segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Deu no New York Times: o Brasil desafiou Trump – e venceu

Maior jornal dos Estados Unidos reconhece a vitória do presidente Lula na guerra tarifária e na resistência às pressões após a prisão de Jair Bolsonaro

     Lula e Trump (Foto: Ricardo Stuckert)

A prisão de Jair Bolsonaro marcou um ponto de virada na relação entre Brasília e Washington. O episódio escancarou a limitação da influência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tentou, sem sucesso, intervir no processo judicial do ex-mandatário brasileiro. A análise, publicada nesta segunda-feira (24) pelo jornal estadunidense The New York Times, avalia que o Brasil conseguiu “enfrentar Donald Trump e vencer” ao não ceder às pressões do presidente dos Estados Unidos sobre a prisão de Jair Bolsonaro (PL).

No texto, o jornalista Jack Nicas, ex-correspondente do veículo no país, destaca como Trump utilizou tarifas comerciais e sanções diplomáticas para tentar impedir o avanço das acusações contra Bolsonaro. A ofensiva, porém, não alterou o rumo das instituições brasileiras, que seguiram adiante até a condenação e detenção do ex-mandatário brasieliro.

A reação de Trump no sábado (22), ao ser informado da prisão de Bolsonaro, resumiu o desgaste de sua atuação. “Que pena”, disse. Questionado se teria sido avisado previamente, respondeu: “Não. Acho uma pena”. A frieza contrastou com o tom agressivo adotado meses antes, quando enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exigindo a retirada das acusações de tentativa de golpe atribuídas a Bolsonaro. Naquele momento, Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sancionou o ministro Alexandre de Moraes, numa escalada diplomática sem precedentes.

● Mudança de cenário

A anaálise destaca que, cinco meses depois, o cenário mudou completamente. Bolsonaro, de 70 anos, foi condenado a uma pena de 27 anos etrês meses de prisão, e Trump retirou parte das tarifas aplicadas ao Brasil após uma reunião cordial com Lula. Analistas citados pela reportagem observam que a pressão da Casa Branca pode ter tido efeito inverso, endurecendo a posição das autoridades brasileiras e ampliando a punição ao ex-mandatário.

A ofensiva comercial de Washington também provocou impactos internos nos Estados Unidos, elevando o preço de itens como carne bovina e café em um momento de forte cobrança por redução do custo de vida. Enquanto isso, Lula emergiu politicamente fortalecido, tendo enfrentado e superado o confronto diplomático com a principal potência global.

Outro desdobramento citado pelo jornal envolve Eduardo Bolsonaro, que agora enfrenta acusações criminais por tentar influenciar a Casa Branca em defesa do pai. Segundo especialistas, o episódio ampliou a percepção de interferência externa e acirrou a resposta das instituições brasileiras.

● Prisão de Bolsonaro

Bolsonaro foi preso após autoridades detectarem que ele havia violado a tornozeleira eletrônica instalada durante o regime de prisão domiciliar. À polícia, afirmou ter tentado queimar o equipamento com um ferro de solda e, mais tarde, responsabilizou medicamentos que estaria tomando por supostas alucinações. Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e responsável pelo caso, determinou a prisão ao considerá-lo risco de fuga, destacando sua proximidade com a embaixada dos Estados Unidos — local onde poderia solicitar asilo. Reportagem do NYT revelou ainda que, no ano anterior, Bolsonaro chegou a dormir na Embaixada da Hungria em Brasília com o mesmo objetivo.

Apesar das ameaças iniciais de retaliação, a Casa Branca não avançou contra o Brasil após a condenação. Ao contrário: Trump aproximou-se politicamente de Lula. No discurso que fez na ONU, em setembro, ele improvisou elogios ao encontro que teve com o presidente brasileiro, afirmando que ambos tiveram “grande química”.

● Encontro entre Lula e Trump

Já em outubro, antes de nova reunião bilateral, Trump foi questionado sobre Bolsonaro. “Eu sempre achei que ele era direto, mas…”, respondeu, interrompendo a frase. “Ele passou por muita coisa.” Após o encontro, centrou seus elogios apenas em Lula: “Ele é um cara muito vigoroso. Fiquei muito impressionado”, afirmou, desejando-lhe feliz aniversário pelos 80 anos completados naquele dia.

● País soberano

Em seguida, Trump assinou a ordem executiva que retirou as tarifas mais pesadas sobre carne e café brasileiros, justificando a decisão pelo “progresso nas negociações” com o governo Lula. O gesto abriu espaço para novas tratativas, inclusive sobre acesso a reservas estratégicas de minerais críticos, algo que Washington tem buscado em países latino-americanos.

Apesar da distensão diplomática, os Estados Unidos mantiveram as sanções contra Alexandre de Moraes. A postura do ministro — que ordenou o bloqueio de contas em redes sociais de aliados de Bolsonaro e conduziu parte das investigações — é alvo de debates sobre os limites de sua atuação.Ao ser questionado, no domingo, sobre os comentários de Trump a respeito da prisão, Lula respondeu de forma contundente: “Trump precisa entender que somos um país soberano”.

Fonte: Brasil 247

Gás do Povo: Governo inicia recarga gratuita de botijão para 1 milhão de famílias nesta segunda

Primeira etapa do programa já atende famílias em dez capitais e deve alcançar 15 milhões de lares até março de 2026

Ministro Alexandre Silveira participa da entrega de botijões do programa Gás do Povo (Foto: Ricardo Botelho/MME)

O Governo do Brasil iniciou nesta segunda-feira (24) a primeira fase do programa Gás do Povo, destinado a ampliar o acesso ao gás de cozinha entre famílias de baixa renda. A informação foi publicada originalmente pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal.

De acordo com os dados divulgados, cerca de 1 milhão de famílias começam a receber a recarga gratuita do botijão de 13 kg em dez capitais brasileiras. A iniciativa, lançada em setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê atingir mais de 15 milhões de lares até março de 2026.

☉ Primeira etapa beneficia capitais em todo o país

Na fase inicial, o programa contempla 997,5 mil famílias em Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Belém (PA), Recife (PE), Teresina (PI), Natal (RN), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). As primeiras entregas ocorreram na capital mineira, onde 52.191 famílias serão atendidas nesta etapa.

☉ Declarações do ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acompanhou as primeiras entregas e destacou o impacto social da iniciativa. Segundo ele, “é o maior programa de combate à pobreza energética do mundo. O Gás do Povo é alívio nas contas de cada família, uma economia que ajuda a melhorar a alimentação e a qualidade de vida. Ele também protege a saúde de mulheres e crianças em lares que ainda usam lenha, álcool e querosene para cozinhar. É uma maneira de evitar doenças pulmonares e acidentes com queimaduras”.

O ministro também ressaltou o conjunto de políticas públicas retomadas pelo governo federal, afirmando: “É um trabalho incansável do governo. Os programas sociais voltaram a ser implementados, como o Farmácia Popular, o Minha Casa, Minha Vida, o Mais Especialistas e o Brasil Sorridente. Precisamos fazer um país mais justo, mais solidário, mais fraterno, mais inclusivo, e esses programas são essenciais para melhorar a vida das pessoas que mais precisam”.

☉ Quem tem direito ao benefício

O Gás do Povo atende famílias inscritas no CadÚnico com renda mensal per capita de até meio salário mínimo. Cada núcleo terá direito a quatro a seis botijões por ano, conforme o número de moradores. O benefício substitui o Auxílio-Gás, cuja transição será concluída em 2026.

☉ Como funciona a recarga

A retirada do botijão será realizada diretamente nas revendas cadastradas, sem custo para o beneficiário. Para ter acesso, será necessário apresentar o cartão do Bolsa Família, o cartão do próprio programa ou o CPF. Após a validação dos dados, o beneficiário receberá um código no celular para concluir o procedimento.

☉ Expansão das revendas participantes

Belo Horizonte lidera a adesão entre as capitais, com 81 revendas cadastradas — número equivalente a 32% do total da cidade. Com essa rede, 69 bairros já estão cobertos. O governo destaca ainda que 62% das famílias contempladas estão a menos de 1 quilômetro da revenda mais próxima e 32% entre 1 e 2 quilômetros. Em âmbito nacional, mais de 5 mil revendas já integram o programa, alcançando quase 10% de adesão do setor e ampliando o alcance territorial da iniciativa.

Fonte: Brasil 247

Focus mostra queda na projeção para Selic em 2026 a 12%

Boletim também prevê inflação mais baixa

    Sede do Banco Central em Brasília-DF - 29/10/2019 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

(Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central reduziram ainda mais a projeção para a inflação neste ano e passaram a ver a taxa básica de juros mais baixa ao final de 2026, mostrou a pesquisa Focus nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para a Selic ao final do próximo ano passou agora a 12,0%, de 12,25% antes. Para este ano a estimativa segue de manutenção em 15% na última reunião, em 9 e 10 de dezembro.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a expectativa para a alta do IPCA em 2025 caiu em 0,01 ponto percentual, a 4,45%, indo um pouco mais abaixo do teto da meta. Para 2026 a conta caiu em 0,02 ponto, a 4,18%, mas para os dois anos seguintes as projeções foram mantidas em respectivamente 3,80% e 3,50%.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento este ano e no próximo permaneceram em 2,16% e 1,78%, respectivamente.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Por unanimidade, STF mantém prisão preventiva de Bolsonaro

Primeira Turma rejeita reversão da medida após tentativa de violação de tornozeleira eletrônica

Brasília (DF) - 22/11/2025 - Manifestação em frente à sede da Polícia Federal após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou unanimidade para manter a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), que está detido desde sábado (22) em uma sala da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Segundo o g1, o julgamento virtual foi provocado após a conversão da prisão domiciliar em preventiva pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. A decisão, tomada no sábado, ocorreu depois de Bolsonaro tentar violar a tornozeleira eletrônica, poucas horas após a convocação de uma vigília religiosa feita por seu filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente à residência onde ele cumpria as medidas cautelares.

⊛ Votos dos ministros

Em sua manifestação, Moraes ressaltou que, “durante a audiência de custódia, Bolsonaro novamente confessou que ‘inutilizou a tornozeleira eletrônica com cometimento de falta grave, ostensivo descumprimento da medida cautelar e patente desrespeito à Justiça’”. Para o ministro, os novos fatos justificam a adoção da prisão preventiva diante do risco à ordem pública e da possibilidade de fuga.

O ministro Flávio Dino acompanhou o entendimento. Ele destacou que “a experiência recente demonstra que grupos mobilizados em torno do condenado, frequentemente atuando de forma descontrolada, podem repetir condutas similares às ocorridas em 8 de janeiro”, quando apoiadores do ex-presidente depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Dino afirmou ainda que “não se descarta, inclusive, a hipótese de tentativa de ingresso na própria residência do condenado”, o que poderia gerar confrontos e aumentar o risco de desordem.

Cristiano Zanin e Cármen Lúcia também votaram pela manutenção da prisão, ambos acompanhando integralmente o relator, sem votos adicionais.

⊛ Motivos da prisão preventiva

Bolsonaro foi detido na manhã de sábado (22) após a Polícia Federal apontar novos elementos que indicavam risco concreto de fuga e ameaça à ordem pública. A medida ocorre às vésperas do início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses pela trama golpista de 2023, na qual Bolsonaro foi considerado líder da organização criminosa responsável pelos atos.

A decisão de Moraes levou em conta dois fatores principais: a tentativa de romper a tornozeleira eletrônica, registrada em vídeo, e a convocação de apoiadores para vigília em frente à casa onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.

⊛ Tornozeleira violada e alegações de saúde

Em vídeo divulgado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro admite ter usado um ferro de solda para tentar alterar o equipamento. À juíza da audiência de custódia neste domingo (23), ele alegou ter vivido um “surto” provocado pela interação de medicamentos. Segundo seu relato, “teve uma certa paranoia” devido ao uso de pregabalina e sertralina, fármacos indicados para ansiedade e depressão.

O ex-presidente afirmou também que “o sono é picado”, que não dorme bem e que começou a tomar um dos remédios “cerca de quatro dias antes dos fatos que levaram à prisão”. Ele declarou ter mexido na tornozeleira por volta da meia-noite, motivado por curiosidade e por ter treinamento para operar ferramentas do tipo, mas disse que “caiu na razão” e interrompeu a ação, avisando os agentes.

