quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Menos da metade dos agentes da Core usaram câmeras em chacina no Rio

Apenas 57 dos 128 policiais da unidade de elite atuaram com câmeras corporais na ação nos complexos do Alemão e da Penha

Corpos foram levados por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Operação Contenção. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)


Menos da metade dos integrantes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), unidade de elite da Polícia Civil do Rio de Janeiro, utilizou câmeras corporais durante a chacina realizada há duas semanas nos complexos do Alemão e da Penha. Dos 128 agentes que participaram da ação, apenas 57 estavam equipados com o dispositivo, segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo nesta terça-feira (12).

O dado foi revelado pelo coordenador da Core, delegado Fabrício Oliveira Pereira, em depoimento prestado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) na segunda-feira (11). A transcrição da oitiva foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), junto com outros documentos sobre a atuação do MP-RJ na investigação da chacina.

De acordo com o delegado, a unidade dispõe de 100 câmeras corporais, mas 32 delas estavam indisponíveis por falhas técnicas no dia da operação. “A gente teve 57 policiais com câmeras e 32 a própria empresa disse que, no dia, estavam indisponíveis por um problema deles, da empresa”, afirmou Pereira.

O coordenador relatou ainda que parte dos policiais não conseguiu retirar os equipamentos por dificuldades operacionais. “Os que não estavam utilizando câmeras, eles relataram que encontraram problemas para retirar. A empresa alega que apenas 32 estavam indisponibilizadas, mas a verdade é que houve um problema operacional”, explicou. Segundo ele, “em determinado momento começou a dar problema. O policial tentava e não conseguia. Aí ficou naquilo, vai pro outro, não conseguia”.

Pereira reconheceu que falhas desse tipo já haviam ocorrido “pontualmente”, mas destacou que nunca em escala tão ampla. O delegado também justificou que o contingente empregado na operação foi muito maior do que o habitual, o que teria sobrecarregado a logística de distribuição dos equipamentos.

Durante o depoimento, o coordenador da Core afirmou ainda que não há confirmação de mortes causadas por agentes da unidade. Segundo ele, alguns policiais encontraram quatro corpos, mas não é possível afirmar que as mortes tenham sido provocadas por membros da Core.

Fonte: Brasil 247 com informações divulgadas pelo jornal O Globo

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