terça-feira, 16 de setembro de 2025

Lula deve terminar mandato com menor inflação desde o Plano Real, diz Haddad

Ministro da Fazenda afirma que Brasil pode encerrar governo Lula com crescimento próximo de 3%

    Fernando Haddad e Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (16) que o Brasil está prestes a iniciar um ciclo sustentável de redução da taxa básica de juros. Segundo o ministro, a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá encerrar o mandato com a menor inflação registrada em um governo desde a criação do Plano Real, em 1994. As informações são do jornal O Globo.

Em evento voltado ao mercado financeiro, Haddad afirmou que a consolidação do arcabouço fiscal, a Reforma Tributária e a melhora das expectativas em relação à inflação têm criado condições favoráveis para a queda gradual do custo do crédito. “Penso que vamos entrar numa trajetória de queda de juros com sustentabilidade. Acredito que vamos terminar o mandato com a menor inflação de um mandato desde o Plano Real. Um crescimento médio próximo de 3%”, declarou.

◎ Fatores que sustentam a projeção

O ministro destacou que o câmbio, com o dólar estabilizado em torno de R$ 5,30, contribui para ancorar as expectativas de inflação. “O impacto é notável no Brasil. Penso que estamos reancorando as expectativas de inflação e acredito que podemos abrir um ciclo de queda de juros nos próximos meses”, afirmou.

Haddad também demonstrou otimismo em relação à atração de investimentos privados. “O apetite para investir no Brasil vai crescer e vai se manifestar com muito vigor a partir do início do ciclo de cortes de juros. Nós conseguimos olhar para um horizonte próximo com muito otimismo”, disse.

◎ Decisão do Copom mantém clima de cautela

Apesar do discurso positivo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a taxa Selic em 15% ao ano na reunião marcada para amanhã. Caso a expectativa do mercado se confirme, será a terceira decisão consecutiva sem alterações, após um período de forte alta que elevou os juros em 4,5 pontos percentuais em apenas nove meses.

Em sua última ata, o BC havia indicado que a prioridade é avaliar se o nível atual de aperto monetário é suficiente para trazer a inflação de volta à meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto. A autoridade monetária reforçou, ainda, que poderia elevar a taxa novamente caso os preços mostrem resistência.

◎ Cenário econômico nacional e internacional

No Brasil, os últimos indicadores apontam desaceleração da inflação, embora os preços dos serviços ainda resistam à queda. O mercado de trabalho segue aquecido, sustentando o consumo das famílias.

No cenário externo, a ofensiva comercial do governo dos Estados Unidos e as incertezas em torno do início dos cortes de juros pelo Federal Reserve aumentam a necessidade de prudência por parte do Banco Central brasileiro. Parte dos analistas acredita que, se a inflação seguir em trajetória de queda e o Fed reduzir os juros em 2026, o Brasil poderá iniciar seu ciclo de cortes já no primeiro trimestre do próximo ano.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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