quarta-feira, 30 de julho de 2025

Aliado de Eduardo Bolsonaro nos EUA, Paulo Figueiredo deve virar réu por golpe no STF

Foragido e acusado de envolvimento em conspiração golpista, influenciador atua nos Estados Unidos pressionando autoridades contra o STF
     Paulo Figueiredo (Foto: Reprodução)

O influenciador Paulo Figueiredo, figura central na articulação entre Eduardo Bolsonaro e o governo dos Estados Unidos, deve se tornar réu ainda neste semestre por envolvimento na tentativa de golpe contra as instituições brasileiras. A informação foi publicada em reportagem do jornal Estado de S. Paulo.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Figueiredo aguarda análise da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), única entre os cinco núcleos acusados que ainda não teve a denúncia convertida em ação penal. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já decretou a prisão preventiva do investigado, que atualmente reside nos EUA e encontra-se foragido. O passaporte foi cancelado, e Figueiredo sequer indicou advogado para o processo, levando Moraes a nomear a Defensoria Pública da União (DPU) para sua defesa.

Apesar de alegar não ter sido formalmente notificado, Moraes considerou que há "ciência inequívoca" das acusações, citando vídeos publicados por Figueiredo em seu canal no YouTube nos quais ironiza a denúncia. “Alexandre não está acostumado a lidar com gente que conhece o conceito de estratégia. Vai ter que me citar por carta rogatória ou me julgar à revelia”, escreveu ele na rede X (antigo Twitter).

A DPU, mesmo sem conseguir localizá-lo, apresentou defesa prévia. Na peça, argumenta que a denúncia criminaliza o exercício da atividade jornalística crítica. Segundo os defensores, Figueiredo teria feito apenas "manifestações de cunho político" dentro do direito à liberdade de expressão. A Defensoria sustenta que não há qualquer evidência de sua participação em planejamento estruturado ou adesão a organização golpista.

Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan e neto do último presidente da ditadura militar, João Baptista Figueiredo, é acusado de vazar documentos com o objetivo de pressionar generais do Exército a aderirem à tentativa de golpe durante o governo Jair Bolsonaro. Em 20 de maio, ao abrir a quarta ação penal contra investigados por tramar o golpe, Moraes afirmou: “Atenta contra a democracia do Brasil sem ter coragem de viver no Brasil e só tem influência sobre os militares por ser neto do último presidente durante o tempo de golpe militar, João Baptista Figueiredo”.

Nos Estados Unidos, Figueiredo mantém forte influência junto ao governo do presidente Donald Trump, com quem já foi sócio. Segundo o Estadão, ele articula pressões contra o Brasil, sobretudo em temas ligados à economia e à atuação do STF. No episódio recente do tarifaço imposto por Trump a produtos brasileiros, o canal de Figueiredo no YouTube somou mais de 10 milhões de visualizações em vídeos que atacam Alexandre de Moraes e o Supremo. Ganhou ainda mais de 70 mil seguidores e lucros estimados entre US$ 2,5 mil e US$ 40 mil no período, conforme dados do Social Blade.

Em vídeo publicado em 22 de julho, o influenciador confrontou diretamente o ministro: “Alexandre, entenda, nada do que você vai fazer contra mim funciona. Já tentaram de tudo. Eu sou inevitável. Eu sou imparável”.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, declarou em vídeo de 27 de maio que Figueiredo é o cérebro por trás das articulações internacionais que tentam isentar o ex-presidente Jair Bolsonaro das consequências jurídicas por sua tentativa de golpe. “Eu abro a porta, eu sou o coração, mas você é o cérebro”, afirmou Eduardo.

Na entrevista à Coluna do Estadão, Figueiredo também minimizou os esforços de senadores brasileiros que foram aos EUA para tentar reverter o tarifaço de Trump. “A comitiva está perdendo o tempo e vai quebrar a cara. Não há o que fazer sem um sinal claro e um compromisso de que o Brasil atenderá as demandas do presidente Trump”, afirmou, negando interesse em se encontrar com os parlamentares.

Ainda segundo a reportagem, Eduardo Bolsonaro confirmou que ele e Figueiredo atuaram diretamente junto ao governo Trump para viabilizar as sanções econômicas ao Brasil. “Os canais corretos a serem buscados não são com os políticos tradicionais, mas sim comigo e com Paulo Figueiredo”, afirmou o deputado.

Eduardo é alvo de inquérito no STF por tentativa de coação à Corte e articulação contra os interesses nacionais nos Estados Unidos. Já Figueiredo, apesar de suas ações, ainda não responde pelos mesmos fatos nesse inquérito, o que limita a atuação da DPU à denúncia específica sobre o golpe.

O caso evidencia como figuras do entorno de Bolsonaro seguem atuando internacionalmente para desestabilizar as instituições brasileiras, usando de influência política e econômica nos Estados Unidos para atacar a democracia do país. A possível transformação de Paulo Figueiredo em réu marca mais um passo na responsabilização dos envolvidos na tentativa de ruptura institucional que marcou o final do governo Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Trump mira etanol brasileiro e coloca em risco cadeia de 2,2 milhões de empregos

Biocombustível, consolidado ao longo de 50 anos como exemplo de inovação, industrialização e sustentabilidade, é alvo do governo dos EUA

Produção nacional de etanol atingiu 36,8 bilhões de litros em 2024, tornando o Brasil o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos EUA (Foto: Agência Brasil )

Em meio às tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, intensificadas pela decisão do governo Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o movimento que se seguiu nos dias seguintes à carta divulgada pelo presidente estadunidense pegou muita gente de surpresa, quando a United States Trade Representative (USTR, ou Departamento Comercial dos EUA) incluiu o anúncio de uma investigação sobre o que foi chamado de “práticas ilegais” por parte do Brasil. Entre os alvos, estão o ataque ao pioneiro Pix e o combate à pirataria, e um tema que revela um claro – e antigo - incômodo dos Estados Unidos: o etanol brasileiro.

O principal motivo da investida do governo Trump contra o etanol brasileiro vem de longe: a alíquota de 18% aplicada pelo Brasil à importação do etanol americano, feito de milho dos EUA – o que resulta em mais emissão de CO2 do que o registrado pelo biocombustível brasileiro, produzido majoritariamente a partir da cana-de-açúcar. Essa tarifa, no entanto, não é arbitrária: ela cumpre papel estratégico ao garantir condições mínimas de competição justa entre o etanol brasileiro e o etanol estadunidense, que é fortemente subsidiado por Washington. A eventual retirada dessa barreira resultaria em uma verdadeira invasão do etanol americano no mercado nacional, comprometendo a competitividade das usinas brasileiras, pressionando margens, eliminando empregos e desestimulando investimentos.

A cadeia do etanol é uma das maiores forças produtivas do Brasil, resultado de exatos 50 anos de políticas públicas, inovação tecnológica e compromisso com a sustentabilidade. Desde a criação do Programa Pró-Álcool, em 1975, o país desenvolveu um modelo reconhecido mundialmente de biocombustível limpo, culminando na liderança em mobilidade de baixo carbono e na consolidação da tecnologia flex. De 2003 até hoje, a combinação entre o uso de etanol hidratado e a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina evitou a emissão de mais de 730 milhões de toneladas de CO₂ equivalente — volume comparável às emissões anuais de países como a Indonésia.

Além do impacto ambiental, o setor é crucial para a economia brasileira. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a produção nacional de etanol atingiu 36,8 bilhões de litros em 2024, tornando o Brasil o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos EUA. A cadeia produtiva emprega mais de 2,2 milhões de pessoas, sendo que só no estado de São Paulo são mais de 844 mil trabalhadores, com influência direta sobre a economia de cerca de 1,2 mil municípios.

Dessa forma, especialistas avaliam que permitir que o etanol dos Estados Unidos entre no Brasil sem uma alíquota que dê fôlego ao biocombustível produzido por aqui seria um golpe duro contra um setor que representa inovação, geração de renda, desenvolvimento regional e benefícios ambientais. Assim como o Pix, também atacado por Washington, o etanol tornou-se uma das bandeiras do protagonismo brasileiro no cenário internacional. A avaliação mais comum é que a tentativa dos EUA de sufocar essa indústria por meio de pressão comercial evidencia um movimento protecionista que ameaça não só uma cadeia produtiva consolidada, mas também o compromisso global com fontes limpas e sustentáveis de energia.

Governo Lula descarta negociar tarifa de etanol com EUA

Apesar da pressão crescente por parte dos Estados Unidos, o governo brasileiro sinaliza que não pretende ceder em relação à alíquota de 18% sobre o etanol americano. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, afirma que a redução da tarifa não está em pauta nas atuais negociações com Washington. “Não haveria sentido levarmos essa proposta ou qualquer outra de redução de alíquotas que o Brasil aplica na fase atual. Eles (os americanos) reivindicavam essa redução ou atribuição de cota para o etanol, mas esse tema deixou de ser debatido desde o começo das novas tarifas (os 10% que Trump aplicou sobre produtos brasileiros, em abril)”, afirmou o secretário-executivo da pasta, Márcio Elias Rosa, em entrevista ao site Platô BR.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também se manifestou sobre a crise comercial. Ele afirmou que o Brasil está disposto a dialogar, mas que a manutenção da alíquota de 18% sobre o etanol importado dos EUA é essencial para proteger a produção nacional, especialmente no Nordeste. “As taxas do etanol têm que ser mantidas. O equilíbrio tarifário deve considerar não só o etanol, mas também o açúcar, que sofre sobretaxas de até 90% nos EUA”, disse. Silveira reforçou ainda a confiança na condução diplomática do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.

Em paralelo, os senadores da Comissão de Relações Exteriores do Senado estão nos Estados Unidos tentando reabrir canais de negociação antes que as tarifas entrem em vigor, na próxima sexta-feira (1). A delegação já se reuniu com empresários da Amcham e representantes na embaixada brasileira em Washington. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comissão, defende a prorrogação da medida tarifária para viabilizar negociações técnicas.

No contexto da transição energética, a Petrobras também se move. A estatal avalia construir uma planta para produção de SAF (combustível sustentável de aviação) utilizando etanol derivado da cana-de-açúcar. A unidade, com capacidade para 10 mil barris por dia, deve ser instalada junto à Refinaria de Paulínia (Replan), com início previsto para 2027, quando o uso de SAF passa a ser obrigatório no Brasil. Paralelamente, a empresa desenvolve outros três projetos de SAF, com cronogramas mais avançados, a partir do coprocessamento de matérias-primas em refinarias como Cubatão, Duque de Caxias e a Refinaria Riograndense, em parceria com Braskem e Grupo Ultra.

