terça-feira, 9 de setembro de 2025

Flávio ataca Moraes após voto para condenar seu pai: “Líder do PT no STF”


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao lado de aliados durante coletiva de imprensa na tarde desta terça (9). Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o voto para condenar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus da trama golpista. Em coletiva convocada no intervalo da sessão desta terça (9), o parlamentar afirmou que o magistrado fala com “raiva” e “ódio”.

“Estava aguardando aqui o fim do primeiro ato da farsa que estava sendo feita pelo ministro Alexandre de Moraes. Dá uma tristeza no coração ver como uma pessoa pronuncia um voto político”, disse o senador ao lado de aliados.

A coletiva contou com a presença de parlamentares bolsonaristas, entre deputados federais e senadores. Flávio acusou Moraes de apresentar argumentos sem “embasamento jurídico” e sem ligação com provas, tentando deslegitimar o voto do ministro, que ocupou a primeira parte da sessão desta terça.

“Fala com tanta raiva, fala com tanto ódio. Parecia o líder do governo do PT no Supremo proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem vinculação com absolutamente nenhuma prova, como quem está ali praticando uma vingança porque, na cabeça dele, parece que Jair Bolsonaro queria matá-lo. É uma das acusações”, acrescentou.

Bolsonaro e Moraes se cumprimentam em cerimônia no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em 2022. Foto: Gabriela Biló/Folhapress

No voto, Moraes apontou Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que usou a máquina pública para tentar se manter no poder. Segundo o ministro, o ex-presidente se valeu da estrutura do Estado brasileiro para executar um “projeto autoritário de poder”.

“Não há nenhuma dúvida, em todas essas condenações e mais de 500 acordos de não persecução penal, de que houve tentativa de abolição ao Estado Democrático de Direito, de que houve tentativa de golpe, de que houve organização criminosa”, disse o magistrado.

Mais cedo, Flávio já havia mobilizado a Comissão de Segurança Pública do Senado, da qual é presidente, para debater denúncias de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes.

Fonte: DCM

'Será que alguém acha que um cartão de crédito ou o Mickey vão mudar um julgamento do Supremo?', ironiza Dino em recado aos EUA

Ministro do STF votou pela condenação dos oito réus do núcleo 1 da trama golpista

Brasília (DF) 09/09/2025 - O ministro Flávio Dino durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que retoma o julgamento dos réus do núcleo 1 da trama golpista (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta terça-feira (9) um recado irônico ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que inclui Jair Bolsonaro e mais sete aliados réus, o magistrado zombou da Lei Magnitsky, aplicada pelos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, e dos símbolos nacionais do país norte-americano, como o Mickey Mouse, um personagem de desenhos animados.

"O Supremo está fazendo seu papel, aplicar a lei. Não podemos, seria indesejável, que alguém se intimidasse por ameaças ou sanções. O Supremo não vai se intimidar com tuíte. Será que as pessoas acreditam que um tuíte de uma autoridade de um governo estrangeiro vai mudar o julgamento do Supremo? Será que alguém imagina que um cartão de crédito ou o Mickey vão mudar o julgamento do Supremo? O Pateta aparece com mais frequência", disse o ministro na sessão da tarde da Primeira Turma do STF.

Dino também negou que os ministros do Supremo estejam buscando vingança ao proferir seu voto, que levou o placar a 2 a 0 pela condenação dos réus.

Fonte: Brasil 247

Em meio ao julgamento de Bolsonaro, EUA ameaçam usar "poder econômico e militar" para defender "liberdades"

"O presidente não está com medo de usar o poderio econômico e militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão no mundo", disse Karoline Leavitt

Casa Branca avalia sanções contra o Brasil durante julgamento de Jair Bolsonaro no STF e ameaça usar poder econômico e militar, diz Karoline Leavitt (Foto: Reuters/Kevin Mohatt)

A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (9) que está preparada para empregar todos os instrumentos disponíveis — inclusive o poder econômico e militar — para reagir a violações da liberdade de expressão em qualquer parte do mundo. A declaração foi feita pela secretária de Imprensa Karoline Leavitt em coletiva oficial, após ser questionada sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o UOL.

