sábado, 26 de julho de 2025

Falha entre a Justiça e PF abriu caminho para a fuga de Zambelli e Marcos do Val; entenda

 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na Flórida (EUA), de onde anunciou sua fuga do Brasil. Foto: Reprodução

A falha no sistema que deveria impedir investigados de deixarem o Brasil ficou evidente com os casos da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Ambos conseguiram sair do país mesmo com medidas judiciais que limitavam ou impediam viagens internacionais. Com informações do blog do Octavio Guedes, do G1.

O problema não está apenas nas decisões judiciais, mas na falta de comunicação entre o Judiciário e a Polícia Federal (PF).

Desde 2005, a portaria nº 117 da Corregedoria-Geral da Justiça Federal, assinada pelo ministro Luis Felipe Salomão, determina que juízes comuniquem diretamente à PF qualquer ordem de impedimento de saída do país.

Isso significa que não basta reter passaportes — é necessário registrar o nome do investigado no sistema da PF, que é o que efetivamente impede a saída em aeroportos e fronteiras, mesmo em caso de uso de outros documentos válidos, como RG ou passaporte estrangeiro.

No caso de Zambelli, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica, ela conseguiu deixar o Brasil após ter o passaporte devolvido em 2023.

Já Marcos do Val deixou o país utilizando o passaporte diplomático, mesmo havendo uma ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes que o impedia de sair do Brasil. Nenhum dos dois constava como impedido no sistema da PF, o que tornou as restrições ineficazes.

A regra é clara: sem registro eletrônico, a ordem judicial não é reconhecida pelas barreiras migratórias — nem nos guichês, nem nas máquinas de reconhecimento facial. Enquanto essa falha persistir, cresce a sensação de impunidade e de que o sistema judicial pode ser facilmente driblado.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) no Universal Orlando Resort, na Flórida. Foto: Reprodução
Fonte: DCM com informações do G1

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