A escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do PL Antifacção se transformou em uma “cilada” para a direita, na visão de parlamentares bolsonaristas, conforme informações do blog do Gustavo Uribe, da CNN Brasil.
O grupo admite que os recuos do ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo acabaram deixando a oposição sem espaço para críticas e com a responsabilidade de defender um texto que, na prática, voltou a ser o projeto original do governo Lula (PT).
Parlamentares próximos a Derrite afirmam que ele só deveria ter aceitado a relatoria se tivesse recebido garantias de apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para promover alterações mais profundas. Sem esse respaldo, o relator recuou em pontos como a limitação da atuação da Polícia Federal e a tentativa de classificar facções criminosas como grupos terroristas.
Com isso, o texto final foi visto como uma vitória política do Planalto e um erro estratégico da bancada bolsonarista, que acabou chancelando uma pauta da esquerda em pleno ano pré-eleitoral.
O recuo de Derrite
O relator havia incluído dispositivos que limitavam o alcance da PF em operações estaduais, o que foi interpretado como uma tentativa de blindar o governo paulista das apurações em curso. Após críticas do Ministério da Justiça e de bancadas governistas, Derrite anunciou mudanças.
A tentativa de Derrite de restringir a atuação da Polícia Federal nos estados ocorre em meio a investigações da corporação sobre corrupção e o envolvimento de policiais civis de São Paulo com o crime organizado. A PF conduz uma série de apurações contra policiais civis paulistas por suspeita de extorsão, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
“O que você chama de recuo, eu chamo de estratégia. Eu atendo ao interesse do povo brasileiro”, disse Derrite ao anunciar o ajuste do texto, ao lado de Hugo Motta (Republicanos-PB). A intenção do presidente da Câmara é colocar o projeto em votação ainda hoje ou, no máximo, na quinta-feira (13).
Fonte: DCM
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