quinta-feira, 12 de junho de 2025

“Confissão de culpa”, dizem ministros do STF sobre depoimento de Bolsonaro


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal na última terça-feira (10). Foto: Fellipe Sampaio/STF

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma “confissão” no depoimento à Corte, nesta terça (10), ao falar sobre a trama golpista. Magistrados acreditam que a declaração pode complicar sua defesa.

Durante a oitiva, o ministro Alexandre de Moraes questionou por que Bolsonaro discutiu estado de sítio e estado de defesa com integrantes das Forças Armadas após ser derrotado para o presidente Lula nas eleições presidenciais de 2022.

“É importante esclarecer. A cogitação, a conversa, o início dessa questão de estado de sitio e estado de defesa teria sido em virtude da impossibilidade de recurso eleitoral, é isso?”, questionou o relator do caso, citando ação do PL que apontava supostas irregularidades nas urnas eletrônicas e foi rejeitada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“Sim, senhor”, disse Bolsonaro. Para membros da Corte, a declaração é uma “confissão de culpa”. “Inconformismo com o resultado das urnas e com indeferimento de ação no TSE não podem motivar articulações para implementações dessas medidas”, disse um ministro, sob anonimato, à coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles.

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal nesta terça (10). Foto: Reprodução

Durante a oitiva, Bolsonaro tentou diminuir seu papel na articulação golpista e minimizar as reuniões com os comandantes das Forças Armadas após a derrota nas eleições. Ele alegou que os diálogos “eram bastante informais” e que “não tinha clima” para uma intervenção militar à época.

Sobre a minuta golpista, ele diz que o documento foi apresentado de forma superficial durante uma reunião e que não “escreveu”, “alterou” ou “digitou” nada relacionado ao texto. “Não se discutiu nada além disso. Foi abandonada qualquer possibilidade de ação”, alegou.

Bolsonaro responde pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

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