quinta-feira, 26 de junho de 2025

IBGE lança publicação inédita com dados econômicos de 2024 e destaca impacto do trabalho e dos serviços

Documento reúne dados de 12 pesquisas e mostra como o mercado de trabalho sustentou crescimento de 3,4% do PIB, apesar das incertezas climáticas e externas

      (Foto: CNI/Miguel Ângelo)



Em publicação inédita lançada nesta quinta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou um informativo que consolida, em um único documento, os principais indicadores econômicos conjunturais de 2024. A iniciativa busca facilitar a compreensão do cenário econômico do país por meio da sistematização dos dados colhidos pelas principais pesquisas do órgão.

Intitulada “Indicadores Econômicos do Brasil – 2024”, a publicação concentra resultados de doze levantamentos que abrangem desde o mercado de trabalho até a produção agropecuária, industrial, comercial e de serviços, além dos índices de preços e custos. “Além de ampliar a visibilidade das pesquisas conjunturais do IBGE no campo da economia, este novo produto pode contribuir para o planejamento de políticas econômicas. Ele é também um convite para as pessoas acessarem com mais profundidade as publicações do Instituto”, afirmou João Hallak, da Diretoria de Pesquisas do IBGE. Ele também destacou que a ideia é repetir a publicação anualmente.

O informativo compila dados da PNAD Contínua, LSPA, PTAA, PTL, PTC, POG, PIM-PF, PMC, PMS, SNIPC, SINAPI e IPP. Esses estudos cobrem temas como ocupação, produção agroindustrial e inflação. A elaboração do boletim envolveu, segundo Hallak, a integração de profissionais de diferentes setores: “Foi um desafio realizar reuniões periódicas com pessoas de diferentes perfis e selecionar o que faria parte da publicação. Ficamos satisfeitos com o resultado e pretendemos aprimorá-lo para os próximos anos”.

O ano de 2024 foi impactado por fatores externos e internos que afetaram a economia. No cenário internacional, conflitos prolongados na Europa e no Oriente Médio, a disputa eleitoral nos Estados Unidos — onde o presidente Donald Trump busca a reeleição — e a desaceleração da economia chinesa geraram instabilidade. Internamente, as expectativas fiscais, a inflação, a desvalorização do real frente ao dólar e o aquecimento do mercado de trabalho moldaram os principais indicadores econômicos do período.

O Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 3,4% em relação a 2023, acumulando alta de 6,7% no biênio. O desempenho positivo foi sustentado, principalmente, pelo mercado de trabalho, que apresentou recordes na quantidade de pessoas ocupadas, as menores taxas de desocupação da série histórica e o maior volume de remuneração real anual. Esses fatores impulsionaram tanto o consumo quanto a produção.

Apesar da retração na agropecuária — consequência de adversidades climáticas que reduziram a colheita de grãos —, os setores industrial e de serviços registraram expansão. Na pecuária, o abate de animais atingiu recordes históricos, o volume de leite adquirido pelas indústrias foi o segundo maior já registrado, e a produção de ovos de galinha também bateu recorde.

A indústria apresentou crescimento nas quatro grandes categorias econômicas e em 20 dos 25 ramos pesquisados, abrangendo 63,1% dos 789 produtos analisados. O comércio varejista e ampliado manteve-se próximo ao seu nível mais elevado da série histórica, enquanto o setor de serviços atingiu o maior volume desde 2011.

Entre os índices de preços ao consumidor, o grupo Alimentação e bebidas exerceu o maior impacto sobre o resultado acumulado de 2024. Já entre os preços ao produtor, as maiores variações foram observadas nas atividades de metalurgia, fumo, equipamentos de transporte e madeira.

A publicação completa está disponível para acesso no site do IBGE e, segundo o instituto, servirá como base para análises mais integradas da economia brasileira e para o aprimoramento de políticas públicas nos próximos anos.

Fonte: Brasil 247

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