A defesa apresentou laudo médico e sustentou que o vídeo mostra Bolsonaro com fala arrastada e confusa, reforçando que não houve intenção de fuga, mas sim descontrole causado por medicação. Os advogados pediram a manutenção da prisão domiciliar por razões humanitárias, afirmando que o episódio revela um quadro de saúde frágil.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Arrecadação federal cresce 0,92% em outubro e bate recorde, diz Receita Federal

Impulso foi gerado pelo IOF

      Moedas de real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

(Reuters) - A arrecadação federal teve alta real de 0,92% em outubro sobre o mesmo mês do ano anterior, somando R$261,908 bilhões, e atingiu o maior patamar para outubro da série iniciada em 1995 com ajuda do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), elevado pelo governo neste ano, informou a Receita Federal nesta segunda-feira.

Os recursos administrados pela Receita, que englobam a coleta de impostos de competência da União, cresceram 4,74% em outubro em termos reais frente a um ano antes, a R$246,951 bilhões. A receita administrada por outros órgãos, que tem peso grande de royalties de petróleo, caiu 37,02%, a R$14,957 bilhões.

No recorte por tributos, os dados da Receita mostram que o maior avanço percentual do mês passado foi registrado na arrecadação de IOF, com uma alta real de 38,8% para R$8,138 bilhões.

Também foram registrados ganhos em Imposto de Renda de empresas e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), com elevação de 5,54%, e Imposto de Renda incidente sobre rendimentos de capital, alta de 28,01%.

O fisco apontou ainda uma contribuição da tributação sobre jogos de azar e apostas, com uma arrecadação que saltou de R$11 milhões em outubro de 2024 para R$1,093 bilhão em outubro deste ano.

No acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação federal foi de R$2,367 trilhões, ficando 3,20% acima do registrado nos primeiros dez meses de 2024. O valor também é recorde para o período.

Os dados da Receita indicam uma desaceleração dos ganhos da arrecadação nos últimos meses. Após atingir em julho um pico de 4,41% de alta acumulada no ano, o desempenho arrefeceu, indo a 3,73% em agosto, 3,49% em setembro e 3,20% em outubro.

Autoridades do governo têm demonstrado preocupação com efeitos do nível restritivo da taxa Selic, que vem sendo mantida em 15% ao ano pelo Banco Central para controlar a inflação, com efeitos sobre a atividade econômica e, consequentemente, sobre a arrecadação.

Fonte: Brasil 247

1ª Turma do STF forma maioria para manter Bolsonaro na prisão


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, após receber visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – Gabriela Bilo/Folhapress

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira (24) para manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes que converteu a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão preventiva. Os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o relator, e falta apenas o voto da ministra Cármen Lúcia, que pode ser registrado até as 20h no plenário virtual. A expectativa interna é de unanimidade.

Bolsonaro está detido desde sábado (22) em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, após tentar violar a tornozeleira eletrônica.

O episódio motivou o novo decreto de prisão, considerado essencial por Moraes para garantir a ordem pública e evitar risco de fuga diante da iminente execução da pena de 27 anos e três meses imposta no processo da trama golpista.

A análise da situação ocorre em sessão extraordinária no plenário virtual da Primeira Turma, onde os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico sem necessidade de reunião presencial. Segundo o relator, Bolsonaro voltou a admitir a violação do equipamento durante a audiência de custódia realizada no domingo (23), evidência que classificou como “falta grave, ostensivo descumprimento da medida cautelar e patente desrespeito à Justiça”.

O ex-presidente alegou ter agido sob efeito de um “surto” causado pela interação de remédios psiquiátricos, afirmando ter tido “certa paranoia” ao manipular o equipamento com um ferro de solda.

Segundo afirmou na audiência, sofre com sono “picado”, não dorme direito e começou a usar um dos remédios “cerca de quatro dias antes dos fatos que levaram à sua prisão”. A defesa reforçou que não houve tentativa de fuga e pediu o retorno à prisão domiciliar humanitária, anexando laudos médicos.

       Tornozeleira danificada por Jair Bolsonaro

No entanto, o vídeo gravado por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do DF mostra Bolsonaro admitindo que manipulou a tornozeleira: “usei uma solda”, “comecei a mexer no fim da tarde”, e que teria parado apenas quando “caiu na razão”. O equipamento apresentava sinais claros de queimadura, exigindo a troca emergencial após o alarme disparar às 0h07 de sábado.
Moraes também destacou que a convocação de uma vigília religiosa senador Flávio Bolsonaro (PL) na porta do condomínio do pai poderia servir para “obstruir a fiscalização da prisão domiciliar”, criando confusão e dificultando eventual ação da PF.

O ministro considerou esse ponto central para identificar risco de fuga, diante da proximidade do fim dos recursos no processo da trama golpista.

Bolsonaro reafirmou à juíza responsável pela audiência que não tinha intenção de fugir e que “não se lembra de ter um surto dessa natureza em outra ocasião”. Relatou ainda ter formação técnica para operar equipamentos que usam solda, razão pela qual mexeu na tornozeleira.

Fonte: DCM

Banco Master: técnicos do BC relatam pressão política sem precedentes

“Bancada do Master” incluía Ciro Nogueira e lobby a favor do banco de Daniel Vorcaro movimentava Brasília

      Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master (Foto: Divulgação)

A investigação que resultou na prisão do CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro, revelou um nível de pressão política jamais visto por servidores do Banco Central (BC). Reportagem de Malu Gaspar, do jornal O Globo, detalhou relatos de técnicos ao Ministério Público e à Polícia Federal sobre a tentativa de salvar a instituição financeira em meio à Operação Compliance Zero. Segundo esses profissionais, nada se compara ao lobby em favor do Master — desde a tentativa de aprovar a venda ao BRB até manobras para adiar a intervenção do BC.

Após o início das diligências da PF, o Banco Central determinou a liquidação extrajudicial do Master, medida que resultará no maior resgate já realizado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Investigadores afirmam que o decreto estava pronto antes da operação policial, mas só foi oficializado depois para blindar a autoridade monetária contra pressões externas.

Meses antes, as irregularidades detectadas na proposta de compra do Master pelo BRB já tinham provocado um profundo racha entre diretores da autarquia. Parte da equipe sustentava que créditos bilionários adquiridos pelo Banco de Brasília não tinham lastro suficiente, o que levou à elaboração de uma minuta de intervenção que nunca saiu do papel. A iniciativa foi conduzida por Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro, com apoio de Gilneu Vivan, da área de Regulação, mas enfrentou resistência do diretor de Fiscalização, Aílton Aquino.

Enquanto isso, no Congresso, também havia movimentação intensa. Após o anúncio da compra do Master pelo BRB, senadores articularam uma CPI Mista para investigar o negócio. O requerimento, apresentado por Izalci Lucas (PL-DF), chegou a reunir as assinaturas necessárias, mas o parlamentar recuou abruptamente. Ele justificou a retirada afirmando: “quero aqui agradecer aos parlamentares, porque grande parte deles talvez tenha assinado também, em função da credibilidade e do conhecimento que temos da matéria. Tenho aqui já alguns relatórios, tanto do BRB como do Banco Master, e quero tranquilizar [os colegas]”.

Nos bastidores, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado próximo de Vorcaro, foi apontado como o principal articulador contra a CPI, apesar de negar participação. Ele é visto como líder da chamada “bancada do Master”, que incluiria parlamentares alinhados aos interesses da instituição. O PP deve selar ainda este ano uma federação com o União Brasil, partido que incentivou aportes públicos em letras financeiras do banco e que é presidido por Antonio Rueda, outro aliado do executivo.

A pressão política não se limitou ao episódio da CPI. Em 2024, Ciro Nogueira apoiou, no Senado, a inclusão de um dispositivo na PEC da autonomia financeira do Banco Central para elevar de R$ 250 mil para R$ 1 milhão a cobertura do FGC — proposta apelidada de “emenda Master” por favorecer diretamente títulos como CDBs, carro-chefe do banco. A sugestão foi rejeitada pelo relator, senador Plínio Valério (PSDB-AM).

Outro episódio reforça o clima de tensão: dois gerentes da Caixa Econômica Federal foram afastados após se oporem à compra de R$ 500 milhões em letras financeiras do Master, classificadas pela área técnica da Caixa Asset como operações “atípicas” e “arriscadas” devido ao montante elevado e ao rating da instituição. Diante da repercussão, a aquisição foi abortada.