O jornalista americano Michael Shellenberger perguntou diretamente se os Estados Unidos consideravam adotar "medidas adicionais não só por censurar, mas por evitar que candidatos políticos compitam nas eleições". "Posso te dizer que esta é uma prioridade para nossa administração e que o presidente não está com medo de usar o poderio econômico e militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão no mundo", respondeu Leavitt.

☆ Pressão da administração Trump

Apesar do tom firme, a secretária disse que, no momento, não há novas medidas a anunciar. Até agora, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia imposto sanções econômicas ao Brasil e acionado a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, foram suspensos os vistos de Moraes e de outros sete ministros da Corte.

A tensão cresceu após o julgamento de Bolsonaro ser mencionado em uma carta oficial que anunciou a aplicação de tarifas de 50% contra produtos brasileiros. No documento, Trump classificou o processo como "caça às bruxas" e exigiu sua interrupção "imediatamente".

☆ Risco de novas retaliações

De acordo com a reportagem, a expectativa é de que os Estados Unidos possam agir em tempo real durante as sessões do STF. Haveria uma lista de opções em estudo, que inclui novas sanções econômicas e rodadas adicionais de cassação de vistos de autoridades brasileiras.

O governo Lula acompanha com atenção a possibilidade de escalada na crise diplomática. Para Brasília, o risco de novas medidas punitivas em meio ao julgamento representa um fator de instabilidade nas já delicadas relações bilaterais.

☆ Embaixada dos EUA ameaçou sanções contra Moraes no início do julgamento

Mais cedo, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou uma mensagem que foi interpretada como ameaça direta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), justamente no dia em que a Corte retoma o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de planejar a tentativa de golpe de Estado.

Na postagem, feita pela manhã em suas redes sociais, a representação diplomática afirmou: “Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.

☆ Departamento de Estado

Além da mensagem oficial da embaixada, o Alto Funcionário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA compartilhou texto semelhante na segunda-feira (8). A publicação reiterou o mesmo tom crítico, mencionando diretamente Moraes e acusando-o, junto a outras autoridades, de “minar liberdades fundamentais” no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Dino expressa diferença após voto de Moraes em relação a Paulo Sérgio, Heleno e Ramagem

Segundo o ministro Flávio Dino, os três aliados de Jair Bolsonaro têm uma “participação de menor importância” no plano golpista

      Flávio Dino no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino afirmou nesta terça-feira (9) apresentou seu voto de forma diferente do relator Alexandre de Moraes, ao afirmar que existe uma a “possibilidade de redução da pena abaixo do mínimo legal” no caso de três réus no inquérito da trama golpista - Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência-Abin), Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional-GSI) e Paulo Sergio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

Durante o julgamento na Corte, o ministro Flávio Dino disse que os três aliados de Jair Bolsonaro (PL) têm uma “participação de menor importância” no plano golpista.

Em seu voto, o magistrado afirmou haver “dúvida de que a culpabilidade” de Bolsonaro na trama golpista é “bastante alta”, assim como no caso de Braga Netto, do almirante Almir Garnier e do tenente-coronel Mauro Cid.

Apesar das ponderações, Dino votou pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. O julgamento na Primeira Turma da Corte tem placar de 2 a 0 pela condenação.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro está em pânico por medo de prisão na Papuda, dizem aliados

Bolsonaro teme humilhação, piora na saúde e risco de morte caso tenha que cumprir pena na Papuda se condenado por trama golpista

Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)

Jair Bolsonaro (PL) vive forte apreensão com a chance de ser encarcerado no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, aliados próximos que o visitaram relatam que Bolsonaro está em pânico diante da possibilidade de dividir espaço com presos comuns e teme tanto pela saúde quanto pela segurança pessoal. Nesta terça-feira (9), o ministro do Supremo TribunalFederal (STF) Alexandre de Moraes votou pela condenação do ex-mandatário e outros sete réus na ação penal que trata de uma tentativa de golpe de Estado.

De acordo com a reportagem, a perspectiva de cumprir pena em uma penitenciária de regime fechado, em vez de um espaço reservado, é vista pelo ex-mandatário como uma humilhação. Um de seus interlocutores afirmou que ele chegou a demonstrar medo até de morrer caso seja enviado à Papuda. Além da preocupação com o convívio com outros detentos, Bolsonaro teme não ter atendimento médico adequado caso venha a passar mal.

◈ Espaço já estaria preparado para Bolsonaro

Fontes ligadas ao sistema penitenciário revelaram que já há um espaço reservado no complexo para receber o ex-mandatário, caso ele seja condenado. A decisão final sobre o local de cumprimento da pena caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que investiga a tentativa de golpe de Estado atribuída a Bolsonaro.

Enquanto a escolha do magistrado não é conhecida, a defesa prepara um pedido para que, em caso de condenação, ele cumpra a pena em regime domiciliar. Outra possibilidade em análise é que seja mantido em cela da Polícia Federal, modelo semelhante ao adotado em 2018 com o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

◈ Divisão no STF e pressões externas

No STF, alguns ministros avaliam que uma eventual prisão de Bolsonaro na Papuda poderia fortalecê-lo politicamente, ao transformá-lo em vítima aos olhos de seus apoiadores e até de parte da oposição. Por outro lado, cresce a pressão diante da postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-mandatário, que tem buscado apoio no exterior e promovido ataques a magistrados em viagens recentes aos Estados Unidos. A atuação do deputado é vista como um entrave para negociações que poderiam resultar em tratamento mais brando para o pai.

◈ Papuda já recebeu figuras de destaque da política

O Complexo Penitenciário da Papuda, um dos maiores do país, já recebeu políticos de grande notoriedade condenados por corrupção. Entre eles, o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-senador Luiz Estevão. Com quatro presídios em funcionamento, o complexo é considerado uma prisão de segurança máxima.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Moraes vota para condenar Bolsonaro e aliados pela trama golpista

Bolsonaro e Moraes se cumprimentam em cerimônia no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em 2022. Foto: Gabriela Biló/Folhapress


O ministro Alexandre de Moraes votou nesta terça (9) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus do “núcleo central” acusados de participação na chamada trama golpista. O relator acompanhou integralmente a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em uma explicação que durou mais de cinco horas, Moraes apresentou um resumo detalhado da ação penal, organizando os fatos em ordem cronológica e utilizando organogramas para explicar a estrutura da organização criminosa. Segundo o ministro, Bolsonaro era o líder do grupo que planejou e executou a tentativa de golpe de Estado.

“O que se discute aqui não é se houve ou não tentativa de golpe, se houve ou não tentativa de abolição do Estado de Direito. Isso já foi reconhecido em condenações anteriores. O que se discute é a autoria. Não há nenhuma dúvida de que houve tentativa de golpe, de que houve organização criminosa”, declarou Moraes, ao abrir seu voto.

O relator argumentou que a tentativa, mesmo sem consumar o golpe, já configura crime. “A tentativa consuma o crime. Todos esses atos executórios, desde junho de 2021 até 8 de janeiro de 2023, foram atos que consumaram golpe de Estado. Não consumaram o golpe, mas não há necessidade de consumar o golpe”, disse.

Moraes listou diversos episódios que, em sua avaliação, compõem a trama: ataques ao sistema eleitoral em transmissões oficiais, o uso de órgãos públicos como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários, e a mobilização de forças de segurança no segundo turno de 2022. Para ele, as evidências mostram uma ação articulada e contínua.

Bolsonaro é acusado de cometer os crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e ameaça grave, e deterioração de patrimônio tombado. Moraes defendeu que ele também seja condenado por liderar o grupo golpista.

“Os réus praticaram todas as infrações penais imputadas pela Procuradoria-Geral da República em concurso de agentes e em concurso material”, disse o magistrado. Veja trecho da fala de Moraes:

Além do ex-presidente, são réus do “núcleo central” Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-presidente da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (general e ex-ministro do GSI), Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), Paulo Sérgio Nogueira (general, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa) e Walter Souza Braga Netto (general, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022 na chapa de Bolsonaro).

Ramagem responde apenas por golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. Ele foi beneficiado por uma votação na Câmara que suspendeu os dois crimes que teriam sido cometidos após a diplomação.

A votação foi suspensa por Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, e será retomada às 15h30 desta terça, com os votos de Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por fim, o chefe do colegiado. Os ministros ainda vão se reunir na quarta (10), quinta (11) e sexta (12).

Fonte: DCM

Forças Armadas merecem respeito por não embarcarem na tentativa de golpe, diz Moraes

Acompanhe ao vivo o julgamento do núcleo 1 da trama golpista na TV 247

O ministro do STF Alexandre de Moraes - 2/9/2025 (Foto: REUTERS/Jorge Silva)

Antes de concluir seu voto no julgamento desta terça-feira (9) da trama golpista, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os ex-comandantes do Exército e da Força Aérea não embarcaram na tentativa de derrubar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.

Nesse sentido, Moraes elogiou a atuação das Forças Armadas, diante da pressão golpista, exercida fortemente, segundo o ministro, pelo ex-ministro Walter Braga Netto.

"As Forças Armadas merecem respeito, dois comandantes se recusaram a executar o golpe a mando de Bolsonaro. Não houve adesão dos comandantes do Exército e da Força Aérea", disse Moraes em seu voto na Primeira Turma do STF.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO – Incêndio atinge banheiros químicos na Esplanada e levanta suspeita de crime

Fumaça no céu de Brasília após incêndio em banheiros químicos na Esplanada dos Ministérios. Foto: Reprodução

Cerca de 10 banheiros químicos foram incendiados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta terça (9) e formaram uma coluna de fumaça preta na região. A Secretaria de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) informou que há suspeita de ato criminoso.

As chamas começaram por volta das 11h20, nas proximidades do Teatro Nacional, e foram rapidamente controladas pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. O episódio ocorreu a pouco mais de dois quilômetros do prédio do STF, que julga o “núcleo central” da trama golpista no momento.

Segundo a nota da Secretaria de Segurança, a forma como o fogo se espalhou levantou suspeitas. “Em razão da alta velocidade de propagação, suspeita-se, em análise preliminar, que o incêndio possa ter sido criminoso”, disse o comunicado.

Ninguém se feriu com o episódio, de acordo com as autoridades, e os banheiros ficaram completamente destruídos.

Banheiros químicos ficaram completamente destruídos após incêndio. Foto: Gabriela Biló/Folhapess

O Corpo de Bombeiros apontou que as chamas queimaram por cerca de 15 minutos e que o fogo começou na parte de cima de um dos banheiros. A suspeita é que os autores do incêndio usaram gasolina, por conta da velocidade em que se espalhou.

Autoridades iniciaram a perícia no local para esclarecer as causas. A Polícia Militar também foi acionada e acompanha o caso, mas não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade de ação criminosa.

Alexandre Patury, secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, esteve no local após o fim do incêndio e disse que a Polícia Civil irá verificar câmeras de vigilância na Esplanada.

Os dez banheiros químicos incendiados faziam parte da estrutura usada durante o desfile do 7 de Setembro. O evento deste ano foi realizado sob o lema “Brasil dos Brasileiros”, “Brasil do Futuro” e “COP30”, em referência à conferência climática da ONU que ocorrerá em novembro, em Belém.

Veja o incêndio:

Fonte: DCM

Estado de sítio ou de defesa porque perdeu as eleições é golpe, diz Moraes

‘Você perde as eleições e tenta trazer as Forças Armadas para uma intervenção militar? Chame como quiser. Era golpe’, afirmou o relator.

       Alexandre de Moraes (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que não há dúvidas de que Jair Bolsonaro (PL) articulou um plano golpista após sua derrota nas eleições de 2022. Em manifestação no julgamento do ex-presidente e de aliados, Moraes destacou que a chamada “minuta do golpe” foi apresentada em reuniões com comandantes das Forças Armadas e tinha como objetivo romper a ordem constitucional.

“Não existe previsão constitucional para decretação de estado de sítio, estado de defesa ou GLO no caso de derrota eleitoral. Não existe. Chame-se como quiser. Aqui era uma minuta de golpe de Estado”, afirmou o relator.

☆ Reuniões com militares e quebra da normalidade

De acordo com Moraes, o próprio Bolsonaro admitiu ter discutido com generais alternativas para questionar o resultado do pleito, após esgotar recursos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro ressaltou que tais encontros não tinham amparo legal.

“Você perde as eleições e a partir disso você tenta trazer as Forças Armadas para uma intervenção militar? Mas por quê? ‘Porque eu perdi as eleições’. Por quê? ‘Porque as eleições foram fraudadas’”, disse Moraes, ressaltando que o discurso de fraude foi o eixo de todo o “modus operandi” da organização criminosa desde 2021.

☆ Estratégia golpista articulada

Moraes também lembrou que Bolsonaro incentivou os acampamentos golpistas em frente aos quartéis, jamais pedindo a desmobilização dos manifestantes após o pleito. Citou ainda o envolvimento no planejamento da operação “Punhal Verde e Amarelo” e da chamada “Copa 2022”, que, segundo as investigações, previa ações violentas contra autoridades.

O ministro mencionou ainda a conduta do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que divulgou uma nota distorcendo relatório das Forças Armadas sobre a lisura das urnas. Para Moraes, o ato visava “instigar a polarização e pedir para as Forças Armadas auxiliarem na decretação de uma quebra da normalidade”.

☆ Golpe e Conselho da República

Em resposta ao argumento de Bolsonaro de que não teria convocado o Conselho da República se tivesse a intenção de dar um golpe, Moraes ironizou: “É a desqualificação da inteligência alheia. Quem pretende dar um golpe, dá um golpe, como se pretendeu aqui e se tentou, não conversando com o Legislativo ou com conselheiros da República, mas conversando e pedindo a lealdade e o apoio dos comandantes das Forças Armadas”.

☆ O julgamento em curso

O STF julga Bolsonaro e outros sete réus acusados de liderar a tentativa de golpe de Estado. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) inclui a “minuta do golpe”, o plano “Punhal Verde e Amarelo” e os atos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados em Brasília.

Além de Bolsonaro, respondem ao processo Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Walter Braga Netto, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Mauro Cid, este último delator. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, já pediu a condenação de todos, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.

A análise está a cargo da Primeira Turma do STF, composta por Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino.

Fonte: Brasil 247

"O Brasil quase voltou a uma ditadura", afirma Alexandre de Moraes ao julgar Bolsonaro

'Brasil quase voltou a uma ditadura porque uma organização criminosa liderada por Bolsonaro não sabe perder eleições', afirmou o ministro

Brasília (DF) 09/09/2025 - O ministro relator Alexandre de Moraes durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que retoma o julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez nesta terça-feira (9) uma das declarações mais contundentes desde o início do julgamento que analisa a tentativa de golpe de Estado liderada por Jair Bolsonaro (PL). Segundo o relator, o país esteve à beira de retornar a um regime ditatorial em razão da atuação da organização criminosa estruturada e chefiada pelo ex-presidente.

“Estamos esquecendo aos poucos que o Brasil quase volta a uma ditadura que durou 20 anos porque uma organização criminosa constituída por um grupo político não sabe perder eleições. Porque uma organização criminosa liderada por Jair Bolsonaro não sabe que é um princípio democrático e republicano a alternância de poder”, afirmou Moraes.