No centro da disputa tarifária, o etanol brasileiro não é apenas um produto de exportação — é um ativo econômico, ambiental e social. Diante disso, representantes do setor e autoridades defendem que qualquer negociação com os Estados Unidos leve em conta não apenas os interesses comerciais, mas também a relevância estratégica dessa cadeia para o Brasil e para o esforço global de descarbonização.

Fonte: Brasil 247

CNH sem autoescola: proposta está finalizada e aguarda decisão de Lula, afirma ministro

Renan Filho afirma que proposta já foi apresentada ao presidente Lula e pode ser aprovada por resolução do Contran, sem passar pelo Congresso

      Lula e Renan Filho (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que a proposta que extingue a exigência de frequentar autoescola para tirar a carteira de motorista já foi concluída e apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A proposta está bem avançada. Todo mundo (do governo) está ciente, estamos na fase final”, disse o ministro à coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles.

De acordo com Renan Filho, falta apenas definir o melhor momento para oficializar a iniciativa. O ministro evitou comentar qual é a posição do presidente sobre o tema, mas indicou que Lula estaria sensível ao peso financeiro envolvido no processo de habilitação. “O que dá para dizer é que o presidente Lula tem preocupação com o alto custo para tirar a carteira”, destacou.

Ainda segundo a reportagem, o ministro também explicou que não há necessidade de tramitação legislativa para implementar a mudança. Segundo ele, basta uma nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), órgão vinculado ao Ministério dos Transportes, para que a medida entre em vigor. Renan Filho revelou ainda que encomendou levantamentos de opinião pública para embasar a proposta, e os resultados indicaram apoio popular expressivo. “Politicamente é um programa forte”, avaliou.

O projeto, segundo o titular da pasta, permitirá que o candidato à CNH busque outras formas de aprendizagem, dispensando a obrigatoriedade de autoescolas. No entanto, continuará sendo necessário passar tanto pelas provas teóricas quanto pelo exame prático para obter a habilitação.

A medida, caso confirmada, valerá exclusivamente para as categorias A e B — que abrangem motocicletas, carros de passeio, utilitários e caminhonetes. Veículos que exigem habilitação profissional, como ônibus e caminhões, continuarão submetidos às normas atuais. “As carteiras profissionalizantes (como ônibus e caminhão), não. Elas precisam de outra lógica”, explicou Renan Filho.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Lula: Brasil não será subserviente aos EUA e não negociará “como país pequeno”

Em entrevista ao The New York Times, presidente diz que trata tarifaço americano com “seriedade”, mas reforça que não abrirá mão da soberania nacional

         Lula em entrevista ao Jornal Nacional, da Globo - 10/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A dois dias da entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou tom firme ao comentar o impasse comercial. Em entrevista concedida ao The New York Times e publicada nesta quarta-feira (30), Lula afirmou que trata o assunto com “seriedade”, mas sem abrir mão da autonomia nacional.

“Tenham certeza de que estamos tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, declarou o presidente, em sua primeira entrevista ao jornal norte-americano em 13 anos.

A medida tarifária, anunciada por Trump no último dia 9, está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto e foi justificada pelo líder republicano por uma suposta “relação injusta” entre os dois países, além de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro e à forma como a Corte tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde então, Lula tem rebatido publicamente as declarações de Trump e enfatizado que o Brasil exige respeito à sua soberania. Segundo ele, o norte-americano “não quer conversar”.

Apesar da gravidade do cenário, o governo brasileiro ainda não obteve avanços concretos na tentativa de reverter a decisão. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, esteve recentemente nos Estados Unidos para participar de uma cúpula internacional sobre a solução de dois Estados no Oriente Médio, mas não realizou reuniões bilaterais com autoridades americanas para tratar do chamado "tarifaço".

Uma comitiva de senadores brasileiros também está em Washington para encontros com congressistas e representantes de empresas norte-americanas, em busca de um canal de diálogo. No entanto, até o momento, o impasse persiste.

Na entrevista realizada no Palácio da Alvorada, Lula reforçou que o Brasil não aceitará negociar em posição de inferioridade, mesmo diante da potência econômica e militar dos Estados Unidos. “Em nenhum momento o Brasil negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande”, afirmou.

“Conhecemos o poder econômico dos Estados Unidos, reconhecemos o poder militar dos Estados Unidos, reconhecemos a dimensão tecnológica dos Estados Unidos. Mas isso não nos deixa com medo. Nos deixa preocupados”, completou o presidente, sinalizando que o Brasil buscará alternativas, inclusive no campo diplomático, para responder à ofensiva americana.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal The New York Times

terça-feira, 29 de julho de 2025

Perseguido por Zambelli, jornalista celebra prisão: “Quis me destruir, mas sou eu quem está livre”


      Carla Zambelli perseguindo Luan Araújo na véspera das eleições de 2022. Foto: reprodução

Recebo com muito alívio a notícia de que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) finalmente foi presa pela Justiça italiana, em Roma, nesta terça-feira (29). É meio surreal, já que ela move um processo contra mim por um texto opinativo postado no Diário do Centro do Mundo (DCM), e não posso falar tudo o que estou sentindo no momento.

Mas digo que é um grande alento vê-la sendo punida por um dos crimes que cometeu — no caso, a invasão dos sistemas do CNJ.

Zambelli está condenada a dez anos de prisão pelo caso da invasão ao Sistema Nacional de Justiça (SNJ), e o Supremo Tribunal Federal (STF) já formou maioria para condená-la no episódio dantesco em que ela correu atrás de mim com uma arma na mão, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Desde aquele momento, eu mesmo fiquei com medo de ser a pessoa a ser presa. Nisso, agradeço muito à minha equipe de advogados, que frisou desde o início que eu era uma vítima naquele caso — não um criminoso. Algo que a sociedade muitas vezes impõe às pessoas pretas, como ela mesma deixou claro naquele fatídico dia ao dizer que “o PT mandou um homem negro me atacar”, o que era uma completa inverdade.

Daquele dia em diante, convivo com o agravamento dos meus problemas de depressão, o aumento das minhas crises de ansiedade e um sentimento interno de culpa que não mereço, mas que infelizmente acabo sentindo — intensificado pelo processo que ela move contra mim e que me causou ainda mais traumas.

Ela não encontrou no governo italiano o abrigo que esperava, e nisso agradeço também ao deputado italiano Angelo Bonelli, do Partido Verde, que além de destacar o crime pelo qual ela já foi condenada no STF, mencionou o ataque covarde dela contra mim naquele 29 de outubro de 2022.

Espero que, agora, o julgamento no STF — que já confirmou maioria pela condenação dela por aquele fato — seja finalmente concluído, para que eu possa caminhar em paz após sofrer, nas mãos dela, um dos piores traumas da minha vida.

Fonte: DCM

Ministra destaca papel de prefeitos no combate à violência de gênero

Conferências estaduais reúnem propostas a serem levadas à nacional

Márcia Lopes, ministra das Mulheres (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Agência Brasil - A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, destacou, nesta terça-feira (29), em Foz do Iguaçu (PR), o papel dos prefeitos no combate à violência cometida contra mulheres.

“Se cada município tiver compromisso com a mudança desses indicadores, com as suas equipes da saúde, da educação, da cultura, da assistência social, do trabalho, falando disso, nós haveremos de mudar essa realidade”, defendeu Márcia Lopes.

A declaração da ministra foi dada durante participação na abertura do 1º Fórum dos Conselhos Municipais dos Direitos das Mulheres do Paraná. O encontro reuniu representantes do poder público e da sociedade civil para debater propostas e fortalecer a construção de políticas públicas voltadas à igualdade de gênero no estado.

◎ Participação Social

A ministra participará, na noite desta terça-feira, da V Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres do estado, na cidade paranaense. O evento que ocorre até esta quinta-feira (31) será transmitido ao vivo no canal do Youtube da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa do Paraná.

Até o fim de agosto, em todo o país, as etapas estaduais da conferência votam propostas elaboradas nas conferências municipais e regionais realizadas e, também, elegem as representantes de seus estados que participarão da etapa nacional, que ocorrerá em Brasília, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro.

Márcia Lopes explica que as conferências representam espaços democráticos e deliberativos que buscam aproximar o Estado da sociedade civil. O encontro produz um documento com os consensos e as prioridades eleitas na mobilização social.

“O relatório pode ser apresentado na Assembleia Legislativa para que os deputados e deputadas estaduais também assumam esse compromisso de chegar no governador. O próprio conselho estadual tem obrigação de monitorar essas deliberações e quais são as prioridades em termos de serviços públicos”, detalhou a ministra.

◎ Casa da Mulher Brasileira

No início desta tarde, a ministra também visitou as obras da Casa da Mulher Brasileira em construção na cidade do extremo oeste paranaense.

A obra, iniciada em 1º de julho, é resultado da parceria do ministério com a Itaipu Binacional, que investiu R$ 9,5 milhões.

O diretor-geral brasileiro da estatal, Enio Verri, relata que a iniciativa faz parte do compromisso socioambiental da estatal.

“Infelizmente, a violência contra as mulheres é uma pauta que se impõe. Ninguém gostaria de discutir esse assunto, mas quando olhamos as estatísticas é uma coisa tão séria. E Foz do Iguaçu está muito presente na pauta do feminicídio e da violência contra as mulheres”, admite o diretor-geral da Itaipu Binacional.

Até o fim do ano, o Ministério das Mulheres prevê inaugurar outros dois Centros de Referência da Mulher Brasileira no Paraná, um em Francisco Beltrão e o segundo em Guarapuava. Há também uma Casa da Mulher Brasileira em funcionamento em Curitiba. Em nove anos de funcionamento, a unidade realizou mais de 132 mil atendimentos.

A Casa da Mulher Brasileira é parte do eixo do Programa Mulher Viver sem Violência, retomado pelo governo federal em março de 2023.

Atualmente, há 11 unidades especializadas deste tipo em funcionamento no país e outras 31 unidades estão em fase de implementação ou de obras. Desde 2023, o governo federal investiu cerca de R$ 389 milhões em novas unidades. Em 2024, os serviços existentes contabilizam mais de 440 mil atendimentos.

“O serviço integra todo o acolhimento, o atendimento social da Defensoria do Ministério Público, da Patrulha Maria da Penha, do Instituto Médico-Legal e de todos os outros serviços para que as mulheres saibam que, estando lá, serão acolhidas, orientadas e encaminhadas”, explicou a ministra.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Al Gore critica tarifa de Trump contra o Brasil e diz que medida é “totalmente insana”

Ex-vice-presidente dos EUA afirmou em São Paulo que tarifa de 50% imposta por Trump é irracional e resultado da influência de petroleiras no governo

     Al Gore (Foto: REUTERS)

O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental Al Gore classificou como “totalmente insana” a tarifa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump sobre os produtos brasileiros. A declaração foi feita durante a Expert XP, realizada nesta sexta-feira (25/7), em São Paulo. Segundo reportagem publicada pelo portal Metrópoles, Gore criticou duramente a medida comercial adotada pelos Estados Unidos contra o Brasil e afirmou que a decisão é influenciada por interesses do setor de combustíveis fósseis.

“Ele [Trump] acabou de impor tarifas de 50% contra o Brasil. Isso é totalmente insano e, provavelmente, não vai durar muito. Mas quem pode saber? Existe muita irracionalidade nesse processo”, afirmou Gore durante o painel de abertura do evento.

Além de comentar o cenário geopolítico e comercial, o ex-vice-presidente norte-americano também reforçou suas críticas à política ambiental de Trump. “Ele faz o que as empresas de combustíveis fósseis mandam fazer. Essas grandes corporações e os ‘petroestados’ têm muito poder político. Tentaram tomar o controle do processo de negociação”, declarou.

O aumento tarifário anunciado por Donald Trump afeta todas as exportações brasileiras com destino aos Estados Unidos e deve entrar em vigor em 1º de agosto. A medida gerou preocupação entre autoridades brasileiras e empresários, mas até o momento não houve avanço nas negociações bilaterais com Washington. Paralelamente, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) abriu uma investigação formal sobre práticas comerciais brasileiras, atendendo a um pedido do próprio Trump. O inquérito cita, entre outros pontos, disputas envolvendo plataformas digitais como indício de supostas práticas desleais.

Durante sua participação no evento, Al Gore também falou sobre suas expectativas para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém, no Pará, em novembro. Segundo ele, a COP representa uma oportunidade decisiva para que governos e empresas se comprometam com metas reais de redução das emissões de carbono e com o fim do financiamento à destruição ambiental.

“Estamos em um momento crítico. A COP 30 pode ser um divisor de águas, mas somente se houver vontade política e ação coordenada entre os países”, afirmou.

Reconhecido por seu ativismo ambiental desde que deixou a vice-presidência dos EUA, Al Gore tem sido uma das vozes mais contundentes contra o negacionismo climático e o lobby de grandes indústrias poluentes. Em São Paulo, seu discurso reafirmou a necessidade de mobilização global e transparência nas negociações internacionais sobre o clima e o comércio.

Fonte: Brasil 247

"Todos que tramaram golpe contra a democracia terão um só destino", diz Lindbergh sobre prisão de Zambelli

Ex-deputada foi presa nesta terça-feira, em Roma, na Itália

       Lindbergh Farias (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, celebrou nesta terça-feira (29) a prisão da ex-deputada Carla Zambelli (PL-SP) em Roma, na Itália. Foragida após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli foi localizada por autoridades locais e detida.

Nas redes sociais, Lindbergh disse que a detenção de Zambelli é um momento importante e reforçou que todos os envolvidos em tentativas de golpe contra a democracia “terão um só destino”, em referência à prisão. Na legenda do vídeo que acompanha a publicação, o parlamentar também alfineta a família Bolsonaro: “Já já é o Jair”, escreveu, antes de alertar: “Cuidado, Eduardo”.

“Carla Zambelli presa. É um dia importante. Lembro quando ela gravou um vídeo fora do país, já foragida, quando nós, da bancada do PT, entramos na Justiça para avisar à Interpol, alerta vermelho da Interpol. Pois bem, foi presa em Roma. Um deputado avisou à polícia a localização dela”, afirmou Lindbergh em vídeo. “O que é importante? É que quem tramou contra a democracia vai ter que pagar. Jair Bolsonaro vai ser condenado e, por mais que sua família faça toda essa chantagem contra o país inteiro, ninguém vai mudar esse destino. Porque nós somos um país livre, um país soberano. E, Eduardo, cuidado: a Zambelli já foi presa.”


Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem defendido a anistia ao pai como condição para que Donald Trump reavalie tarifas comerciais contra o Brasil.

Fonte: Brasil 247

Moraes afirmou à Itália que Zambelli não será torturada se extraditada

Ministro do STF garante respeito aos direitos humanos de Zambelli e explica condenação da deputada por crimes contra o sistema judiciário

Carla Zambelli e Alexandre de Moraes (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados | Carlos Moura/SCO/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assegurou ao governo italiano que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não será submetida a tortura nem a tratamentos desumanos ou degradantes, caso sua extradição ao Brasil seja autorizada. A informação foi revelada pela jornalista Mônica Bergamo, em reportagem publicada nesta terça-feira (29) pela Folha de S.Paulo.

O compromisso de Moraes foi formalizado em documento encaminhado ao Ministério da Justiça, responsável por intermediar o pedido de extradição pelas vias diplomáticas. A medida foi tomada após a fuga de Zambelli para a Itália, ocorrida em junho, logo depois de o STF determinar sua prisão definitiva.

No texto, Moraes especifica as garantias do Estado brasileiro à parlamentar. Além de assegurar que ela não sofrerá maus-tratos, o ministro compromete-se a não aplicar penas perpétuas, a não instaurar processos por fatos anteriores ao pedido de extradição, e a não agravar eventuais sanções com base em motivações políticas.

A manifestação do ministro acompanha o histórico do caso que levou à condenação da deputada, ocorrida em maio, por unanimidade na Primeira Turma do STF. Zambelli recebeu pena de dez anos de reclusão em regime fechado, além de multa equivalente a dois mil salários-mínimos. O hacker Walter Delgatti, que atuou a mando da parlamentar, foi condenado a oito anos e três meses de prisão, também em regime fechado, além de multa de 480 salários-mínimos.

Segundo a decisão judicial, “a Sra. Carla Zambelli Salgado de Oliveira, de maneira livre, consciente e voluntária, comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento de tal mister, com o fim de adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito”.

Zambelli e Delgatti foram responsabilizados pela inserção fraudulenta de documentos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um falso mandado de prisão contra o próprio Alexandre de Moraes. A Procuradoria-Geral da República (PGR), em sua acusação, atribuiu a autoria intelectual do crime à deputada, afirmando que ela buscava “vantagem midiática e política” e que suas ações visavam abalar a “credibilidade e o regular funcionamento do Poder Judiciário”.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lindbergh protocola requerimento para perda do mandato de Zambelli

"A Câmara tem o dever constitucional de agir com firmeza e urgência”, afirmou o líder do PT após a prisão da ex-deputada brasileira foragida na Itália

      Lindbergh Farias e Carla Zambelli (Foto: Divulgação / Agência Câmara)

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta terça-feira (29) um requerimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa pedindo o encaminhamento imediato do processo de Carla Zambelli (PL-SP) à Mesa Diretora, para que seja declarada a perda de seu mandato parlamentar.

A medida ocorre no mesmo dia em que Zambelli foi presa na Itália, após ser localizada pela polícia do país com base em informações fornecidas por autoridades brasileiras e parlamentares italianos. A prisão se deu em cumprimento à difusão vermelha da Interpol, solicitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que já havia determinado sua prisão preventiva e extradição, diante da tentativa de fuga e de obstrução da Justiça.

Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão em regime fechado por envolvimento em uma conspiração para fraudar o sistema do Conselho Nacional de Justiça. O objetivo da ação, segundo a Corte, era desacreditar o Poder Judiciário e promover desordem institucional.

Lindbergh lembrou que o PT já havia deduzido o pedido pela suspensão dos direitos políticos de Zambelli, com base no acórdão condenatório e no artigo 15, inciso III, da Constituição Federal. No entanto, segundo ele, a Câmara adotou um “trâmite anômalo e ilegal” ao remeter o caso à CCJ, em vez de declarar imediatamente a perda de mandato.

“Não há espaço para tergiversações: não existe previsão legal para o exercício remoto, clandestino ou fictício do mandato por quem está condenada, presa e em processo de extradição”, afirmou o deputado na nota enviada à imprensa. Para ele, a manutenção de Zambelli no cargo representa um “escárnio ao Estado de Direito e um atentado à moralidade pública”.

Lindbergh concluiu defendendo uma resposta firme da Câmara: “A democracia não pode ser refém de criminosos condenados. A Câmara tem o dever constitucional de agir com firmeza e urgência.”

Fonte: Brasil 247

Não cabe à Câmara deliberar sobre a prisão de Zambelli, diz Hugo Motta

“Importante lembrar que as providências que cabem à Casa já estão sendo adotadas, por meio da Representação que tramita na CCJC", disse o parlamentar

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta - 18/06/2025 (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfatizou nesta terça-feira (29) que a Casa Legislativa não tem competência para deliberar sobre a prisão de Carla Zambelli (PL-SP), que foi detida mais cedo na Itália.

Em mensagem publicada no X, Hugo Motta destacou que a Câmara está adotando as medidas cabíveis por meio de uma Representação que tramita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), conforme previsto no Regimento Interno e na Constituição Federal. Segundo ele, compete à Câmara decidir apenas sobre a perda do mandato parlamentar.

“Importante lembrar que as providências que cabem à Câmara já estão sendo adotadas, por meio da Representação que tramita na CCJC, em obediência ao Regimento e à Constituição. Não cabe à Casa deliberar sobre a prisão — apenas sobre a perda de mandato”, escreveu.

O deputado também afirmou que está aguardando as manifestações oficiais do Ministério da Justiça e do governo italiano sobre o caso.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro participa de motociata em Brasília e apoiadores distribuem postagens nas redes

Inelegível, ex-presidente desfila em carro de som com Michelle e Flávio Bolsonaro e vira alvo de novas mobilizações bolsonaristas pelo país

Jair Bolsonaro participa de motociata em Brasília - 29/07/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve presente nesta terça-feira em motociata convocada por aliados em seu apoio em Brasília, e vídeos do evento foram compartilhados por apoiadores, inclusive pelo filho dele Carlos Bolsonaro.

O ex-presidente, que está proibido de utilizar as redes sociais e está usando tornozeleira eletrônica por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, participou da motociata de cima de um trio elétrico. Ele não fez discurso.

Bolsonaro não tem dado entrevista e alega não poder falar com a imprensa após uma decisão de Moraes que proibiu "transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão".

Na semana passada, o ministro do STF considerou como descumprimento de sua ordem uma publicação do deputado Eduardo Bolsonaro nas redes sociais de um vídeo do momento em que Bolsonaro mostrou a tornozeleira eletrônica aos jornalistas e fez um rápido discurso durante visita ao Congresso.

Na ocasião, Moraes aceitou as explicações da defesa e não determinou a prisão de Bolsonaro, mas ressaltou que nova desobediência às restrições levaria à prisão do ex-presidente.

No ato desta terça em Brasília, Bolsonaro chegou pouco antes das 15h ao local de encontro da motociata e deu uma volta de carro em meio aos apoiadores. Em seguida, subiu no trio elétrico, mas não fez discursos. Quem falou aos apoiadores foi a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Imediatamente, diversos perfis bolsonaristas nas redes sociais distribuíram vídeos do ex-presidente cumprimentando apoiadores no trio elétrico, mas sem falas. O vídeo distribuído por Carlos Bolsonaro mostra apenas imagens da motociata, sem exibir seu pai, mas marca Bolsonaro com a legenda "O homem chegou".

Diversos apoiadores do ex-presidente, como o deputado federal Carlos Jordy e o youtuber Fernando Lisboa, também distribuíram imagens do ex-presidente no evento.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Lenir de Assis comemora prisão de Carla Zambelli: “Vitória da democracia”

“Acabou o tempo da imunidade: o cerco está se fechando para os golpistas. É sem anistia", disse a deputada federal do PT

        Lenir de Assis (Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados)

A deputada federal Lenir de Assis (PT-PR) celebrou a prisão da ex-parlamentar Carla Zambelli (PL-SP) nesta terça-feira (29), detida em Roma, na Itália, após quase dois meses foragida. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por participação na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli agora deve ser extraditada para cumprir pena em regime fechado no Brasil.

Lenir classificou a detenção como mais um passo rumo à responsabilização dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.

“A prisão de Carla Zambelli é uma vitória da democracia!”, afirmou a petista. “Acabou o tempo da imunidade: o cerco está se fechando para os golpistas. É sem anistia.”

Segundo a Polícia Federal, Zambelli foi detida em um apartamento. O deputado italiano Angelo Bonelli afirmou que foi ele quem informou à polícia local sobre o paradeiro da ex-deputada. Em entrevista à GloboNews, disse ter se indignado ao ver a brasileira declarar que se sentia "intocável" por possuir cidadania italiana.

“Eu fiz uma interpelação, porque, quando escutei a Carla Zambelli dizendo que tem cidadania italiana e que estava intocável, eu disse: ‘Não é possível que uma pessoa possa falar assim’”, disse.

Segundo a nota oficial do Ministério da Justiça, a extradição seguirá os trâmites da legislação italiana e dos acordos internacionais assinados pelo Brasil.

Fonte: Brasil 247

Com políticas integradas, Brasil é novamente referência mundial no combate à fome

Decisão da FAO retira o país do Mapa da Fome e reconhece avanços promovidos por programas sociais e políticas de inclusão produtiva

Presidente Lula durante o relançamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) (Foto: Ricardo Stuckert )

O Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), conforme anúncio feito nesta segunda-feira (28), durante a Cúpula dos Sistemas Alimentares, realizada em Adis Abeba, Etiópia. A informação foi publicada no site oficial do Governo Federal (Secom).

O reconhecimento internacional se baseia na média trienal de 2022 a 2024, que posicionou o Brasil abaixo do índice de 2,5% da população em risco de subnutrição — o patamar mínimo considerado pela FAO para exclusão do Mapa da Fome. Trata-se de uma das mais significativas conquistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato, impulsionada por políticas públicas articuladas entre diversos ministérios e voltadas à redução da pobreza, estímulo à geração de renda e fortalecimento da agricultura familiar.

☆ Políticas sociais e o papel estratégico do Bolsa Família

Entre os principais fatores responsáveis pelo feito está a reestruturação do programa Bolsa Família, que voltou a atuar como eixo central na política de combate à pobreza. Ao lado dele, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi decisivo ao garantir acesso a alimentos saudáveis e valorizar a produção local. Esses programas foram complementados por ações de crédito rural, irrigação e inclusão produtiva.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, celebrou o resultado e destacou a rapidez da resposta do governo: “Entre 2023 e 2024, reduzimos em 85% o número de pessoas em insegurança alimentar grave. Agora, o resultado de diversas políticas públicas nos retira dessa trágica estatística. Esse trabalho é motivo de muito orgulho e mostra que aprendemos lições importantes, porque, no passado, levamos 11 anos para retirar o Brasil do Mapa da Fome.”

Dias também relembrou que a meta estabelecida pelo presidente Lula era atingir esse marco até 2026. “Cumprimos antes do previsto. Nosso objetivo agora é garantir alimentação digna a 100% dos brasileiros, além de fortalecer a segurança e a soberania alimentar.”

