Presidente venezuelano não acatou a 'ordem' da Casa Branca e segue no poder; governo dos Estados Unidos mira petróleo do país sul-americano
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou forçar uma ruptura imediata na Venezuela ao exigir que Nicolás Maduro deixasse o país em apenas uma semana. A pressão ocorreu durante um telefonema em 21 de novembro, revelado por fontes da agência Reuters e reproduzido pela TASS.
Segundo a Reuters, a conversa durou menos de 15 minutos. Durante a ligação, Trump “disse a Maduro que ele tinha uma semana para deixar a Venezuela, com destino de sua escolha, ao lado de seus familiares”. O ultimato expirou em 28 de novembro — sem qualquer movimento de saída por parte do presidente venezuelano.
No dia seguinte, em 29 de novembro, Trump escreveu na rede Truth Social que havia fechado o espaço aéreo da Venezuela, alegando que todas as “companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas” deveriam considerar o espaço aéreo “totalmente fechado”.
◉ Pressão crescente dos EUA ocorre em meio ao interesse pelo petróleo venezuelano
A ofensiva diplomática e militar de Washington acontece em um contexto no qual os Estados Unidos buscam ampliar o controle sobre o petróleo venezuelano, uma das maiores reservas do mundo. Nas últimas décadas, a política externa norte-americana manteve foco permanente nas riquezas energéticas da Venezuela, e a escalada recente reforça essa disputa estratégica.
A própria tentativa de arrancar Maduro do poder em prazo relâmpago é vista por analistas como parte desse tabuleiro energético. O governo Trump reafirma seu discurso contra o narcotráfico, mas, paralelamente, mobiliza esforços que pressionam diretamente a soberania de um país chave para o mercado global de petróleo.
◉ Trump confirma telefonema, mas recua sobre interpretação de ataque
Em 30 de novembro, Trump confirmou publicamente que conversou com Maduro. Um dia antes, ao declarar o fechamento do espaço aéreo, ele afirmou depois que a medida não deveria ser entendida como um sinal de ataque iminente ao território do país sul-americano.
Washington sustenta que Caracas não combate o narcotráfico de forma adequada. Com base nesse argumento, os Estados Unidos deslocaram grande contingente militar para o Caribe, incluindo um grupo liderado pelo porta-aviões Gerald R. Ford, um submarino nuclear e mais de 16 mil soldados.
◉ Movimentação militar reforça disputa pelo controle de recursos estratégicos
Desde setembro, os Estados Unidos afirmam ter destruído pelo menos 20 embarcações e eliminado mais de 80 pessoas supostamente envolvidas no tráfico a partir da Venezuela.
A mídia norte-americana tem reiterado a possibilidade de operações militares no país, e Trump chegou a dizer, em 27 de novembro, que Washington passaria “muito em breve” a combater o narcotráfico “em terra” dentro da Venezuela — sem detalhar como ou quando.
Esse movimento ocorre em paralelo ao interesse histórico dos EUA pelas reservas de petróleo venezuelano, que seguem no centro das tensões geopolíticas. Para Caracas, a pressão norte-americana tem menos relação com segurança e mais com o controle das riquezas energéticas que moldam o poder global.
Fonte: Brasil 247
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