sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Provas em celulares e depoimentos de assessores colocaram Jordy e Sóstenes na mira da PF

Deputados do PL foram alvos de operação contra desvio de cota parlamentar

Brasília (DF) - 19-12-2024 - Deputado Sóstenes Cavalcante durante coletiva a imprensa no salão verde da Câmara dos Deputados (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A Polícia Federal aprofundou uma investigação iniciada há um ano e, a partir da análise de mensagens de celular, depoimentos de assessores e medidas de quebra de sigilo, chegou aos deputados federais Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante, ambos do PL do Rio de Janeiro. As novas diligências resultaram no cumprimento de mandados de busca contra os parlamentares nesta sexta-feira (19), no âmbito da Operação Galho Fraco, que apura suspeitas de desvio de recursos da cota parlamentar. As informações são do G1.

Segundo a Polícia Federal, o ponto de partida da apuração atual foi uma operação deflagrada exatamente em 19 de dezembro do ano passado, quando assessores ligados aos dois deputados foram alvo de buscas e outras medidas investigativas.

De acordo com a PF, o material recolhido naquela primeira fase — incluindo conversas em aparelhos celulares, relatos colhidos em depoimentos e dados obtidos por meio de quebras de sigilo — permitiu identificar indícios que apontariam para a participação dos parlamentares como beneficiários ou articuladores do esquema investigado. A partir desse conjunto probatório, a corporação avançou sobre os chamados “chefes” da estrutura.

A investigação indica que o esquema envolvia agentes públicos e empresários que teriam estabelecido um acordo ilícito para desviar recursos públicos provenientes da cota parlamentar. Conforme apurado, o mecanismo utilizado para a suposta fraude incluía contratos falsos firmados com empresas locadoras de veículos, que serviriam para justificar gastos inexistentes ou superfaturados.

No ano passado, quando a apuração ainda estava concentrada nos assessores, a Polícia Federal solicitou autorização para realizar buscas diretamente contra os deputados. Na ocasião, o pedido foi negado pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, decisão que contou também com parecer contrário da Procuradoria-Geral da República.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Dino cita indícios de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro ao autorizar operação contra Sóstenes e Jordy

Decisão aponta uso de empresas de fachada, pagamentos “por fora” e desvio de recursos da cota parlamentar envolvendo assessores e familiares

   Flávio Dino (Foto: Antonio Augusto/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino autorizou uma ampla operação policial ao apontar indícios consistentes da prática dos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro em um esquema que envolve os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), além de assessores parlamentares e familiares. A decisão determinou buscas e apreensões, quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático e o compartilhamento de provas com a Receita Federal.

A medida foi tomada com base em representação da Polícia Federal e parecer favorável da Procuradoria-Geral da República, conforme detalhado na decisão assinada por Dino em 11 de dezembro de 2025. Segundo o despacho, os elementos reunidos revelam um quadro robusto de indícios que justifica a adoção de medidas cautelares para aprofundar as investigações.

De acordo com a decisão, a Polícia Federal identificou movimentações financeiras milionárias realizadas por assessores ligados aos parlamentares, consideradas incompatíveis com a renda declarada. Em vários casos, grandes volumes de recursos circularam sem identificação clara de origem ou de destino, incluindo repasses a beneficiários classificados como “nome não identificado”, o que compromete a rastreabilidade dos fluxos financeiros.

O ministro destaca ainda indícios da prática de lavagem de dinheiro por meio do fracionamento de depósitos e saques em valores inferiores a R$ 10 mil, mecanismo conhecido como “smurfing”, utilizado para dificultar o controle por órgãos de fiscalização. As transações, segundo a decisão, apresentam padrão reiterado e elevado grau de opacidade.

Outro ponto central do despacho é o suposto uso irregular da cota parlamentar. As investigações apontam que recursos públicos teriam sido direcionados ao pagamento de despesas inexistentes ou irregulares, especialmente contratos de locação de veículos. Parte desses contratos envolveria empresas com indícios de serem de fachada, formalmente registradas em nome de terceiros, mas controladas de fato por assessores parlamentares e integrantes de seus núcleos familiares.

Conversas extraídas de aplicativos de mensagens reforçam as suspeitas. Segundo a decisão, os diálogos sugerem a existência de pagamentos “por fora”, inclusive com menções explícitas a valores destinados a parlamentares, além de cobranças paralelas e ajustes informais fora dos contratos oficialmente declarados.

Com base nesses elementos, Flávio Dino afirma haver indícios de participação voluntária e consciente dos deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy no esquema investigado, por meio da atuação de servidores comissionados. O ministro ressalta que, nesta fase do inquérito, o padrão probatório exigido é o da preponderância de indícios, e não de prova definitiva.

A decisão autoriza buscas domiciliares, pessoais e veiculares, apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos, acesso a dados armazenados em nuvem e a quebra de sigilos bancário e fiscal no período de 2018 a 2024. Dino também determinou que as medidas sejam executadas de forma coordenada, com prazo de 45 dias para sua efetivação.

Por fim, o ministro autorizou o compartilhamento das provas obtidas com a Receita Federal do Brasil, para apuração de eventuais irregularidades fiscais, mas negou, neste momento, o envio do material à Advocacia-Geral da União. Segundo ele, a preservação da unidade investigativa no âmbito do STF é necessária para evitar conclusões prematuras enquanto as apurações ainda estão em curso.