Paralelamente a esse cenário, a defesa de Daniel Vorcaro prepara um novo pedido de habeas corpus, agora ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O executivo teve a primeira solicitação de liberdade negada pela desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Na decisão, a magistrada afirmou que a interrupção das práticas criminosas era imprescindível e que soltar Vorcaro, diante das evidências de fraude sistêmica e de obstrução à fiscalização, representaria “risco concreto”.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Dino acompanha Moraes, cita “organização criminosa” e vota para manter Bolsonaro preso


        Flávio Dino, ministro do STF. Foto: reprodução

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhou o relator Alexandre de Moraes e votou, nesta segunda-feira (24), pela manutenção da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-mandatário está detido desde sábado (22), após violar a tornozeleira eletrônica enquanto cumpria prisão domiciliar.

Para Dino, o episódio confirma o risco à ordem pública e reforça o modus operandi da “organização criminosa chefiada pelo condenado”.

Ao seguir Moraes, Dino citou casos ligados ao entorno bolsonarista, como a fuga dos deputados Alexandre Ramagem e Carla Zambelli para o exterior durante as investigações da trama golpista. Para ele, esses movimentos demonstram “a ambiência vulneradora da ordem pública em que atua a organização criminosa chefiada pelo condenado [Bolsonaro]”.

O ministro foi além: “As fugas citadas mostram profunda deslealdade com as instituições pátrias, compondo um deplorável ecossistema criminoso”.

O julgamento ocorre em sessão extraordinária da Primeira Turma do STF, realizada no plenário virtual ao longo de 12 horas. Também participam os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

A expectativa entre integrantes da Corte é de decisão unânime pela continuidade da prisão preventiva, mantendo Bolsonaro sob custódia da Polícia Federal até o fim dos recursos na ação penal da trama golpista.

No voto apresentado, Moraes destacou que o próprio Bolsonaro voltou a admitir, na audiência de custódia realizada no domingo (23), que utilizou um ferro quente para danificar o equipamento de monitoramento eletrônico.

Para o relator, trata-se de “falta grave, ostensivo descumprimento da medida cautelar e patente desrespeito à Justiça”. Ele reforçou que “não há dúvidas, portanto, sobre a necessidade da conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva”.

Durante a audiência, Bolsonaro alegou que o ato teria sido motivado por um surto provocado por medicamentos psiquiátricos. A defesa sustentou que, mesmo danificando o equipamento, ele “não pretendia fugir” e pediu a volta da prisão domiciliar humanitária. Porém, para Moraes, os novos fatos apenas ampliam a necessidade da medida cautelar.

A manutenção da prisão preventiva ganha ainda mais relevância porque o processo da tentativa de golpe está na fase final. Condenado a 27 anos e 3 meses, Bolsonaro teve seus primeiros embargos rejeitados, e o prazo para apresentar os chamados “embargos dos embargos” termina nesta segunda-feira (24). Com isso, o relator pode declarar o trânsito em julgado já a partir de terça (25), transformando a prisão preventiva em definitiva e iniciando o cumprimento da pena em regime fechado.

Há juristas que defendem aguardar o prazo dos embargos infringentes, que se encerram na sexta-feira (28). Contudo, o instrumento exige dois votos divergentes, e Bolsonaro obteve apenas um — o que não impede a defesa de tentar, com base no regimento interno do STF.

Além do ex-presidente, o general Walter Braga Netto também está preso preventivamente e deve ter sua situação convertida para prisão definitiva assim que o processo transitar em julgado.

Outros réus ligados ao núcleo golpista seguem em diferentes estágios: Alexandre Ramagem permanece na Flórida; Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira aguardam decisões; e Mauro Cid já cumpre pena por não ter recorrido.

Fonte: DCM

Entre negação e ameaça de greve: como grupos de direita reagiram à prisão de Bolsonaro


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Foto: Gabriela Bilo/Folhapress

A negação, a fé e a convocação de atos passaram a dominar os grupos bolsonaristas após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL). A reação captada entre 21 e 23 de novembro pela Palver — a partir de mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp e Telegram — mostra como as narrativas se reorganizaram diante da tentativa de violar a tornozeleira eletrônica e da decisão do ministro Alexandre de Moraes. Com informações da Folha de S.Paulo.

Entre os usuários que emitiram opinião, 63% se posicionaram contra a prisão preventiva e 37% a favor. A primeira reação foi negar qualquer tentativa de violação da tornozeleira, atribuindo o episódio a um suposto mau funcionamento.

Mesmo após o vídeo da Polícia Federal — em que o próprio ex-presidente admite o uso de um ferro de solda — a linha adotada passou a ser a de questionar a veracidade das imagens, colocando em dúvida a voz, a perna filmada ou até a ausência de queimadura. Mais de 38% dos usuários que comentaram o tema negaram a tentativa de violação.


⊛ Religião como eixo central da mobilização

O uso da religião foi um dos fenômenos mais relevantes ao longo do período. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que “oração virou crime”, e essa abordagem se espalhou rapidamente pelos grupos.

A estratégia consiste em transformar Moraes em inimigo da fé, deslocando o debate para um campo emocional, pouco afetado pela discussão jurídica.

O senador também tornou-se o principal articulador do núcleo político da família Bolsonaro nas redes, e as menções ao seu nome aumentaram quase 20 vezes. No X, pediu que apoiadores não se dirigissem à sede da PF em Brasília. Ainda assim, mensagens sobre caravanas, paralisações e greve geral triplicaram no período analisado.


⊛ Expectativa em relação aos Estados Unidos

Mensagens sobre os Estados Unidos representaram entre 5% e 7% de todo o volume analisado. A nota da embaixada americana criticando Moraes circulou amplamente, acompanhada de comentários que sugeriam “vergonha internacional” ao STF.

Postagens de aliados do presidente Donald Trump, como Jason Miller e Martin de Luca, alimentaram expectativas de intervenção ou pressão estrangeira sobre o caso.

⊛ Críticas ao bolsonarismo

Entre os 62% que consideram que Bolsonaro tentou violar a tornozeleira, o vídeo da PF foi tratado como prova definitiva. Esses usuários criticaram o “vitimismo” e a “manipulação narrativa” da direita e apontaram o episódio como um “tiro no pé”, que expõe a fragilidade do discurso de perseguição e o desgaste do capital político do ex-presidente.

Os dados indicam que o bolsonarismo continua atuando com grande capacidade de reorganizar narrativas favoráveis, mesmo diante de evidências contrárias — inclusive quando Bolsonaro admite a tentativa de violação. Essa dinâmica reforça a dependência do grupo em torno do ex-presidente e a manutenção da polarização política que deve marcar as eleições do próximo ano.

Fonte: DCM

Moraes autoriza filhos de Bolsonaro a visitarem o pai na PF em Brasília


                       Jair Bolsonaro e os filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Jair Renan

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou que os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro realizem visitas ao pai na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A medida ocorre após a ida de Michelle Bolsonaro à unidade neste fim de semana, primeiro contato familiar desde a prisão preventiva decretada no sábado.

Segundo a decisão, Carlos e Flávio Bolsonaro poderão visitar o pai na próxima terça-feira, 25 de novembro, entre 9h e 11h. Cada um terá direito a um encontro separado, limitado a 30 minutos. Moraes ressaltou que as regras de segurança da superintendência determinam que visitas ocorram apenas nas terças e quintas-feiras, dentro desse horário.

Jair Renan, o filho mais novo, foi autorizado a visitar o pai na quinta-feira, 27 de novembro, também com encontros individuais e duração máxima de 30 minutos. A portaria interna da PF permite apenas dois familiares por dia e determina que as visitas sejam feitas separadamente, sem que os parentes entrem juntos na sala onde o preso está custodiado.

Bolsonaro está detido desde sábado após a PF apontar tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, episódio que levou Moraes a concluir haver risco de fuga. Na audiência de custódia, o ex-presidente alegou ter passado por alucinações e desorientação provocadas por medicamentos, afirmação que segue sendo analisada no âmbito judicial.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, após receber visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – Gabriela Bilo/Folhapress

A prisão desencadeou uma série de reações políticas e públicas. Michelle Bolsonaro foi a primeira a visitá-lo na superintendência, e a presença da ex-primeira-dama gerou movimentação de apoiadores e jornalistas na porta da PF. O cenário deve se repetir no início da semana, com a chegada dos filhos.

A decisão de Moraes faz referência expressa às normas internas da superintendência, reforçando que o controle rígido das visitas se aplica a todos os custodiados, independentemente do cargo que tenham ocupado. As medidas, segundo o ministro, buscam assegurar segurança operacional e evitar possíveis interferências externas.

O caso segue no centro do debate político. A prisão preventiva do ex-presidente provocou mobilizações, comentários de aliados e repercussão em toda a imprensa. Os próximos passos judiciais dependem da análise do STF e da atuação da PF sobre a perícia da tornozeleira e os depoimentos colhidos nos últimos dias.

Fonte: DCM

Moraes dá o 1° voto para manter Bolsonaro preso após tentativa de fuga


             Jair Bolsonaro sendo julgado por Alexandre de Moraes. Foto: Antonio Augusto/STF

Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votaram nesta segunda-feira (24) para manter a decisão que decretou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No voto apresentado no plenário virtual da Primeira Turma, Moraes voltou a destacar que o ex-presidente admitiu ter violado a tornozeleira eletrônica, classificando a ação como “falta grave, ostensivo descumprimento da medida cautelar e patente desrespeito à Justiça”.

Segundo o ministro, a confissão reforça a necessidade de mantê-lo sob prisão preventiva. “Não há dúvidas, portanto, sobre a necessidade da conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva, em virtude da necessidade da garantia da ordem pública, para assegurar a aplicação da lei penal e do desrespeito às medidas cautelares anteriormente aplicadas”, escreveu.

Já Dino argumentou que “a ambiência vulneradora da ordem pública em que atua a organização criminosa chefiada pelo condenado [Bolsonaro]” é o bastante para mantê-lo em preso.

Os ministros terão das 8h às 20h para votar em sessão virtual extraordinária e definir se Bolsonaro deve ou não continuar preso.

Além de Moraes e Dino, participam do julgamento os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A expectativa entre ministros e assessores é de que a Primeira Turma mantenha a decisão por unanimidade. O ministro Luiz Fux não vota porque passou recentemente para a Segunda Turma.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, após receber visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – Gabriela Bilo/Folhapress

Bolsonaro está detido desde sábado (22) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, após Moraes considerar haver risco de fuga.

Entre os elementos citados pelo ministro estão a tentativa de romper a tornozeleira eletrônica, admitida por Bolsonaro à Secretaria de Administração Penitenciária do DF — e a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na porta do condomínio da família.

Na audiência de custódia realizada no domingo (23), Bolsonaro afirmou que a violação do equipamento teria sido provocada por “paranoia” e “alucinação”, supostamente causadas por medicação.

A defesa sustentou que, embora o aparelho tenha sido danificado, ele não foi retirado, e insistiu que não houve tentativa de fuga. Os advogados novamente pediram prisão domiciliar humanitária, apresentando laudos médicos que indicariam “confusão mental” na primeira noite na PF.

A decisão da Primeira Turma não interfere no cronograma da chamada ação da trama golpista, que segue em fase final. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, teve seus primeiros embargos rejeitados e o prazo para apresentar os “embargos dos embargos” se encerra nesta segunda-feira.

Com base em precedentes da Corte, Moraes pode considerar o recurso protelatório e declarar o trânsito em julgado já na terça-feira (25). Nesse caso, a prisão preventiva se tornaria prisão definitiva.

Setores jurídicos defendem que o STF aguarde até sexta-feira (28), prazo final para os embargos infringentes. A ferramenta, porém, exige dois votos divergentes, e Bolsonaro teve apenas um, mas isso não impede a defesa de tentar registrar o recurso, amparada pelo regimento interno do Supremo.

Além de Bolsonaro, o general Braga Netto também está preso preventivamente e terá a situação definida após o trânsito em julgado.

Outros réus do mesmo núcleo seguem em condições distintas: Alexandre Ramagem permanece na Flórida; Anderson Torres, Almir Garnier, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira aguardam julgamento; Mauro Cid não recorreu e já cumpre pena.

Fonte: DCM