★ Atentado em Brasília e coordenação golpista

Em sua manifestação, Moraes lembrou o episódio da bomba encontrada no aeroporto de Brasília em 24 de dezembro de 2022, planejada por apoiadores de Bolsonaro. Para ele, o ato não pode ser visto de forma isolada, mas como parte de uma sequência organizada de ataques contra a democracia.

“Essa bomba não explodiu por pouco. Acarretaria na morte de centenas de pessoas”, destacou. O ministro relacionou o atentado com os acampamentos ilegais em frente a quartéis militares, onde alimentos e recursos eram fornecidos para sustentar manifestantes que pressionavam pelo não reconhecimento do resultado eleitoral.

Moraes afirmou que esses grupos foram posteriormente mobilizados para os atos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados em Brasília.

★ "Punhal Verde-Amarelo" e "Copa 2022"

O relator ressaltou que o golpe não foi uma ação improvisada, mas fruto de um planejamento detalhado, que incluía até a possibilidade de assassinato de autoridades. “Nem os mais pessimistas podiam esperar que o que estava sendo planejado sob o codinome ‘Punhal Verde-Amarelo’ e a operação ‘Copa 2022’ seria o assassinato do presidente e vice-presidente eleitos e do então presidente do TSE, eu mesmo”, declarou.

Segundo ele, as provas colhidas ao longo da investigação são abundantes e confirmam a unidade de desígnios entre os acusados. Moraes citou a colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e registros em vídeo de Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, incentivando militantes golpistas mesmo após a derrota nas urnas.

Fonte: Brasil 247

Moraes ironiza impressão de plano Punhal Verde Amarelo antes de reunião de general com Bolsonaro: “fez barquinho de papel”

Plano previa o assassinato de autoridades, incluindo Lula, Alckmin e o próprio Moraes

Brasília (DF) 09/09/2025 - O ministro relator Alexandre de Moraes durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que retoma o julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), utilizou ironia ao comentar a conduta do general Mário Fernandes. Fernandes imprimiu o chamado Plano Punhal Verde e Amarelo momentos antes de se reunir com Bolsonaro no Palácio da Alvorada no final de 2022. O plano detalhava o planejamento do assassinato de autoridades, incluindo o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

Durante a leitura de seu voto, Moraes afirmou que não é razoável acreditar que o documento tenha sido impresso apenas para virar um “barquinho de papel”. Para o magistrado, a circunstância reforça que o conteúdo do plano foi discutido entre o militar e o ex-presidente.

“Não é crível, não é razoável achar que Mário Fernandes imprimiu no Palácio do Planalto, se dirigiu ao Palácio da Alvorada, onde estava o presidente, ficou uma hora e seis minutos e fez barquinho de papel com a impressão do Punhal Verde e Amarelo. Isso é ridicularizar a inteligência do tribunal”, disse Moraes.

Julgamento dos acusados de golpe

O julgamento em curso envolve Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, e outros sete aliados apontados como líderes do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa sequestros e até assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes.

A denúncia da PGR também inclui a chamada “minuta do golpe”, que buscava instaurar estado de defesa e de sítio para impedir a posse de Lula. Além disso, os réus respondem por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília.

Os acusados são:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
  • Augusto Heleno – ex-ministro do GSI
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice em 2022
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens e delator
O parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomenda a condenação de todos os réus, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão, conforme cálculos do Ministério Público Federal. O julgamento segue na Primeira Turma do STF, composta por Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino.

Fonte: Brasil 247

Moraes acusa Anderson Torres de fraudar eleições

Ministro do STF afirma que Torres usou a PRF para dificultar acesso de eleitores às urnas em 2022

Moraes acusa Anderson Torres de usar a PRF para dificultar o voto e fraudar eleições de 2022. Julgamento analisa responsabilidades. (Foto: ABR)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9), durante o julgamento dos envolvidos em uma suposta trama de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após sua derrota eleitoral para o então candidato e atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres teria utilizado sua posição no governo para comprometer o processo eleitoral de 2022.

