domingo, 26 de outubro de 2025

Lula celebra encontro com Trump e diz que equipes vão discutir tarifaço “imediatamente”

           Os presidentes dos EUA e do Brasil, Donald Trump e Lula – Reprodução


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (26) ter tido uma “ótima reunião” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia. O encontro, realizado durante a 47ª Cúpula da Asean, marcou a primeira conversa presencial entre os dois desde a breve interação na Assembleia Geral da ONU, em setembro.

Em mensagem nas redes sociais, o petista destacou que a reunião tratou de forma “franca e construtiva” da agenda comercial e econômica entre os dois países. Segundo ele, foi acertado que as equipes brasileiras e americanas se reunirão imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções impostas a autoridades brasileiras.

A reunião começou às 15h30 no horário local (4h30 em Brasília) e durou cerca de 50 minutos, no Centro da Cidade de Kuala Lumpur (KLCC). Participaram do lado brasileiro o chanceler Mauro Vieira, o assessor Márcio Elias Rosa e o diplomata Audo Faleiro. Representando os Estados Unidos, estiveram o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro Scott Bessent e o representante de Comércio Jamieson Greer.

Segundo Mauro Vieira, Lula afirmou não haver temas proibidos e reiterou o pedido de suspensão do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros enquanto durarem as negociações. A medida americana foi adotada após sanções impostas a autoridades brasileiras em decorrência do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Durante os primeiros minutos do encontro, Lula e Trump falaram com jornalistas. Questionado sobre uma possível redução das tarifas, Trump respondeu: “Vamos discutir isso por um tempo. Sabemos o que cada um quer.” O republicano afirmou ainda ser “uma honra” estar com o presidente do Brasil e disse acreditar que “alguns bons acordos” poderão surgir.

A conversa é vista como tentativa de reaproximação entre Brasília e Washington após meses de tensão comercial. As equipes técnicas dos dois governos devem se reunir nos próximos dias para detalhar os termos de um possível acordo.

Fonte: DCM

Trump e Lula enterram Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo na Malásia


      Trump e Lula em Kuala Lumpur, na Malásia

O teatro bolsonarista em torno das relações entre Brasil e Estados Unidos chegou ao fim. Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que apostaram durante semanas na tese de um confronto inevitável entre Lula e Trump, viram sua narrativa ruir com o encontro entre os dois presidentes em Kuala Lumpur, na Malásia.

Enquanto o deputado e o comentarista insistiam que o “plano dos EUA” seria uma reunião dura liderada por Marco Rubio, o próprio Trump ironizou o senador, dizendo que ele “não entende muito da parte econômica”.

Na prática, a diplomacia brasileira venceu. O encontro entre Lula e Trump, que durou 45 minutos, abriu caminho para uma negociação direta sobre tarifas e sanções impostas pelos EUA a autoridades brasileiras.

Lula afirmou que “as equipes vão se reunir imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções”, e Trump, ao seu lado, disse estar “honrado em encontrar o presidente do Brasil” e que ambos fariam “bons acordos”. O chanceler Mauro Vieira confirmou que Trump ordenou o início das conversas ainda no domingo.

O desfecho sepulta a tese de que Trump explodiria pontes com o Brasil em nome de salvar Jair Bolsonaro. A versão vendida por Eduardo e Figueiredo nunca resistiu à realidade.

O discurso de que o presidente americano se alinharia incondicionalmente ao bolsonarismo era um sonho. O sonho acabou. Trump, pragmático e imprevisível, agiu conforme seus interesses estratégicos — e não como fiador da extrema direita brasileira.

A verdade é que o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros mexeu com o agro dos dois países e recolocou o Brasil no radar da Casa Branca. A crescente tensão com a China também pesou.

Nesse novo contexto, o governo Lula conseguiu transformar um impasse em oportunidade, reposicionando o país como parceiro necessário. Lula está prestes a marcar um dos gols mais simbólicos de sua carreira: sepultar de vez o bolsonarismo como força relevante, deixando Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo como as figuras centrais de um velório político sem flores nem consolo.