Fonte: Brasil 247

Sóstenes e Jordy usavam locadora para desviar cota parlamentar, aponta PF

Investigação começou com ação contra assessores por suspeita de contratos fictícios com locadora de veículos

Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados | Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A operação deflagrada nesta sexta-feira (19) pela Polícia Federal contra o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado federal Carlos Jordy teve origem em uma investigação iniciada cerca de um ano antes, quando agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão contra assessores parlamentares. O aprofundamento das apurações levou à identificação de um suposto esquema de desvio de recursos públicos vinculados à cota parlamentar, explica o jornal O Globo.

O foco dos investigadores é a suspeita de uso irregular da cota parlamentar por meio de contratos considerados falsos com empresas de locação de veículos, mecanismo que teria sido utilizado para justificar despesas e viabilizar pagamentos indevidos.

Na etapa inicial da investigação, realizada no ano passado, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Tocantins e no Distrito Federal. De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que agentes públicos e empresários tenham estabelecido um “acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares”, o que motivou a apuração por crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

À época, o O Globo apontou que os gastos declarados por Sóstenes Cavalcante com aluguel de veículos chamaram a atenção dos investigadores. Os valores registrados pelo parlamentar superaram R$ 137,9 mil ao longo do ano, quase o dobro da média verificada entre outros deputados federais, que ficou em torno de R$ 76,8 mil, segundo dados do Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.

Sóstenes Cavalcante, que já presidiu a Frente Parlamentar Evangélica e atualmente ocupa a liderança do PL — maior bancada da Câmara —, reagiu às investigações afirmando não temer a apuração e levantando a hipótese de motivação política. “Não ter nada a esconder” e a possibilidade de “perseguição” foram mencionadas pelo deputado ao comentar o caso. Em declaração, afirmou: “Tenho nada a esconder, podem revirar o que quiserem, não quero acreditar que seja mais um capítulo de perseguição contra parlamentares de direita”.

Carlos Jordy, também alvo da operação, é deputado federal pelo Rio de Janeiro e disputou a Prefeitura de Niterói nas eleições municipais do ano passado. A Polícia Federal segue analisando documentos e materiais apreendidos para esclarecer o alcance do suposto esquema e a participação de cada investigado.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Alvo da PF, Carlos Jordy se diz vítima de perseguição

Parlamentar do PL afirma ser alvo de perseguição após mandados de busca em investigação sobre uso irregular de recursos da Câmara

           Carlos Jordy (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi alvo nesta sexta-feira (19) de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal no âmbito de uma investigação que apura suposto desvio de recursos da cota parlamentar. A operação também atingiu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), por determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A apuração aponta a suspeita de que parlamentares teriam utilizado empresas de fachada para justificar gastos da cota parlamentar, incluindo uma locadora de veículos. As diligências fazem parte de um inquérito que busca esclarecer se houve uso indevido de verbas públicas destinadas ao exercício do mandato.

Após a operação, Carlos Jordy se manifestou publicamente e classificou a ação como perseguição. O deputado relatou que a operação ocorreu em uma data sensível para sua família. "Hoje, novamente aniversário da minha filha estão fazendo novamente essa perseguição covarde alegando que eu teria desviado recursos de cota parlamentar usando uma empresa de aluguel de veículos de fachada", afirmou.

O parlamentar também contestou os fundamentos da investigação e disse que a empresa citada é utilizada regularmente por ele e por Sóstenes Cavalcante desde o início de seus mandatos. Segundo Jordy, a suspeita levantada pelos investigadores estaria relacionada ao tamanho da frota da locadora. "Eles dizem que chama muita a atenção o número de veículos dessa empresa, dizendo que as outras empresas tem mais de 20 veículos na sua frota, e que a empresa de veículos que usamos tem apenas cinco, por isso, seria uma empresa de fachada", declarou.

A investigação segue em andamento no Supremo Tribunal Federal, sob relatoria de Flávio Dino, e a Polícia Federal continua analisando o material apreendido para aprofundar a apuração sobre o possível desvio de recursos públicos por meio da cota parlamentar.

Fonte: Brasil 247

Empresas suspeitas de lavar dinheiro do PCC mantêm contratos com prefeituras em São Paulo

Grupo investigado pela Polícia Civil firmou dezenas de contratos municipais em SP que somam R$ 584,6 milhões

                     Viatura da Polícia Civil de São Paulo (Foto: PCSP/Divulgação)

Um conjunto de 13 empresas investigadas por suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro associado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) firmou, nos últimos quatro anos, ao menos 66 contratos com 11 prefeituras do estado de São Paulo. Somados a 57 termos aditivos que estenderam prazos de fornecimento e serviços, esses acordos representam R$ 584,6 milhões repassados pelos cofres municipais às companhias citadas na apuração, informa a Folha de São Paulo.

O levantamento dos valores foi feito a partir de publicações no Diário Oficial do Estado, e aparece no contexto da Operação Falso Mercúrio, conduzida pela Polícia Civil paulista, que resultou no bloqueio de R$ 6 bilhões, incluindo 49 imóveis, e na apreensão de 257 veículos.

De acordo com a investigação, as contratações municipais abrangem uma ampla gama de itens e serviços, como softwares educacionais e conteúdo pedagógico, cursos profissionalizantes, locação de centenas de veículos oficiais e de impressoras, além de compras de materiais de limpeza e higiene, alimentos, móveis, uniformes para campeonatos de várzea e artigos de papelaria.

Procuradas, as prefeituras citadas sustentaram que os procedimentos obedeceram às exigências legais, com contratos formalizados por processos administrativos e licitatórios e execução considerada regular. As administrações também afirmaram, em diferentes graus, que não haviam sido acionadas por autoridades policiais sobre o caso.

No núcleo das suspeitas descritas no documento investigativo, a Polícia Civil aponta o uso da chamada “mescla patrimonial”, mecanismo no qual valores oriundos do crime são misturados a receitas aparentemente lícitas nas contas bancárias das empresas, dificultando o rastreamento pelos órgãos de controle.

A apuração policial afirma ter reconstituído o fluxo do dinheiro, desde a coleta atribuída a suspeitos ligados ao PCC — incluindo investigados associados à exploração de uma rede de caça-níqueis e um condenado por tráfico de drogas — passando por intermediários até chegar aos beneficiários finais. O relatório também menciona investigados sob suspeita de estelionato e extorsão.

Entre os nomes citados como beneficiários finais estão Eduardo Moreno Lopes (o Tio) e Thiago Telles Batista de Souza (apelido Tom Cruise). A investigação relata que documentos obtidos em celulares apreendidos indicariam transferências bancárias entre empresas ligadas aos responsáveis pela coleta do dinheiro e firmas relacionadas ao destino final dos recursos.

Segundo as informações descritas, Lopes aparece como sócio de duas empresas — Kompre Limp e Stoka, ambas distribuidoras de materiais — que teriam fechado contratos com prefeituras da região metropolitana de São Paulo. Ele também teria familiares como sócios da Center Lopes, do ramo de locação de veículos, que assinou contratos de ao menos R$ 15,5 milhões com a Prefeitura de Barueri desde 2022. Além disso, em outras oito empresas, Lopes é citado como “operador” dos valores movimentados, com base em comprovantes encontrados nos aparelhos apreendidos.

Já Thiago Telles é apontado como operador de três empresas que, conforme a investigação, integraram o esquema e mantinham contratos públicos.

No recorte de valores identificados no Diário Oficial desde janeiro de 2022, a Prefeitura de Barueri concentra a maior parte: 69% do total, ou R$ 359,4 milhões. Cotia aparece na sequência, com R$ 72,3 milhões, cerca de 14% do montante.

A investigação também descreve diálogos obtidos em celulares dos suspeitos. Em um deles, datado de dezembro de 2024, Lopes teria indicado a necessidade de receber pagamento da Prefeitura de Cotia para viabilizar a compra de um imóvel. No dia seguinte, ele informa que havia almoçado com o prefeito de então, Rogério Cardoso Franco (PSD), e recebido promessa de pagamento. O relato ocorre no contexto de um contrato de R$ 45 milhões para locação de veículos firmado com a gestão municipal havia menos de um mês, e aponta que a empresa seguiu assinando novos contratos ao longo de 2025.

O material investigativo ainda menciona a circulação de dinheiro em espécie, entregue por motoboys, e tratativas para transferências bancárias feitas por intermediários ligados à empresa Key Car. Em outro trecho descrito, a polícia diz ter identificado cinco pagamentos somando R$ 312 mil feitos pela Assinco Informática para a conta de uma casa de pôquer no bairro da Liberdade, no centro de São Paulo, em uma transação relacionada ao esquema.

O que dizem as empresas e as prefeituras

Em posicionamentos encaminhados à reportagem, empresas citadas afirmaram estar cientes da investigação, mas alegaram não ter acesso aos autos por se tratar de processo sob segredo de Justiça, o que as impediria de comentar detalhes. A Center Lopes, a Kompre Limp e a Stoka declararam que suas atividades ocorrem de forma regular e repudiaram associações com ilícitos: “de forma veemente qualquer tentativa de associação de seu nome ou de seu sócio a práticas ilícitas”, reforçando o compromisso com a legalidade.

A Arco & Flecha Distribuidora também rejeitou vínculos com irregularidades: “qualquer tentativa de associação a práticas ilícitas ou a organizações criminosas”, e disse estar “à disposição para colaborar com a Justiça e com as autoridades”.

A Assinco Informática e a Micro Ka Informática informaram que aguardam permissão para acessar os autos e que acreditam “não ser alvo da investigação”. Já a Gifi Comércio e a Nova SS Pães e Doces disseram que não tiveram acesso aos documentos e tentam entender o contexto em que seus nomes foram citados, afirmando cumprir “rigorosamente todas as obrigações assumidas nos contratos firmados com o poder público.”

Do lado das prefeituras, Barueri afirmou que os contratos foram firmados em “estrita observância” das regras, com procedimentos regulares, e declarou que não há decisão judicial para suspendê-los. Cotia ressaltou que o contrato com a Center Lopes foi assinado pela gestão anterior e informou que “acompanha os desdobramentos da Operação Falso Mercúrio e reafirma que está à disposição das autoridades competentes.” Osasco declarou que “não há como saber a origem das empresas que participam das licitações” e que, cumpridos os requisitos legais, não haveria como impedi-las de disputar certames; a prefeitura também disse aprovar a Operação Falso Mercúrio.

As administrações de Embu das Artes, Santana de Parnaíba, Itapevi, Iracemápolis e Sorocaba afirmaram que os processos seguiram a lei e que os serviços foram prestados. Já Araçariguama, Mairiporã, Mauá, Pindamonhangaba, Pirapora do Bom Jesus e Poá não responderam aos contatos. As empresas Suzupaper Comércio de Papelaria e ASX Participações e Tecnologia não responderam. Os investigados Eduardo Lopes e Thiago Telles também foram procurados por email e não responderam.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

PM prende militante negra por panfletar em Florianópolis contra fim das cotas raciais (vídeo)

Ação na Praça XV terminou em censura, apreensão de material e condução de ativista à delegacia

Militante é presa em panfletagem contra fim das cotas raciais após intervenção de deputada e vice-prefeita em Florianópolis (Foto: Reprodução)

Uma militante foi detida na noite desta quinta-feira (18) durante uma ação de panfletagem contra o fim das cotas raciais na Praça XV de Novembro, no centro de Florianópolis. A informação foi publicada inicialmente pela fonte original fornecida pelo usuário. O ato, organizado por representantes de diferentes movimentos sociais, buscava alertar a população sobre os impactos da decisão da Assembleia Legislativa que votou pelo fim das cotas raciais nas universidades do estado. As informações são do jornalista Thiago Suman e do vereador em Florianópolis Leonel Camasão (PSOL).

Segundo relatos de participantes do protesto, a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL) e a vice-prefeita de Florianópolis, Maryanne Mattos (PL), compareceram ao local e atuaram para impedir que os panfletos fossem distribuídos.

A situação se agravou quando a deputada Campagnolo discutiu com a ativista Vanessa Brasil, coordenadora estadual do Movimento VAT (Vida Além do Trabalho). Testemunhas afirmam que o bate-boca deu início à confusão que culminou na prisão da ativista. A abordagem policial foi registrada em vídeo pela própria Vanessa.

A militante foi conduzida à delegacia, e os panfletos utilizados na mobilização foram apreendidos pelos agentes. Informações obtidas no local apontam que a diligência teria sido acompanhada de perto pela deputada bolsonarista Campagnolo, enquanto a também bolsonarista Maryanne Mattos teria atuado como testemunha da intervenção. Até o momento, não houve manifestação oficial da Polícia Militar sobre os fundamentos da detenção, nem esclarecimento sobre eventual acusação formal contra a ativista.

De acordo com postagem do vereador Leonel Camasão, sua equipe jurídica está prestando apoio à militante, que foi liberada às 23 horas desta quinta-feira.

Movimentos sociais envolvidos classificaram a ação como um episódio de censura e afirmam que seguirão mobilizados diante do avanço de medidas que consideram prejudiciais à igualdade racial no estado. A militante detida permanece aguardando os desdobramentos do caso.

Fonte: Brasil 247

Saúde de Apucarana recebe seis novos veículos para reforçar o atendimento à população

Com investimento de quase R$ 1,5 milhão, a entrega inclui quatro ambulâncias, um veículo leve e um utilitário


A Prefeitura de Apucarana realizou, na manhã desta quinta-feira (18/12), a entrega de seis veículos zero quilômetro à Autarquia Municipal de Saúde (AMS). O pacote inclui quatro ambulâncias, uma picape Fiat Strada e um Citroën C3, que chegam para modernizar a frota e garantir agilidade nos serviços prestados aos cidadãos.

O investimento total soma R$ 1.486.096,00. Deste montante, R$ 1.165.000,00 são provenientes de recursos do Governo do Estado do Paraná, viabilizados através de emendas do deputado estadual Delegado Jacovós (PL), com uma contrapartida do município no valor de R$ 321.096,00.

O prefeito Rodolfo Mota destacou a importância da renovação da frota. “É uma alegria poder entregar seis novos veículos para a saúde, sendo que quatro são ambulâncias. No início da gestão, encontramos uma frota extremamente antiga e sucateada. Ao longo deste ano, assumimos o desafio de mudar essa realidade. Com o apoio do deputado Jacovós, estamos garantindo melhores condições de trabalho aos servidores e, acima de tudo, um atendimento mais seguro e digno para quem precisa da saúde de Apucarana”, afirmou.

Segundo o deputado estadual Delegado Jacovós, a viabilização dos veículos foi possível graças ao resgate de emendas que estavam paradas. “O prefeito Rodolfo Mota foi buscar recursos que eu havia disponibilizado para a gestão anterior, mas que não foram utilizados e continuavam depositados. Ele conseguiu resgatar e executar as licitações. Fico muito feliz em ver que agora o recurso se transformou em benefício direto para a população nessa área prioritária, que é a saúde”, pontuou o parlamentar.

O secretário municipal de Saúde, Dr. Guilherme de Paula, acrescentou que os novos veículos trazem tecnologia de ponta e reduzirão os custos com manutenção mecânica. “Temos ambulâncias de 2015 que ainda rodam, mas que exigem reparos constantes. Estes novos carros serão utilizados no transporte de pacientes para a realização de exames e consultas especializadas, dentro do próprio município ou em outras cidades, oferecendo muito mais conforto e segurança”, explicou o secretário.

A solenidade de entrega contou com a presença do vice-prefeito Marcos da Vila Reis, da primeira-dama Karine Mota, dos vereadores Tiago Cordeiro de Lima e Gabriel Caldeira, do vereador licenciado José Airton Deco de Araújo, do ex-vereador Gilberto Cordeiro de Lima, além de diversos secretários municipais e servidores da Autarquia de Saúde.


Fonte: Prefeitura de Apucarana

Prefeitura de Apucarana reforça Idepplan com repasse de caminhão adaptado para serviços em alturas e destina veículo zero quilômetro ao Lar Sagrada Família

Equipamentos somam mais de R$230 mil em investimentos e reforçam segurança dos servidores e ampliam atendimento social


O prefeito Rodolfo Mota entregou nesta quinta-feira (18/12), em ato realizado em frente à Prefeitura de Apucarana, um caminhão adaptado ao Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan) e um automóvel zero quilômetro ao Lar Sagrada Família. As entregas reforçam a estrutura da administração municipal, ampliam a segurança dos servidores e fortalecem o atendimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

O caminhão, ano 2008, com apenas 20 mil quilômetros rodados, já integrava a frota municipal, estava subutilizado e passou por revisão e adaptação. O veículo recebeu a instalação de um cesto aéreo isolado para até 46 kV, projetado e certificado para proteger o trabalhador contra choque elétrico em redes energizadas de até 46 mil volts. O equipamento será utilizado em serviços como troca de lâmpadas em prédios públicos, manutenção elétrica, poda de árvores e outras atividades em altura. O investimento na adaptação foi de aproximadamente R$ 115 mil, com recursos da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública).

No mesmo ato, a Prefeitura também entregou um automóvel zero quilômetro ao Lar Sagrada Família, instituição sem fins lucrativos que acolhe crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O veículo foi adquirido por meio de emenda parlamentar do senador Sérgio Moro, via Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, com investimento de R$ 117.887,00. Participaram da solenidade o vice-prefeito Marcos da Vila Reis, a secretária municipal da Assistência Social, Fabíola Carrero, o diretor-presidente do Idepplan, engenheiro eletricista Nilton Fornaciari Júnior, o vereador Pablo da Segurança e a vice-presidente do Lar Sagrada Família, empresária Aída Assunção, representando o presidente Maurício Rawski de Paula.


“Hoje é um dia de entregas importantes para Apucarana. Pela manhã entregamos ambulâncias e agora estamos destinando um veículo zero quilômetro ao Lar Sagrada Família, que presta um trabalho essencial no acolhimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Esse automóvel vai dar mais estrutura ao atendimento e melhores condições de trabalho aos profissionais da instituição. Agradeço ao senador Sérgio Moro pela emenda parlamentar que viabilizou essa conquista”, destacou o prefeito Rodolfo Mota.

Ao comentar a recuperação e adaptação do caminhão para o Idepplan, o prefeito ressaltou que o equipamento vai garantir mais segurança aos servidores e ampliar a capacidade de execução de serviços em altura. “Antes, muitas dessas atividades eram realizadas com risco. Agora, temos tecnologia, segurança e eficiência. Estamos mostrando na prática o que acontece quando se aplica com responsabilidade cada recurso público. Quando o investimento é bem planejado e executado com seriedade, o resultado aparece na qualidade dos serviços e no dia a dia da cidade”, afirmou.

A vice-presidente do Lar Sagrada Família, empresária Aída Assunção, destacou a importância da conquista. “Atualmente, atendemos 27 crianças e, diariamente, surgem novas demandas que exigem estrutura e apoio. Esse veículo chega em um momento extremamente oportuno e vai fortalecer o nosso trabalho”, afirmou. Ela lembrou que a destinação da emenda foi articulada ainda antes do período eleitoral. “O senador Sérgio Moro visitou o Lar, acompanhou a realidade da instituição e viabilizou essa conquista, que hoje se concretiza. Em nome do presidente do Lar Sagrada Família, Maurício Rawski de Paula, e de toda a diretoria, agradeço ao senador, ao prefeito, ao vice-prefeito, à secretária Fabíola, aos vereadores e a todos que contribuíram para que esse automóvel moderno, com maior capacidade, chegasse até a instituição”, concluiu.


Fonte: Prefeitura de Apucarana

APUCARANA: Feira Verde fecha o ano com 260 toneladas de recicláveis recolhidos e trocados por alimentos

Iniciativa beneficia diretamente cerca de 12 mil famílias, além de gerar renda para produtores rurais e cooperados da Cocap


Com a realização de quatro edições nesta quinta-feira (18/12), o Programa Feira Verde está finalizando as atividades de 2025. Ao todo, foram realizadas 292 edições ao longo do ano, com mais de 260 toneladas de recicláveis recolhidos e trocados por alimentos, beneficiando diretamente cerca de 12 mil famílias.

O prefeito Rodolfo Mota afirma que os resultados do programa vão muito além dos números. “Significam dignidade, inclusão social, segurança alimentar e respeito ao meio ambiente. É um modelo de sustentabilidade que transforma recicláveis em alimentos frescos, gerando benefícios para toda a comunidade e impactando positivamente a vida de milhares de famílias”, ressaltou, acrescentando que o programa é desenvolvido pela Secretaria Municipal de Agricultura e foi idealizado pelo ex-vereador Rodrigo Lievore (Recife), que atualmente é secretário da Cultura.

Na manhã desta quinta-feira o programa instalou os pontos de troca no Núcleo Habitacional Vale Verde e no Jardim Ponta Grossa. À tarde, de acordo com o cronograma, a equipe estará nas regiões da Vila Feliz, no período das 14h30 às 15h30, e do Jardim Casagrande, entre as 15h45 e 16h30. Depois, o programa entrará em recesso e retornará no dia 6 de fevereiro.

Willian Siqueira, coordenador do Feira Verde, afirma que a cada semana o programa está numa região da cidade, contando com a parceria da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Apucarana (Cocap). “As famílias fazem a separação em casa e levam até os pontos de troca do material, que é pesado e colocado no caminhão da Cocap. Em contrapartida, as famílias recebem cestas de frutas e verduras, que garantem uma alimentação mais saudável para as famílias”, explicou, lembrando que o reciclável posteriormente gera renda para os cooperados da Cocap.

Além de fazer a reciclagem em casa, muitas famílias recolhem materiais – como papel, plástico, papelão e garrafas PET – nas ruas e em terrenos não edificados. “Isso amplia o alcance da ação. O bairro fica mais limpo, contribuindo com a saúde pública especialmente no combate da dengue e aumentando a consciência ambiental”, avalia Siqueira.

Para os agricultores, o Feira Verde representa mais uma opção segura de compra dos seus produtos e de valorização da atividade, contribuindo ainda com a fixação das famílias no campo. “Nosso agradecimento especial aos agricultores, que com dedicação levam alimentos de qualidade à população e à Cooperativa dos Cafeicultores do Pirapó (Coocapi), outra parceira fundamental para o sucesso do programa”, finalizou Willian.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Eduardo Bolsonaro diz que “valeu a pena” ficar nos EUA após cassação por faltas


        O ex-deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – Reprodução

Cassado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados por excesso de faltas, o ex-deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que “valeu a pena” ter permanecido nos Estados Unidos. Em vídeo publicado na rede social X, ele declarou que continuará sendo “a mesma pessoa” após a perda do mandato.

Na gravação, Eduardo afirmou que a cassação não ocorreu por crimes como corrupção, tráfico de drogas ou outras irregularidades, mas por, segundo ele, ter feito o que seus eleitores esperavam. O ex-parlamentar mudou-se para os Estados Unidos em fevereiro e passou a se reunir com autoridades locais para denunciar o que classifica como ditadura no Brasil.

Eduardo Bolsonaro acumulou 59 faltas até o momento da decisão. O número ultrapassa o limite previsto na Constituição Federal, que determina a perda do mandato quando deputados ou senadores faltam a mais de 33% das sessões ordinárias, excetuadas ausências por missão oficial ou licença.

Ao comentar a cassação, Eduardo voltou a afirmar que “valeu a pena” ter permanecido fora do país. Ele mencionou como consequência de sua atuação a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes em 30 de julho, sanção que foi retirada em 12 de dezembro.

Sem citar nomes, o ex-deputado criticou parlamentares eleitos em 2022 com apoio de seus pedidos de voto. Segundo ele, esses deputados teriam votado a favor da cassação de seu mandato, mesmo após terem sido beneficiados eleitoralmente.

No mesmo contexto, Alexandre Ramagem teve a perda de mandato determinada pelo Supremo Tribunal Federal. Além da decisão judicial, a Mesa Diretora considerou que, por permanecer nos Estados Unidos, ele deixaria de comparecer às sessões e ultrapassaria o limite de faltas. Em defesa enviada à Câmara, Ramagem afirmou ser alvo de “perseguição política” e sustentou que a determinação do STF não caberia ao Supremo.

Fonte: DCM

Governo Trump fez pressão a favor de PL da Dosimetria para beneficiar Bolsonaro

Articulação de representantes dos EUA no Senado brasileiro envolveu negociações políticas e comerciais e teve impacto direto no avanço do PL da Dosimetria

      Donald Trump e Jair Bolsonaro foram alvos dos manifestantes (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

A aprovação do chamado PL da Dosimetria, que reduz penas e beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus pelos atos de 8 de Janeiro, foi marcada por intensa articulação nos bastidores e pela atuação direta de representantes do governo dos Estados Unidos. O projeto avançou no Senado em meio a um ambiente de forte pressão política, interna e externa, segundo relatos de interlocutores envolvidos nas negociações.

As informações foram reveladas pela coluna do jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, que detalhou a participação de integrantes do governo de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, no processo que levou à aprovação da proposta na quarta-feira (17).

De acordo com a apuração, o vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, esteve à frente das tratativas. Ele teria feito ligações telefônicas a membros do governo brasileiro, pressionando auxiliares do Palácio do Planalto para que a proposta avançasse no Congresso Nacional. Em troca, foram sinalizados possíveis avanços nas negociações tarifárias entre os dois países.

Além das articulações diretas, diplomatas dos Estados Unidos acompanharam de perto a tramitação e a votação do texto no Senado Federal. Após a aprovação do projeto, um integrante da gestão Trump telefonou para uma liderança do governo brasileiro, parabenizou o resultado e afirmou que a medida representava “um passo na direção certa”.

No âmbito interno, o líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT), confirmou que foi responsável por costurar o acordo político que viabilizou o avanço do PL da Dosimetria. Em declaração à coluna, Wagner reconheceu que conduziu a negociação de forma autônoma. “Houve um acordo de procedimento, sim. Fiz a negociação sem consultar [o presidente] Lula e [a ministra da Secretaria de Relações Institucionais] Gleisi Hoffmann. […] Não vou esconder esse fato”, afirmou.

Questionado sobre a posição do senador Fabiano Contarato (PT), que posteriormente declarou ter votado de forma equivocada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Jaques Wagner relatou: “Ele me mandou dizer que votou errado. Mas não foi ele quem me falou diretamente”.

Nos bastidores do Congresso, a avaliação de parlamentares governistas é de que o projeto avançou em um contexto de pressão incomum, com interlocutores estrangeiros demonstrando interesse direto no desfecho da votação. A leitura predominante é que o tema deixou de se restringir ao debate jurídico e passou a integrar um pacote mais amplo de negociações políticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

Esse movimento ganhou força após a decisão da gestão Trump de retirar, na sexta-feira anterior (12), a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e sua esposa. Segundo as informações apuradas, a aprovação do PL da Dosimetria foi um dos fatores considerados para essa decisão. Como contrapartida adicional, os Estados Unidos tendem a cancelar sobretaxas impostas a produtos brasileiros, como metais, aço e madeira, reforçando o caráter estratégico das negociações que envolveram a tramitação do projeto no Senado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

STF reconhece racismo estrutural no Brasil e impõe revisão de políticas públicas

Suprema corte admite violações persistentes de direitos da população negra e obriga Executivo a reformular plano nacional de igualdade racial

       Sessão plenária do STF - 17/12/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, nesta quinta-feira (18), a existência de racismo estrutural no Brasil e determinou que o poder público adote medidas concretas para enfrentar violações históricas de direitos da população negra, informa a Folha de São Paulo. A decisão foi tomada no julgamento de uma ação que discute a omissão do Estado diante da desigualdade racial, tema que vinha sendo analisado pela Corte desde o fim de novembro.

O caso foi analisado no âmbito da ADPF 973, ação apresentada por um grupo de partidos políticos que aponta violações sistemáticas aos direitos fundamentais da população negra, como o direito à vida, à saúde, à segurança e à alimentação adequada, além do aumento da letalidade de pessoas negras em decorrência da violência policial e institucional. A ação foi incluída na pauta do plenário pelo presidente da Corte, Edson Fachin, como parte da programação da Semana da Consciência Negra.

O julgamento teve início com o voto do relator, ministro Luiz Fux, que inicialmente defendeu o reconhecimento do chamado “estado de coisas inconstitucional”, caracterizado pela violação generalizada e persistente de direitos fundamentais. Esse entendimento, no entanto, não prevaleceu integralmente. Na sessão desta quinta-feira, Fux ajustou sua posição, passando a reconhecer a gravidade das violações, mas entendendo que medidas já adotadas ou em curso pelo Estado afastariam, neste momento, a configuração formal do estado de coisas inconstitucional.

Essa corrente foi acompanhada pelos ministros Cristiano Zanin, André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Para esse grupo, embora haja falhas graves, existe um conjunto de políticas públicas em andamento que demonstra esforço estatal para enfrentar o problema, ainda que de forma insuficiente.

Em sentido diverso, os ministros Flávio Dino, Edson Fachin e Cármen Lúcia defenderam que o STF reconhecesse explicitamente a omissão sistêmica do Estado no combate ao racismo estrutural e institucional. No voto proferido nesta quinta-feira, Fachin detalhou os critérios necessários para a caracterização do estado de coisas inconstitucional: violação massiva e generalizada de direitos fundamentais, persistência da situação ao longo do tempo, inadequação de soluções isoladas e necessidade de atuação coordenada de múltiplos órgãos estatais.

Segundo o presidente do STF, esses quatro elementos estão presentes no caso brasileiro. Ele afirmou que o país sustenta um mito de democracia racial que, na prática, dificulta o enfrentamento do racismo e impede o pleno exercício da cidadania pela população negra. “Tais violações não são episódicas ou circunstanciais, mas contínuas e resultam de um processo histórico de longa duração, que remonta ao regime escravocrata e à consolidação de um imaginário de ‘democracia racial’ que, na prática, serviu para invisibilizar o racismo, dificultar sua adequada identificação e enfrentamento e silenciar a discussão sobre qualquer política reparatória”, declarou Fachin.

O ministro acrescentou que esse modelo foi decisivo para a construção de uma sociedade hierarquizada. “Este mito foi determinante para o modelo de sociedade hierarquizada que, intencionalmente, se construiu, uma vez que visava a evitar a discussão da temática e inibir a organização da população negra para reivindicações. Esta escolha estatal se reflete na atual realidade socioeconômica de estratificação social”, afirmou.

Apesar das divergências sobre a classificação jurídica do problema, o STF definiu medidas obrigatórias. O Executivo deverá revisar o Planapir (Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial) ou elaborar um novo plano de combate ao racismo institucional, com metas claras e prazos definidos. O trabalho deverá ser concluído no prazo de 12 meses e terá acompanhamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

No voto que prevaleceu, Luiz Fux destacou que as políticas públicas voltadas à igualdade racial ainda são insuficientes para enfrentar a complexidade do problema. Ele citou como exemplo as cotas raciais, afirmando que, embora relevantes, elas não atacam as raízes históricas e estruturais da desigualdade. Para o ministro, é necessário ampliar as ações estatais para áreas como saúde, segurança alimentar, segurança pública e proteção da vida, além da adoção de políticas reparatórias e de preservação da memória da população negra.

Na área da educação, a decisão prevê a capacitação de professores para o ensino da história e da cultura afro-brasileira, inclusive com cooperação de universidades do continente africano. Para o sistema de Justiça, Fux sugeriu a criação de protocolos específicos de atendimento a pessoas negras em tribunais, Ministérios Públicos, Defensorias Públicas e forças policiais.

Ao contextualizar o tema, o relator fez um resgate histórico desde a abolição da escravidão até os impactos atuais da ausência de políticas reparatórias. “As gerações pós-abolição ficaram presas em um ciclo de pobreza derivado da persistente incapacidade estatal de promover condições propícias de ascensão social dos menos favorecidos”, afirmou Fux.

A decisão do STF consolida, no plano institucional, o reconhecimento de que o racismo estrutural continua a produzir efeitos profundos na sociedade brasileira e impõe ao Estado a obrigação de enfrentar essas desigualdades de forma coordenada e contínua.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lula reforça diálogo com militares, agradece lealdade e promete apoio à Defesa

Em encontro com a cúpula das Forças Armadas, presidente destaca compromisso institucional e investimentos estratégicos fora do arcabouço fiscal

          Presidente Lula e comandantes das Forças Armadas (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feia (18), de um almoço de confraternização com a cúpula das Forças Armadas, em Brasília, e fez um gesto político de aproximação com os militares ao agradecer publicamente a “lealdade” da instituição e reafirmar o compromisso do governo com o fortalecimento da Defesa Nacional. O encontro ocorreu no Clube do Exército e reuniu os principais comandantes das três Forças, além do ministro da Defesa.

Reportagem do jornal O Globo relata que durante a cerimônia, Lula optou por não ler o discurso previamente preparado pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério da Defesa. Falando de improviso, o presidente adotou um tom conciliador e de reconhecimento institucional. Ele foi recebido pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pelos comandantes do Exército, Tomás Paiva, da Marinha, Marcos Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno.

Logo no início de sua fala, o presidente agradeceu a “lealdade e o compromisso” das Forças Armadas com o país. Ao relembrar os primeiros dias de seu terceiro mandato, Lula citou que uma de suas primeiras reuniões, ainda em janeiro de 2023, foi justamente com o ministro da Defesa e os comandantes militares para discutir a indústria nacional de defesa, utilizando o episódio como exemplo da importância que atribui às demandas do setor.

Em outro momento, ao abordar o futuro das Forças Armadas, Lula fez um aceno direto aos militares ao afirmar: “contem comigo”, em referência à continuidade de recursos e à execução dos programas estratégicos. O presidente também reforçou a necessidade de o Brasil manter Forças Armadas fortes, estruturadas e bem preparadas.

Lula destacou ainda o aporte orçamentário destinado à Defesa Nacional, com a aprovação, pelo Congresso Nacional, de R$ 30 bilhões em investimentos ao longo de seis anos. Segundo o governo, os recursos foram viabilizados por articulação direta do ministro José Múcio junto à Câmara dos Deputados e ao Senado. O montante ficará fora do arcabouço fiscal, não será contabilizado no limite de gastos públicos e será liberado de forma parcelada, com R$ 5 bilhões por ano destinados exclusivamente à modernização do Exército, da Marinha e da Força Aérea Brasileira.

O almoço marcou o primeiro encontro do presidente com a cúpula militar após as prisões de oficiais condenados pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. De acordo com relatos, Lula não mencionou diretamente as prisões nem as condenações durante sua fala.

A reunião vinha sendo cuidadosamente preparada para evitar tensões nos quartéis em meio ao cenário sensível provocado pelas detenções. Embora um discurso formal em tom conciliatório tenha sido elaborado, o presidente preferiu falar sem o texto, mantendo, ainda assim, a linha pacificadora prevista.

Atualmente, estão presos no Comando Militar do Planalto o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira. O ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, está detido na Estação Rádio da Marinha, em Brasília, enquanto o ex-ministro Walter Braga Netto encontra-se preso na 1ª Divisão do Exército, subordinada ao Comando Militar do Leste, na Vila Militar, no Rio de Janeiro.

Fonte: DCM

Calcinha e bolsonarismo: quem é o ator demitido da “Praça é Nossa” após criticar o SBT


       O ator bolsonarista David Cardoso Jr de calcinha. Foto: reprodução

O ator David Cardoso Jr deixou o elenco de “A Praça é Nossa” após criticar publicamente o SBT por receber o presidente Lula (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no evento de lançamento do canal SBT News, realizado na última sexta-feira (12). Alinhado ao bolsonarismo, o artista seguiu a mesma linha de ataques feita por Zezé Di Camargo contra a emissora e, após as declarações, não deve mais participar do humorístico exibido aos domingos.

O desligamento foi confirmado pelo SBT em nota enviada à colunista Fábia Oliveira, do portal Metrópoles. Segundo a emissora, David não mantinha vínculo fixo com o canal. “Ele não é funcionário do SBT, participa como Free Lancer. Diante desse cenário não deverá participar da Praça é Nossa em 2026”, informou a assessoria de imprensa.

Em vídeo publicado no Instagram, o ator afirmou estar decepcionado com a emissora e declarou apoio a Zezé Di Camargo. “Trabalho lá há 14 anos, a palavra que vem à minha cabeça é decepção. Tem que receber um Presidente da República? Até pode ser, agora, ministro Alexandre de Moraes não. Ele é ministro, não é político”, disse. Para David, a presença do magistrado no evento representou um erro por parte da direção do canal.

Quem é David Cardoso Jr

Nas redes sociais, o ator se define como “patriota, defensor do Brasil” e utiliza plataformas como X, antigo Twitter, para divulgar conteúdos adultos produzidos por ele. David mantém perfis pagos em serviços como OnlyFans e Privacy, onde publica fotos e vídeos pornográficos.

Em janeiro deste ano, imagens do comediante usando calcinha viralizaram nas redes. Sobre a repercussão, ele escreveu: “Eu de verdade adorei essa brincadeira. Algumas pessoas não gostaram, mas não dá pra agradar a todos a toda hora. Eu gosto de atender aos pedidos de todos”.

Em junho de 2023, David afirmou que passou a sofrer preconceito dentro do próprio elenco de “A Praça é Nossa” após o vazamento de um vídeo íntimo. Segundo ele, além de piadas em grupos internos, houve redução nos convites para gravações.

“‘A Praça É Nossa’ não está me chamando. Eu senti sim uma certa diferença, depois que abri o OnlyFans e o Privacy, pararam de me chamar. Eu gravava toda semana, de uma hora para a outra eu passei a gravar uma vez a cada dois meses. Mas, se não quer chamar, não chama. Tô nem aí!”, declarou em entrevista ao site Notícias da TV.

Filho de David Cardoso, conhecido como o rei da pornochanchada, David Cardoso Jr. ganhou notoriedade nacional nos anos 1990 ao interpretar o personagem Douglas na novela “Zazá”.

David Cardoso, ator que ficou conhecido como “o rei da pornochanchada”. Foto: reprodução

Após o afastamento do SBT, ele publicou um novo vídeo nas redes sociais afirmando ser vítima de uma “inversão de valores muito explícita” e criticou as herdeiras de Silvio Santos por convidarem o presidente Lula (PT) e Alexandre de Moraes ao evento.

“Depois de 14 anos trabalhando no SBT, sou persona non grata lá dentro porque eu pronunciei algo defendendo o próprio SBT, dizendo que não acho justo que um homem, que é persona non grata lá em Israel, suba no palco de uma emissora de televisão fundada por um judeu, que tinha muito orgulho do povo judeu”, afirmou.

Convicto de sua posição, completou: “O SBT não está me escorraçando, desfazendo dos meus serviços de maneira muito feia. […] Se é um canal tão democrático, manda embora uma pessoa porque expressou sua opinião?”.

Fonte: DCM