Segundo Moraes, no segundo turno das eleições presidenciais, realizado em 30 de outubro de 2022, a pasta chefiada por Torres articulou uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o objetivo de dificultar a chegada de eleitores aos locais de votação.

Acusação de interferência no pleito

Durante a sessão, o ministro do STF destacou a gravidade do episódio. “Em 30 de outubro [de 2022], no segundo turno das eleições, onde o Ministério da Justiça, sob coordenação do réu Anderson Torres, prepara toda uma operação para que a Polícia Rodoviária Federal impedisse ou tentasse impedir alguns eleitores e eleitoras de chegarem até as urnas. Então, aqui, o réu Anderson Torres utilizou da sua condição de ministro da Justiça e Segurança para desvirtuar a realidade”, afirmou Moraes.

A acusação reforça a tese de que o então ministro teria desviado a função institucional da pasta para atender a interesses políticos durante o processo eleitoral.

Anderson Torres, que também foi secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, responde a ações judiciais ligadas a episódios ocorridos durante e após as eleições de 2022. O julgamento no STF busca apurar responsabilidades sobre tentativas de comprometer a lisura do pleito.

Acompanhe o julgamento ao vivo pela TV 247:

 

Fonte: Brasil 247

Alexandre de Moraes critica traidores da pátria: “tentativa de retorno à posição de colônia”

Em recado claro a Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA, ministro cita postura de Jair Bolsonaro em reunião com embaixadores em 2022

       Alexandre de Moraes (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas nesta terça-feira (9) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a aliados que, segundo ele, atuaram para deslegitimar a democracia brasileira perante a comunidade internacional. Durante a retomada do julgamento que analisa a tentativa de golpe de Estado, Moraes classificou a reunião realizada em 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada, como um dos episódios mais vergonhosos da história recente do país.

“Essa reunião eu diria que talvez entre para a história como um dos momentos de maior entreguismo nacional ou tentativa de entreguismo nacional”, afirmou o ministro. Só perde, na visão de Moraes, para os movimentos atuais capitaneados por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos que resultaram em sanções contra o Brasil, incluindo o tarifaço contra produtos brasileiros e a inclusão de autoridades brasileiras na Lei Magnitsky, incluindo o próprio Moraes.

"Os últimos acontecimentos mostram que ela foi só uma reunião preparatória para uma tentativa de retorno para uma posição de colônia brasileira, mas dessa vez não para Portugal", disse.

☆ Estratégia de descrédito internacional

Segundo Moraes, Bolsonaro utilizou a ocasião para apresentar vídeos, notícias falsas e imagens manipuladas com o objetivo de desacreditar a Justiça Eleitoral e preparar terreno para questionar os resultados do pleito de 2022. “Ele junta várias notícias fraudulentas, vídeos, fotos, para dizer que as urnas eletrônicas são vulneráveis, que há fraudes nas eleições. Tudo para deslegitimar não só o Judiciário e a Justiça Eleitoral perante diversos embaixadores, mas também para já preparar o descrédito nos resultados eleitorais”, disse o relator.

Para o ministro, esse gesto configurou não apenas uma afronta às instituições brasileiras, mas também uma submissão a interesses externos, em claro prejuízo da soberania nacional.

☆ Recado a Eduardo Bolsonaro

As palavras de Moraes soaram como um recado direto a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que atualmente se encontra nos Estados Unidos para articular sanções contra o Brasil. O ministro apontou que a articulação internacional promovida por aliados de Jair Bolsonaro reforça a estratégia de enfraquecer as instituições democráticas brasileiras diante de governos estrangeiros.

Ao classificar os envolvidos como “traidores da pátria”, Moraes destacou que a tentativa de transformar o Brasil em um país submisso a pressões externas representa um risco grave à independência nacional.

Fonte: Brasil 247

Embaixada dos EUA no Brasil ameaça Moraes em pleno julgamento de Bolsonaro

Embaixada diz que o país ‘continuará tomando medidas cabíveis’ contra autoridades que estariam ‘minando liberdades’ dos brasileiros

Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos (Foto: Embaixada dos EUA/Divulgação)

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou nesta terça-feira (9) uma mensagem que foi interpretada como ameaça direta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), justamente no dia em que a Corte retoma o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de planejar a tentativa de golpe de Estado.

Na postagem, feita pela manhã em suas redes sociais, a representação diplomática afirmou: “Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.

☆ Endosso do Departamento de Estado

Além da mensagem oficial da embaixada, o Alto Funcionário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA compartilhou texto semelhante na segunda-feira (8). A publicação reiterou o mesmo tom crítico, mencionando diretamente Moraes e acusando-o, junto a outras autoridades, de “minar liberdades fundamentais” no Brasil.

“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do Ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, dizia o texto.

☆ Repercussão em meio ao julgamento

As mensagens surgem em um momento de enorme tensão institucional, uma vez que o STF analisa as acusações contra Bolsonaro e aliados por envolvimento em atos golpistas, incluindo a elaboração da “minuta do golpe” e o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa sequestros e assassinatos de autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Alexandre de Moraes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) já pediu a condenação de todos os réus, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão. O processo está sob análise da Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino.
Fonte: Brasil 247

Moraes lembra ataques de Bolsonaro no 7 de Setembro e diz que discurso foi confissão de crime

Fala inflamada de Bolsonaro, afirmou Moraes, ‘aumentou exponencialmente as ameaças aos ministros do Supremo e às suas famílias’

Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, São Paulo-SP, 7 de setembro de 2024 (Foto: Reuters)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que os discursos feitos por Jair Bolsonaro (PL) no 7 de Setembro de 2021 configuraram verdadeira confissão de crime contra a democracia. Durante o julgamento que analisa a tentativa de golpe de Estado, o relator destacou que o então presidente da República utilizou a data nacional para instigar a população contra o Judiciário, em especial contra ministros do Supremo.

“Isso não é conversa de bar. Isso não é alguém no clube conversando com amigo. Isso é o presidente da República no 7 de Setembro, a data da independência do Brasil, instigando milhares de pessoas contra o Supremo, contra o Judiciário, e especificamente contra um ministro do STF”, afirmou Moraes.

◎ Discurso inflamado e ameaças ao Supremo

Segundo o ministro, Bolsonaro afirmou categoricamente em seus pronunciamentos, tanto em Brasília quanto na Avenida Paulista, que passaria a descumprir ordens judiciais. Em tom de ameaça, disse que caberia ao então presidente do STF, Luiz Fux, “enquadrar” os demais ministros.

“Uma frase que confessa novamente, de viva-voz, perante milhares de pessoas, o crime de abolição do Estado Democrático de Direito”, ressaltou Moraes. Ele lembrou que Bolsonaro também direcionou ataques pessoais a integrantes da Corte, especialmente ao próprio relator. “Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixe de oprimir o povo brasileiro. Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá”, citou o ministro, reproduzindo trechos do discurso.

Para Moraes, a retórica de Bolsonaro “aumentou exponencialmente as agressões e ameaças ao Supremo, aos ministros e às suas famílias”, exigindo reforço na segurança da Corte à época.

◎ Confissão pública de atentado à democracia

Moraes classificou as falas como atos executórios típicos de tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, já que configuraram grave ameaça à independência do Judiciário. “Qualquer estudante de Direito, de primeiro ano, vai caracterizar o que ocorreu como uma grave ameaça e também a consecução de não entregar o poder, de manter o seu grupo no poder, só saindo ‘preso, morto ou com a vitória’, como afirmou o réu”, disse.

O ministro lembrou ainda que a estratégia de intimidação não se limitou ao episódio de 2021, mas se estendeu em tentativas posteriores de pressionar o Supremo.

Fonte: Brasil 247