segunda-feira, 23 de junho de 2025

Pequenos negócios geram empregos e ajudam beneficiários do Bolsa Família a sair da pobreza

Dados do governo mostram que 75% dos novos postos formais em 2024 foram ocupados por beneficiários do Bolsa Família, com forte papel do empreendedorismo

     Mel de cooperativa em feira de pequenos negócios (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Os pequenos negócios têm desempenhado papel central na redução das desigualdades no Brasil. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), 98,8% das pessoas que conseguiram empregos com carteira assinada em 2024 estão inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Dentre elas, 1,27 milhão — o equivalente a 75,5% — eram beneficiárias do programa Bolsa Família.

Grande parte dessas vagas foi criada por micro e pequenas empresas, que, apenas em 2024, foram responsáveis por 1.222.972 novos postos de trabalho. A informação foi publicada pela Agência Sebrae de Notícias. Além disso, há uma forte movimentação de beneficiários que passaram a empreender por conta própria, por meio do registro como microempreendedores individuais (MEIs), o que demonstra a busca ativa por autonomia financeira e inclusão produtiva.

Esse avanço ocorre em um momento de retomada do crescimento econômico. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,4% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, cerca de 24,4 milhões de pessoas deixaram o Mapa da Fome, e a renda média das famílias subiu 9,3%, sinalizando melhora nas condições de vida da população.

O presidente do Sebrae, Décio Lima, destaca que o foco agora é elevar a qualidade do trabalho e da renda. “O desafio atual é outro: melhorar a qualidade dos empregos, elevar a qualificação da população e aumentar o nível de inovação das empresas brasileiras. Só assim será possível elevar os salários de forma sustentável, uma vez que o desafio mais urgente já foi superado: a pulverização da geração de empregos”, afirmou.

Lima também chama atenção para o crescente número de pessoas do CadÚnico que têm se formalizado como MEIs. Um estudo feito pelo Sebrae em parceria com o MDS mostra que cerca de 30% de todos os microempreendedores individuais do país estão inscritos no Cadastro Único. O perfil predominante desses empreendedores é de mulheres (55%) e pessoas não brancas (63%), refletindo a busca por renda e inclusão por parte dos grupos mais vulneráveis da sociedade.

“Isso nos permite projetar um conjunto de ações para apoiar essas pessoas que buscam o empreendedorismo movidas pela necessidade de geração de renda. Queremos capacitar esses microempreendedores individuais para que eles tenham condições de crescer, contribuindo com a geração de novos empregos e a redução da pobreza no país”, afirmou o presidente do Sebrae.

Regra de Proteção garante transição gradual

Para garantir uma transição mais segura para o mercado formal de trabalho, o governo federal mantém a chamada Regra de Proteção do Bolsa Família. Por essa regra, quem consegue um emprego com carteira assinada pode continuar recebendo 50% do valor do benefício, incluindo os adicionais para gestantes, crianças e adolescentes, por até dois anos. Em junho de 2025, mais de 3 milhões de famílias estavam sendo beneficiadas por essa medida.

A partir da folha de pagamento de julho, o governo fará mudanças na Regra de Proteção para priorizar as famílias em situação de maior vulnerabilidade. As novas diretrizes permitirão que famílias cuja renda per capita fique entre R$ 218 e R$ 706 permaneçam no programa por até 12 meses, ainda recebendo 50% do benefício.

No caso de famílias com renda considerada estável, como aquelas que recebem aposentadorias, pensões ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas), o tempo de permanência na Regra de Proteção será limitado a dois meses. Para famílias com pessoas com deficiência que recebem o BPC, o prazo máximo será de 12 meses.

Fonte: Brasil 247

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