Fonte: DCM

Bastidores: Trump questiona Lula sobre prisão e diz que petista foi “vítima de perseguição”


      Trump e Lula em encontro na Malásia. Foto: reprodução

A reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizada neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, teve momentos de descontração e também de interesse pessoal do líder estadunidense pela trajetória política do brasileiro. Segundo Felipe Frazão, do Estadão, integrantes da comitiva do governo afirmaram que Trump perguntou sobre o período em que Lula ficou preso durante a Operação Lava Jato e chegou a classificá-lo como vítima de “perseguição”. O petista respondeu que passou 580 dias na prisão.

O encontro, que ocorreu no Centro de Convenções de Kuala Lumpur (KLCC), durou cerca de 45 minutos e contou com a presença de seis assessores do governo brasileiro.

De acordo com os relatos, a conversa entre os dois presidentes alternou momentos de seriedade e leveza, e deixou em parte da equipe do Planalto a sensação de uma certa “cumplicidade” entre ambos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, descreveu o clima como “descontraído” e “até alegre”.

“Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistado o terceiro mandato”, relatou Vieira. Segundo outras fontes do governo, o republicano usou explicitamente o termo “perseguido” ao se referir aos processos judiciais enfrentados por Lula.

Lula sendo preso pela Operação Lava Jato em 2018. Foto: reprodução
Os dois líderes também discutiram a possibilidade de realizar visitas mútuas ao Brasil e aos Estados Unidos, em data ainda a ser definida. Na parte inicial da reunião, aberta à imprensa, Lula pediu para encerrar a presença dos jornalistas após cerca de nove minutos.

O petista achava que o tempo destinado à cobertura estava consumindo o espaço reservado para as negociações. Trump concordou e ironizou o momento, dizendo que as perguntas estavam “entediosas”.

Houve um pequeno tumulto antes do encontro, quando o serviço secreto estadunidense tentou priorizar o acesso de jornalistas da Casa Branca, o que gerou desconforto entre os assessores brasileiros. A Presidência do Brasil havia se posicionado contra a presença da imprensa, mas acabou aceitando a exigência dos EUA, desde que houvesse reciprocidade com os profissionais brasileiros.

Durante a conversa, Lula entregou a Trump uma pasta vermelha com o brasão da Presidência da República, contendo documentos sobre a crise comercial e política entre os dois países. O gesto foi interpretado como uma tentativa de reforçar a posição do Brasil nas negociações sobre as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.

Apesar de não ter anunciado mudanças imediatas, Trump ordenou que seus secretários se reunissem ainda na noite de domingo, em Kuala Lumpur, para tratar do tema.

Fonte: DCM

VÍDEO – Argentinos vêm ao Brasil comprar comida: “Sai pela metade do preço”


     Vídeo de argentino indo para o Brasil. Foto: Reprodução

Um vídeo gravado na fronteira entre Paso de los Libres e Uruguaiana (RS) viralizou nas redes sociais após mostrar argentinos ironizando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enquanto atravessam para comprar alimentos mais baratos no Brasil. A cena, registrada em 24 de outubro, mostra um motorista dizendo que “no Brasil tudo está desmoronando”, mas admitindo que vai ao país justamente para fazer compras.

O fenômeno, porém, não é novo. Há meses, moradores da cidade argentina cruzam a ponte internacional Agustín Justo – Getúlio Vargas em busca de produtos básicos como arroz, sabão em pó e biscoitos, que custam até 50% menos do que na Argentina. “Compro tudo no Brasil, sai pela metade do preço”, contou à imprensa argentina a contadora Florencia Del Bove, que faz o trajeto semanalmente para se abastecer em hipermercados brasileiros.

Segundo comerciantes de Uruguaiana, o movimento de argentinos aumentou desde setembro, impulsionado pela valorização do peso frente ao real e pelos altos preços internos na Argentina. Mesmo com o custo do transporte, os bate-voltas compensam financeiramente para muitas famílias, que lotam mercados e farmácias da região.


Do lado argentino, a aduana permite a travessia sem grandes restrições, e não há controle migratório no lado brasileiro. O fluxo crescente tem beneficiado o comércio gaúcho, especialmente em supermercados, postos de combustíveis e lojas de atacado, que registram aumento nas vendas de produtos de primeira necessidade.

Fonte: DCM

Trump se reúne com Lula por 50 minutos e promete fazer “bons acordos” com o Brasil


      Donald Trump, presidente dos EUA, e Lula, do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram na madrugada deste domingo (26), na Malásia, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Em rápido pronunciamento antes do início da reunião, Lula afirmou que “não há motivo para desavença entre o Brasil e os Estados Unidos” e demonstrou otimismo quanto aos resultados do encontro.

“Temos todo interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos”, disse Lula. “Tenho certeza de que, quando dois presidentes se reúnem e expõem seus pontos de vista, eles chegam a um acordo”. Segundo o presidente brasileiro, a intenção era discutir todos os temas pendentes entre os dois países. “Não sei se o Trump vai ter tempo para discutir todos os assuntos, mas eu trouxe as pautas por escrito”, afirmou.


O encontro teve início às 4h40, pelo horário de Brasília, com acesso breve da imprensa, que acompanhou os primeiros minutos da conversa. A reunião terminou por volta das 5h45 e contou com a presença dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Márcio Elias Rosa (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e do diplomata Audo Faleiro, assessor da Presidência.

Trump também se manifestou brevemente antes do encontro. “Vamos chegar a um acordo”, garantiu o líder estadunidense. Ele não detalhou o conteúdo das negociações, mas indicou que está aberto a discutir as tarifas de 40% impostas a produtos brasileiros, um dos principais temas da reunião bilateral.

O presidente estadunidense reagiu com irritação ao ser questionado por uma repórter sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe. “None of your business” (“não é do seu interesse”), respondeu.



Além do tarifaço, outros assuntos delicados estavam na pauta, como as sanções aplicadas a cidadãos brasileiros e a ofensiva estadunidense sobre a Venezuela. O governo brasileiro considera que parte dessas medidas tem caráter político e busca uma reaproximação comercial e diplomática com Washington.

Nos bastidores, diplomatas brasileiros avaliam que o encontro pode servir como um teste para o futuro das relações entre os dois países. Para o Palácio do Planalto, a reunião representa uma oportunidade de amenizar tensões e tentar abrir caminho para a revisão das barreiras econômicas impostas pelo governo estadunidense.

Outro tema sensível é o protagonismo do dólar nas transações internacionais. Lula defende a criação de mecanismos que reduzam a dependência da moeda estadunidense no comércio entre os países do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Trump, por sua vez, tem criticado abertamente a proposta e já ameaçou impor novas tarifas sobre produtos dos países que integrarem esse sistema.

Fonte: DCM

sábado, 25 de outubro de 2025

Em novo recurso, defesa tenta reduzir pena de Bolsonaro no STF

Recurso pede que crimes de golpe e abolição do Estado sejam considerados um só

      Jair Bolsonaro e o STF (Foto: Reuters I Antonio Augusto/STF)

No recurso que será apresentado na segunda-feira (27) ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Jair Bolsonaro (PL) tentará novamente reduzir a pena imposta pela Primeira Turma da Corte. Segundo a CNN Brasil, os advogados reconhecem que uma reversão total da condenação é improvável e concentram esforços em uma estratégia de “redução de danos”.

A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime inicial fechado, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. No novo recurso, a defesa sustentará que esses crimes devem ser “absorvidos” entre si, o que reduziria o tempo total da pena.

● Defesa aposta na tese da absorção de crimes

A argumentação dos advogados, segundo a reportagem, é de que as duas acusações derivam de um mesmo conjunto de ações, sem autonomia entre elas. Por isso, afirmam que as penas não deveriam ser somadas. Essa tese, porém, enfrenta forte resistência dentro do Supremo.

A maioria dos ministros, entre eles Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, entende que os delitos são autônomos e devem ser julgados separadamente. Apenas o ministro Luiz Fux já manifestou, em situações semelhantes, apoio à tese de unificação de crimes.

● Expectativa de julgamento e tendência de rejeição

O julgamento do recurso deve ocorrer já na próxima semana, em sessão virtual do plenário do STF. A expectativa é que os embargos de declaração apresentados pela defesa sejam rejeitados, mantendo a decisão anterior da Primeira Turma.

De acordo com a jurisprudência do Supremo, mesmo com essa possível rejeição, a defesa ainda terá direito a um último recurso antes do trânsito em julgado — fase que permite a expedição do mandado de prisão definitiva contra o ex-presidente.

● Debate no Congresso sobre dosimetria das penas

O tema também está em discussão no Congresso Nacional, por meio do chamado “PL da Dosimetria”, relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O projeto busca revisar os critérios de soma e cálculo das penas, mas perdeu força política nas últimas semanas.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil 

30% + 30% + 30%: como era o esquema de venda de emendas ligado à assessora de Valéria Bolsonaro

 

Valéria Bolsonaro é deputada estadual licenciada e secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas Imagem: arquivo pessoal

Áudios de WhatsApp obtidos pelo Metrópoles revelam como funcionava o esquema de devolução de parte de emendas parlamentares negociado por Amanda Servidoni, filiada ao PL em Rio Claro (SP). Nas gravações, ela aparece pedindo R$ 100 mil de volta de uma emenda de R$ 300 mil, quantia que teria sido destinada a uma prefeitura do interior. “Ele vai gastar 100k com a pista. E nós estamos dando 300. Desses 300 eu quero pelo menos uns 100. Não quero 10%, filho”, diz Amanda em um dos trechos.

Amanda se apresenta como “assessora” da deputada estadual licenciada Valéria Bolsonaro (PL), hoje secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas, embora não ocupe cargo na pasta. Ex-chefe de gabinete do vice-prefeito de Rio Claro e presidente do projeto social “Mulheres pela Fé” — apadrinhado por Valéria —, ela é apontada por interlocutores como intermediária de emendas entre prefeituras e parlamentares. A secretária inaugurou recentemente um escritório político no mesmo endereço da entidade presidida por Amanda.

Nas conversas, a filiada ao PL fala em receber valores maiores do que o tradicional “10%” e menciona que o repasse de R$ 100 mil seria “para abrir portas” em outras cidades. “Ele já vai ganhar 100 que vai executar e 100 que vai vir de lambuja. Mas nada certo ele fazer isso para abrir as portas”, afirma em outro trecho. A interlocução cita prefeitos, deputados e articulações para liberação de verbas, embora sem nomes explícitos. Questionada, Amanda reconheceu ser autora dos áudios, mas alegou que tratava de “projetos”, não de emendas parlamentares.

A Secretaria de Políticas para a Mulher afirmou que o caso não tem relação com a pasta e que emendas são de responsabilidade da Assembleia Legislativa e das prefeituras. O assessor jurídico de Valéria, Eduardo dos Santos, classificou Amanda como “assessora regional”, reconhecendo a relação formal entre Amanda e Valéria, mas ressaltando que a relação entre ambas é apenas de apoio político e amizade. Valéria Bolsonaro, até o momento, não se manifestou.

Valéria e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

As Emendas

A venda de emendas parlamentares é uma prática ilegal que ocorre quando políticos ou intermediários negociam a liberação de verbas públicas em troca de vantagens pessoais. Essas emendas são recursos do Orçamento da União ou dos estados, destinados a projetos municipais como obras e equipamentos. No esquema, parte do valor é desviada por meio de superfaturamento, empresas de fachada ou pedidos diretos de “devolução” em dinheiro. Em alguns casos, assessores e operadores políticos atuam como ponte entre prefeitos e parlamentares. O modelo se intensificou com as chamadas “emendas Pix”, que transferem recursos diretamente aos cofres das prefeituras, sem detalhamento de gasto. Isso dificulta o controle e aumenta o risco de corrupção. Investigações recentes da Polícia Federal e do Ministério Público identificaram redes organizadas em vários estados. A falta de transparência e de fiscalização efetiva facilita a continuidade do esquema. A prática compromete políticas públicas e desvia milhões de reais dos serviços essenciais.

