quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Aliados querem capitalizar câncer de Bolsonaro para avançar com anistia

Bolsonaristas veem diagnóstico como “janela de oportunidade”

       Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O anúncio do diagnóstico de câncer de pele de Jair Bolsonaro (PL) passou a ser visto por aliados como um elemento político capaz de influenciar a votação da anistia a ele e a outros condenados por tentativa de golpe de Estado.

Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, aliados acreditam que a notícia desperta solidariedade em deputados ainda indecisos, o que pode se traduzir em votos favoráveis. Um interlocutor do grupo, em condição de anonimato, declarou: “Quem está em cima do muro se solidariza e vota a favor”. A avaliação é de que a conjuntura cria uma “janela de oportunidade” que precisa ser explorada rapidamente.

☉ Pressa na tramitação da anistia

O temor entre bolsonaristas é de que a comoção provocada pelo estado de saúde de Bolsonaro tenha prazo curto, razão pela qual defendem acelerar a análise do mérito da proposta de anistia. O cálculo político é que o cenário atual pode ampliar as chances de aprovação.

Na quarta-feira (17), horas após a confirmação pública do câncer, a Câmara dos Deputados aprovou, por 311 votos a 163, o regime de urgência para o projeto. Isso significa que o tema passará a tramitar de forma mais acelerada, sem depender de comissões temáticas.

☉ Relatoria em disputa

Com a urgência aprovada, cabe agora ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicar um relator para a matéria. Esse parlamentar terá a tarefa de dialogar com as bancadas e construir um texto que possa ir a plenário.

Motta já vinha articulando para frear a possibilidade de uma anistia considerada “ampla, geral e irrestrita”. A alternativa em debate é uma versão mais restrita, que trate de redução de penas em vez de extingui-las completamente.

O desenrolar da discussão mostrará se a condição de saúde de Jair Bolsonaro será um fator de pressão política.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Parlamento vive “dia de vergonha” com votação da anistia, afirma Lindbergh Farias

Deputado do PT critica decisão do Congresso e acusa parlamentares de conivência com um “golpe de Estado continuado”

      Lindbergh Farias (Foto: ViniLoures/Câmara)

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), criticou duramente a aprovação da proposta de anistia, em declaração divulgada pela Agência Câmara de Notícias. Para ele, os parlamentares que apoiaram a medida se tornaram “cúmplices de um golpe de Estado continuado” que, segundo avalia, não cessou desde sua origem.

Na avaliação do petista, a decisão representa uma grave afronta ao regime democrático e à credibilidade do Legislativo. “Hoje é um dia de vergonha do Parlamento, em que ele se abraça à covardia. Está faltando postura e atitude firme”, afirmou o deputado, ao classificar o resultado como uma “traição à democracia”.

Críticas à postura dos parlamentares

Lindbergh ressaltou que, ao optar pela anistia, o Congresso dá um sinal de fragilidade institucional. Para ele, a falta de resistência diante de ameaças ao Estado de Direito coloca em risco conquistas democráticas duramente obtidas desde a Constituição de 1988.

O parlamentar destacou ainda que o gesto da Casa Legislativa não se resume apenas a uma decisão política, mas traduz uma escolha histórica de omissão em um momento crucial. “Está faltando coragem para enfrentar esse processo que nunca parou de escalar”, declarou.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Câmara

Com efeito cascata sobre estados, PEC da Blindagem pode paralisar processos em todo o país


Blindagem em tramitação no Congresso pode garantir imunidade a mais de mil parlamentares estaduais no Brasil

Claudio Cajado e Hugo Motta (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A chamada PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (17), levantou preocupações entre juristas e especialistas por ampliar de forma significativa as proteções a parlamentares. O texto, curto e direto, mas de forte impacto, ainda precisa ser analisado pelo Senado e, em caso de aprovação, será promulgado sem necessidade de sanção presidencial.

O objetivo central da proposta é restabelecer a exigência de autorização do Congresso para que o Supremo Tribunal Federal (STF) processe criminalmente deputados federais e senadores. Essa regra vigorou entre 1988 e 2001, mas foi derrubada após ser associada a um cenário de impunidade. A PEC, porém, vai além: seus efeitos podem atingir deputados estaduais e até presidentes de partidos políticos, conforme apontam juristas, informa a Folha de S. Paulo.

