A família Bolsonaro voltou a recorrer a informações falsas para tentar impulsionar apoio político nas redes sociais. Desta vez, integrantes do clã passaram a divulgar uma suposta pesquisa eleitoral que colocaria o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial de 2026, apesar de não existir qualquer levantamento real que sustente esse cenário.
A chamada “sondagem” começou a circular em perfis bolsonaristas acompanhada de um gráfico que atribui 44% das intenções de voto a Flávio Bolsonaro, contra 42% de Lula. O material não segue nenhum critério metodológico conhecido, não apresenta margem de erro, universo pesquisado ou data de coleta, elementos básicos exigidos em pesquisas eleitorais profissionais.
Mesmo assim, a peça foi compartilhada tanto pelo senador quanto por Eduardo Bolsonaro, que vive fora do país. “De inviável a líder de pesquisas em menos de 1 mês. Cada vez mais as pessoas vão se surpreender positivamente com Flávio Bolsonaro, anotem”, escreveu o ex-deputado em suas redes sociais.
Pouco depois, foi a vez de Flávio reforçar narrativa. “Nossa pré-candidatura está só no início. Com a verdade ao nosso lado, vamos vencer aqueles que só atrasam o Brasil! Só bora?!”, publicou o primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reproduzindo o mesmo gráfico.
A suposta pesquisa atribui sua autoria a um instituto chamado “Polimarket Brasil”. No entanto, não há qualquer registro de empresa com esse nome atuando no mercado brasileiro de pesquisas eleitorais.
Uma simples busca na internet mostra que o nome é uma variação de Polymarket Brazil, que não é um instituto de pesquisa, mas uma plataforma ligada a apostas e a um chamado “mercado de previsões”, sem qualquer validade científica para aferir intenção de voto.
O uso de levantamentos falsos ocorre justamente por um grupo político que, historicamente, ataca institutos de pesquisa reconhecidos, como Datafolha, Ipec e Quaest, acusando-os de manipulação sempre que os resultados são desfavoráveis. Ainda assim, os mesmos atores recorrem a números fabricados quando esses dados parecem convenientes para alimentar discursos políticos nas redes.
Fonte: DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário