Apenas 57 dos 128 policiais da unidade de elite atuaram com câmeras corporais na ação nos complexos do Alemão e da Penha
Corpos foram levados por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Operação Contenção. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Menos da metade dos integrantes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), unidade de elite da Polícia Civil do Rio de Janeiro, utilizou câmeras corporais durante a chacina realizada há duas semanas nos complexos do Alemão e da Penha. Dos 128 agentes que participaram da ação, apenas 57 estavam equipados com o dispositivo, segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo nesta terça-feira (12).
O dado foi revelado pelo coordenador da Core, delegado Fabrício Oliveira Pereira, em depoimento prestado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) na segunda-feira (11). A transcrição da oitiva foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), junto com outros documentos sobre a atuação do MP-RJ na investigação da chacina.
De acordo com o delegado, a unidade dispõe de 100 câmeras corporais, mas 32 delas estavam indisponíveis por falhas técnicas no dia da operação. “A gente teve 57 policiais com câmeras e 32 a própria empresa disse que, no dia, estavam indisponíveis por um problema deles, da empresa”, afirmou Pereira.
O coordenador relatou ainda que parte dos policiais não conseguiu retirar os equipamentos por dificuldades operacionais. “Os que não estavam utilizando câmeras, eles relataram que encontraram problemas para retirar. A empresa alega que apenas 32 estavam indisponibilizadas, mas a verdade é que houve um problema operacional”, explicou. Segundo ele, “em determinado momento começou a dar problema. O policial tentava e não conseguia. Aí ficou naquilo, vai pro outro, não conseguia”.
Pereira reconheceu que falhas desse tipo já haviam ocorrido “pontualmente”, mas destacou que nunca em escala tão ampla. O delegado também justificou que o contingente empregado na operação foi muito maior do que o habitual, o que teria sobrecarregado a logística de distribuição dos equipamentos.
Durante o depoimento, o coordenador da Core afirmou ainda que não há confirmação de mortes causadas por agentes da unidade. Segundo ele, alguns policiais encontraram quatro corpos, mas não é possível afirmar que as mortes tenham sido provocadas por membros da Core.
Fonte: Brasil 247 com informações divulgadas pelo jornal O Globo
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