◈ Os detalhes da blindagem

O primeiro ponto da PEC altera o artigo 53 da Constituição, estabelecendo que deputados e senadores só poderão ser alvos de medidas cautelares determinadas pelo STF. Isso abre brecha para blindagem contra ações como busca e apreensão, quebra de sigilos e bloqueio de bens.

Outro ponto polêmico da PEC é a exigência de autorização prévia da Câmara ou do Senado para que parlamentares sejam processados criminalmente no STF. A votação será secreta e deve ocorrer em até 90 dias.

Segundo especialistas, a medida pode congelar processos em andamento, já que emendas constitucionais têm efeito imediato. “Esse vazio normativo pode gerar insegurança jurídica e até paralisar investigações”, afirma o advogado Berlinque Cantelmo, do RCA Advogados.

◈ Efeito cascata nos estados

A Constituição garante aos deputados estaduais os mesmos direitos de inviolabilidade dos federais. Com isso, a PEC pode estender o escudo a mais de mil parlamentares estaduais no país, exigindo aval das Assembleias Legislativas para dar seguimento a processos.

◈ Prescrição favorecida

O texto ainda determina que só haverá suspensão da prescrição se o Congresso recusar autorização para processar parlamentares. Caso as Casas Legislativas não deliberem, o tempo continuará correndo, o que pode beneficiar políticos investigados.

◈ Foro ampliado para presidentes de partidos

Outro ponto controverso é a extensão do foro privilegiado no STF a presidentes de partidos com representação no Congresso. O advogado constitucionalista Guilherme Barcelos critica a medida: “Presidente de partido político não é autoridade pública. Não há razão para estender o foro a dirigentes partidários”, argumenta.

◈ Próximos passos e riscos de judicialização

Se aprovada no Senado, a PEC deve ser alvo de contestação no STF. Embora a Constituição de 1988 tenha previsto blindagem semelhante em seu início, o contexto era outro: proteger parlamentares recém-saídos da ditadura militar.

Diferente daquela época, a proposta atual é considerada mais ampla e capaz de restringir investigações de corrupção, especialmente ligadas às bilionárias emendas parlamentares. Especialistas preveem que a Corte terá de decidir sobre sua constitucionalidade e sobre como aplicá-la na prática.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Rejeição ao clã Bolsonaro dispara nos últimos meses, aponta pesquisa Quaest

Entre eleitores ‘sem posicionamento’ político, rejeição a Jair, Michelle e Eduardo Bolsonaro é ainda maior

               Deputado Eduardo Bolsonaro - 24/02/2024 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

A rejeição a Jair Bolsonaro (PL) e familiares cresceu de forma significativa nos últimos meses, segundo levantamento da Genial/Quaest, realizado entre os dias 12 e 14 de setembro. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas em todo o país, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Os dados foram destacados pelo cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest. Ele apontou que Bolsonaro, que já enfrenta inelegibilidade, viu sua rejeição subir de 57% em agosto para 64% em setembro.

⊛ Crescimento acelerado da rejeição

Além de Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também apresentou aumento expressivo de rejeição: de 51% para 61%. Eduardo Bolsonaro, deputado federal, registrou a pior variação, saindo de 57% para 68%.

Outros adversários testados pela pesquisa tiveram índices estáveis: Lula manteve 52% de rejeição, Tarcísio de Freitas aparece com 40%, Ronaldo Caiado com 32% e Romeu Zema com 33%.

⊛ Eleitores independentes rejeitam mais o bolsonarismo

O levantamento também analisou a percepção do chamado eleitorado “sem posicionamento”, ou seja, aqueles que não se identificam nem com Lula nem com Bolsonaro. Entre esse grupo, a rejeição à família Bolsonaro dispara: Jair tem 80%, Eduardo chega a 75% e Michelle alcança 67%.

Fonte: Brasil 247

BC mantém Selic em 15% e diz que avaliará se patamar é suficiente para levar inflação à meta

"O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente", diz o BC

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante coletiva de imprensa, em Brasília-DF - 27/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Rafael Cardoso - Repórter da Agência Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 15%. O anúncio foi feito no início da noite desta quarta-feira (17), depois de uma reunião de dois dias entre o presidente do Banco Central (BC) e seus diretores.

No comunicado oficial, o Copom justifica a manutenção da Selic pela incerteza do ambiente externo, "em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos".

O que, segundo o comitê, exige cautela "por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica".

Também é citado o cenário doméstico. Para o Copom, os indicadores de atividade econômica apresentam "moderação no crescimento", apesar do "dinamismo" do mercado de trabalho, e a inflação permanece acima da meta.

