quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Chefes do Comando Vermelho são levados para presídio federal em Catanduvas

Transferência ocorre após megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio

Transferência de presos do Rio para presídio federal em Catanduvas (Foto: Divulgação/ Seap)

Sete integrantes do Comando Vermelho, suspeitos de ordenar ataques e barricadas em reação à megaoperação policial realizada no dia 28 de outubro nos conjuntos de favelas da Penha e do Alemão, foram transferidos do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. As informações são do jornal O Globo.

A transferência dos presos foi uma medida solicitada pelo governo do Rio após a operação que resultou em 121 mortes, tornando-se uma das mais letais da história do estado. A ação envolveu forças estaduais e federais e teve apoio da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), vinculada ao Ministério da Justiça.

Os detentos foram levados de carro até o Aeroporto Internacional do Galeão, escoltados por agentes federais, e seguiram em avião da Polícia Federal para o Paraná. Entre os transferidos estão Arnaldo da Silva Dias (Naldinho), Carlos Vinicius Lírio da Silva (Cabeça do Sabão), Eliezer Miranda Joaquim (Criam), Fabrício de Melo Jesus (Bicinho), Marco Antônio Pereira Firmino da Silva (My Thor), Alexander de Jesus Carlos (Choque) e Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha).

● Operação sob forte esquema de segurança

De acordo com nota do governo estadual, a remoção dos presos começou às 11h e contou com o trabalho do Serviço de Operações Especiais (SOE), do Grupo de Intervenção Tática (GIT) e da Divisão de Busca e Recaptura (Recap) — todos da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O deslocamento até o Galeão foi feito sob rigoroso esquema de segurança.

Catanduvas é a mesma penitenciária que abriga Fernandinho Beira-Mar, considerado o primeiro detento do sistema penal federal, que “inaugurou” a unidade em 2006. Apesar disso, os novos transferidos não devem ter contato com ele nem entre si.

● Governo do Rio defende medida como ação estratégica

O governador Cláudio Castro afirmou que a transferência é parte do esforço para conter a atuação de organizações criminosas dentro dos presídios.

“A transferência dessas lideranças criminosas reflete o nosso compromisso com o fortalecimento das políticas de segurança pública e com a adoção de medidas concretas para interromper a atuação de organizações criminosas a partir do sistema prisional. É uma ação estratégica para preservar a ordem pública e assegurar a tranquilidade da população fluminense”, disse o governador.

A secretária estadual de Administração Penitenciária, Maria Rosa Nebel, reforçou que a operação integra o conjunto de ações da chamada Operação Contenção.

“A ação foi conduzida de forma técnica e integrada, garantindo o equilíbrio do sistema prisional e a segurança da população fluminense. Essa integração das forças de segurança é fundamental para preservar a estabilidade do sistema e reforçar a presença do Estado”, destacou.

● Perfis dos transferidos

My Thor, um dos mais antigos integrantes do Comando Vermelho, tem mais de 23 anos de prisão e é apontado como ex-chefe do tráfico no Morro Santo Amaro, no Catete.

Naldinho, condenado a mais de 50 anos por tráfico e homicídio, é considerado um dos principais porta-vozes da facção e teria ordenado uma trégua de crimes durante as reuniões do G20 no Rio, em fevereiro de 2024.

Bicinho, acusado de liderar o tráfico em Volta Redonda, cumpre pena de 26 anos por envolvimento em homicídios e tráfico.

Cabeça do Sabão, de Niterói, foi identificado pela polícia como mentor de um plano de fuga aérea em 2021, quando criminosos tentaram sequestrar um helicóptero para libertar presos de Bangu.

Os demais nomes — Criam, Choque e Irmão Metralha — também possuem condenações por crimes ligados ao tráfico e homicídio. Todos foram incluídos no sistema federal conforme a Lei nº 11.671/2008, que prevê a transferência de presos de alta periculosidade.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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