domingo, 31 de março de 2024

Silêncio do governo sobre 1964 desagrada mais a bolsonaristas do que a petistas


“Patriotas” bolsonaristas pedindo por um novo AI-5. Foto: Sérgio Lima/AFP

 Um dados chamou a atenção na pesquisa Datafolha que demonstra que 59% dos eleitores aprovam o aceno de Lula às Forças Armadas ao vetar que membros do governo promovessem ou participassem de atos que relembrassem o 60º aniversário do golpe de 1964.

Enquanto 41% dos eleitores de Lula aprovaram a sua decisão, 49% do eleitorado de Jair Bolsonaro, defensor do regime ditatorial imposto pelos militares entendem que Lula agiu mal ao decidir pelo silêncio em relação à data.

A pesquisa do Datafolha ouviu 2002 eleitores e foi realizada nos dias 19 e 20 de março em 147 cidades, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Fonte: DCM

Júri de bolsonarista que matou petista em festa é marcado para 4/4


Marcelo Arruda e Jorge Guaranho. Foto: reprodução

 A Justiça do Paraná agendou para a próxima quarta-feira (4) o julgamento popular do policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, acusado de assassinar o guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu (PR), em julho de 2022.

O julgamento ocorrerá em Foz do Iguaçu e foi anunciado por Daniel Godoy, advogado da família de Arruda e assistente de acusação, por meio de uma postagem nas redes sociais neste sábado (30). Em um vídeo, ele destacou a importância do desfecho do caso para a sociedade brasileira.

O confronto ocorreu durante o aniversário de Arruda, que era simpatizante do presidente Lula e estava homenageando o PT em sua festa. Marcelo Arruda trocou tiros com Jorge Guaranho, conhecido por ser apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Não podemos admitir a existência de crimes de ódio praticados com violência política e que tem como pano de fundo o desrespeito à pessoa humana e a sua dignidade. Todos têm o direito de pensar, de viver e de existir de acordo com suas crenças, desejos e forma de ser”, afirmou Daniel Godoy.

Marcelo Arruda, que completava 50 anos, foi morto enquanto celebrava seu aniversário com amigos em Foz do Iguaçu, deixando esposa e quatro filhos.

Confira:

Fonte: DCM

Após anos de parceria, Moro e Dallagnol estão com as relações estremecidas

 

O senador Sergio Moro (União-PR) e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol — Foto: reprodução

O senador e ex-juiz federal Sergio Moro (União-PR) enfrenta a expectativa de seu julgamento, que pode cassar seu mandato, sem o apoio de um de seus principais aliados, o ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo), que foi cassado em maio de 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.

Ambos atuaram em parceria na Operação Lava-Jato e ingressaram na vida eleitoral em 2022. Contudo, a relação entreeles começou a se deteriorar após a cassação de Dallagnol. O ex-procurador foi considerado inelegível pela Justiça Eleitoral, o que desagradou seus aliados, que esperavam mais apoio de Moro.

Embora o senador tenha defendido Deltan em declarações públicas, sua ausência em eventos de apoio ao ex-deputado em Curitiba, onde ambos têm forte base eleitoral, gerou atritos. Moro também acolheu parte da equipe de assessores de Deltan em seu gabinete e no de sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), mas isso não foi considerado suficiente pelos apoiadores do ex-procurador.

Após deixar o mandato, Deltan adotou uma postura mais crítica em relação ao governo federal, enquanto Moro tornou-se mais comedido em suas declarações. O ponto de tensão entre eles ocorreu quando o ex-ministro da Justiça Flávio Dino foi indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações do Globo. Durante a visita de Dino ao Senado em busca de apoio à sua indicação, Deltan pressionou os parlamentares a votarem contra a escolha do ex-ministro de Lula.