"As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,8% e 4,3%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o primeiro trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,4% no cenário de referência", diz a nota do Copom.

◉ Cenário inalterado

Na reunião anterior, nos dias 29 e 30 de julho, o Copom decidiu interromper o ciclo de alta da taxa de juros, mantendo a Selic em 15% ao ano, sob a justificativa de que o ambiente externo está mais adverso, por conta das políticas comerciais e fiscais adotadas pelos Estados Unidos (EUA).

As decisões são tomadas levando em conta a situação inflacionária, as contas públicas, a atividade econômica e o cenário externo – tudo tendo como base a avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados.

As atas do Copom são publicadas no prazo de até quatro dias úteis. Esta foi a sexta reunião do ano do comitê. A taxa básica de juros da economia (Selic) vale para os próximos 45 dias, quando o Copom volta a se reunir.

◉ Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a Selic. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Os bancos consideram outros fatores além da Selic na hora de definir os juros a serem cobrados dos consumidores, entre eles risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Veja como cada partido e deputado votou na urgência do projeto de anistia

Parlamentares aprovaram a tramitação acelerada da proposta com 311 votos favoráveis e 163 contrários, segundo o G1

        Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Bruno Spada /Ag. Brasil)

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (17) o regime de urgência para o projeto de lei que trata da anistia a envolvidos em atos de caráter político. O placar foi de 311 votos a favor, 163 contrários e 7 abstenções. A decisão permite que o texto pule a análise em comissões e siga direto para o plenário, encurtando o processo legislativo.O portal lembra, no entanto, que o conteúdo final da proposta ainda não está definido. Para viabilizar a urgência, os parlamentares utilizaram um projeto já existente, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), como base inicial. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ressaltou que ainda haverá debates antes da definição da versão definitiva.

⊛ Como votaram partidos e bancadas

A divisão partidária na votação expôs os alinhamentos políticos em torno do tema. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, deu 85 votos a favor da urgência, com presença integral da bancada. O Republicanos registrou 40 votos favoráveis contra apenas uma dissidência, enquanto o PP apoiou majoritariamente, com 43 votos a favor e 6 contrários. O União Brasil (49 votos) e o PSD (28 votos) também integraram o bloco de apoio à aceleração da análise.Na oposição, a posição foi coesa contra o regime de urgência. O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, votou integralmente contra, com todos os 66 deputados presentes. Também rejeitaram a proposta os parlamentares de PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PV e Rede, em unanimidade dentro de suas bancadas.

⊛ O conteúdo do projeto em debate

O texto apresentado por Marcelo Crivella propõe anistiar todos os que participaram de manifestações com motivação política ou eleitoral desde 30 de outubro de 2022 até a entrada em vigor da lei. A medida inclui atos de apoio por meio de doações, serviços, logística ou publicações em redes sociais.Ainda não está claro se a redação que será votada em plenário contemplará figuras específicas. A dúvida principal recai sobre a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Nos bastidores da Câmara, parlamentares sinalizam que o texto final deve focar na redução de penas, sem extinguir condenações.

⊛ Próximos passos

Apesar da aprovação da urgência, ainda não há data marcada para a votação do mérito do projeto. As negociações devem se intensificar nos próximos dias, já que diferentes bancadas pressionam por ajustes na proposta que pode impactar diretamente o cenário político e jurídico do país.

Veja como votaram os partidos e deputados, segundo o G1

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Câmara aprova regime de urgência para projeto sobre anistia

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos) – Reprodução

A Câmara dos Deputados aprovou, com 311 votos, nesta terça-feira (17), o pedido de urgência para o Projeto de Lei 2162/23. O texto propõe conceder anistia a pessoas que participaram de manifestações políticas entre 30 de outubro de 2022 e a data de entrada em vigor da lei. 163 parlamentares foram contrários à iniciativa e 7 se abstiveram.

Dar urgência a um projeto na Câmara significa acelerar sua tramitação, permitindo que ele seja votado diretamente no Plenário, sem precisar passar antes por todas as comissões temáticas.

Ao anunciar a votação, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que a decisão sobre a anistia cabe ao Plenário, diante das divergências sobre os atos de 8 de janeiro de 2023. “O Brasil precisa de pacificação e de um futuro construído em bases de diálogo e respeito. O país precisa andar”, declarou em publicação nas redes sociais. A previsão é de que o relator será indicado já nesta quinta-feira (18).

O projeto divide a Câmara. Parte da oposição defende anistia ampla, geral e irrestrita, que incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Já integrantes do Centrão e da base governista estudam apoiar uma proposta alternativa que reduza penas, mas rejeitam incluir o ex-chefe do governo no benefício.

Um texto já protocolado pelo deputado Fausto Pinato (PP-SP) prevê a redução proporcional das condenações. Essa medida é vista como uma saída para aliviar pressões pela anistia total, embora seja chamada de “anistia light” por parlamentares da oposição, que resistem a essa versão.

Hugo Motta sinalizou que pretende trabalhar em conjunto com o futuro relator para encontrar uma redação que tenha apoio da maioria da Casa. Ele defendeu que a proposta precisa buscar “pacificação nacional, respeito às instituições e compromisso com a legalidade”, sem ignorar, segundo suas palavras, “as condições humanitárias das pessoas envolvidas”.

No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) já declarou que não pretende pautar uma anistia ampla. Ele articula um texto alternativo, também baseado na redução de penas, em linha com o que parte da Câmara discute. O desfecho dependerá do equilíbrio entre a pressão da oposição por anistia total e a disposição do Centrão e da base governista em aprovar apenas uma versão limitada.

Fonte: DCM

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

CPI vota requerimentos e ouve parentes do 'Careca do INSS'


O senador Carlos Viana preside a CPMI do INSS - (Foto: Pedro França/Agência Senado)

A CPMI do INSS fará na quinta-feira (18) reunião para a votação de requerimentos e para a oitiva de seis depoentes. Ao todo, são 179 requerimentos na pauta, com pedidos de informação e de novas convocações. Os depoimentos são de testemunhas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e ao empresário Maurício Camisotti, ambos presos em operação por fraudes em descontos em benefícios previdenciários.

A reunião, marcada para as 9h, será dividida em duas partes, a primeira para a votação de requerimentos e a segunda para a oitiva das seis testemunhas. Os convocados são:
  • esposa e sócia em empresas do “Careca do INSS”, Tania Carvalho dos Santos, 
  • filho e sócio em empresas do “Careca do INSS”, Romeu Carvalho Antunes,
  • sócio do “Careca do INSS” Rubens Oliveira Costa, 
  • sócio do “Careca do INSS” Milton Salvador de Almeida Junior, 
  • esposa de Camisotti e sócia de uma das empresas que trabalharam na modernização dos sistemas de Previdência, Cecília Montalvão,
  • advogado Nelson Wilians, que tem transações bancárias suspeitas com Camisotti.

Requerimentos

Na primeira parte da reunião, serão analisados requerimentos, que englobam desde pedidos de informação à convocação de pessoas ligadas ao INSS e a associações suspeitas de irregularidades na gestão e descontos indevidos de benefícios previdenciários.

Um dos requerimentos (REQ 1.535/2025) é para que o ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça forneça a listagem de senadores e deputados que tenham o nome envolvido na Operação sem Desconto ou que constem como investigados de inquéritos em geral sobre descontos indevidos em benefícios previdenciários.

Outro pedido na pauta (REQ 1.811/2025) é para a convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para que preste esclarecimentos sobre o acordo interinstitucional de conciliação para viabilizar o ressarcimento das vítimas de descontos associativos não autorizados em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Também há pedidos de cópias de inquéritos sobre descontos indevidos de mensalidades associativas em benefícios, de convocação de delegados e de cessão de mais um agente da Polícia Federal com experiência em investigações de alta complexidade para prestar apoio técnico investigativo à comissão.

Outros pedidos na pauta são para a convocação do ex-secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia Bruno Bianco Leal e para a convocação de dirigentes de associações e outras entidades suspeitas de irregularidades na gestão e descontos indevidos de benefícios previdenciários.

Fonte: Agência Senado

Deputados denunciam "tapetão" e "golpe" após Câmara aprovar voto secreto na PEC da Blindagem

A Câmara concluiu a votação e a proposta será enviada ao Senado

Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Adriano Machado / Reuters)

Parlamentares foram às redes sociais denunciar manobras feitas na Câmara dos Deputados com o objetivo de aprovar o voto secreto. A Casa Legislativa concluiu a votação, nesta quarta-feira (17), da proposta de emenda à Constituição (PEC) que retoma a necessidade de autorização da Câmara e do Senado para o Supremo Tribunal Federal (STF) processar criminalmente deputados e senadores. A chamada PEC das Prerrogativas (PEC 3/21) será enviada ao Senado.

