domingo, 26 de outubro de 2025

Trump se reúne com Lula por 50 minutos e promete fazer “bons acordos” com o Brasil


      Donald Trump, presidente dos EUA, e Lula, do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram na madrugada deste domingo (26), na Malásia, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Em rápido pronunciamento antes do início da reunião, Lula afirmou que “não há motivo para desavença entre o Brasil e os Estados Unidos” e demonstrou otimismo quanto aos resultados do encontro.

“Temos todo interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos”, disse Lula. “Tenho certeza de que, quando dois presidentes se reúnem e expõem seus pontos de vista, eles chegam a um acordo”. Segundo o presidente brasileiro, a intenção era discutir todos os temas pendentes entre os dois países. “Não sei se o Trump vai ter tempo para discutir todos os assuntos, mas eu trouxe as pautas por escrito”, afirmou.


O encontro teve início às 4h40, pelo horário de Brasília, com acesso breve da imprensa, que acompanhou os primeiros minutos da conversa. A reunião terminou por volta das 5h45 e contou com a presença dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Márcio Elias Rosa (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e do diplomata Audo Faleiro, assessor da Presidência.

Trump também se manifestou brevemente antes do encontro. “Vamos chegar a um acordo”, garantiu o líder estadunidense. Ele não detalhou o conteúdo das negociações, mas indicou que está aberto a discutir as tarifas de 40% impostas a produtos brasileiros, um dos principais temas da reunião bilateral.

O presidente estadunidense reagiu com irritação ao ser questionado por uma repórter sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe. “None of your business” (“não é do seu interesse”), respondeu.



Além do tarifaço, outros assuntos delicados estavam na pauta, como as sanções aplicadas a cidadãos brasileiros e a ofensiva estadunidense sobre a Venezuela. O governo brasileiro considera que parte dessas medidas tem caráter político e busca uma reaproximação comercial e diplomática com Washington.

Nos bastidores, diplomatas brasileiros avaliam que o encontro pode servir como um teste para o futuro das relações entre os dois países. Para o Palácio do Planalto, a reunião representa uma oportunidade de amenizar tensões e tentar abrir caminho para a revisão das barreiras econômicas impostas pelo governo estadunidense.

Outro tema sensível é o protagonismo do dólar nas transações internacionais. Lula defende a criação de mecanismos que reduzam a dependência da moeda estadunidense no comércio entre os países do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Trump, por sua vez, tem criticado abertamente a proposta e já ameaçou impor novas tarifas sobre produtos dos países que integrarem esse sistema.

Fonte: DCM

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