Fonte: DCM

Caminhos da Reportagem trata dos 60 anos do golpe militar no Brasil

 

Programa vai ao ar neste domingo, às 22h, na TV Brasil

 

(Foto: Evandro Teixeira)

Agência Brasil - O Caminhos da Reportagem que vai ao ar neste domingo (31) trata dos desdobramentos, ainda hoje presentes, do golpe militar no Brasil, que há 60 anos colocou fim ao governo de João Goulart. Uma após a outra, tropas do exército aderiram à sublevação iniciada em Juiz de Fora, na madrugada daquele 31 de março de 1964.

O movimento teve apoio de setores conservadores da política e da sociedade, de empresários, da Igreja Católica e das Forças Armadas. Castello Branco assumiu a presidência em 15 de abril, tornando-se o primeiro dos cinco presidentes-generais.

A ditadura civil-militar iniciada ali durou 21 anos. A atriz Dulce Muniz lembra bem daquele dia. Ela ouviu o anúncio pelo rádio: “Veio uma voz… a partir deste instante, a Rádio Nacional passa a fazer parte da cadeia da legalidade. Pronto. Estava dado o golpe. Eu tinha 16 anos.”

José Genoino saiu da pequena Encantado, um distrito de Quixeramobim, no Ceará, para estudar em Fortaleza. Em 1968, quando é decretado o AI-5, ele fazia parte do movimento estudantil. Genoino entra para a clandestinidade, vai parar em São Paulo e, depois, para a região do Araguaia.

“A minha geração só tinha três alternativas: ou ia para fora do país, ou ia para casa e podia ser presa e morta, ou então ia para a clandestinidade”. Ele é um dos poucos sobreviventes da Guerrilha organizada na região que hoje faz parte do norte do Tocantins.

Até hoje, são raros os espaços de memória que contam a história dos anos de repressão. O principal deles é o Memorial da Resistência, criado no prédio que abrigava o temido Departamento de Ordem Política e Social, o Deops, em São Paulo.

Para a diretora técnica do Memorial, Ana Pato, “a criação de centros culturais de memória dedicados à memória dessa violência do Estado são fundamentais para que as gerações seguintes não só aprendam isso, mas que a própria sociedade consiga elaborar o trauma.”

No Rio Grande do Sul, o projeto Marcas da Memória tenta demarcar, identificar e explicar a história de importantes espaços repressivos em Porto Alegre. Dos 39 aparatos da ditadura conhecidos no estado, apenas nove ganharam placas. Algumas delas já estão apagadas.

Segundo Jair Krischke, coordenador do Movimento de Direitos Humanos, e um dos idealizadores do projeto, não há interesse por parte do poder público em iniciativas como esta: “Nós, como organização privada, estamos fazendo aquilo que o Estado deveria fazer. Como não faz, nós fizemos, provocamos.” O desejo de Krischke, e de todos que trabalham e lutam para que as marcas da ditadura não sejam esquecidas, é transformar esses espaços pelo Brasil em museus e memoriais.

Uma das grandes referências no tema é o Museu da Memória e Direitos Humanos de Santiago, no Chile. Para María Fernanda García, diretora do museu, “é muito importante se dizer que aqui houve atropelos do Estado. É preciso lhes dar a visibilidade e a dignidade às vítimas, o que não lhes foi dado durante aquele período, e também depois, durante muitos anos”.

Não prestar contas com o passado faz com que a democracia brasileira se torne frágil e que a violência do Estado ainda seja recorrente. “A questão da impunidade é altamente contagiosa. A violência que constatamos ainda hoje é fruto disso, da impunidade. A tortura ainda é usada pelas polícias e nos presídios. É uma herança que nós não conseguimos nos livrar”, afirma Jair Krischke.

Violência policial que em 2015 matou o filho de Zilda de Paula. Ele é um dos 17 mortos na chacina de Osasco e Barueri, cometida por policiais militares encapuzados. Até hoje, Zilda busca justiça. “Perdi meu filho único, Fernando Luiz de Paula. Nunca pensei que eu ia passar por isso, nunca pensei.”

Na faixa que ela tem em casa, com os rostos de outros mortos da chacina, lê-se a frase: “Sem justiça não haverá paz”. Dona Zilda conclui: “Não vai ter justiça e nem paz. Não tem justiça, porque esse caso para a justiça já foi encerrado.”

O programa Caminhos da Reportagem – 1964: Memórias que Resistem vai ao ar neste domingo, às 22h, na TV Brasil.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

TV exibe série de filmes que têm como tema a ditadura

 “Canal Brasil” exibe longas, curtas e documentários durante três dias, a partir de segunda-feira

(Foto: Reprodução)

Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual - Nos 60 anos do golpe, que se completam segunda-feira (1º), o Canal Brasil preparou extensa programação com filmes, entre longas, curtas e documentários, que têm a ditadura como tema. A programação (veja abaixo) começa na própria segunda, logo às 7h, com o clássico documentário Jango, de Silvio Tendler, lançado em 1984, o ano das Diretas Já, ainda antes do fim formal do ciclo autoritário.

A mostra Ditadura nunca mais traz ainda outros filmes bastante conhecidos, como Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho. As filmagens foram interrompidas justamente por causa do golpe de 1964 e retomadas apenas décadas depois. Tem também Lamarca, de 1994, com Paulo Betti no papel principal, sobre o capitão que foi para a guerrilha e morreu no s ertão da Bahia em 1971.

Tortura na tela - Um filme que causou alvoroço em seu lançamento foi Pra Frente Brasil, dirigido por Roberto Farias, com Reginaldo Faria e Antônio Fagundes no elenco. A história de um cidadão preso por engano chocou pelas cenas explícitas de tortura. O ano era 1982, ainda na ditadura, e o presidente da Embrafilme era Celso Amorim, que foi demitido.

O inédito curta Meio-dia, de Helena Solberg, conta a história de jovens que se rebelam contra o professor. Outro curta, Trago Notícias de Fernando, de Jáder Barreto Lima, reconstitui a trajetória do dominicano Fernando de Brito. Nesse sentido, Batismo de Sangue (2007), dirigido por Helvécio Ratto, conta a história do envolvimento dos dominicanos com Carlos Marighella. O longa se baseia em livro homônimo de Frei Betto.

Marighella e os Estados Unidos - O militante Marighella é tema de um documentário, mas o filme dirigido por Wagner Moura não está na lista. É uma ausência sentida, assim como obras como O ano em que meus pais saíram de férias (Cao Hamburger, 2006) e Cara ou Coroa (Ugo Giorgetti, 2012).

Mais recente, O dia que durou 21 anos (2013), de Camilo Tavares, mostra as origens do golpe e o envolvimento explícito dos Estados Unidos. Também baseado em livro (de Fernando Gabeira), O que é isso, companheiro? (direção de Bruno Barreto) narra o sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, em 1969.

Confira a programação.

1º de abril

7h – Jango

9h05 – Democracia em Preto e Branco

10h35 – Lamarca

12h45 – Cadê Heleny?

13h45 – Diário de Aquário

15h45 – Ana. Sem Título

17h35 – Que Bom te Ver Viva

19h15 – Cadê Heleny?

19h45 – Torre das Donzelas

21h25 – Fico Te Devendo Uma Carta Sobre O Brasil

22h55 – A Entrevista

23h15 – Meio-Dia (inédito)

23h30 – O Pastor e o Guerrilheiro

01h30 – Pra Frente Brasil

3h25 – O Desafio

5h05 – Marighella (doc)

6h45 – Cadê Heleny?

Dia 2/04

7h20 – Giocondo Dias – Ilustre Clandestino

8h55 – Canções do Exílio

12h05 – Diário de Aquário

12h40 – A Entrevista

13h – Meio-Dia

13h45 – Memória Sufocada

15h05 – O Dia que Durou 21 Anos

16h20 – O Grande Irmão – O dia que durou 21 anos II

17h50 – Setenta

19h30 – O Que É Isso, Companheiro?