“Escândalo!”, afirmou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), antes da conclusão da votação. “Derrubamos o voto secreto, mas agora querem empurrar uma emenda aglutinativa guela abaixo pra ressuscitar o voto secreto”.

O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) também denunciou um golpe. “Repetiram a votação que eles tinham perdido ontem do voto secreto na PEC da Blindagem! Temos que denunciar isso com força nas ruas, pra reverter no senado e no STF”.

De acordo com a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), “vivenciamos um golpe na Câmara com a nova votação de um ponto que já havia sido superado ontem”. “Impuseram o voto secreto para dar aval à abertura de ações penais contra parlamentares. Querem transformar o plenário da Câmara em um bunker da impunidade!”.

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) afirmou não haver “dúvidas” de que “a PEC da Blindagem serve apenas a criminosos que usam o cargo público para escapar da Justiça”. “Nenhum político pode estar acima da lei. O Brasil não aguenta mais impunidade!”.

O senador Humberto Costa (PT-PE) também criticou a proposta. “Como um parlamento que vota aumento de penas para crimes previstos no Código Penal pode aprovar impunidade para os seus próprios membros? É um acinte!”.

Conforme o texto aprovado, a votação do pedido de autorização será secreta. O Plenário não tinha obtido votos para manter o voto secreto na votação desse aval na madrugada desta quarta, mas um novo texto foi articulado por líderes partidários que representam a maioria para apresentar emenda do relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), a fim de retomar a votação secreta. Esse texto foi aprovado por 314 votos a 168.

◈ Entenda a proposta

Conforme o projeto de autoria do deputado licenciado e atual ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), desde a expedição do diploma, os parlamentares do Congresso Nacional serão julgados perante o Supremo, mas o texto não especifica que se trata apenas de causas criminais.

A proposta retoma a redação original da Constituinte, que previa o uso do voto secreto na deliberação dessa autorização, acrescentando um prazo de 90 dias para essa decisão ser tomada, contado a partir do recebimento da ordem emitida pelo Supremo.

Pelo texto de Cajado, fica especificado que o quórum da votação secreta será de maioria absoluta dos membros, como consta do Regimento Interno. No texto de 2001, o quórum exigido pela Constituição era a maioria dos membros.

Até 2001, quando a Constituição foi modificada pela Emenda Constitucional 35/01, não havia prazo para a deliberação. A ausência de deliberação também suspendia a prescrição do crime (prazo em que o poder público pode processar alguém por um crime) enquanto durasse o mandato.

Atualmente, a Constituição determina que apenas a sustação de processo já iniciado pelo Supremo suspende a prescrição enquanto durar o mandato. Essa votação da sustação deve ocorrer em até 45 dias do recebimento da denúncia vinda do Supremo.

Com a nova redação proposta pela PEC, a suspensão da prescrição enquanto durar o mandato será apenas para o caso de recusa do pedido de licença para processar o parlamentar.

◈ Crime inafiançável

Em relação à prisão em flagrante por crime inafiançável desde a diplomação, a prisão poderá ocorrer, e os autos devem ser remetidos à Casa respectiva em 24 horas. Já a decisão sobre a prisão, autorizando ou não a formação de culpa, terá também de ser tomada pelo voto secreto da maioria absoluta dos membros da Casa. Se a prisão não for autorizada, o parlamentar deverá ser solto.

A novidade da emenda aprovada nesta quarta, em relação à versão do 1º turno, é que a votação decidirá ainda sobre a custódia do parlamentar.

Medidas cautelares

Novidade no texto constitucional sobre o assunto é que os deputados e senadores somente poderão ser alvo de medidas cautelares de natureza pessoal ou real provenientes do Supremo. Isso se aplica a qualquer tempo após a concessão do diploma de eleito, mesmo que ele deixe de ser parlamentar e o processo que originou a medida cautelar se refira a fato que teria sido cometido durante esse período.

O texto não faz referência explícita a medidas cautelares de natureza criminal, podendo ser interpretado como aplicável a questões cíveis.

◈ Partidos

Atualmente, a Constituição Federal determina que várias autoridades sejam processadas pelo STF: presidente e vice-presidente da República, ministros de Estado, o procurador-geral da República e os membros do Congresso Nacional.

Com o novo texto, os presidentes nacionais de partidos políticos com representação no Congresso também passarão a ser julgados pela Corte.

