabemos o que cada um quer.” O republicano afirmou ainda ser “uma honra” estar com o presidente do Brasil e disse acreditar que “alguns bons acordos” poderão surgir.

A conversa é vista como tentativa de reaproximação entre Brasília e Washington após meses de tensão comercial. As equipes técnicas dos dois governos devem se reunir nos próximos dias para detalhar os termos de um possível acordo.

Fonte: DCM

Trump e Lula enterram Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo na Malásia


      Trump e Lula em Kuala Lumpur, na Malásia

O teatro bolsonarista em torno das relações entre Brasil e Estados Unidos chegou ao fim. Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que apostaram durante semanas na tese de um confronto inevitável entre Lula e Trump, viram sua narrativa ruir com o encontro entre os dois presidentes em Kuala Lumpur, na Malásia.

Enquanto o deputado e o comentarista insistiam que o “plano dos EUA” seria uma reunião dura liderada por Marco Rubio, o próprio Trump ironizou o senador, dizendo que ele “não entende muito da parte econômica”.

Na prática, a diplomacia brasileira venceu. O encontro entre Lula e Trump, que durou 45 minutos, abriu caminho para uma negociação direta sobre tarifas e sanções impostas pelos EUA a autoridades brasileiras.

Lula afirmou que “as equipes vão se reunir imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções”, e Trump, ao seu lado, disse estar “honrado em encontrar o presidente do Brasil” e que ambos fariam “bons acordos”. O chanceler Mauro Vieira confirmou que Trump ordenou o início das conversas ainda no domingo.

O desfecho sepulta a tese de que Trump explodiria pontes com o Brasil em nome de salvar Jair Bolsonaro. A versão vendida por Eduardo e Figueiredo nunca resistiu à realidade.

O discurso de que o presidente americano se alinharia incondicionalmente ao bolsonarismo era um sonho. O sonho acabou. Trump, pragmático e imprevisível, agiu conforme seus interesses estratégicos — e não como fiador da extrema direita brasileira.

A verdade é que o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros mexeu com o agro dos dois países e recolocou o Brasil no radar da Casa Branca. A crescente tensão com a China também pesou.

Nesse novo contexto, o governo Lula conseguiu transformar um impasse em oportunidade, reposicionando o país como parceiro necessário. Lula está prestes a marcar um dos gols mais simbólicos de sua carreira: sepultar de vez o bolsonarismo como força relevante, deixando Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo como as figuras centrais de um velório político sem flores nem consolo.

Fonte: DCM

Bastidores: Trump questiona Lula sobre prisão e diz que petista foi “vítima de perseguição”


      Trump e Lula em encontro na Malásia. Foto: reprodução

A reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizada neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, teve momentos de descontração e também de interesse pessoal do líder estadunidense pela trajetória política do brasileiro. Segundo Felipe Frazão, do Estadão, integrantes da comitiva do governo afirmaram que Trump perguntou sobre o período em que Lula ficou preso durante a Operação Lava Jato e chegou a classificá-lo como vítima de “perseguição”. O petista respondeu que passou 580 dias na prisão.

O encontro, que ocorreu no Centro de Convenções de Kuala Lumpur (KLCC), durou cerca de 45 minutos e contou com a presença de seis assessores do governo brasileiro.

De acordo com os relatos, a conversa entre os dois presidentes alternou momentos de seriedade e leveza, e deixou em parte da equipe do Planalto a sensação de uma certa “cumplicidade” entre ambos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, descreveu o clima como “descontraído” e “até alegre”.

“Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistado o terceiro mandato”, relatou Vieira. Segundo outras fontes do governo, o republicano usou explicitamente o termo “perseguido” ao se referir aos processos judiciais enfrentados por Lula.

Lula sendo preso pela Operação Lava Jato em 2018. Foto: reprodução
Os dois líderes também discutiram a possibilidade de realizar visitas mútuas ao Brasil e aos Estados Unidos, em data ainda a ser definida. Na parte inicial da reunião, aberta à imprensa, Lula pediu para encerrar a presença dos jornalistas após cerca de nove minutos.

O petista achava que o tempo destinado à cobertura estava consumindo o espaço reservado para as negociações. Trump concordou e ironizou o momento, dizendo que as perguntas estavam “entediosas”.

Houve um pequeno tumulto antes do encontro, quando o serviço secreto estadunidense tentou priorizar o acesso de jornalistas da Casa Branca, o que gerou desconforto entre os assessores brasileiros. A Presidência do Brasil havia se posicionado contra a presença da imprensa, mas acabou aceitando a exigência dos EUA, desde que houvesse reciprocidade com os profissionais brasileiros.

Durante a conversa, Lula entregou a Trump uma pasta vermelha com o brasão da Presidência da República, contendo documentos sobre a crise comercial e política entre os dois países. O gesto foi interpretado como uma tentativa de reforçar a posição do Brasil nas negociações sobre as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.

Apesar de não ter anunciado mudanças imediatas, Trump ordenou que seus secretários se reunissem ainda na noite de domingo, em Kuala Lumpur, para tratar do tema.

Fonte: DCM

VÍDEO – Argentinos vêm ao Brasil comprar comida: “Sai pela metade do preço”


     Vídeo de argentino indo para o Brasil. Foto: Reprodução

Um vídeo gravado na fronteira entre Paso de los Libres e Uruguaiana (RS) viralizou nas redes sociais após mostrar argentinos ironizando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enquanto atravessam para comprar alimentos mais baratos no Brasil. A cena, registrada em 24 de outubro, mostra um motorista dizendo que “no Brasil tudo está desmoronando”, mas admitindo que vai ao país justamente para fazer compras.

O fenômeno, porém, não é novo. Há meses, moradores da cidade argentina cruzam a ponte internacional Agustín Justo – Getúlio Vargas em busca de produtos básicos como arroz, sabão em pó e biscoitos, que custam até 50% menos do que na Argentina. “Compro tudo no Brasil, sai pela metade do preço”, contou à imprensa argentina a contadora Florencia Del Bove, que faz o trajeto semanalmente para se abastecer em hipermercados brasileiros.

Segundo comerciantes de Uruguaiana, o movimento de argentinos aumentou desde setembro, impulsionado pela valorização do peso frente ao real e pelos altos preços internos na Argentina. Mesmo com o custo do transporte, os bate-voltas compensam financeiramente para muitas famílias, que lotam mercados e farmácias da região.


Do lado argentino, a aduana permite a travessia sem grandes restrições, e não há controle migratório no lado brasileiro. O fluxo crescente tem beneficiado o comércio gaúcho, especialmente em supermercados, postos de combustíveis e lojas de atacado, que registram aumento nas vendas de produtos de primeira necessidade.

Fonte: DCM