21h25 – Ação Entre Amigos

22h40 – Trago Notícias de Fernando (inédito)

22h55 – Batismo de Sangue

0h50 – Lamarca

3h – O Pastor e o Guerrilheiro

5h – Que Bom te Ver Viva

6h40 – Tá Rindo de Quê? – Humor e Ditadura

Dia 3/4

8h05 – A Entrevista

8h30 – Marighella (doc)

10h10 – Libelu – Abaixo a Ditadura

11h45 – Memórias do Grupo Opinião

13h45 – Meio-Dia

14h – Cabra Marcado para Morrer

16h – Jango

17h55 – Dossiê Jango

19h40 – Memória Sufocada

21h – Codinome Clemente (inédito)

22h45 – Sonhos e Desejos

0h20 – Tatuagem

2h15 – Ação Entre Amigos

3h30 – Cabra Marcado para Morrer

5h35 – Utopia Distopia

Fonte: Brasil 247

França entregará à Ucrânia centenas de veículos blindados em uso há mais de 40 anos

 Ministro da Defesa francês detalhou que o país enviará modelos franceses VAB, além de mísseis Aster 30 para os sistemas de defesa antiaérea SAMP/T

Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky
Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky (Foto: Reuters/Christian Hartamann)

Sputnik - O ministro da Defesa da França anunciou em uma entrevista publicada no domingo (31) no jornal francês La Tribune um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, que incluirá centenas de veículos blindados de transporte de pessoal VAB, que estão em serviço no Exército francês há mais de 40 anos.

"Após conversas recentes com o presidente [ucraniano Vladimir] Zelensky, o presidente [francês Emmanuel Macron] me pediu para trabalhar em um novo pacote de ajuda que incluirá equipamentos antigos do nosso Exército que ainda estão funcionando. Para manter uma linha de frente tão grande, o Exército ucraniano precisa, por exemplo, de nossos VAB", disse Sébastien Lecornu.

Ele acrescentou que a França pretende fornecer "centenas" de veículos blindados de transporte de pessoal até o início de 2025.

Além disso, Lecornu prometeu fornecer à Ucrânia mais mísseis Aster 30 para os sistemas de defesa antiaérea franceses SAMP/T como parte da nova remessa militar, mas não mencionou o número exato.

Anteriormente o ministro francês declarou que ele estava pronto para usar seus poderes em meio ao conflito na Ucrânia para requisitar instalações industriais ou impor prioridades às empresas de defesa, a fim de acelerar a produção de armas.

Fonte: Brasil 247 com Sputnik

Tebet diz que apoiará Ricardo Nunes em SP: "subirei no palanque quando Bolsonaro não estiver"

Ministra do Planejamento confirmou que apoiará candidato, mesmo em um cenário de aliança com Jair Bolsonaro

Simone Tebet
Simone Tebet (Foto: Washington Costa/MPO)


A ministra do Planejamento, Simone Tebet, do MDB, afirmou que apoiará o prefeito Ricardo Nunes, do mesmo partido, em sua tentativa de reeleição na capital paulista, mesmo diante da aliança deste com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informa o Estadão.

“Até agora, o Ricardo Nunes não me deu nenhum motivo para não apoiá-lo. Obviamente que nós vamos ver qual é a plataforma de governo dele. Mas se ele continuar defendendo a democracia e os valores com os quais eu comungo… O que eu me recuso é subir num palanque de bolsonarista. Eu jamais vou estar no palanque de um candidato que tem pautas que representam um retrocesso, em questões como o armamento, o desmatamento ambiental, na pauta de costumes ou contra a democracia”, afirmou Tebet em entrevista à CNN Brasil neste sábado (30).

Questionada sobre a possibilidade de subir no palanque de Nunes mesmo com o apoio de Bolsonaro, a ministra do governo Lula (PT) indicou que o fará desde que o ex-ocupante do Palácio do Planalto, atualmente declarado inelegível, não esteja presente: “Bolsonaro não estando (risos). A gente pode ir em dias diferentes”.

O apoio de Tebet vai na contramão do desejo de Lula para que o candidato Guilherme Boulos (PSOL), atualmente deputado federal, vença a eleição na capital paulista. Boulos está empatado com Nunes nas pesquisas de intenção de voto, e ambos são seguidos à distância por Tabata Amaral, do PSB.

Fonte: Brasil 247 com informações do Estadão

  

Movimento negro representava uma afronta à ideologia racial da ditadura militar, apontam documentos

 

Segundo relatórios do Serviço Nacional de Informações (SNI), o movimento negro buscava semear o antagonismo racial, manchar a imagem do país no exterior e ameaçava a ordem social

 

Protesto contra a ditadura militar
Protesto contra a ditadura militar (Foto: Wikimedia Commons)

 

Durante o período de regime militar que assolou o Brasil por mais de duas décadas, o Serviço Nacional de Informações (SNI), que operou como um aparato poderoso de espionagem, monitorava de perto os movimentos sociais, políticos e culturais do país. Recentemente, documentos analisados pela Folha de S. Paulo revelaram que entre os alvos dessa vigilância estavam os movimentos negros organizados. O ativismo negro, que ressurgia com força naquele período, representava uma ameaça à ideologia racial propagada pelo regime. Enquanto os militares vendiam a imagem do Brasil como um país harmonioso, onde todos conviviam pacificamente em uma democracia racial, o ativismo negro era encarado como um desafio a essa narrativa oficial.

Os documentos do SNI demonstram que os militares viam o movimento negro como discriminatório e potencialmente perigoso para a ordem social estabelecida. Sob o pretexto de combater a "luta racial", os agentes da repressão monitoravam de perto ativistas e intelectuais negros, como a renomada historiadora Beatriz Nascimento.

Além disso, havia uma preocupação constante de que o ativismo negro brasileiro estivesse sendo influenciado por movimentos semelhantes nos Estados Unidos e por organizações de inspiração comunista. "Vários são os dados mostrando que elementos de formação marxista estão, por intermédio da exploração do problema, incitando a luta de classes e fazendo apologia do regime socialista", diz um dos documentos produzidos pelo SNI.

Os relatórios do SNI sugeriam uma conexão entre o movimento negro brasileiro e uma suposta campanha difamatória contra o país, promovida por ativistas dos Estados Unidos. O relacionamento entre os ativistas brasileiros e os movimentos de independência na África também era objeto de vigilância por parte dos militares, especialmente em um contexto de luta contra o apartheid na África do Sul.

As reportagens na imprensa que abordavam questões raciais pareciam incomodar profundamente os agentes do SNI, que viam nelas uma potencial ameaça à estabilidade social, "estimulando o surgimento de uma dicotomia racial no Brasil". O monitoramento da mídia, incluindo programas de televisão como o Fantástico, da TV Globo, era parte integrante das operações de inteligência do regime.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

PF encontra fortes indícios de lavagem de dinheiro envolvendo o delegado Rivaldo Barbosa

 

Esquema estaria relacionado às empresas do delegado e de sua esposa, Érika. Rivaldo Barbosa foi preso por suposto envolvimento no assassinato de Marielle

Rivaldo Barbosa
Rivaldo Barbosa (Foto: Reprodução TV Globo)

A Polícia Federal produziu extensos relatórios temáticos sobre o caso Marielle Franco (Psol). Um dos relatórios, segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, diz respeito ao delegado Rivaldo Barbosa, preso sob suspeita de participar do planejamento do assassinato da vereadora e por tentar posteriormente acobertar o crime.

O relatório da PF revela indícios alarmantes de lavagem de dinheiro relacionados a Barbosa. Segundo as investigações, as duas empresas de consultoria de segurança de Érika, esposa do delegado, são apontadas como instrumentos utilizados para ocultar recursos provenientes de atividades ilícitas. A PF alega que Érika atuava como testa-de-ferro do marido, envolvendo-se em práticas criminosas para beneficiá-lo.

De acordo com a reportagem, as empresas do casal contavam com uma carteira de clientes suspeita, incluindo várias empresas de grande porte. Muitos desses clientes contratavam serviços de consultoria de segurança sem necessidade aparente. Aproximadamente 60% dos pagamentos recebidos pelas empresas eram retirados em espécie, levantando suspeitas sobre a origem e a legalidade desses fundos. Além disso, uma das empresas em questão nem mesmo possuía funcionários, o que levanta questionamentos sobre a legitimidade de suas operações.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

"Fé no Brasil": com nova campanha, governo acena aos evangélicos e tenta alavancar popularidade

 

Nova campanha publicitária vai destacar as entregas de projetos em todo o país, com foco na educação e em obras de infraestrutura

Lula
Lula (Foto: Ricardo Stuckert | Pixabay)

 

Com pesquisas de opinião apontando uma queda na popularidade, o governo do presidente Lula (PT) prepara-se para lançar uma nova campanha publicitária na próxima semana. A estratégia tem como objetivo não apenas destacar as entregas de obras e projetos em todo o país, mas também buscar um diálogo mais amplo com diferentes segmentos da sociedade brasileira, incluindo os evangélicos, tradicionalmente alinhados ao bolsonarismo.

O mote da campanha, intitulada "Fé no Brasil", segundo o jornal O Globo, foi escolhido pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República com a intenção de acenar ao público religioso e demonstrar que as promessas de campanha de Lula estão se concretizando. A ideia é veicular esse material publicitário durante as visitas do presidente e de seus ministros a cada estado, de forma a destacar as realizações locais e regionais.

O ministro da Secom, Paulo Pimenta (PT), tem coordenado reuniões com os demais ministérios para garantir que as campanhas relacionadas às entregas sejam alinhadas com o novo slogan. "O governo definiu alguns princípios: a segmentação e a regionalização. A ideia é que nessa fase de entregas cada estado tenha a sua linguagem", afirmou Pimenta.

Os auxiliares de Lula acreditam que a divulgação das realizações do governo pode contribuir para diminuir a polarização política no país. No entanto, para que essa estratégia tenha sucesso, o presidente Lula tem sido aconselhado a evitar fazer comentários sobre Jair Bolsonaro (PL).

A nova campanha do governo terá como foco a educação, destacando programas como o Pé-de-Meia, que visa apoiar financeiramente estudantes de baixa renda do ensino médio, o novo Fies (Programa de Financiamento Estudantil para Universitários) e a implantação das escolas em tempo integral. Além disso, a divulgação de obras rodoviárias em todo o país também será um dos pontos centrais da estratégia. 

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Número de brasileiros morando fora do país bate recorde

 Só entre 2012 e 2022, mais de 2,6 milhões de brasileiros deixaram o país

Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão
Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo no número de cidadãos deixando suas terras natais em busca de oportunidades além-fronteiras. De acordo com dados do Ministério das Relações Exteriores, nunca houve tantos brasileiros morando fora do país quanto hoje, totalizando uma comunidade de aproximadamente 4,5 milhões de pessoas. Essa estatística é tão expressiva que, se fossem reunidos em um único estado, superariam a população da Paraíba, mostra o jornal O Globo.

Só entre 2012 e 2022, mais de 2,6 milhões de brasileiros emigraram, com picos notáveis durante os anos de 2013 e 2020, marcados por crises internas e globais. Este movimento migratório é composto em sua maioria por jovens e profissionais altamente qualificados, um cenário desafiador para o Brasil, que enfrenta um envelhecimento populacional e uma crescente necessidade de mão de obra especializada em setores essenciais para o desenvolvimento econômico, como pesquisa e inovação.

Segundo os dados mais recentes, 45% dos brasileiros em situação legal no exterior residem na América do Norte, 32% na Europa e apenas 14% escolheram países vizinhos na América do Sul como destino de emigração. Essa dispersão geográfica indica que o fenômeno da emigração brasileira é global e não se restringe a uma região específica.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2022, com jovens de 12 capitais brasileiras, revelou que 76% deles têm o desejo de deixar o país permanentemente. Esse índice é ainda mais elevado entre os mais jovens, com 85% dos entrevistados na faixa etária de 15 a 19 anos expressando o desejo de emigrar. Esse dado ressalta não apenas a vontade dos jovens de buscar novas oportunidades no exterior, mas também as preocupações em relação ao mercado de trabalho interno e às perspectivas de futuro dentro do país.

O aumento contínuo no número de brasileiros deixando o país levanta questões sobre as políticas de retenção de talentos e desenvolvimento econômico no Brasil. À medida que mais profissionais qualificados optam por construir suas carreiras no exterior, o país enfrenta o desafio de criar condições que incentivem esses talentos a permanecerem e contribuírem para o crescimento nacional.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Começa nesta semana o julgamento que pode levar à cassação do mandato de Moro

 

As representações movidas pelo PL e pelo PT acusam Moro de abuso de poder econômico durante sua pré-campanha nas eleições de 2022

Sergio Moro
Sergio Moro (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

 

Nesta semana, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) será palco de um julgamento crucial para o futuro político do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Em um contexto desfavorável, o ex-juiz parcial da Operação Lava Jato enfrenta a possibilidade de ter seu mandato cassado, com implicações significativas para o cenário político estadual e nacional, explica a Folha de S. Paulo. Mesmo que Moro obtenha uma vitória neste julgamento, ainda enfrentará o risco de cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mantendo a incerteza sobre sua permanência no Senado. Nos bastidores políticos, a expectativa é amplamente desfavorável ao senador, com prognósticos indicando uma possível perda do cargo.

O desfecho desse julgamento é visto como determinante para o futuro político do Paraná. Se Moro mantiver seus direitos políticos, poderá se tornar um forte candidato ao governo estadual nas eleições de 2026, influenciando também na configuração das alianças partidárias e na formação de palanques para a disputa pelo Senado. Por outro lado, em caso de cassação, há especulações de que Jair Bolsonaro (PL) poderá emplacar um aliado na vaga. Essa possibilidade, no entanto, agrada também ao PT, que enxerga na cassação de Moro a substituição de um opositor por outro. Além disso, o partido vê a oportunidade de ver um dos principais algozes do presidente Lula (PT) sem mandato eletivo, após condená-lo injustamente à prisão.

Caso perca seus direitos políticos, especula-se que Moro poderá adotar uma estratégia semelhante à do ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo), buscando se posicionar como um mártir perseguido pelas elites políticas e judiciais. Uma decisão desse tipo poderia inserir Moro de forma mais intensa no debate público estadual e influenciar disputas municipais importantes no Paraná.

No entanto, uma decisão final sobre o caso pode demorar meses. Após o julgamento no TRE-PR, ambas as partes ainda podem apresentar recursos à própria corte e, posteriormente, ao TSE. Essa demora é vista com otimismo pelos aliados de Moro, especialmente considerando a iminente mudança na composição do TSE, com indicados de Bolsonaro ocupando duas das três cadeiras destinadas ao STF.

No julgamento do TRE-PR, o voto do relator, Luciano Falavinha, é considerado crucial. Se o relator for contrário a Moro, pode se desenhar um cenário desfavorável ao senador, com três votos pela cassação, dificultando a formação de uma maioria em seu favor.

As representações movidas pelo PL e pelo PT acusam Moro de suposto abuso de poder econômico durante sua pré-campanha ligada ao pleito de 2022. Entre as questões levantadas estão os gastos excessivos e os pagamentos feitos a seu primeiro suplente, Luis Felipe Cunha. Moro nega todas as acusações e afirma não haver irregularidades em suas ações.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo