quarta-feira, 18 de junho de 2025

PF aponta Braga Netto como figura central em disseminação de fake news para minar eleições

Novos dados extraídos de telefones celulares revelam articulação com ex-deputado e coronéis para espalhar desinformação e criar ambiente pró-golpe

       Braga Netto (Foto: Antonio Augusto/STF)

Relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal reforça o envolvimento do general da reserva Walter Braga Netto na difusão de informações falsas com o intuito de descredibilizar as eleições de 2022. Segundo o g1, o documento aponta que novas evidências obtidas a partir da extração de dados do celular do coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino revelam que Braga Netto teve papel central na estratégia de desinformação utilizada para enfraquecer a confiança no processo eleitoral. Ele já é réu por participação em uma tentativa de golpe de Estado.

A investigação da PF identificou a existência de um grupo no WhatsApp intitulado “Eleicoes 2022@”, composto por Braga Netto, o ex-deputado federal Osmar Serraglio, além de Franco Duarte e Angelo Denicoli. A análise das mensagens demonstra que o grupo atuava de forma coordenada para criar e distribuir conteúdo falso sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e supostas fraudes no sistema.

Para os investigadores, Braga Netto desempenhou papel essencial na formulação e execução da ofensiva contra o sistema eleitoral. O relatório descreve que as mensagens “confirmaram a atuação do general Braga Netto como uma figura central para a implementação das estratégias visando desacreditar o sistema eleitoral e o pleito de 2022”. O objetivo, segundo a PF, era insuflar apoiadores a promover atos em frente a quartéis e instalações militares, fomentando um ambiente propício à tentativa de ruptura institucional.

Ainda de acordo com a reportagem, a atuação do grupo não se limitava à troca de mensagens entre si. Os dados mostram que os integrantes também produziam materiais digitais falsos e os repassavam para influenciadores alinhados com pautas golpistas, como Fernando Cerimedo e Alfredo Rodrigues. A intenção era disseminar essas narrativas por meio das redes sociais, de forma massiva.

Além disso, a PF destaca que Braga Netto, Denicoli e Peregrino tentaram obter acesso a informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Essa tentativa é apontada como mais uma evidência da atuação conjunta entre os envolvidos na organização criminosa investigada no inquérito 12.100, que trata da tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Fonte: Brasil 247

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