☆ Microcrédito rural e apoio à produção local

Outro destaque é o novo AgroAmigo, programa de microcrédito rural relançado em dezembro de 2024 e operado pela Caixa Econômica Federal, sob coordenação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). O programa já movimentou mais de R$ 100 milhões e tem previsão de chegar a R$ 1 bilhão até o final deste ano.

“O microcrédito é um instrumento decisivo que garante às pessoas das mais distintas atividades participarem do processo de desenvolvimento que o país está passando”, afirmou o ministro Waldez Góes. O AgroAmigo atende, prioritariamente, agricultores familiares, ribeirinhos, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas e assentados da reforma agrária.

Além disso, o governo tem fortalecido os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e as Rotas de Integração Nacional, priorizando cadeias produtivas com vocação regional, como leite, mel, castanha, pesca artesanal, agroecologia e turismo comunitário. Essas rotas promovem acesso a mercados, organização da produção e geração de renda nas próprias comunidades.

☆ Irrigação e combate à estiagem

A expansão dos Polos de Agricultura Irrigada também tem papel essencial para assegurar produção constante, mesmo durante períodos de seca. A iniciativa, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Hídrica, já contempla 18 polos em funcionamento e visa liberar o potencial de irrigação em até 53,4 milhões de hectares.

“Com irrigação bem planejada, conseguimos produzir mais, com menos desperdício, o ano inteiro. Isso significa comida na mesa do povo, emprego no campo e desenvolvimento nas regiões mais vulneráveis”, explicou Antônio Guimarães Leite, coordenador-geral de Sustentabilidade de Polos e Projetos de Irrigação do MIDR.

☆ Reconhecimento internacional e novo compromisso

A conquista brasileira foi celebrada pelo diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, como um exemplo global de políticas eficazes em países em desenvolvimento. Em conversa telefônica com o presidente Lula, Dongyu afirmou: “O senhor pode ser um soldado, mas é, na verdade, um comandante-chefe”. Ele também anunciou que, em 2026, a FAO visitará o Brasil para conhecer as experiências nacionais de combate à fome durante o Fórum CELAC, que reúne países da América Latina e do Caribe.

O presidente Lula, emocionado, celebrou a vitória com humildade e renovou o compromisso com a causa: “Para que a gente acabe com a fome e a pobreza, é preciso colocar o povo pobre no orçamento do país, no orçamento de estados e municípios. O dia em que os governantes fizerem isso, a gente vai resolver esse problema crônico da humanidade.” E completou: “Sou o homem mais feliz do mundo, mas também sou um soldado do Brasil, um soldado da FAO, um soldado mundial”.

☆ Próximos passos: do marco ao ponto de partida

Para o Governo Federal, sair do Mapa da Fome não é o ponto final, mas um novo começo. A meta agora é consolidar os avanços e seguir promovendo inclusão produtiva, qualificação dos sistemas alimentares e fortalecimento das redes locais de produção e distribuição. O Plano Brasil Sem Fome seguirá como eixo estratégico, articulando ações entre ministérios, estados e municípios.

A nova fase da luta contra a fome coloca o Brasil novamente como referência internacional. Mais do que números, a conquista representa dignidade, justiça social e o compromisso contínuo de um país que, uma vez mais, mostrou ao mundo que é possível enfrentar e vencer a fome com vontade política, planejamento e solidariedade.

Fonte: Brasil 247 com Secom do Governo Federal

Em vídeo, Zambelli afirma que se entregou e ataca Alexandre de Moraes

Presa em Roma, deputada afirma que cumprirá eventual pena apenas na Itália e ataca Alexandre de Moraes e o STF

     Carla Zambelli. Foto: Pablo Valadares / Agência Câmara


A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) declarou em vídeo sua intenção de entregar a autoridades italianas, e criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, em especial o ministro Alexandre de Moraes.

As declarações foram divulgadas pelo advogado Fabio Pagnozzi, responsável por sua defesa, após a prisão da parlamentar em Roma. A informação foi inicialmente divulgada pelo portal G1 e confirmada pelo Ministério da Justiça do Brasil.

“Vou me apresentar às autoridades italianas e estou muito segura em fazê-lo, porque aqui temos justiça e democracia. Não temos um ditador no poder. Não temos a autoridade ditatorial de Alexandre de Moraes e de seus comparsas da Suprema Corte. Estou calma e tranquila de que aqui buscarei justiça pro meu caso”, afirmou Zambelli, em mensagem publicada nas redes sociais do advogado.

A parlamentar foi detida na capital italiana após colaboração das autoridades locais com o deputado italiano Angelo Bonelli, que comunicou à polícia o paradeiro da brasileira. A prisão ocorreu em meio ao processo de execução da pena determinada pelo STF no Brasil, do qual Zambelli diz discordar completamente.

No vídeo, a aliada de Jair Bolsonaro reitera que não retornará ao Brasil para cumprir qualquer sentença. “Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático. Estou segura que, analisando todos os processos de cabo a rabo, eles vão perceber que eu sou inocente”, declarou.

Zambelli também afirmou não se considerar foragida. “Não estou aqui fugindo, estou aqui resistindo”, disse, reforçando sua narrativa de perseguição política. Condenada pelo STF, a deputada buscava permanecer na Europa para evitar o cumprimento da sentença em território brasileiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1