No entanto, não há nenhuma necessidade de autorização, como em denúncia de crime comum contra o presidente da República feita pela PGR, que depende do aval da Câmara dos Deputados para avançar no Supremo, com afastamento do cargo.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Câmara

Presa na Itália, Zambelli chora em depoimento sobre invasão ao sistema do CNJ

Fugitiva, a parlamentar bolsonarista foi condenada a dez anos de prisão

       Carla Zambelli (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

Detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, na Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) chorou nesta quarta-feira (17) em depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

A bolsonarista foi condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por causa da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O processo está na CCJ e depois deve passar pelo plenário. Na atual fase, a comissão ouve testemunhas arroladas pela parlamentar licenciada. Foragida na Itália, ela foi presa em julho.

Conforme denunciaram partidos do campo progressista nos últimos anos, o esquema faz parte de estratégias golpistas e o objetivo era inserir no sistema eletrônico do CNJ um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Atualmente, o magistrado é relator do inquérito da trama golpista no STF, que anunciou a condenação de Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus na investigação. Novos julgamentos acontecerão.

Fonte: Brasil 247

Delegado que atuou no inquérito sobre a facada em Bolsonaro é preso

A investigação pediu o afastamento de servidores públicos, o bloqueio de ativos que somam R$ 1,5 bilhão e a suspensão das atividades de pessoas jurídicas

     Rodrigo Teixeira (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal em Minas Gerais prendeu o delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex- superintendente da instituição no estado. Uma operação apura crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro. A investigação pediu o afastamento de servidores públicos, o bloqueio de ativos que somam R$ 1,5 bilhão e a suspensão das atividades de pessoas jurídicas. Os alvos da operação fazem parte de um conglomerado formado por mais de 40 empresas. O grupo teria subornado servidores públicos em órgãos de fiscalização e controle nas áreas ambiental e de mineração. Mais de R$ 3 milhões foram pagos em propina aos agentes. A PF disse que projetos em andamento vinculados ao grupo têm potencial econômico acima de R$ 18 bilhões.

O delegado preso conduziu as investigações sobre a facada contra o então candidato Jair Bolsonaro durante um evento em Juiz de Fora (MG), em 2018. No ano seguinte, Teixeira esteve à frente da apuração do rompimento da barragem de Brumadinho (MG).

Alvo da PF atualmente, o ex-superintendente atuava na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, ligada ao Serviço Geológico do Brasil. Além de Teixeira, também está preso o diretor da Agência Nacional de Mineração Caio Mário Trivellato Seabra Filho. A operação prendeu 17 pessoas, de 22 mandados de prisão.

O inquérito foi aberto em 2020. O objetivo da organização era obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram usadas para explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, inclusive em locais tombados e próximos a áreas de preservação, provocando graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos.

Os suspeitos poderão responder por crimes ambientais, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, usurpação de bens da União, e embaraço à investigação de organização criminosa.

Além da PF, participam da operação o Ministério Público Federal, a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União.

Fonte: Brasil 247

Guarda Civil de Apucarana promove aula prática de educação no trânsito para alunos da rede municipal



Estudantes do 4º ano da Escola Municipal Karel Kober, no Jardim América, participaram nesta quarta-feira (17/09) de uma blitz educativa coordenada por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) da Prefeitura de Apucarana. O ponto de abordagem foi montado na Rua Piratininga, em frente ao Centro da Juventude, e permitiu que os alunos colocassem em prática regras de trânsito trabalhadas em sala de aula no programa de educação desenvolvido pela própria GCM.

A ação integra a programação da Semana Nacional de Trânsito e será realizada em cinco escolas, abrangendo alunos dos quartos anos. “É uma atividade que envolve a comunidade escolar, levando conscientização sobre a importância do respeito às regras de trânsito e da segurança viária”, destacou o prefeito Rodolfo Mota, frisando que a primeira escola a receber a ação foi a “Monsenhor Arnaldo Beltrami, do Jardim Aeroporto.

Durante a atividade, os estudantes, acompanhados por professores e agentes da segurança pública, entregam materiais informativos e conversam com motoristas e motociclistas sobre atitudes responsáveis no trânsito, como o uso do cinto de segurança, respeito à faixa de pedestres, utilização do capacete, proibição do uso do celular e atenção aos limites de velocidade. O comandante da GCM, Pablo Aparecido Rocha Pereira, salienta que a iniciativa tem caráter pedagógico, proporcionando aos alunos uma vivência prática de cidadania. “Com esta ação, reforça-se na nova geração a importância da educação para a formação de um trânsito mais seguro e humano. Já para os condutores, é uma oportunidade de reflexão sobre suas condutas ao volante e de adoção de práticas mais conscientes”, observou.