Fonte: DCM

Ex-embaixador dos EUA no Brasil vê Bolsonaro como “página virada” para Trump


      Thomas Shannon, ex-embaixador dos EUA no Brasil. Foto: Reprodução

O ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, disse em entrevista à BBC News Brasil que Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado, é página virada para o presidente Donald Trump, mas as sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), baseadas na Lei Magnitsky, devem ser mantidas.

Confira alguns trechos:

(…) O senhor acha que os pedidos de Trump pela anulação do julgamento de Bolsonaro foram retirados da mesa?

Sim, foram — mas pelas ações das instituições brasileiras. Acho que Trump entendeu que sua tentativa de intervir em processos criminais no Brasil e de interferir em um processo eleitoral no Brasil não iria prosperar.


Mas Trump insistiu nesse tema por várias semanas. Como essa questão perdeu relevância tão rápido?

Acho que perdeu relevância principalmente porque o Brasil deixou muito claro que não iria ceder. E a instituição brasileira em questão — o Supremo Tribunal Federal — deixou muito claro que iria continuar com a acusação e manter a proibição de Bolsonaro concorrer nas próximas eleições. Uma vez que isso ficou evidente, o que os Estados Unidos poderiam fazer?

Ao mesmo tempo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continua sendo recebido por autoridades do governo americano e afirmando que as coisas estão indo bem para o lado dele. Como analisar essas duas realidades?

Há algumas maneiras de ver isso. Primeiro, Trump não vai abandonar Bolsonaro. Ele o considera um amigo com visões políticas semelhantes. Mas é interessante notar que, em todas as comunicações com Lula, Bolsonaro não é mencionado. E não é mencionado porque Trump sabe que sua tentativa de proteger Bolsonaro da prisão e garantir que ele pudesse disputar eleições fracassou. (…)

Mas a tentativa de Trump de influenciar o julgamento de Bolsonaro é página virada?

Sim. Por que ele vai fracassar de novo quando já fracassou uma vez? Trump é astuto nesse ponto. Ele sabe quando não pode avançar em uma frente e procura outra.

Congresso de extrema-direita terá encontro entre Trump e Bolsonaro – CartaCapital
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

O senhor acha que Trump está buscando formas de recuar nas tarifas?

Estou quase certo disso. Acho que é nessa área que teremos novidades. Mas ficaria muito surpreso se houvesse algum avanço sobre as sanções do tipo Magnitsky ou as revogações de vistos.

As sanções aos ministros do STF serão mantidas?

Vamos ver, pode ser que encontrem uma saída, espero que sim. Mas acho que a principal preocupação no momento é o impacto econômico das tarifas.

Quando o senhor acha que as tarifas podem ser retiradas?

Depende do ritmo das negociações. E, se não forem retiradas, vão ser reduzidas drasticamente ou vários produtos ficarão isentos. (…)

Fonte: DCM

Trump diz que pode derrubar tarifaço ao Brasil “sob as circunstâncias certas”

 

O presidente americano Donald Trump, em discurso na Casa Branca. Foto: Abe McNatt

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pode considerar a redução das tarifas aplicadas ao Brasil “sob as circunstâncias certas” e confirmou que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (26), na Malásia. O encontro ocorrerá durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), da qual ambos participam. Com informações do Uol.

A declaração de Trump foi dada a repórteres durante o voo presidencial rumo à Ásia, quando foi questionado sobre a possibilidade de se reunir com Lula. “Acredito que sim”, respondeu. Em seguida, outro jornalista perguntou sobre a redução das tarifas impostas ao Brasil, e o presidente norte-americano respondeu: “Sob as circunstâncias certas”.

Esta será a primeira reunião oficial entre Lula e Trump desde o início da crise comercial provocada pelo tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, adotada no início de seu governo, gerou desconforto entre os dois países e afetou exportações nacionais de setores como o aço e o agronegócio.

Presidente Lula, durante entrevista na Malásia. Foto: Ricardo Stuckert

Durante o encontro, Lula pretende pedir a retirada das sobretaxas e das sanções impostas a autoridades brasileiras, em vigor desde agosto. Segundo fontes do governo, o presidente brasileiro também quer “provar que houve equívocos” nas punições impostas a membros de sua equipe, determinadas por decisões unilaterais de Washington.

Os dois presidentes vêm retomando o diálogo desde setembro. Durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, ambos trocaram cumprimentos e afirmaram ter tido “boa química”. Pouco depois, conversaram por telefone durante cerca de 30 minutos, em ligação intermediada pelas diplomacias dos dois países.

De acordo com auxiliares de Lula, o encontro deste domingo será “livre e sem vetos de assunto”. Além das tarifas e sanções, o governo brasileiro não descarta que sejam abordadas também as recentes movimentações militares dos Estados Unidos em relação à Venezuela e à Colômbia, temas que preocupam o Planalto.

Lula já declarou ser contrário a qualquer tipo de intervenção estrangeira em países da América do Sul. Em declarações recentes, o presidente reafirmou que o Brasil “defende o diálogo e a soberania das nações”, em referência às pressões de Washington sobre Caracas.

O governo brasileiro espera que a reunião sirva para reorganizar a relação bilateral, abalada desde o início do tarifaço americano. Integrantes do Itamaraty afirmam que o objetivo é buscar um “recomeço” nas negociações comerciais e ampliar o intercâmbio entre as economias.

A reunião entre Lula e Trump está prevista para acontecer às margens da cúpula da Asean, em Kuala Lumpur, capital da Malásia. O encontro deve durar cerca de uma hora e contará com a presença de assessores e ministros das duas delegações.

Segundo diplomatas brasileiros, uma eventual revisão das tarifas pelos Estados Unidos poderia representar alívio imediato para exportadores brasileiros e abrir espaço para novos acordos de cooperação econômica entre os dois países.

Fonte: DCM

VÍDEO: Na Malásia, Lula denuncia genocídio em Gaza e alerta para a fome global

          Presidente Lula recebe título de doutor Honoris Causa na Malásia. Foto: Ricardo Stuckert

Durante visita oficial à Malásia, o presidente Lula (PT) fez um alerta sobre o genocídio em Gaza e o agravamento da fome no mundo, defendendo a solidariedade internacional e criticando a inércia das instituições globais diante das crises humanitárias. As declarações foram feitas na madrugada deste sábado (25), em Kuala Lumpur, durante encontro com o primeiro-ministro malaio Anwar Ibrahim.

“A juventude está indignada com o fato de que 673 milhões de seres humanos ainda dormem com fome todos os dias. E as comunidades universitárias, em todo o mundo, têm elevado suas vozes contra a brutalidade do genocídio em Gaza e contra a inércia moral que impede até hoje que o Estado Palestino seja criado”, declarou.

Ele também destacou a importância dos jovens na defesa da paz. “Quase sempre são os jovens que nos recordam que a paz é o valor mais precioso da humanidade. Ela não pode ser comprada com os 2 trilhões e setecentos bilhões de dólares que o mundo gasta anualmente com armas. Somente a ação solidária das pessoas e das nações pode pavimentar um futuro de prosperidade compartilhada”, disse.

☉ Homenagem e acordos bilaterais

Durante a viagem, Lula recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Desenvolvimento Internacional e Sul Global pela Universidade Nacional da Malásia (UKM). A cerimônia foi presidida pelo Sultão de Negeri Sembilan, reitor da universidade, Tuanku Muhriz. O presidente agradeceu a homenagem e afirmou que o reconhecimento é “um tributo ao povo brasileiro”.

Esta é a primeira visita de um presidente brasileiro à Malásia em 30 anos, considerada histórica. No encontro com Anwar Ibrahim, Lula assinou acordos bilaterais nas áreas de energia, ciência e tecnologia, com o objetivo de ampliar o comércio e os investimentos entre os dois países.

☉ Elogios da Malásia a Lula

O primeiro-ministro malaio elogiou a liderança e o posicionamento político do presidente brasileiro. Para Ibrahim, o petista é um líder que representa a classe trabalhadora, cuida dos desfavorecidos e tem coragem de denunciar os horrores do mundo.

“Este é um encontro entre amigos que compartilham convicções e ideias. Tenho certeza de que nossos países vão trabalhar juntos como parceiros em diferentes áreas”, completou o premiê da Malásia.

Fonte: DCM

Mulher que se diz ligada à família de Bolsonaro é gravada pedindo propina em emenda


A deputada estadual licenciada Valéria Bolsonaro (PL), Amanda Servidoni e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foto: Reprodução

Áudios de WhatsApp obtidos pelo Metrópoles mostram uma filiada do Partido Liberal (PL) em Rio Claro (SP) negociando a devolução de parte de uma emenda parlamentar. Amanda Servidoni pede o repasse de R$ 100 mil de uma verba pública de R$ 300 mil destinada a um município do interior.

Nos áudios, Amanda — que se apresenta como “assessora” da deputada estadual licenciada Valéria Bolsonaro (PL), atual secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) — cobra o valor como contrapartida de prefeitos que receberiam as emendas. Ela, no entanto, não ocupa cargo público.

Valéria Muller Ramos Bolsonaro é casada com um primo de segundo grau do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Luis Oscar Bolsonaro.

“Ele [prefeito] vai gastar 100k com a pista, entendeu? (…) E nós estamos dando 300. Desses 300 eu quero pelo menos uns 100, entendeu? Não quero 10%, filho. Vocês não sabem fazer negócio. Se ele falou que ele vai gastar com a coisa 100, ele vai tá ganhando 200 e nós 30?”, afirma Amanda em um dos áudios.

Em outro trecho, ela reforça o pedido: “É isso. É 100 e 100, entendeu? 100 e 100. Pronto. Para abrir mais [portas] nas outras cidades.” Segundo as conversas, o suposto esquema envolveria mais municípios, e Amanda seria responsável pela intermediação com deputados estaduais e federais.


Ligação com Valéria Bolsonaro

Amanda é ex-servidora da Prefeitura de Rio Claro, presidente do projeto social Mulheres pela Fé, que tem Valéria Bolsonaro como madrinha. Na última quinta-feira (23), a secretária inaugurou um escritório político na cidade, no mesmo imóvel onde funciona o projeto de Amanda.

Questionada, Amanda admitiu a autoria dos áudios, mas negou irregularidades. “Trabalho com projetos. Não tenho nada a declarar”, afirmou.

O assessor jurídico da secretaria, Eduardo Aparecido dos Santos, confirmou que Amanda atua como “assessora regional” de Valéria, mas negou qualquer vínculo com os pedidos de “cashback”.

“Não tem nenhuma relação com a Valéria Bolsonaro. A relação que tem é de amizade e apoio político. É apoio de projetos sociais. Isso sim, é público”, disse.

Em nota, a Secretaria de Políticas para a Mulher afirmou que o caso “não tem relação com a pasta”.

“A Secretaria de Políticas para a Mulher não possui relação com o projeto social Mulheres pela Fé. Emendas parlamentares são temas da Assembleia Legislativa, com pagamentos realizados às prefeituras conforme ritos administrativos e legais. Cabe aos órgãos de controle e ao Tribunal de Contas fiscalizar a aplicação dos recursos”, informou.

Fonte: Brasil 247