quarta-feira, 9 de julho de 2025

Empresa de Nikolas Ferreira investe R$ 750 mil na Meta para promover radicalização cristã

Deputado usa empresa Destra para angariar fiéis, lucrar com cursos e disseminar ideologia de extrema direita entre cristãos

Dep. Nikolas Ferreira (PL - MG)
 Dep. Nikolas Ferreira (PL - MG) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o mais votado da Câmara dos Deputados nas eleições de 2022, não declara profissão em sua ficha oficial na Casa. No entanto, fora do Congresso, ele é sócio de uma empresa lucrativa: a Destra Cursos LTDA, que atua como plataforma de ensino com forte apelo religioso e ideológico. Conforme apuração do jornalista Paulo Motoryn, do Intercept Brasil, a empresa já desembolsou R$ 745,3 mil em publicidade nas plataformas da Meta (Facebook e Instagram) apenas entre abril de 2024 e abril de 2025.

O montante foi utilizado em uma estratégia de tráfego pago que visa atrair cristãos conservadores com conteúdos que se apresentam como evangelização, mas se revelam, na prática, uma máquina de radicalização política. A Destra, fundada em 2020 e da qual Nikolas se tornou sócio após as eleições municipais daquele ano, oferece cursos online com mensalidades de até R$ 685, voltados à formação de “cristãos que se posicionam”. A plataforma já teria formado mais de 60 mil alunos — o que, a valores atuais, representa uma receita superior a R$ 30 milhões.

☆ Destra: do marketing político ao negócio milionário - A Destra surgiu durante a campanha municipal de 2020, quando prestou serviço ao então candidato a prefeito de Belo Horizonte, Bruno Engler, aliado de Nikolas. Apenas um mês após sua fundação, a empresa assinou um contrato de R$ 68 mil com a candidatura. Em novembro daquele ano, Nikolas passou a integrar formalmente a sociedade da Destra, ao lado de Ivens Henrique Grahl Ribeiro e Arthur Torres de Assis, jovens empresários do Paraná e Goiás, respectivamente.

Desde então, a empresa evoluiu para se tornar uma plataforma de cursos por assinatura, na qual Nikolas atua como garoto-propaganda e “professor”. O deputado usa seus canais oficiais — inclusive o perfil no Instagram voltado à atividade parlamentar — para divulgar a Destra, que, segundo suas próprias campanhas, seria “uma resposta para essa geração”.

☆ Cursos, ideologia e lucro - Ao assinar o "Plano Legado", por R$ 497, o repórter do Intercept teve acesso a quatro núcleos de conteúdo: Formação Destra, Destra Originais, Le Circle e For The Nations, além do Destra Front, onde o próprio Nikolas Ferreira conduz os cursos. A estética da plataforma imita serviços de streaming e oferece desde aulas de filosofia e inteligência emocional até conteúdos sobre “como fazer amigos” e “corrida de rua”.

O discurso, porém, é unificado por uma doutrina: a ideia de que a fé deve orientar cada aspecto da vida — e, sobretudo, a política. Em vídeos como o curso “O Cristão e a Política”, Nikolas apresenta a disputa ideológica como uma batalha entre o bem e o mal, na qual os cristãos teriam o dever de combater “as forças destrutivas da família, da fé e da moral”.

“Você precisa ser um cristão que se posiciona”, repete-se como mantra. A pregação religiosa, apesar de embutida em cursos supostamente práticos, permeia toda a estrutura da Destra — e aponta para o endurecimento político dos participantes.

☆ O “Le Circle” e a estética da radicalização - Um dos módulos da plataforma, ainda não lançado, chama-se “Le Circle”, apresentado como uma “comunidade viva e intencional”. O nome chama atenção por sua semelhança com “Le Cercle”, grupo ultraconservador fundado no pós-guerra na Europa, ligado ao financiamento de regimes como o apartheid. Ainda que não haja evidências de que Nikolas conheça esse histórico, a coincidência levanta questionamentos sobre as referências da Destra.

Além disso, o módulo “For The Nations” ensina inglês com vocabulário cristão e promove a ideia de uma comunidade global de cristãos militantes. Já o Destra Front, onde Nikolas atua diretamente, representa a etapa final de um “funil de radicalização”, com produção audiovisual profissional e discurso político mais explícito.

☆ Evangelização ou radicalização? - Embora o conteúdo da Destra se apresente como “formação cristã”, seu objetivo parece ser menos a conversão e mais o enrijecimento ideológico. Segundo o relato do repórter, todas as aulas seguem o formato de pregação, com tom pastoral, versículos bíblicos e apelos morais — frequentemente alinhados à pauta da extrema direita.

O caso revela uma engrenagem bem azeitada: Nikolas Ferreira transforma sua visibilidade política em propaganda para a Destra, que, por sua vez, financia campanhas e conteúdos que alimentam sua base radicalizada. Trata-se de uma operação que mistura fé, política e lucro, num modelo de negócios que se apresenta como salvação espiritual, mas opera como uma eficiente máquina de dinheiro e radicalização.

Fonte: Brasil 247 com Intercept Brasil

Governo define três novos grupos prioritários para ingresso no Bolsa Família

Famílias em situação de rua e risco alimentar entram na lista prioritária do programa

(Foto: Lyon Santos/MDS )

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) publicou nesta quarta-feira (9) uma portaria que amplia o grupo de famílias consideradas prioritárias para o ingresso no programa Bolsa Família.

Com a nova medida, passam a ter prioridade no programa famílias com pessoas em situação de rua, famílias com integrantes em risco social por violação de direitos, conforme o Prontuário do Sistema Único de Assistência Social (Suas), e famílias com pessoas identificadas pelo Ministério da Saúde como em risco de insegurança alimentar.

Esses segmentos se somam aos já listados anteriormente como prioritários: famílias com pessoas em situação de trabalho infantil, resgatadas de condições análogas à escravidão, quilombolas, indígenas e catadores de material reciclável.

Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, a decisão tem como foco a proteção dos grupos mais vulneráveis. “As inclusões são decorrentes de um olhar articulado do Programa Bolsa Família com outras políticas públicas”, afirmou. O ministro também destacou que o objetivo é “aumentar o nível de proteção social, de segurança de renda e de segurança alimentar em favor de famílias que se encontram em situação de alto risco social”.

A portaria entra em vigor nesta quarta-feira, com efeitos práticos já na folha de pagamento de julho de 2025. Para o ingresso no programa, serão observados os critérios de elegibilidade e a atualização dos dados no Cadastro Único, conforme previsto na própria norma e em regulamentações complementares.

Fonte: Brasil 247

Em jantar com Motta e Alcolumbre, governo defende decreto do IOF como prerrogativa do presidente

Haddad e Gleisi disseram aos presidentes do Senado e da Câmara que a derrubada do decreto abre um precedente perigoso. Legislativo quer saída negociada

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (Foto: Diogo Zacarias/MF)

Em um jantar reservado com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçaram que a manutenção do decreto que eleva as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é fundamental para assegurar uma prerrogativa constitucional do chefe do Executivo, relata Valdo Cruz, do g1.

Durante a conversa, a ministra Gleisi Hoffmann (PT), das Relações Institucionais, e Fernando Haddad (PT), da Fazenda, argumentaram que a anulação do decreto pelo Congresso poderia abrir um precedente institucionalmente perigoso, fragilizando a autoridade presidencial sobre instrumentos tributários regulatórios.

☆ Congresso quer acordo sem confronto - Apesar da firmeza da posição do governo, os chefes das duas Casas legislativas sinalizaram que preferem um entendimento negociado. Segundo interlocutores presentes no encontro, a orientação expressa por Motta e Alcolumbre foi a de que o governo deveria recuar da medida, mas sem ruptura institucional. O ambiente da reunião foi descrito como positivo e uma retomada do diálogo entre Executivo e Legislativo.

“Temos de fazer que nem o Tancredo Neves dizia, só fazer a reunião depois de já estar tudo combinado e acertado”, afirmou um dos participantes.

A principal preocupação do Planalto é que o STF reconheça a legitimidade do decreto, para que o Executivo não perca a capacidade de alterar tributos por meio desse instrumento. Conforme relato de um assessor presidencial, a perda dessa prerrogativa abriria espaço para que outros tributos também ficassem sujeitos à deliberação legislativa.

☆ Relatório de Lira pode incluir solução conjunta - Uma alternativa considerada viável surgiu com o deputado Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto que propõe isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Segundo fontes, Lira se colocou à disposição para incluir, em seu relatório, uma solução legislativa que contemple não apenas a isenção do IR, mas também a elevação do IOF e os novos tributos sobre aplicações financeiras.

Até o momento, nenhuma proposta formal foi apresentada, mas a expectativa é que novas conversas ocorram nos próximos dias para tentar costurar um entendimento antes da audiência no STF. Tanto os ministros quanto os parlamentares vão consultar suas respectivas bases e lideranças para avaliar o melhor caminho.

Do lado do Legislativo, Alcolumbre e Motta devem levar o conteúdo da reunião aos líderes partidários. Já no Executivo, a discussão será aprofundada com o presidente Lula, em busca de uma solução política que evite uma nova crise entre os Poderes.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Tarcísio lidera disputa pelo governo de SP, diz Paraná Pesquisas

Governador tem 44,6% das intenções de voto; Alckmin aparece em segundo com 20,6% e Erika Hilton em terceiro com 9,6%

Tarcísio de Freitas
Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Se as eleições para o governo de São Paulo fossem realizadas hoje, o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) seria reeleito com ampla vantagem. Segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta quarta-feira (9), que o coloca na dianteira com 44,6% das intenções de voto no principal cenário estimulado. As informações são do Infomoney.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), aparece em segundo lugar com 20,6%. Em seguida, a deputada federal Erika Hilton (Psol) soma 9,6%, enquanto o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), registra 5,3%.

Também foram testados o ministro Alexandre Padilha (PT), que tem 4,4%, o ex-prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), com 3,9%, e Felipe D’Avila (Novo), que aparece com 1,3%. Outros 6,4% dos entrevistados afirmaram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos nomes apresentados, e 3,9% disseram não saber ou preferiram não responder.

A boa avaliação da gestão de Tarcísio ajuda a explicar seu desempenho eleitoral. Ainda segundo o instituto, 19,9% da população paulista considera o atual governo “ótimo” e 30,2% como “bom”. Outros 29,4% avaliam como “regular” e 19,1% classificam a administração como “ruim” ou “péssima”. Apenas 1,4% não souberam opinar.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Alcolumbre diz que promulgará aumento do número de deputados se Lula não o fizer

O texto prevê o aumento de 513 para 531 cadeiras na Câmara

Davi Alcolumbre
Davi Alcolumbre (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta terça-feira (8) que está pronto para promulgar o projeto que amplia o número de deputados federais, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não o faça dentro do prazo legal.

"Se chegar às 10h [do Planalto], vai ser promulgado 10h01", afirmou Alcolumbre, em conversa com jornalistas.

A declaração ocorre um dia após o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmar no programa Roda Viva, da TV Cultura, que é "pouco provável" que Lula sancione a proposta. O texto prevê o aumento de 513 para 531 cadeiras na Câmara dos Deputados.

Pelas regras constitucionais, o presidente da República tem 15 dias para sancionar ou vetar um projeto aprovado pelo Congresso. Caso não se manifeste, a sanção se torna automática, e o prazo de 48 horas para a promulgação passa a contar. Se Lula não assinar, o presidente do Senado assume a tarefa.

Alcolumbre articulou, junto ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a aprovação do projeto que amplia o número de deputados. A votação ocorreu às vésperas do fim do prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Caso o Congresso não agisse, caberia ao STF realizar a redistribuição das cadeiras da Casa com base nos dados do Censo de 2022, sem alterar o total de parlamentares.

Fonte: Brasil 247

Haddad: bets ganham fortuna, mas mandam dinheiro para fora do país

Ministro defendeu que sites de apostas paguem mais impostos no país
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 29/01/2025
    Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 29/01/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Agência Brasil - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (8) que as bets paguem mais impostos no país. Para ele, as casas de apostas virtuais (bets) devem pagar taxas mais elevadas, a exemplo do que ocorre com os cigarros e as bebidas alcoólicas.

“O governo anterior tratou as bets como se fosse a Santa Casa de Misericórdia, sem cobrar um centavo de impostos das bets durante quatro anos”, disse ele, em entrevista. "Os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui, e que vantagem a gente leva?", questionou o ministro.

“Para mim, tem que tratar as bets na linha do que é o cigarro e a bebida alcoólica. É uma coisa difícil de administrar e há vários casos na história de que, quando proíbe, piora. Temos que enquadrar esse setor de uma vez por todas”, defendeu.

De acordo com o ministro, medidas como essa que preveem maior taxação das bets são importantes para o governo.

“Nosso objetivo é um só: depois de 10 anos estamos buscando resultados fiscais robustos para garantir que a economia continue crescendo, com baixo desemprego e inflação em queda. Mas a impressão que dá é que tem algumas pessoas querendo sabotar o crescimento econômico do país a troco da eleição do ano que vem”.

☆ IOF

Em entrevista na manhã de hoje (8) ao portal Metrópoles, o ministro falou ainda que o impasse entre o governo e o Congresso Nacional pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não pode ser encarado como um “Fla x Flu”, disputa clássica do futebol carioca entre Flamengo e Fluminense. “Esse Fla-Flu não interessa a ninguém. Não vejo as coisas assim. Prefiro pensar institucionalmente”, disse ele.

Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu tanto os decretos do Executivo que elevam o IOF quanto o decreto que foi aprovado pelo Congresso Nacional e que derruba essa medida. Para resolver o impasse, Moraes determinou a realização de uma audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso Nacional sobre o tema para o próximo dia 15 de julho, em Brasília.

Na entrevista de hoje, Haddad disse que não pode se antecipar à decisão que será tomada pelo Supremo em relação ao IOF, mas informou que o governo está trabalhando para que essa questão seja resolvida.

Ele ressaltou ainda que o governo está buscando manter o diálogo com o Congresso e afirmou que, em breve, ele deverá se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

“Quando um não quer, dois não brigam. E nós não vamos brigar porque, no caso, nenhum dos dois quer brigar. Não tenho nem o direito de ter as relações estremecidas porque ele é o presidente da Câmara. Ele é um poder institucional e o Brasil depende da boa condução dos trabalhos dele. Eu sou um ministro, não tenho mandato. Mas ele é poder constituído. Nunca saí de uma mesa de negociação. E só saio com acordo", afirmou Haddad.

☆ Imposto de Renda

Durante a entrevista, o ministro disse ainda acreditar que o projeto sobre o Imposto de Renda e que prevê isenção para os que ganham até R$ 5 mil será aprovado.

Segundo Haddad, o deputado Arthur Lira, que é o relator do projeto sobre o Imposto de Renda, tem se reunido frequentemente com o governo, seja presencialmente ou de forma virtual. “Eu acredito que esse projeto será aprovado com larga margem de apoio”, falou.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Ataque de Trump ao Brasil fortalece posição de Lula em defesa da soberania nacional, diz Ricupero

Ex-embaixador Rubens Ricupero afirma que apoio de Trump a Bolsonaro representa ingerência inaceitável e foi um "presente" dado a Lula

Bolsonaro, Lula e Rubens Ricupero
  Bolsonaro, Lula e Rubens Ricupero (Foto: Divulgação)

A recente interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em favor de Jair Bolsonaro terá efeitos na política brasileira. Segundo Rubens Ricupero, ex-embaixador do Brasil em Washington, a postura de Trump constitui um “presente eleitoral” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à revista CartaCapital, Ricupero avaliou que a iniciativa fortalece a posição de Lula em defesa da soberania nacional.

No dia 7 de julho, Trump usou sua rede social Truth Social para classificar como “caça às bruxas” o processo no Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro, acusando: “Ele não é culpado de nada” e afirmando que os EUA estariam “acompanhando muito de perto” o caso.

O presidente Lula reagiu prontamente, reafirmando a soberania do Brasil: “Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Temos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei”

Ricupero considerou a postura de Trump “inadmissível”, elogiou a resposta do Palácio do Planalto como “na medida certa” e destacou o impacto político positivo para Lula: “No fundo, é um presente para Lula. Reforça muito sua plataforma como defensor da soberania nacional”

Fonte: Brasil 247

STF amplia investigações sobre desvios em emendas e mira uso eleitoral de recursos públicos

Operação revela ligação entre verba de parlamentares, fraudes em licitações e campanhas municipais

Flávio Dino
Flávio Dino (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma nova frente de apuração sobre o uso de emendas parlamentares, com foco na destinação irregular de recursos para campanhas eleitorais. A informação foi revelada com base em documentos da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação envolve indícios de fraude em licitações, desvio de verbas públicas e compra de votos em municípios do interior do Ceará.

Segundo a Polícia Federal, emendas indicadas pelo deputado federal Júnior Mano (CE) abasteceram licitações fraudulentas em cidades administradas por aliados políticos. Parte dos recursos, após a vitória de empresas ligadas ao esquema, teria sido utilizada em campanhas eleitorais de candidatos apoiados por Mano nas eleições municipais de 2024. A investigação aponta que o parlamentar “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.

☆ Esquema operado por aliados e novos alvos

O caso está sob sigilo e tramita no STF, uma vez que envolve parlamentares com foro privilegiado. De acordo com a PF, o esquema era operado por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, eleito prefeito de Choró (CE), mas impedido de tomar posse por decisão da Justiça Eleitoral. Mensagens obtidas pelos investigadores mostram conversas entre Bebeto e aliados de Júnior Mano sobre o pagamento de propinas em troca da liberação das emendas. Os percentuais, que chegavam a 12%, eram chamados de “pedágio” ou “imposto” nos diálogos — uma prática descrita pela PF como “institucionalizada de corrupção”.

Em nota, Júnior Mano negou qualquer irregularidade e afirmou que “sua correção de conduta será reconhecida ao fim da investigação”. Desde 2021, a cidade que mais recebeu emendas do deputado foi Nova Russas, governada por sua esposa, Giordanna Mano, que não foi alvo da operação.

☆ Outros parlamentares citados

Além de Júnior Mano, as investigações também mencionam emendas associadas a outros parlamentares cearenses: José Guimarães (PT), atual líder do governo na Câmara; Eunício Oliveira (MDB) e Yuri do Paredão (MDB). Nenhum dos três foi alvo da operação.

Em nota, Guimarães declarou: “Reafirmo o fato de que não destinei emendas parlamentares à localidade de Choró (CE)”. Sobre Canindé, outra cidade citada, afirmou que “uma simples consulta ao Siafi comprova que não destinei emenda entre 2024 e 2025”.

A assessoria de Eunício Oliveira informou que o parlamentar “destina emendas para obras em dezenas de municípios cearenses, de forma transparente e de acordo com a legislação” e que já pediu a suspensão de uma emenda para Canindé. Yuri do Paredão, por sua vez, afirmou que “o fato de todos os recursos estarem disponíveis no Portal da Transferência da Câmara demonstra a seriedade e a responsabilidade com que o deputado conduz suas ações”.

☆ Expansão do escopo e tensão entre os Poderes

A descoberta do uso de emendas para alimentar campanhas eleitorais impulsionou o STF a autorizar, por decisão do ministro Gilmar Mendes, a abertura de uma investigação específica sobre a execução ilícita desses recursos. Há expectativa de que novas manifestações da PGR sejam apresentadas ainda neste semestre, o que preocupa lideranças no Congresso diante da possibilidade de novas medidas cautelares, como quebras de sigilo e buscas autorizadas pela Corte.

As apurações já haviam provocado, em abril, a queda do então ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), denunciado pela PGR por desvio de emendas em seu mandato anterior como deputado. Parte da verba teria sido destinada à pavimentação de ruas em Vitorino Freire (MA), município então governado por sua irmã.

☆ Outros casos recentes

As investigações sobre o uso político de emendas parlamentares não são isoladas. Em fevereiro, emendas indicadas por Afonso Motta (PDT-RS) foram alvo de operação da PF, que resultou na demissão de seu chefe de gabinete. Em março, a Primeira Turma do STF tornou réus os deputados Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e o suplente Bosco Costa (SE), todos do PL, acusados de negociar R$ 6,6 milhões em emendas em troca de R$ 1,6 milhão em propina.

Em outro caso, a PF apontou que um servidor estadual recebia comissão de 6% sobre verbas destinadas por um deputado para um hospital em Santa Cruz do Sul (RS), formalizadas inclusive por contrato — evidência, segundo a PF, de corrupção sistematizada.

☆ CGU e o padrão das irregularidades

Parte relevante dessas apurações teve origem em relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU), que detectaram concentrações atípicas de emendas em municípios ligados a parlamentares, sem critérios técnicos claros. Os indícios apontam para superfaturamento, favorecimento político e uso de empresas de fachada para viabilizar os desvios.

As descobertas ampliam o mal-estar entre os Poderes. Nos bastidores, ministros do STF reconhecem que o avanço das investigações tem contribuído para as tensões com o Congresso e com setores do Executivo. A ofensiva sobre as emendas parlamentares — vistas por muitos como instrumento legítimo de articulação política — levanta questões fundamentais sobre os limites da autonomia legislativa e a necessidade de maior transparência no uso dos recursos públicos.

Fonte: Brasil 247

Governo se reúne com cúpula do Congresso para tentar resolver crise do IOF

Encontro reservado na residência oficial do presidente da Câmara buscou costurar acordo político antes da audiência de conciliação no STF
Haddadd e líderes se reúnem com presidentes da Câmara e do Senado
Haddadd e líderes se reúnem com presidentes da Câmara e do Senado (Foto: Câmara dos Deputados/Youtube)

Em meio à escalada de tensões entre os Poderes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se na noite desta terça-feira (8) com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para tratar da crise envolvendo o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A informação é da CNN Brasil.

O encontro ocorreu na residência oficial da presidência da Câmara, em Brasília, e foi convocado por Hugo Motta diante do impasse gerado pela suspensão do decreto presidencial que elevava as alíquotas do imposto — medida derrubada pelo Congresso e, posteriormente, levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Executivo.

Não houve comunicado à imprensa. Nos bastidores, a avaliação é de que o momento exige prudência e esforço de conciliação para evitar uma crise institucional mais profunda.

No dia 1º de julho, o governo acionou o STF para reverter a decisão do Congresso que anulou o decreto do IOF. A ação foi apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), sob o argumento de que o Legislativo extrapolou sua competência ao interferir numa medida de competência privativa do Executivo.

Na última sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, suspendeu tanto o decreto presidencial quanto o decreto legislativo e convocou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, às 15h, com o objetivo de buscar um entendimento entre os Poderes.

A crise teve início em maio, quando o governo editou o decreto justificando o aumento do IOF como forma de fortalecer a regulação sobre os mercados de câmbio, crédito e seguros — além de ajudar no cumprimento das metas fiscais. A reação do Congresso foi imediata. Câmara e Senado aprovaram, no mesmo dia, um projeto de decreto legislativo (PDL) que derrubava a medida.

Nos últimos dias, parlamentares têm endurecido o discurso. A CNN apurou que o presidente da Câmara considera que o Congresso não deve ceder na questão do IOF. Já Davi Alcolumbre, ao ser questionado sobre a audiência de conciliação, declarou: “Tem que ir, né?”, sinalizando disposição institucional, mas também certo desconforto com a judicialização do tema.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por levar a disputa ao STF, numa tentativa de garantir a validade do decreto e, com isso, preservar a autonomia do Executivo na gestão de políticas fiscais.

Além da disputa jurídica, o tema tem forte impacto político e social. O Congresso age como defensor das posições do capital financeiro, dos ricos, que querem forçar o governo a cortar gastos fundamentais para a manutenção de programas sociais e promover um arrocho fiscal onerando o povo. Para tentar conter o desgaste, interlocutores do governo defendem a costura de um acordo político que preserve o equilíbrio entre os Poderes e permita uma saída negociada.

Na semana passada, em entrevista à Folha de S.Paulo, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu que o decreto não teve caráter arrecadatório, mas sim regulatório. “O governo tem como provar ao STF que a edição do decreto de aumento do IOF não teve viés arrecadatório”, afirmou.

A audiência de conciliação convocada por Moraes é uma tentativa de restaurar o diálogo institucional e evitar que a disputa sobre o IOF provoque fissuras permanentes na relação entre Executivo e Legislativo.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Rejeição nas alturas: com 75% e 74%, Alcolumbre e Hugo Motta lideram ranking de imagem negativa

Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg revela que presidentes do Senado e da Câmara têm maior taxa de desaprovação entre os principais líderes políticos do Brasil

(Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados )

Os dois principais nomes do Congresso Nacional enfrentam forte desgaste perante a opinião pública, segundo a mais recente rodada do relatório Latam Pulse, parceria entre AtlasIntel e Bloomberg. O levantamento revela que Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, são os líderes com as piores avaliações entre os 16 nomes analisados.

A pesquisa, realizada entre os dias 27 e 30 de junho de 2025 com 2.621 brasileiros adultos, mostra que apenas 3% dos entrevistados têm uma imagem positiva de Alcolumbre, enquanto 75% manifestam percepção negativa, resultando em um saldo de imagem de -72 pontos percentuais (p.p.) — o pior entre todos os avaliados. Já Hugo Motta registra 4% de imagem positiva e 74% de negativa, com um saldo de -70 p.p..

A diferença entre imagem positiva e negativa é abissal, contrastando com a percepção de outras figuras políticas de peso. A pesquisa incluiu nomes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que mantém um equilíbrio relativo (47% de imagem positiva e 53% de negativa, com saldo de -6 p.p.).

Outros líderes com desempenho frágil, embora não tão dramático quanto o de Alcolumbre e Motta, foram Ciro Gomes (24% positivo, 62% negativo, saldo de -38 p.p.) e Ronaldo Caiado (25% positivo, 53% negativo, -28 p.p.).
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A pesquisa seguiu metodologia de recrutamento digital aleatório (Atlas RDR), com margem de erro de ±2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Fonte: Brasil 247

Zambelli pede mais prazo para deixar apartamento funcional e alega falta de notificação oficial

Advogado afirma que deputada licenciada só soube da exigência pela imprensa e solicita extensão do prazo até o dia 15
Carla Zambelli
Carla Zambelli (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

A defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) - foragida na Itália após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - apresentou à Câmara dos Deputados um pedido de prorrogação para desocupar o apartamento funcional que ocupa em Brasília. A solicitação, feita pelo advogado Fábio Pagnozzi, foi endereçada ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

No documento, a defesa argumenta que Zambelli não foi oficialmente notificada sobre a obrigação de devolução do imóvel. “Em um cenário estranho, as informações a respeito chegaram ao seu conhecimento exclusivamente e apenas por meio da imprensa, o que, por si só, justifica a impossibilidade de cumprimento de qualquer prazo anteriormente estabelecido para a desocupação”, afirmou o advogado no texto, de acordo com a CNN Brasil.

O pedido da parlamentar é para que o novo prazo de devolução seja estendido até a próxima terça-feira, 15 de julho. Segundo a defesa, o regimento interno da Câmara permite uma “interpretação favorável à permanência no imóvel funcional”, pois a situação da deputada licenciada ainda estaria sob avaliação da Mesa Diretora.

Outro argumento apresentado é que o deputado federal Coronel Tadeu (PL-SP), suplente que assumiu a cadeira durante o afastamento de Zambelli, não requisitou o uso do imóvel, o que permitiria, segundo a defesa, a continuidade da ocupação sem prejuízo para terceiros. O pedido também inclui que eventuais penalidades financeiras não sejam cobradas até o novo prazo estabelecido.

O apartamento está atualmente ocupado pela mãe e pelo filho da deputada. Zambelli estaria em busca de nova residência para abrigar a família após seu afastamento do mandato e sua saída do Brasil.

Apesar da justificativa, a Câmara considera que a parlamentar perdeu o direito ao imóvel no momento em que se licenciou do cargo. O prazo de 30 dias para a desocupação venceu na sexta-feira, 4 de julho. Caso o imóvel não seja devolvido até dez dias após o vencimento do prazo, a multa prevista é de R$ 4.253,00 por mês, valor que pode ser descontado diretamente da folha de pagamento da deputada ou cobrado por via administrativa.

Zambelli teve seu afastamento oficializado em 5 de junho, inicialmente por sete dias por motivos de saúde e, em seguida, por mais 120 dias, dessa vez por interesse particular — sem remuneração. As normas da Câmara determinam que parlamentares licenciados devem desocupar os imóveis funcionais no prazo de até 30 dias após o início da licença, o que torna sua permanência no local irregular desde o dia 5 de julho. Além disso, a parlamentar enfrenta um processo de cassação em andamento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) .

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio do hacker Walter Delgatti Neto. Ela é alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e está na lista vermelha da Interpol, que inclui fugitivos procurados internacionalmente.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

terça-feira, 8 de julho de 2025

Moraes marca oitivas dos núcleos 3 e 4 da trama golpista

 Audiências no STF ocorrem em julho e envolvem militares e agentes acusados de planejar ataques e disseminar mentiras sobre as eleições de 2022

      Alexandre de Moraes - 20/05/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)



Agência Brasil- O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para o dia 14 de julho o início dos depoimentos das testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos réus dos núcleos 3 e 4 da trama golpista.

As oitivas serão realizadas até o dia 23 de julho. Políticos e militares indicados pelos réus serão ouvidos por videoconferência, entre eles, o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, o ministro da Defesa, José Mucio, além do general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e o tenente-brigadeiro do ar, Baptista Júnior, ex-chefe da Aeronáutica.

Por estarem na condição de testemunhas, as pessoas arroladas não poderão mentir sobre os fatos que presenciaram.

Com o despacho do ministro, todas as testemunhas arroladas pelos acusados e pela PGR nas ações penais sobre a tentativa de golpe serão ouvidas neste mês. Em junho, Moraes também marcou para o dia 14 de julho o início dos depoimentos relacionados ao Núcleo 2 da trama golpista. Nesse caso, as oitivas vão até 21 de julho.

Um dos primeiros a depor será o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que vai falar no primeiro dia de audiência, na condição de delator. Ele foi arrolado pela PGR, que faz a acusação.

O ex-presidente Jair Bolsonaro também foi indicado pela defesa de Filipe Martins, réu do Núcleo 2, mas o depoimento não foi autorizado por Alexandre de Moraes. Bolsonaro também é réu na trama golpista. Ele faz parte do Núcleo 1, cujas testemunhas e réus já foram ouvidos.

Confira os acusados que fazem parte dos núcleos da trama golpista:

Núcleo 2

  • Filipe Martins (ex-assessor de assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro);
  • Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro); Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal);
  • Mário Fernandes (general do Exército);
  • Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal);
  • Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário-adjunto de Segurança do Distrito Federal).

Núcleo 3

  • Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército);
  • Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel);
  • Estevam  Theophilo (general);
  • Fabrício Moreira de Bastos (coronel);
  • Hélio Ferreira (tenente-coronel);
  • Márcio Nunes De Resende Júnior (coronel);
  • Nilton Diniz Rodrigues (general);
  • Rafael Martins De Oliveira (tenente-coronel);
  • Rodrigo Bezerra De Azevedo (tenente-coronel);
  • Ronald Ferreira De Araújo Júnior (tenente-coronel);
  • Sérgio Ricardo Cavaliere De Medeiros (tenente-coronel);
  • Wladimir Matos Soares (policial federal).

Núcleo 4

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
  • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva);
  • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente);
  • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel);
  • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel);
  • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do presidente do Instituto Voto Legal).
Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil 

 

Apucarana implanta novo modelo de poda de árvores para atender mais rápido pedidos da população


Apucarana iniciou nesta terça-feira (08/07) a implantação de um novo modelo para a poda de árvores em áreas públicas. O objetivo é agilizar os serviços, realizar ações preventivas e atender a demanda represada de pedidos da população, especialmente os laudos de avaliação.

De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Diego Silva, o novo modelo permitirá organizar melhor as equipes e otimizar o cronograma. A programação de trabalho está sendo planejada visando atender as solicitações específicas da população, como laudos de vistoria, e realizar podas preventivas em locais estratégicos, como avenidas de grande movimento e áreas de lazer.

Outro avanço destacado pelo secretário é o mutirão de avaliação de laudos pendentes, que já reduziu pela metade um passivo de quase dois mil processos herdados da gestão anterior. “Tínhamos pedidos desde 2018 aguardando vistoria. Agora, com esse novo modelo, vamos agilizar os atendimentos e a execução dos laudos”, afirmou Diego Silva.

A primeira ação deste novo modelo aconteceu hoje no entorno do Lago Jaboti, com a poda de galhos que estavam prejudicando a visibilidade, oferecendo riscos na pista de caminhada e prejudicando a iluminação pública.

O contrato firmado pela Prefeitura com empresa especializada foi estruturado por carga horária semanal e não mais por número de árvores podadas. “Antes, o pagamento era feito por quantitativo de serviço, o que dificultava o trabalho preventivo e até o atendimento de situações pontuais. Conforme previsto no novo modelo, a empresa receberá um valor fixo por mês para cumprir 44 horas semanais de serviço” explica o secretário Diego Silva. Segundo ele, o contrato segue critérios de segurança, com caminhões com menos de 10 anos de uso, além de exigir uma quantidade mínima de profissionais que é de nove pessoas, uso de uniformes e equipamentos de proteção. O secretário informa ainda que o contrato foi celebrado com a Nivisa Soluções Ambientais, empresa vencedora da licitação.


Fonte: Prefeitura de Apucarana

Mãe de Zambelli ignora ordem e segue morando em apartamento da Câmara

 

A deputada federal licenciada Carla Zambelli. Foto: Divulgação
A mãe da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) continua ocupando o apartamento funcional da Câmara dos Deputados em Brasília, que deveria ter sido devolvido pela deputada na última sexta-feira (4). Rita Zambelli e seu neto João, filho da ex-deputada, residem no local desde o início do primeiro mandato da bolsonarista.

Rita afirmou que ainda não foi notificada para desocupar o imóvel e que só o fará quando solicitada pela Câmara. A Câmara dos Deputados determinou que a devolução do imóvel deve ocorrer dentro de 30 dias após a formalização da licença do mandato, sendo o prazo para devolução do apartamento já expirado.

Caso o imóvel não seja desocupado, Zambelli poderá ser obrigada a indenizar a Casa com base no valor do auxílio-moradia pago a parlamentares que não ocupam imóveis funcionais. A questão deve ser resolvida nesta semana, conforme anunciado pelo deputado Sérgio Souza (MDB-PR), responsável pela gestão dos apartamentos.

O deputado Sérgio Souza. Foto: Divulgação
O afastamento de Zambelli foi oficializado em 5 de junho, sendo por motivos de saúde por sete dias e por interesse particular por mais 120 dias, sem remuneração.

O caso está sendo acompanhado de perto pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que deliberará sobre a perda do mandato da deputada, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal. O STF decretou o trânsito em julgado da condenação de Zambelli, o que impossibilita novos recursos, e a deputada está foragida na Itália.

A Interpol incluiu a bolsonarista na lista de difusão vermelha, atendendo a um pedido da Polícia Federal. A parlamentar enfrenta um processo de cassação na Câmara, com a decisão final a ser tomada pelo plenário, após análise do relatório na CCJ.

Fonte: DCM

VÍDEO: Haddad critica elite e diz que 1% faz “inferno” contra a maioria

 

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em entrevista ao Metrópoles. Foto: reprodução
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou as reações contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), afirmando que apenas “1%” da população se mobilizou na internet contra a medida, que foi posteriormente derrubada pelo Congresso Nacional. Em entrevista ao Metrópoles nesta terça-feira (8), Haddad defendeu a proposta do governo e rebateu as críticas, classificando o debate como desproporcional.

“Não é razoável que 1% da população faça esse inferno na internet dizendo que estamos colocando o ‘nós contra eles’. Nós quem? 99% contra 1%. E contra por quê? Se eles não pagam o que nós pagamos? Se eles pagassem o que nós pagamos, 99%, estava de boa. Mas esse 1% não quer pagar nem o que os 99% pagam”, afirmou o ministro.

Haddad justificou o aumento do IOF como uma forma de corrigir distorções tributárias, argumentando que as mudanças não afetariam “quem já paga”.

Ele citou exemplos de brechas que permitiam a sonegação, como operações de câmbio e uso de VGBL para postergar o pagamento de Imposto de Renda. “A pessoa que paga no cartão de crédito, paga IOF. Sempre pagou. E inventaram uma forma de driblar o IOF câmbio. A gente fechou. Não pode isso aqui. Todo mundo tem que pagar igual”, declarou.


O ministro também minimizou o embate entre o governo e o Congresso, que derrubou o decreto presidencial que aumentava o IOF. Comparando a situação a um “Fla-Flu”, Haddad afirmou que o impasse “não interessa a ninguém” e defendeu a constitucionalidade da medida.

“Por dever de ofício, eu tenho que defender o ato do presidente da República. Não existe nenhum vício de constitucionalidade na decisão tomada pelo presidente da República, zero”, disse.

Ele também acusou a oposição de ser “antinacional” e prejudicar os interesses do país, alegando que as ações contrárias ao governo estariam deixando as Forças Armadas “sem recursos”. Apesar das críticas, Haddad negou atritos com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e afirmou que o Ministério da Fazenda continuará negociando com o Congresso.

Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu tanto o decreto do Executivo quanto a decisão do Congresso que o derrubou. Em sua decisão, Moraes destacou a necessidade de analisar os argumentos de ambas as partes e convocou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho.

A medida cautelar do STF deixa o imposto temporariamente sem alteração até que haja uma definição judicial. O governo Lula terá que apresentar justificativas para manter o aumento, enquanto o Congresso também deverá defender sua posição.

Fonte: DCM