O secretário municipal de Segurança Pública e Trânsito (Segtran), major Vilson Laurentino da Silva, diz que a iniciativa reforça os princípios da política de segurança viária. “O trânsito seguro se constrói com prevenção e conscientização. Cada atitude individual — usar o cinto, respeitar a faixa, não usar o celular ao volante — tem reflexo coletivo. Quando o cidadão adota comportamentos corretos, reduzimos os riscos de acidentes e salvamos vidas. A responsabilidade é compartilhada, mas o compromisso precisa ser de todos”, enfatizou o secretário.

As demais escolas a receber a blitz educativa são: Professor Idalice Moreira Prates, no Parque Bela Vista, Professor Alcides Ramos, no Núcleo Habitacional Osmar Guaracy Freire, e Mateus Leme, na Vila Santa Terezinha.



Fonte: Prefeitura de Apucarana

Apucarana adere ao sistema nacional de Nota Fiscal Eletrônica e mudança entra em vigor partir de 1º de janeiro de 2026



Empresários e contadores de Apucarana devem se preparar para uma mudança importante. A partir de 1º de janeiro de 2026, a Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFS-e) deixará de ser emitida no sistema municipal (IPM) e passará a ser feita diretamente na plataforma do Emissor Nacional (www.nfse.gov.br).

O prefeito Rodolfo Mota esclarece que a migração será feita de forma gradual e tranquila, sem impacto perceptível para os usuários. Rodolfo Mota salienta que o Município, por meio da Secretaria da Fazenda, fará até o final do ano todo um trabalho de orientação – com a disponibilização do passo a passo - para contadores, empresários e equipes de Tecnologia da Informação (TI).

O secretário da Fazenda, professor Rogério Ribeiro, explica que a mudança está dentro do contexto da Reforma Tributária de Consumo do Brasil. O secretário lembra que a Receita Federal deu aos municípios duas opções: adaptar o sistema próprio ao novo padrão ou migrar para o emissor nacional.

O secretário afirma que Apucarana optou em fazer a migração. A decisão, conforme Ribeiro, foi motivada pela garantia de manutenção e maior estabilidade, suporte mais eficiente e seguro em dois níveis, redução de risco de inconsistências, padronização e melhoria da gestão das informações fiscais. “O Município já fez adesão junto à Receita Federal e, inclusive, já está apto dentro do novo sistema a enviar e receber informações”, observou.

O secretário explicou ainda que a maior parte das empresas de Apucarana já está acostumada com o novo padrão. Desde 2023, os Microempreendedores Individuais (MEIs) já emitem suas notas exclusivamente no emissor nacional. “Acreditamos que o impacto não será tão grande, pois cerca de 70% das empresas abertas a cada ano são MEIs e, portanto, não sentirão mudança prática com a adesão ao emissor nacional”, ilustrou o secretário.

ENTENDA A MUDANÇA

- O que muda?
A partir de 1º de janeiro de 2026, Apucarana vai alterar o caminho para emitir a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), que deixará de ser feita no sistema municipal (IPM) e passará a ser direcionado para a plataforma do Emissor Nacional de NFS-e.

- Por que muda?
A mudança faz parte da Reforma Tributária do Consumo, que estabelece a padronização nacional das NFS-e visando unificar e simplificar processos, melhorar o controle e a fiscalização, aumentar a eficiência operacional, a acessibilidade e a segurança.

- Quem será afetado?
Todas as empresas do município que emitem NFS-e. Em Apucarana, o impacto será reduzido pois os MEIs já usam o sistema nacional e representam 70% das novas empresas que são abertas a cada ano no Município.

- Como será a transição?
O período de orientação se estenderá até dezembro. Haverá instruções com o passo a passo para contadores, empresários e áreas de TI ligadas às empresas.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

PEC da Blindagem: 3 deputados mudam voto e explicam decisão


Votação na Câmara dos Deputados. Foto: Kayo Magalhães/Agência Câmara

Três deputados federais mudaram de posição entre o primeiro e o segundo turno da votação da PEC da Blindagem, aprovada ontem na Câmara. Dois deles são do PT, Airton Faleiro (PA) e Leonardo Monteiro (MG), e a terceira é Daniela do Waguinho (União-RJ), que foi ministra do Turismo no início do governo Lula. Todos foram a favor no primeiro turno e contra no segundo.

Airton Faleiro justificou o voto inicial como uma tentativa de articulação política. Segundo ele, o “sim” foi um gesto para tentar barrar a urgência do PL da Anistia e, ao mesmo tempo, garantir apoio a pautas de interesse do governo, como a MP da Tarifa Social de Energia e a isenção do Imposto de Renda.

“Com a ausência de sinalização de outras bancadas, em especial do Centrão, de assumir o compromisso de rejeição da urgência do PL da Anistia, decidi mudar meu posicionamento e votei contra”, explicou.

Leonardo Monteiro, por sua vez, afirmou que seu voto favorável não refletia sua real posição. “Deixo claro que sou contrário a qualquer esquema de blindagem de parlamentares e defendo sempre a transparência na vida pública”, disse o petista. Ele acompanhou a mudança de Faleiro e optou por “não” no segundo turno.
Airton Faleiro (PT-PA), Leonardo Monteiro (PT-MG) e Daniela do Waguinho (União-RJ). Foto: Reprodução

Daniela do Waguinho alegou que foi surpreendida pela rapidez da votação. “Compreendi que havia pontos relevantes no mérito da proposta. No entanto, a condução da votação em apenas uma hora de intervalo entre os turnos comprometeu a análise serena e aprofundada do texto final. Por essa razão, no segundo turno, optei por votar contra”, afirmou a deputada.

A PEC da Blindagem foi aprovada com ampla maioria nos dois turnos: 353 votos a 134 no primeiro e 344 a 133 no segundo. Como se trata de uma emenda à Constituição, o texto segue agora para análise no Senado.

A base do governo teve papel central na aprovação. Dos 353 votos favoráveis no primeiro turno, 232 vieram de partidos que ocupam ministérios da gestão Lula. Embora o PP e o União Brasil tenham anunciado saída da base, seus ministros ainda não deixaram os cargos, e deputados dessas legendas contribuíram para a vitória.

O governo havia liberado os parlamentares para votar como quisessem. Na federação PT-PCdoB-PV, a orientação foi contrária à PEC, mas 12 petistas votaram a favor no primeiro turno. Com a mudança de Faleiro e Monteiro, esse número caiu para dez no segundo.

Fonte: DCM

Dino prepara julgamento no STF sobre emendas parlamentares após aprovação da PEC da Blindagem

Ministro do Supremo acelera análise de ações que discutem repasses e regras das emendas, em meio a mudanças aprovadas pela Câmara

     Flávio Dino (Foto: Antonio Augusto/STF)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentem pareceres em três ações que tratam de regras relacionadas às emendas parlamentares. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. Após a manifestação dos órgãos, os processos serão liberados para julgamento no plenário da Corte.

A decisão de Dino ocorre em um momento político sensível: um dia depois de a Câmara dos Deputados aprovar a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem. A medida dificulta a prisão e a abertura de ações penais contra deputados e senadores, transferindo ao Legislativo a prerrogativa de decidir, por meio de votação secreta, se um parlamentar poderá ou não se tornar réu em processos criminais.

☆ As ações em análise no Supremo

Duas das três ações que avançam no STF tratam das chamadas emendas Pix, mecanismo em que os recursos são transferidos diretamente para os municípios. Esses processos foram apresentados pela PGR e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). A terceira ação, protocolada pelo PSOL, questiona a execução obrigatória das emendas parlamentares.

Em despacho assinado nesta quarta-feira (17), o ministro destacou: “Com vistas à inclusão das presentes ações na pauta de julgamento do Plenário do STF, reitero a determinação (...) para que a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República se manifestem, sucessivamente, cada qual no prazo de 15 (quinze) dias (...), acerca do mérito das ações diretas”.

☆ Histórico de decisões e impacto político

Além desses três processos, Dino também é relator de uma ação mais antiga em que o STF declarou inconstitucionais as chamadas emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto. Nessas relatorias, o ministro tem se posicionado em favor de maior transparência na aplicação de recursos públicos, chegando a suspender pagamentos em casos que levantaram suspeitas de irregularidades.

A mais recente decisão nesse sentido foi tomada na última segunda-feira (15), quando Dino determinou a suspensão de emendas Pix destinadas a nove municípios. A medida foi adotada após relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontar indícios de problemas na execução dos repasses.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo