quinta-feira, 31 de julho de 2025

Após dizer que prenderia Moraes, Marcos do Val pede ao STF para não ir para a cadeia


            Marcos do Val apresentando o passaporte diplomático. Foto: reprodução

A defesa do senador Marcos do Val (Podemos-ES) protocolou na última quarta-feira (30) um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando um “salvo-conduto” para garantir que o parlamentar não seja preso ao desembarcar no Brasil na próxima segunda-feira (4). Segundo o Uol, o pedido foi dirigido ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e ocorre após o senador ter viajado para Orlando com a família, mesmo sendo alvo de ordem para recolher e cancelar seus passaportes.

O parlamentar, que já teve seus bens bloqueados pelo STF, argumenta em sua defesa que ainda não teve acesso integral à decisão que determinou o bloqueio de seus ativos.

Fora do Brasil, o bolsonarista adotou um tom de desafio ao ministro Alexandre de Moraes e reivindicando seu suposto “mérito” na sanção dos EUA ao ministro e dizendo que lhe daria “voz de prisão por abuso de autoridade.

Os advogados afirmam que essa falta de informação levanta “suspeita legítima” sobre uma possível ordem de prisão. “A existência de decisão sigilosa, com vazamento parcial e seletivo à imprensa (situação que, infelizmente, tem sido comum), sem prévia intimação da defesa, somada à ausência de sua disponibilização nos autos atualizados, causa profunda estranheza”, diz a petição.

Marcos do Val está atualmente submetido a severas restrições financeiras: proibido de usar cartões de crédito, manter aplicações ou fazer transferências via Pix. Além disso, recebe apenas 30% de seu salário devido a um bloqueio anterior determinado por Moraes, destinado ao pagamento de multa de R$ 50 milhões por descumprimento de decisões do STF.

O caso ganhou novos contornos quando o senador, mesmo com a determinação de recolhimento de passaportes, conseguiu viajar para os Estados Unidos.

Sua defesa argumenta que o recolhimento de passaportes não implicaria necessariamente em proibição de deixar o país, já que poderia viajar a países do Mercosul usando apenas o RG. Além disso, alegam que o Itamaraty não cumpriu a ordem de cancelar o passaporte diplomático do parlamentar.

Em decisão de 16 de julho, Moraes já havia negado pedido do senador para viajar, afirmando que “cabe ao requerente adequar suas atividades às medidas cautelares determinadas, e não o contrário”. A defesa contesta, afirmando que só foi intimada da decisão quando o senador já estava no exterior, e que seu itinerário nos EUA foi informado com antecedência ao STF e ao Senado.

Marcos do Val é investigado em dois processos no STF: um por suposta tentativa de golpe de Estado (com relatório da PF já concluído há dois anos) e outro por participação em campanha de intimidação a autoridades que atuam em investigações contra Jair Bolsonaro e aliados. Sua defesa alega ainda que até bens de sua filha, que teria cidadania estadunidense e dependeria financeiramente dele, foram bloqueados.

Fonte: DCM com informações do UOL

 

Quaest: sanções de Trump contra Moraes geram reação majoritariamente negativa na web


         Donald Trump, presidente dos EUA, e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: reprodução

O sentimento na internet sobre as sanções aplicadas por Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Magnitsky, é majoritariamente negativo. O levantamento, realizado entre os dias 28 e 30 de julho pelo instituto de pesquisa Quaest, analisou cerca de 1,6 milhão de menções sobre a operação da Polícia Federal e as sanções anunciadas pelos Estados Unidos.

Os dados mostram que 60% dos internautas criticaram as medidas de Trump, enquanto 28% as defenderam. Outras 12% das menções foram neutras, com teor meramente noticioso. Segundo a Quaest, o debate foi impulsionado por figuras políticas, veículos de mídia e internautas que disputam narrativas em torno do episódio.

As menções foram coletadas das principais redes sociais (X, Instagram, Facebook, Reddit, Tumblr e YouTube) e sites de notícias por meio de API. Já as menções no WhatsApp, Telegram e Discord foram capturadas via plataforma automatizada Q-Insider. Tanto a API quanto a plataforma são ferramentas da Quaest.

Crédito na imagem

Soberania x perseguição: as narrativas em disputa


Entre os críticos às sanções, a narrativa dominante é a de que Trump estaria ferindo a soberania do Brasil para proteger a família Bolsonaro. Muitos perfis destacam que Moraes não teria contas bancárias fora do país e, portanto, não seria diretamente afetado pela medida.

Já os defensores das sanções reforçam a ideia de perseguição política e censura por parte do ministro do STF. Essa visão foi amplificada por influenciadores e parlamentares alinhados ao bolsonarismo.

De acordo com a análise da Quaest, a Lei Magnitsky tem sido usada como ferramenta para “internacionalizar a disputa institucional brasileira, buscando legitimação fora das estruturas tradicionais do Judiciário e da imprensa nacional”.

A nuvem de palavras analisadas revela que os apoiadores da medida apresentam a lei estadunidense como um alerta contra supostas violações de direitos humanos por Moraes. Do outro lado, a resposta mais frequente entre os defensores do governo Lula é que “Soberania é inegociável”.

Embora as sanções a Moraes tenham gerado volume significativo de menções, comparável ao embate entre Congresso e governo nas redes, a recente operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro segue como o tema mais comentado no ambiente digital.

Fonte: DCM

VÍDEO – Após fugir para a Itália, ex-assessor de Moraes comemora sanção com champanhe


              Eduardo Tagliaferro e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: reprodução

Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), foi flagrado celebrando com champanhe na Itália a decisão do governo Donald Trump de aplicar a Lei Magnitsky contra o magistrado brasileiro. As imagens foram exibidas no podcast Timeline, apresentado pelo bolsonarista Allan dos Santos, que atualmente se encontra foragido nos Estados Unidos.

Durante a transmissão, Tagliaferro fez revelações alarmantes: “Tenho bastante coisa [informação], aquilo lá é só a pontinha do iceberg. Tem algumas coisas fraudulentas que foram feitas. Ele [Moraes] vai me assistir, ele sabe do que estou falando, lá de agosto, de um ano aí, entendeu? A ordem era deletar e, como sou uma pessoa prevenida, sempre guardei porque sabia que um dia isso viraria história e teríamos que contar a verdade. A coisa vai ser divertida”.


O ex-assessor atuou como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, vinculada à Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre agosto de 2022 e julho de 2023.

A Polícia Federal o aponta como responsável pelo vazamento de informações confidenciais do gabinete de Moraes para o jornal Folha de S.Paulo – acusação que Tagliaferro nega veementemente.

Em depoimentos anteriores, o ex-assessor já havia manifestado preocupação com sua segurança após o vazamento de conversas internas. Ele chegou a afirmar que existia uma “manipulação para perseguição da direita” dentro do gabinete do ministro. A PF, por sua vez, sustenta que o objetivo dos vazamentos seria minar a credibilidade do Poder Judiciário e interferir em investigações sobre disseminação de notícias falsas.

Lei Magnitsky

Na última quarta-feira (30), o governo dos Estados Unidos oficializou a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na lista de sanções do Office of Foreign Assets Control (OFAC), conhecida como Lei Magnitsky. A decisão marca um momento sem precedentes nas relações entre Brasil e Estados Unidos, com potencial para gerar consequências em múltiplas esferas bilaterais.

A Lei Magnitsky, criada originalmente em 2012 durante o governo Obama e ampliada em 2016, permite ao governo estadunidense impor restrições financeiras e de viagem contra indivíduos acusados de violações graves de direitos humanos ou envolvimento em corrupção.

Fonte: DCM

No Dia do Vira-Lata, Brasil resiste à pressão de Trump e reafirma sua soberania


        Um típico vira-latas brasileiro em frente ao Congresso Nacional Imagem: reprodução internet

Nesta quinta-feira, 31 de julho, o Brasil celebrou o Dia Nacional do Vira-Lata, data criada para valorizar os animais sem raça definida, símbolo de resistência, afeto e autenticidade. A coincidência com um momento decisivo na política internacional transformou o vira-lata em mais do que um personagem querido da cultura popular: virou metáfora de um país que escolheu não se submeter a pressões externas, mesmo vindas do presidente mais poderoso do mundo.

Na véspera, Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, anunciou sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A ofensiva foi interpretada como uma tentativa de interferência direta no processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível e réu no STF por tentativa de golpe. A mensagem era clara: pressionar o Brasil a aliviar o cerco jurídico ao aliado de Trump.

Mas o tiro saiu pela culatra. O que se viu no dia seguinte foi um raro momento de unidade entre os Três Poderes brasileiros, que reafirmaram a independência do Judiciário e rechaçaram a investida estadunidense. O governo federal, por meio de nota oficial, repudiou a sanção a Moraes e mencionou a possibilidade de retaliação comercial, amparada pela Lei de Reciprocidade. No Congresso, lideranças de diferentes partidos classificaram a atitude de Trump como inaceitável.

A reação popular seguiu o mesmo tom. Nas redes sociais, internautas lembraram que, no Dia do Vira-Lata, o Brasil “não abanou o rabo para os EUA”. A frase viralizou em postagens que associavam o vira-lata à imagem de um país que, apesar de suas cicatrizes, permanece de pé, autônomo e digno. Também houve quem visse no episódio um “instante raro de coesão nacional em defesa da soberania”, algo que não se via há anos na política brasileira.

A metáfora ganhou força ao se sobrepor ao simbolismo da data. O vira-lata, desprezado por não ter pedigree, sobrevive nas ruas e conquista o coração dos brasileiros por sua resiliência e lealdade. Da mesma forma, o Brasil, constantemente colocado em posição subalterna nas relações internacionais, mostrou que não precisa de validação externa para proteger sua democracia e suas instituições.

Além das mensagens políticas, a data foi marcada por campanhas de adoção em todo o país, com ONGs e protetores independentes promovendo ações para incentivar a valorização dos animais SRD (sem raça definida). Hashtags como #DiaDoViraLata e #OQueAprendiComMeuViraLata ocuparam o topo dos trending topics, combinando fotos de pets adotados com críticas bem-humoradas à tentativa de pressão de Trump.

Neste 31 de julho, o Brasil não apenas celebrou seus cães mais autênticos. Também reafirmou sua capacidade de resistir, tal como um vira-lata que não aceita coleira de ninguém.

Fonte: DCM

Em jantar tenso, Gilmar Mendes enquadra bolsonaristas sobre Lei Magnitsky e ameaças ao Judiciário

Reunião expôs crise com o Judiciário e tentativa de aliados de Bolsonaro de redirecionar investigações à primeira instância

       Ministro do STF Gilmar Mendes (Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

Em uma tentativa de reduzir a tensão entre o bolsonarismo e o Judiciário, lideranças do PL sugeriram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes que as ações que investigam a participação de Jair Bolsonaro (PL) em articulações golpistas fossem remetidas à primeira instância da Justiça.

Durante a conversa, considerada tensa e improdutiva por interlocutores ouvidos pela CNN Brasil, os participantes alertaram Gilmar sobre a iminente aplicação da Lei Magnitsky por parte dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, mencionado nominalmente o ministro Alexandre de Moraes e, possivelmente, outros membros do STF. Em resposta, Gilmar Mendes teria dito que, se a medida de Washington fosse oficializada, o Supremo poderia reagir impedindo que instituições financeiras brasileiras cumprissem eventuais ordens vindas dos EUA.

O encontro, segundo a reportagem, aconteceu na noite de segunda-feira (28), em um jantar articulado por Gilmar Mendes. Estiveram presentes o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o líder da legenda na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, que atuou como intermediador da reunião.

Na terça-feira (29), Gilmar manteve uma nova interlocução com o advogado Fábio Wajngarten, ex-ministro do governo Bolsonaro. Wajngarten, que havia se encontrado dias antes com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Miami, relatou o clima entre os apoiadores do ex-mandatário.

Segundo relatos de aliados de Jair Bolsonaro 9PL), a conversa entre Gilmar e Wajngarten foi considerada mais construtiva, em parte devido à relação de longa data entre ambos. Embora ainda sem acordos formais, a disposição do ministro do STF em escutar foi recebida como um sinal de possível reavaliação do rumo dos processos, especialmente diante da posição divergente apresentada recentemente pelo ministro Luiz Fux.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Investida de Trump contra Moraes pode converter julgamento de Bolsonaro em ato pela soberania nacional

Supremo deve reagir à ofensiva dos EUA com votos firmes contra ingerência externa e punições mais duras para os envolvidos na tentativa de golpe

        Donald Trump, STF e Alexandre de Moraes (Foto: Divulgação I STF)

A tentativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de influenciar o julgamento da trama golpista que envolve Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) deve ter efeito contrário ao pretendido e impulsionar uma resposta institucional enfática da corte brasileira. Segundo a Folha de S.Paulo, os ministros da Primeira Turma do STF, responsável por julgar o caso, planejam registrar em seus votos uma firme defesa da soberania nacional e da independência do Judiciário frente à investida estadunidense.

Fontes do Supremo ouvidas pela reportagem descartam qualquer possibilidade de atenuação no julgamento ou nas punições dos réus, mesmo diante da escalada do governo Trump contra o Brasil e contra os magistrados da corte. A avaliação interna é de que a interferência internacional apenas fortalece o entendimento de que é preciso reafirmar o compromisso do país com seu sistema democrático e legal.

Um dos pontos mais sensíveis diz respeito à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem buscado apoio formal da administração Trump para impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes e a outros integrantes do STF. Essa articulação está sendo investigada em um inquérito da Polícia Federal, no qual Eduardo é suspeito de obstrução de Justiça e coação. Agentes mantêm sob análise publicações do parlamentar nas redes sociais, consideradas como possíveis autoincriminações.

A expectativa é que a investigação contra o deputado não se estenda por muito tempo. No Supremo, já se discute o recebimento de uma eventual denúncia contra Eduardo Bolsonaro após a conclusão do julgamento do núcleo central da tentativa de golpe, previsto para ocorrer em setembro. O processo está atualmente na fase de alegações finais, com prazo até 13 de agosto para as manifestações das defesas.

Advogados de quatro réus consultados pela Folha afirmaram que a movimentação de Trump não deverá surtir qualquer efeito prático. Pelo contrário, uma das defesas avalia que as penas de Bolsonaro podem ser ainda mais severas, considerando-se a nova conjuntura e a continuidade da atuação firme de Alexandre de Moraes no caso. Um dos defensores disse acreditar que “a ofensiva crescente de Trump reduz a chance de qualquer ponderação nas penas ou mesmo de um eventual indulto”.

A ofensiva de Washington provocou, inclusive, um efeito de coesão interna no Supremo. Integrantes da Primeira Turma —composta por Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin (presidente do colegiado), Flávio Dino e Luiz Fux— demonstraram unidade frente à tentativa de ingerência. Mesmo Fux, que divergiu de medidas cautelares impostas a Bolsonaro, elogiou a independência do STF. As críticas de Zanin foram mais discretas, mas igualmente contrárias à interferência externa.

O tribunal já havia reagido anteriormente quando Eduardo Bolsonaro declarou, dos EUA, que buscaria sanções da Casa Branca contra membros do STF. A corte autorizou então a abertura de inquérito contra o parlamentar. Inicialmente, os ministros preferiram ignorar as manifestações de Trump nas redes sociais, tratando-as como parte de uma estratégia retórica sem impacto jurídico. A postura mudou após o governo dos EUA aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e acionar a Lei Magnitsky contra Moraes.

A legislação, originalmente criada para punir ditadores e violadores de direitos humanos, visa o congelamento de bens e o isolamento financeiro de seus alvos. No Brasil, a reação veio de forma institucional. Alexandre de Moraes, ao votar medidas cautelares contra Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar Brasília, classificou como “grave” a tentativa de desrespeito à legislação brasileira por parte de um governo estrangeiro.

Em seu voto, Moraes escreveu que: "a legislação brasileira é suscetível de modificação, mas não de desataviado desprezo, tampouco de negociação de descumprimento com governo estrangeiro, pois nenhuma autoridade, por mais conhecida e acreditada que seja, está acima da lei". "O comportamento de ruptura com regras elementares de atuação em sociedade se torna ainda mais grave quando se leva em conta o anúncio de novas medidas empreendidas contra a soberania do país, o Estado democrático de Direito e autoridades brasileiras", ressaltou o magistrado em outro ponto do texto.

O ministro Flávio Dino foi além ao classificar a ação de Trump como uma forma de “sequestro da economia brasileira”, sugerindo que o objetivo da medida seria pressionar pelo arquivamento do processo contra Bolsonaro. "Esse ‘sequestro’ certamente merecerá muitos estudos acadêmicos, inclusive nas universidades dos Estados Unidos, por seu caráter absolutamente esdrúxulo", afirmou.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também se posicionou. Em carta oficial, ainda que sem mencionar Trump diretamente, declarou que as sanções anunciadas pelos EUA têm como base uma “compreensão imprecisa dos fatos” relacionados ao processo contra Bolsonaro. Ao mesmo tempo, Barroso tem defendido que a resposta da corte seja técnica e independente, de forma a evitar uma escalada ainda maior da crise diplomática com os Estados Unidos.

No julgamento virtual das cautelares, os votos dos ministros reforçaram a percepção de que o processo pode ganhar contornos simbólicos de defesa da soberania nacional. Até mesmo Luiz Fux, que divergiu das medidas impostas, fez questão de destacar a autonomia do Judiciário frente a pressões externas.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Alexandre de Moraes determina atuação da AGU na extradição de Carla Zambelli

Deputada foi presa em Roma após fugir do Brasil para escapar de condenação do STF a 10 anos de prisão

      Carla Zambelli (Foto: Lula Marques/ EBC)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (31) que a Advocacia-Geral da União (AGU) adote providências relacionadas ao processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália. As informações são do g1.

Zambelli foi detida na última terça-feira (29) pela polícia italiana, em Roma. Segundo o STF, ela deixou o Brasil após ter sido condenada a 10 anos de prisão por envolvimento no caso da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes de chegar à Itália, a deputada passou pelos Estados Unidos.

Com a nova decisão, a AGU — que representa juridicamente o governo brasileiro — passa a acompanhar oficialmente o processo de extradição. A medida permite que o órgão informe, no andamento da ação penal em curso no STF, os desdobramentos relacionados ao pedido de retorno da parlamentar ao Brasil.

A extradição agora dependerá dos trâmites legais entre os governos do Brasil e da Itália, com base nos acordos internacionais vigentes entre os dois países.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Simone Tebet diz que BRICS é a solução para o Brasil

Em evento na Fiesp, ministra do Planejamento defende pragmatismo diante das tarifas de Trump e aposta na integração sul-americana

Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em cerimônia no Banco Central, em Brasília - 02/04/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (30) que o fortalecimento da aliança do Brasil com o BRICS — grupo que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo — é fundamental para o futuro do país. “O BRICS não é problema nessa equação; o BRICS, hoje, para o Brasil, é solução”, disse. A declaração foi feita durante o evento Logística no Brasil, promovido pelo jornal Valor Econômico, com apoio da Infra S.A e do Ministério dos Transportes, na sede da Fiesp, em São Paulo.

Tebet ressaltou que o Brasil não pode prescindir de mercados estratégicos, como o asiático, nem de insumos essenciais, como os fertilizantes da Ucrânia. “A nossa dependência do agro com países asiáticos é de quase 50% e 10% com os EUA”, afirmou, ao defender que decisões geopolíticas sejam guiadas por números e não por ideologia. A ministra também enfatizou que a integração sul-americana é chave para o desenvolvimento nacional. “A forma mais rápida e eficiente de chegar à Ásia é pelo Pacífico. Não podemos ficar sujeitos a intempéries como acabou de acontecer, pegando o mundo de surpresa”, alertou.

Sobre as novas tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Tebet propôs cautela e pragmatismo. “Não podemos fazer biquinho nem chorar. É preciso entender o que é espuma e o que é chope nesse processo”, declarou. Segundo ela, é necessário compreender quais setores americanos serão protegidos e o que os EUA estão dispostos a conceder em contrapartida. “Eles são pragmáticos. Pode haver diminuição de tarifas sobre café, frutas e aquilo que interessa a eles. A partir disso, podemos desenhar políticas de contingência com responsabilidade fiscal”, disse.

Tebet também refletiu sobre o impacto das políticas americanas na economia global. “Obviamente, o mundo não será mais o mesmo”, afirmou, ao comentar o cenário após a posse de Trump para seu segundo mandato. “A nossa sorte é que Trump não foi reeleito e, nesse ‘gap’, muitos países se reposicionaram”, acrescentou, referindo-se ao período anterior à atual gestão. Segundo ela, o Brasil aproveitou esse intervalo para avançar em rotas de integração com os países vizinhos.

A ministra ainda criticou o recente acordo entre Estados Unidos e União Europeia, classificando-o como “fraco”, e questionou se a Europa terá condições de cumprir os compromissos assumidos, sobretudo diante de tensões com a Rússia. “Será que a União Europeia vai mesmo conseguir cumprir esse acordo de investimentos com os americanos, à custa de certa proteção militar ou bélica?”, indagou. Ao comparar com a situação brasileira, afirmou: “Quando olhamos para o Brasil, não vemos nada disso. A balança comercial dos EUA com o Brasil é superavitária para eles.”

Ao final, Tebet reiterou a necessidade de o Brasil agir com estratégia e independência em um cenário internacional marcado por incertezas. Para ela, o fortalecimento das relações com os países do BRICS e com os vizinhos sul-americanos é parte essencial dessa equação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico

Investigadores apontam coação e dizem que Eduardo Bolsonaro pode ser preso ao voltar ao Brasil

Filho de Jair Bolsonaro lidera ofensiva internacional que pode agravar situação jurídica da família e inviabilizar negociações com os EUA

      Eduardo Bolsonaro (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A ofensiva internacional liderada pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo tem aprofundado a crise entre Brasil e Estados Unidos, ao mesmo tempo em que complica o cenário jurídico de Jair Bolsonaro e de seu filho. Segundo relato de investigadores e autoridades à coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1, a estratégia busca escalar ataques e aumentar a pressão contra membros do Judiciário, da Polícia Federal e outras instituições brasileiras, o que pode levar o parlamentar à prisão caso ele retorne ao Brasil.

A mais recente manifestação de Eduardo ocorreu após a confirmação da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros. Em nota divulgada nesta terça-feira (30), o parlamentar avaliou a retaliação como uma “resposta legítima”. O filho de Jair Bolsonaro (PL) está vivendo nos EUA e tem articulado junto a integrantes do governo do presidente Donald Trump sanções contra autoridades brasileiras.

Apesar do impacto direto sobre a economia brasileira, não há qualquer sinal de moderação por parte do deputado ou de seu entorno. De acordo com fontes próximas ao núcleo bolsonarista, o plano é intensificar os recados e endurecer a retórica contra autoridades nacionais — com foco especial em ministros do Supremo Tribunal Federal e agentes da Polícia Federal.

O objetivo da articulação, ainda conforme apurado pelo blog, é provocar novas sanções contra o Brasil e criar um ambiente hostil que inviabilize qualquer diálogo entre os dois países sobre o chamado “tarifaço”. O movimento, ao invés de beneficiar Jair Bolsonaro, tende a deteriorar ainda mais sua condição perante as investigações em curso. Bolsonaro está inelegível até 2030 e é réu em uma ação penal no STF pela participação em um suposto plano de golpe de Estado.

Mesmo antes da aplicação de sanções ao ministro Alexandre de Moraes com base na chamada Lei Magnitsky — legislação dos EUA que permite punir autoridades de outros países por supostas violações de direitos —, a situação jurídica de Bolsonaro já era delicada. Com essa nova investida internacional, o cerco se estreita.

Investigadores garantem que há material suficiente para indiciar Eduardo Bolsonaro, inclusive por coação no curso do processo. Segundo essas fontes, ele poderá ser preso assim que retornar ao Brasil. O mesmo raciocínio valeria para Jair Bolsonaro, que passaria a ser responsabilizado também por tentativa de obstrução à Justiça, além da acusação de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

VÍDEO: Paulo Figueiredo detona Bolsonaro e o chama de incompetente

O golpista Paulo Figueiredo e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O golpista Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo, detonou Jair Bolsonaro (PL) e chamou o ex-presidente de incompetente. A declaração foi feita na última quarta-feira (30), durante uma entrevista no canal Claudio Dantas, no YouTube.

“O presidente Bolsonaro fez péssimos acordos e conduziu o país a essa situação que nós estamos hoje. E o deputado Eduardo Bolsonaro teve uma visão diferente, tanto que veio para os Estados Unidos a contragosto do pai”, disse Figueiredo.

A fala se deu enquanto o ex-comentarista da Jovem Pan tratava das tarifas de 50% aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Figueiredo, Jair Bolsonaro não tem qualquer liderança nisso, e sim seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O golpista também disse que Eduardo está nos Estados Unidos contra a vontade do pai e que entende que, estando lá, “é o melhor caminho para salvar o ex-presidente”, hoje réu por tentativa de golpe.

“O tom, num certo sentido rebelde, do deputado Eduardo Bolsonaro, por ele entender que este é o melhor caminho para defender o pai, e que o pai fez sucessivos péssimos acordos que trouxeram o Brasil a essa situação — uma visão a qual eu compartilho integralmente.”


Figueiredo deve se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista durante o governo Bolsonaro. A expectativa é que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) seja aceita pela Primeira Turma do STF ainda neste ano.

Ele foi denunciado por vazar documentos com o objetivo de pressionar generais a aderirem ao plano golpista. O neto do ex-ditador João Figueiredo também articulou, junto de Eduardo Bolsonaro, o tarifaço do governo Trump contra o Brasil.

O “bananinha” disse em maio que Figueiredo é o “cérebro” por trás da operação: “Eu abro a porta, eu sou o coração, mas você é o cérebro.”

O filho “03” de Jair Bolsonaro (PL) responde a inquérito no STF por coação à Corte e articulação contra os interesses nacionais nos EUA. Até o momento, Figueiredo não é investigado por essas ações no STF, e a Defensoria Pública da União (DPU) não foi notificada para defendê-lo nesse inquérito específico.

Fonte: DCM

Com Lula, desemprego atinge 5,8% e registra menor taxa desde 2012, aponta IBGE

Número de ocupados bate recorde histórico, com 102,3 milhões de pessoas trabalhando no país

Lula e Luiz Marinho. Presidente disse em outubro que o Brasil poderia fechar o ano com criação de 2 milhões de empregos formais (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Ana Volpe/Agência Senado | REUTERS/Amanda Perobelli)

A taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho de 2025, a menor já registrada pela série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o trimestre anterior (janeiro a março de 2025), o desemprego recuou 1,2 ponto percentual, quando estava em 7,0%. Em relação ao mesmo período de 2024 (6,9%), a queda foi de 1,1 ponto percentual. O contingente de pessoas desocupadas totalizou 6,3 milhões, o que representa uma redução de 17,4% no trimestre (menos 1,3 milhão de pessoas) e 15,4% no ano (menos 1,1 milhão).

☆ Ocupação e informalidade - A população ocupada alcançou o recorde de 102,3 milhões de pessoas, com aumento de 1,8% no trimestre (1,8 milhão a mais) e 2,4% no ano (2,4 milhões a mais). O nível da ocupação – percentual de ocupados na população em idade de trabalhar – chegou a 58,8%, repetindo o pico registrado no trimestre até novembro de 2024.

Já a taxa de subutilização da força de trabalho também atingiu o patamar mais baixo da série, ficando em 14,4%. O número representa uma queda de 1,5 ponto percentual frente ao trimestre anterior (15,9%) e 2 pontos em relação ao mesmo período de 2024 (16,4%). A população subutilizada foi estimada em 16,5 milhões de pessoas.

A taxa de informalidade recuou levemente, atingindo 37,8% dos ocupados – o equivalente a 38,7 milhões de pessoas. No trimestre anterior, a taxa era de 38,0%, e no mesmo período de 2024, 38,7%.

☆ Avanço com e sem carteira assinada - O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (exceto domésticos) chegou a 39,0 milhões, um novo recorde. O total representa um avanço de 0,9% no trimestre (357 mil a mais) e 3,7% no ano (1,4 milhão a mais).

Já os empregados sem carteira somaram 13,5 milhões, com aumento de 2,6% no trimestre (338 mil pessoas) e estabilidade na comparação anual. No setor público, o número de trabalhadores também foi recorde: 12,8 milhões, com crescimento de 5,0% no trimestre e 3,4% no ano.

Os trabalhadores por conta própria também bateram recorde, somando 25,8 milhões, com alta de 1,7% (426 mil) no trimestre e 3,1% (767 mil) no ano.

☆ Desalento e fora da força de trabalho - O número de desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego – caiu para 2,8 milhões, com retração de 13,7% no trimestre e 14,0% no ano. O percentual de desalentados em relação à força de trabalho potencial ficou em 2,5%, com queda de 0,4 ponto percentual em ambas as comparações. A população fora da força de trabalho permaneceu estável em 65,5 milhões de pessoas.

☆ Rendimento e massa salarial em alta - O rendimento médio real habitual subiu para R$ 3.477, novo recorde da série. O valor representa uma alta de 1,1% frente ao trimestre anterior e de 3,3% em relação ao mesmo período de 2024. A massa de rendimento habitual (soma dos rendimentos de todos os trabalhadores) também bateu recorde, alcançando R$ 351,2 bilhões, com crescimento de 2,9% no trimestre e 5,9% no ano.

☆ Setores com destaque - Entre os grupamentos de atividade, apenas o setor de Administração pública, educação, saúde e assistência social apresentou crescimento no trimestre frente ao anterior, com alta de 4,5% (mais 807 mil pessoas). Em relação ao mesmo período de 2024, também houve aumento na Indústria Geral (4,9%), Comércio e reparação de veículos (3,0%), Transporte e armazenagem (5,9%), e no setor de Informação, comunicação e atividades financeiras e administrativas (3,8%).

☆ Rendimento por atividade e ocupação - O rendimento médio cresceu no Comércio (2,6%) frente ao trimestre anterior. Já na comparação anual, os destaques foram Agricultura (7,0%), Construção (5,8%), Comércio (3,3%), Informação e atividades financeiras (4,7%) e Serviços domésticos (4,1%).

Por posição na ocupação, os rendimentos médios permaneceram estáveis frente ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve crescimento para empregados com carteira assinada (2,2%), sem carteira (7,9%), trabalhadores domésticos (4,1%) e trabalhadores por conta própria (5,3%).

Fonte: Brasil 247

Líderes do Centrão avaliam que pressão dos EUA contra Moraes mina chance de anistia no Congresso

Sanções aplicadas por Donald Trump ao ministro do STF reforçam clima negativo para proposta de anistia aos golpistas de 8 de janeiro

Alexandre de Moraes e terroristas bolsonaristas em Brasília - 08.01.2023 (Foto: Marcelo Camargo/ABr | Ruters)

A chance de avanço no Congresso Nacional de uma proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro tornou-se ainda mais remota após a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar a chamada Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A avaliação é de líderes do Centrão ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, que relatam um ambiente político cada vez mais hostil à ideia. “A cada dia a situação só piora”, disse um dos parlamentares, sob condição de anonimato.

A deterioração do cenário é agravada por dois fatores: a imposição de tarifas de 50% pelo presidente estadunidense, Donald Trump, e a postura do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Eduardo tem exigido uma anistia “ampla, geral e irrestrita” como condição para acalmar os ânimos entre os dois países, segundo aliados próximos ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Na semana passada, Eduardo Bolsonaro chegou a afirmar que os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta, poderiam ser alvos de sanções similares à de Moraes. A Lei Magnitsky, acionada pelo Departamento do Tesouro dos EUA, prevê sanções financeiras contra estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.

“O Davi Alcolumbre não está nesse estágio ainda, mas certamente está no foco do governo americano. Ele tem a possibilidade agora de não ser sancionado e não acontecer nada com o visto dele, se ele não der respaldo ao regime. E também o Hugo Motta, porque na Câmara dos Deputados tem a novidade da Lei da anistia”, disse o parlamentar bolsonarista.

Em declaração feita na quarta-feira (30), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a punição imposta a Moraes deve servir como “alerta” às autoridades brasileiras. Diante do endurecimento da pressão externa, as principais lideranças do Congresso reagiram em defesa da soberania nacional. “

Como país soberano, não podemos apoiar nenhum tipo de sanção por parte de nações estrangeiras dirigida a membros de qualquer Poder constituído da República”, declarou Hugo Motta na noite da terça-feira (29). Pouco depois, Alcolumbre também se pronunciou, afirmando que o Legislativo “não admite interferências na atuação dos nossos Poderes”. Segundo ele, é essencial reafirmar a confiança “no fortalecimento das nossas instituições, entre elas o Poder Judiciário, elemento essencial para a preservação da soberania nacional, que é inegociável”.

Segundo a reportagem, o clima já era amplamente desfavorável à anistia desde o início do recesso parlamentar. A proposta não encontra respaldo nem no Congresso, nem no Supremo Tribunal Federal. Para integrantes do Centrão e ministros do STF, a única saída possível para amenizar as tensões seria a revisão de penas para alguns dos presos que participaram da depredação das sedes dos Três Poderes, não uma anistia irrestrita.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Juristas pedem ao STF punição a Eduardo Bolsonaro por sanções de Trump contra o Brasil

ABJD acusa o deputado de articular medidas com os EUA que resultaram em tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras

Eduardo Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados | LR Moreira/Secom/TSE)

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) protocolou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a responsabilização do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por ter colaborado com o governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump, na imposição de sanções econômicas contra o Brasil, informa Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Na peça encaminhada à Corte, a entidade afirma haver indícios fortes de que Eduardo cometeu crimes como coação no curso de processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a ABJD, essas ações estariam diretamente relacionadas à articulação de medidas unilaterais adotadas pelos Estados Unidos que impactaram negativamente a economia brasileira.

★ Tarifas americanas e prejuízo econômico - A principal consequência denunciada na ação é o aumento de 50% nas tarifas aplicadas pelos EUA a produtos brasileiros, medida que afetou setores estratégicos como o agronegócio, a siderurgia e a indústria de transformação. O tarifaço, ainda segundo a ABJD, teria sido resultado direto da colaboração do parlamentar com o governo de Trump, em uma suposta tentativa de pressionar o Brasil e influenciar sua política interna.

A entidade alega que o episódio caracteriza interferência externa nos assuntos internos do país e uma violação à soberania nacional, algo que deve ser repudiado e corrigido pelas instituições democráticas.

★ Pressão das Big Techs - A ação apresentada ao STF também chama atenção para o papel de empresas multinacionais de tecnologia — reunidas na associação CCIA (Computer & Communications Industry Association) —, que teriam atuado para impedir o avanço de legislações brasileiras como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a regulação da inteligência artificial e iniciativas que visam fortalecer a soberania digital.

A ABJD pede que o Supremo declare como nulas quaisquer sanções ou atos de pressão que tentem interferir na legislação brasileira e reforce a obrigação das chamadas Big Techs de obedecer integralmente às leis do país.

★ Responsabilização e soberania - O pedido da ABJD ao STF inclui também a responsabilização civil, penal e política de Eduardo Bolsonaro, além da apuração da suposta cooperação entre o parlamentar e o governo estrangeiro em prejuízo direto ao Brasil.

A ação reforça o papel das instituições brasileiras no combate a interferências externas e na defesa da Constituição.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Pesquisa AtlasIntel reforça favoritismo de Lula para 2026

Presidente lidera todos os cenários de primeiro e segundo turno, superando nomes como Tarcísio e Michelle

      Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A pesquisa Latam Pulse – Brasil, divulgada nesta quinta-feira (31) pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o favorito nas disputas para a Presidência da República em 2026. O atual mandatário lidera com folga os dois cenários estimulados em que aparece como candidato.

No cenário que simula uma repetição das eleições de 2022, Lula aparece com 47,8% das intenções de voto, contra 44,2% de Jair Bolsonaro. Bolsonaro, no entanto, foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está prestes a ser preso por tentativa de golpe de Estado. A repetição da disputa de 2022 é, portanto, improvável.

☆ Tarcísio e Michelle também são superados por Lula - Em outro cenário de primeiro turno, Lula registra 48,5% das intenções de voto, à frente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que marca 33%. Já no cenário que inclui a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como principal nome da oposição, Lula também lidera com 48,5%, enquanto Michelle atinge 29,7%. Nenhum outro nome ultrapassa 7%.

A vantagem de Lula também se confirma nas simulações de segundo turno. Contra Tarcísio de Freitas, Lula venceria por 50,4% a 46,6%. Contra Michelle Bolsonaro, a vantagem é ainda maior: 50,6% a 45,9%.

☆ Imagem positiva e aprovação sustentam candidatura - O bom desempenho de Lula nas simulações eleitorais é sustentado por sua imagem pessoal. De acordo com o mesmo levantamento, 51% dos brasileiros têm uma imagem positiva do presidente — a melhor entre todos os nomes testados. Além disso, a taxa de aprovação de seu governo é de 50,2%, superando a desaprovação, que ficou em 49,7%.

A pesquisa ouviu 7.334 brasileiros entre 25 e 28 de julho de 2025 por meio de recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de um ponto percentual e o nível de confiança é de 95%.

Fonte: Brasil 247

AtlasIntel: aprovação de Lula chega a 50,2% em meio aos ataques de Trump contra o Brasil

Aprovação do presidente supera a desaprovação e é a melhor desde outubro de 2024

      Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu no final de julho, segundo levantamento da AtlasIntel divulgado pela Bloomberg News. O movimento coincide com o aumento das tensões entre Brasil e Estados Unidos após o presidente Donald Trump anunciar sanções ao país.

De acordo com a pesquisa LatAm Pulse, realizada entre os dias 25 e 28 de julho com 7.334 entrevistados, a aprovação de Lula passou de 49,7% para 50,2%. A desaprovação, por outro lado, caiu de 50,3% para 49,7%. A margem de erro é de um ponto percentual.

O presidente brasileiro vem ganhando apoio ao adotar uma postura firme diante das exigências de Trump, que pediu o fim do que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-mandatário Jair Bolsonaro, réu sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado.

A intervenção de Donald Trump na política brasileira, com críticas às investigações contra Bolsonaro, também acabou enfraquecendo o campo conservador no país, aponta o levantamento.

A pesquisa revela que, em um cenário com os mesmos candidatos da eleição de 2022, Lula aparece agora com 47,8% das intenções de voto, contra 44,2% de Bolsonaro — uma virada em relação ao mês anterior, quando o ex-presidente aparecia com 46% a 44,4% entre os entrevistados.

O levantamento também simulou um segundo turno entre Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nesse cenário, o petista venceria com 50,4%, contra 46,6% do paulista. Antes, os dois apareciam tecnicamente empatados, com 47,6% e 46,9%, respectivamente.

Fonte: Brasil 247 com Bloomberg News