Em recado claro a Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA, ministro cita postura de Jair Bolsonaro em reunião com embaixadores em 2022
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas nesta terça-feira (9) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a aliados que, segundo ele, atuaram para deslegitimar a democracia brasileira perante a comunidade internacional. Durante a retomada do julgamento que analisa a tentativa de golpe de Estado, Moraes classificou a reunião realizada em 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada, como um dos episódios mais vergonhosos da história recente do país.
“Essa reunião eu diria que talvez entre para a história como um dos momentos de maior entreguismo nacional ou tentativa de entreguismo nacional”, afirmou o ministro. Só perde, na visão de Moraes, para os movimentos atuais capitaneados por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos que resultaram em sanções contra o Brasil, incluindo o tarifaço contra produtos brasileiros e a inclusão de autoridades brasileiras na Lei Magnitsky, incluindo o próprio Moraes.
"Os últimos acontecimentos mostram que ela foi só uma reunião preparatória para uma tentativa de retorno para uma posição de colônia brasileira, mas dessa vez não para Portugal", disse.
☆ Estratégia de descrédito internacional
Segundo Moraes, Bolsonaro utilizou a ocasião para apresentar vídeos, notícias falsas e imagens manipuladas com o objetivo de desacreditar a Justiça Eleitoral e preparar terreno para questionar os resultados do pleito de 2022. “Ele junta várias notícias fraudulentas, vídeos, fotos, para dizer que as urnas eletrônicas são vulneráveis, que há fraudes nas eleições. Tudo para deslegitimar não só o Judiciário e a Justiça Eleitoral perante diversos embaixadores, mas também para já preparar o descrédito nos resultados eleitorais”, disse o relator.
Para o ministro, esse gesto configurou não apenas uma afronta às instituições brasileiras, mas também uma submissão a interesses externos, em claro prejuízo da soberania nacional.
☆ Recado a Eduardo Bolsonaro
As palavras de Moraes soaram como um recado direto a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que atualmente se encontra nos Estados Unidos para articular sanções contra o Brasil. O ministro apontou que a articulação internacional promovida por aliados de Jair Bolsonaro reforça a estratégia de enfraquecer as instituições democráticas brasileiras diante de governos estrangeiros.
Ao classificar os envolvidos como “traidores da pátria”, Moraes destacou que a tentativa de transformar o Brasil em um país submisso a pressões externas representa um risco grave à independência nacional.
Fonte: Brasil 247
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