Relatório médico aponta lesões internas e hemorragia como causa da morte; família acusa equipe de resgate de negligência e promete ir à Justiça
Juliana Marins, turista brasileira morta durante trilha na Indonésia - 25/06/2025 (Foto: Reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)
A autópsia realizada em Bali confirmou que a brasileira Juliana Marins, de 34 anos, morreu em decorrência de múltiplos traumas internos e hemorragia após cair no Monte Rinjani, na Indonésia. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (27) pela BBC, com base em declarações de autoridades forenses locais.
Juliana, que era publicitária e natural de Niterói (RJ), sofreu o acidente no último sábado (21) enquanto fazia trilha no segundo vulcão mais alto da Indonésia, localizado na Ilha de Lombok. O corpo da brasileira só foi resgatado quatro dias depois, após buscas prejudicadas pelo mau tempo e pelas condições difíceis do terreno.
De acordo com o especialista forense responsável pela análise, Ida Bagus Alit, a morte foi causada por ferimentos graves provocados pelo impacto da queda. "Encontramos arranhões e escoriações, bem como fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa. Essas fraturas ósseas causaram danos a órgãos internos e sangramento", explicou o médico.Ainda segundo ele, a autópsia indicou que a morte ocorreu em um curto intervalo após o acidente. "A vítima sofreu ferimentos devido à violência e fraturas em diversas partes do corpo. A principal causa de morte foram ferimentos na caixa torácica e nas costas", detalhou Alit.
O médico também afirmou que não havia indícios de que Juliana tenha sobrevivido por um longo período após o acidente. "Por exemplo, havia um ferimento na cabeça, mas nenhum sinal de hérnia cerebral. A hérnia cerebral geralmente ocorre de várias horas a vários dias após o trauma. Da mesma forma, no tórax e no abdômen, houve sangramento significativo, mas nenhum órgão apresentou sinais de retração que indicassem sangramento lento. Isso sugere que a morte ocorreu logo após os ferimentos", disse o especialista, estimando que o óbito aconteceu cerca de 20 minutos após o impacto.
A família de Juliana, no entanto, questiona a versão oficial e acusa as autoridades indonésias de negligência no resgate. Em nota divulgada nas redes sociais, os familiares afirmaram que, se o socorro tivesse sido mais rápido, a brasileira poderia ter sobrevivido. "Juliana sofreu negligência grave por parte da equipe de resgate. Se a equipe de resgate tivesse conseguido salvá-la dentro das sete horas estimadas, Juliana ainda estaria viva", publicou o perfil @resgatejulianamarins no Instagram, que representa a família.A repercussão do caso mobilizou brasileiros nas redes sociais, que criticaram a demora das autoridades da Indonésia no resgate. Internautas lotaram os perfis da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas) e do presidente do país, Prabowo Subianto, com comentários exigindo explicações. Questionamentos como "por que o processo de resgate de Juliana foi lento?" e "por que o helicóptero demorou tanto para ser acionado?" foram recorrentes.
Enquanto isso, autoridades brasileiras se mobilizaram para apoiar a família. O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), garantiu que o município vai arcar com os custos do translado do corpo. "Hoje mais cedo conversei com Mariana, irmã de Juliana Marins, e assumimos o compromisso da Prefeitura com o traslado de Juliana da Indonésia para a nossa cidade, onde será velada e sepultada", anunciou o prefeito.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou e informou que o Itamaraty está prestando todo o suporte necessário. "Determinei ao Ministério das Relações Exteriores que preste todo o apoio à família, o que inclui o translado do corpo até o Brasil", escreveu o presidente nas redes sociais.
Embora acidentes fatais sejam relativamente comuns no Monte Rinjani, o caso de Juliana ganhou grande repercussão pela comoção gerada no Brasil e pela polêmica envolvendo a atuação das equipes de busca. A família já informou que pretende ingressar com uma ação judicial para apurar responsabilidades.
Fonte: Brasil 247 com informações da BBC
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