quinta-feira, 31 de julho de 2025

Em jantar tenso, Gilmar Mendes enquadra bolsonaristas sobre Lei Magnitsky e ameaças ao Judiciário

Reunião expôs crise com o Judiciário e tentativa de aliados de Bolsonaro de redirecionar investigações à primeira instância

       Ministro do STF Gilmar Mendes (Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

Em uma tentativa de reduzir a tensão entre o bolsonarismo e o Judiciário, lideranças do PL sugeriram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes que as ações que investigam a participação de Jair Bolsonaro (PL) em articulações golpistas fossem remetidas à primeira instância da Justiça.

Durante a conversa, considerada tensa e improdutiva por interlocutores ouvidos pela CNN Brasil, os participantes alertaram Gilmar sobre a iminente aplicação da Lei Magnitsky por parte dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, mencionado nominalmente o ministro Alexandre de Moraes e, possivelmente, outros membros do STF. Em resposta, Gilmar Mendes teria dito que, se a medida de Washington fosse oficializada, o Supremo poderia reagir impedindo que instituições financeiras brasileiras cumprissem eventuais ordens vindas dos EUA.

O encontro, segundo a reportagem, aconteceu na noite de segunda-feira (28), em um jantar articulado por Gilmar Mendes. Estiveram presentes o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o líder da legenda na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, que atuou como intermediador da reunião.

Na terça-feira (29), Gilmar manteve uma nova interlocução com o advogado Fábio Wajngarten, ex-ministro do governo Bolsonaro. Wajngarten, que havia se encontrado dias antes com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Miami, relatou o clima entre os apoiadores do ex-mandatário.

Segundo relatos de aliados de Jair Bolsonaro 9PL), a conversa entre Gilmar e Wajngarten foi considerada mais construtiva, em parte devido à relação de longa data entre ambos. Embora ainda sem acordos formais, a disposição do ministro do STF em escutar foi recebida como um sinal de possível reavaliação do rumo dos processos, especialmente diante da posição divergente apresentada recentemente pelo ministro Luiz Fux.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

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