domingo, 7 de setembro de 2025

STF se une em defesa da democracia, mas indica votos com divergências sobre penas a golpistas


Alexandre de Moraes, ministro do STF – Foto: Reprodução

Na próxima terça-feira (9), o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, com os ministros da Primeira Turma já dando sinais de como devem se posicionar. Com informações do Globo.

O relator, Alexandre de Moraes, será o primeiro a votar e deve apresentar uma manifestação dura contra a “impunidade” em tentativas de golpe de Estado – sua trajetória à frente de investigações como o 8 de Janeiro o colocou como figura central na defesa da democracia, e a expectativa é de um voto histórico.

As penas já aplicadas por Moraes em casos relacionados ao 8 de Janeiro chegaram a 17 anos de prisão, e a tendência é de que ele proponha condenações ainda mais pesadas para acusados de liderar a conspiração. Para o ministro, as punições precisam ser “exemplares” para evitar novas ameaças às instituições.

Bolsonaro e ex-ministros em interrogatório sobre a trama golpista: expectativa de advogados de defesa é de divergência em voto de Fux – Foto: Gustavo Moreno/STF

Essa linha deve ser acompanhada por Flávio Dino e Cármen Lúcia, que têm mantido alinhamento com o relator em decisões anteriores, reforçando o entendimento de que “golpe de Estado mata”.

Dino, que será o segundo a votar, tem adotado discursos enfáticos contra ataques antidemocráticos. Em maio, ao aceitar denúncia contra Bolsonaro e aliados, afirmou que minimizar um golpe por falta de mortos é uma desonra à memória nacional.

Já Luiz Fux, terceiro voto, deve trazer as primeiras divergências. Embora acompanhe condenações, ele tem discordado sobre a fixação das penas e a validade da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Fux defende que os réus sejam condenados apenas por tentativa de golpe de Estado, sem acumular outros crimes, o que reduziria as penas. Também já questionou a voluntariedade do acordo de colaboração de Cid, demonstrando cautela em validar o instrumento.

O último voto será de Cristiano Zanin, presidente da Turma. Embora acompanhe Moraes nas condenações, diverge na dosimetria das penas, aplicando sempre alguns anos a menos.

Para o magistrado, fatores como “personalidade” e “conduta social” não são suficientemente demonstrados nos autos, o que reduz a gravidade considerada em suas decisões.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Globo fracassa e perde para CazéTV em primeira disputa direta de transmissão


Equipe do Cazé TV na transmissão de Los Angeles Chargers e Kansas City Chiefs. Foto: Reprodução/YouTube.

Na última sexta-feira (05), a GE TV, novo canal de streaming do Grupo Globo, estreou com uma transmissão da NFL que ocorreu na Neo Química Arena, em São Paulo. O jogo mostrou os Los Angeles Chargers vencendo o Kansas City Chiefs e marcou o primeiro confronto direto do canal com a CazéTV.

A CazéTV, referência no YouTube há quase três anos, alcançou 9,3 milhões de visualizações da partida até o sábado, enquanto a GE TV registrou 1,3 milhão de acessos. Esses números incluem visualizações após o encerramento do “ao vivo”.

A disputa entre os canais envolve não só audiência, mas também alcance nas plataformas. A GE TV soma 6,95 milhões de inscritos, herdados do canal do GE, enquanto a CazéTV mantém 22,2 milhões de seguidores. O canal da Globo também contratou narrador Everaldo Marques e comentarista Antony Curti para reforçar suas transmissões.

Além das transmissões da NFL, a rivalidade entre os canais se intensificou nas redes sociais. A CazéTV respondeu a ações da Globo com postagens irônicas, e ambos já se preparam para disputar, em breve, os direitos de transmissão da Libertadores gratuitamente online.

Fonte: DCM

Ao lado de ministros e Hugo Motta, Lula participa do desfile de 7 de Setembro sob o mote “Brasil Soberano”


Cerimônia na Esplanada dos Ministérios reuniu autoridades civis e militares, com discurso de valorização da soberania nacional

Lula participa do desfile de 7 de setembro (Foto: Reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na manhã deste domingo (7), do desfile cívico-militar em celebração ao Dia da Independência, realizado em Brasília (DF). O chefe do Planalto chegou à Esplanada dos Ministérios no tradicional Rolls-Royce presidencial, cumprindo o protocolo da cerimônia, que contou com cerca de duas horas de duração. As informações são da CNN.

O evento, marcado pela presença de ministros de Estado, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), de integrantes do comando das Forças Armadas e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi estruturado em torno do lema “Brasil Soberano”. A frase estava em destaque na tribuna de honra e também estampava bonés distribuídos ao público pelo governo federal.

A gestão Lula buscou enfatizar valores de patriotismo e defesa da nação. Além da soberania nacional, o desfile trouxe outros dois eixos temáticos: a preparação para a COP30, que será sediada em Belém em 2025, e o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A escolha do mote “Brasil Soberano” ocorre em um momento de embates diplomáticos e políticos. O governo brasileiro reage ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, sob a pressão de bolsonaristas que articulam com Trump o boicote ao próprio país, sob a premissa da liberdade aos golpistas envolvidos no 8J.

Entre as autoridades presentes no palanque estavam a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática), o ministro Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Camilo Santana (Educação), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), José Múcio Monteiro (Defesa), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Margareth Menezes (Cultura), entre outros.

Além do desfile em Brasília, governadores também acompanharam as celebrações em seus estados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e Ricardo Nunes (MDB), prefeito da capital paulista, ambos presentes no evento local.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Câmara ouvirá hacker Delgatti em processo que pode cassar Zambelli nesta semana

O hacker Walter Delgatti Neto e a deputada Carla Zambelli. Foto: Reprodução/ Instagram

O hacker Walter Delgatti Neto depõe à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira (10). Ele é testemunha no processo que pode levar à cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Zambelli, condenada a dez anos de prisão por invasão de sistemas e adulteração de documentos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), está atualmente presa na Itália. Ela havia fugido do Brasil em junho, passando pelos Estados Unidos antes de chegar ao país europeu, e aguarda decisão da Justiça italiana sobre sua extradição.

A Câmara analisa o pedido de cassação enquanto a defesa da parlamentar busca apresentar provas que contestem as acusações. Entre elas, está o depoimento de Delgatti Neto, condenado na mesma ação que envolve Zambelli, considerado essencial pelos advogados da deputada.

O ex- ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, no Senado Federal. Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Os defensores argumentam que o testemunho do hacker precisa ser formalmente ouvido. Eles destacam que sua credibilidade já foi questionada pela Polícia Federal, que chegou a classificá-lo como mitômano em investigações relacionadas.

Além de Delgatti Neto, Michel Spiero, ex-assistente técnico da deputada, também prestará depoimento à comissão na quarta-feira. A defesa pediu ainda que a própria deputada, o delegado Flávio Vieitez Reis e o policial federal Felipe Monteiro de Andrade sejam ouvidos.

Os dois últimos participaram do inquérito que investigou Zambelli. Outro depoimento solicitado é do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que enfrenta julgamento no STF por suposta tentativa de golpe de Estado.

Após os depoimentos, o relator do processo, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), apresentará um parecer sobre a cassação ou manutenção do mandato de Zambelli. A decisão final dependerá de votação no plenário da Câmara, e para que o mandato da deputada seja cassado, são necessários pelo menos 257 votos favoráveis.

Fonte: DCM

Xi Jinping confirma participação em reunião virtual do BRICS convocada por Lula

Encontro ocorrerá nesta segunda e reforça papel do Brasil na articulação do bloco

        Lula e Xi Jinping em Pequim - 13/05/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente da China, Xi Jinping, confirmou que participará da reunião de líderes do BRICS por videoconferência nesta segunda-feira (8). A informação foi divulgada pelo Global Times, que destacou a importância da presença do líder chinês na cúpula virtual convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a publicação chinesa, Xi se conectará ao encontro para debater estratégias de aprofundamento da cooperação entre os países do bloco, em um cenário internacional marcado por tensões geopolíticas e pela busca de maior equilíbrio nas relações globais.

◎ Brasil no centro da articulação

A reunião desta segunda-feira foi convocada por Lula, que tem se empenhado em reposicionar o Brasil como um ator relevante no cenário internacional. O presidente brasileiro aposta no fortalecimento do BRICS como instrumento de promoção de um mundo multipolar, menos dependente das potências ocidentais e mais aberto à cooperação entre países do Sul Global.

O Brasil, que ocupa papel de destaque no grupo, busca ampliar iniciativas conjuntas em áreas como comércio, investimentos, transição energética e cooperação tecnológica. A convocação feita por Lula é vista como uma demonstração de liderança diplomática, colocando o país no centro da articulação das principais economias emergentes.

◎ A importância da presença de Xi

A participação de Xi Jinping reforça a prioridade que a China dá ao BRICS como espaço de diálogo estratégico. O líder chinês tem defendido repetidamente que o bloco é essencial para “promover um desenvolvimento mais equilibrado, justo e inclusivo” na ordem mundial.

Sua presença, ainda que virtual, dá continuidade à tradição de engajamento chinês nas reuniões do grupo desde que Xi assumiu a presidência em 2013. Para Pequim, o BRICS representa não apenas uma plataforma econômica, mas também um fórum político capaz de contrabalançar a influência das instituições dominadas pelo Ocidente.

◎ Expectativas para a cúpula

Além da cooperação econômica, a reunião deve tratar de temas como investimentos em infraestrutura, segurança energética e expansão do comércio entre os membros. Também há expectativa de que Lula aproveite a ocasião para reforçar a defesa de uma governança global mais democrática e inclusiva.

O encontro virtual entre os líderes do BRICS acontece em um momento em que o grupo ganha peso crescente no cenário mundial, tanto pelo dinamismo de suas economias quanto pelo protagonismo político de seus integrantes.

Fonte: Brasil 247

Desfile do 7 de Setembro em Brasília tem os temas Brasil do Futuro, COP30 e participação das Forças Armadas

Evento gratuito conta ainda com exibição da Esquadrilha da Fumaça. Expectativa de público é de 50 mil pessoas

Desfile do 7 de Setembro reúne público na Esplanada dos Ministérios em Brasília com participação das Forças Armadas e da Esquadrilha da Fumaça (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, é palco neste domingo do desfile oficial do 7 de Setembro, organizado pelo governo federal, que neste ano terá três temas principais: Brasil dos Brasileiros, COP30 e Novo PAC e Brasil do Futuro. O evento conta com a participação das Forças Armadas — Marinha, Exército e Aeronáutica — e com a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e autoridades acompanham o desfile, com início previsto para 9h. O acesso ao público é gratuito. O governo do Distrito Federal espera receber mais de 50 mil pessoas.

Para facilitar a chegada e saída do público, há reforço no transporte coletivo. Ônibus extras circularão entre 7h e 13h, contemplando regiões como Paranoá, Itapoã, São Sebastião, Samambaia, Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho. O metrô funciona das 5h30 às 21h30, e o sistema Vai de Graça garante viagens sem cobrança de tarifa durante o feriado.

O acesso às arquibancadas será controlado e encerrado ao atingir a capacidade máxima. A circulação de veículos na Esplanada dos Ministérios foi bloqueada desde as 17h de sábado e só será liberada após o término do desfile. Três Pontos de Controle de Trânsito (PCTRANs) serão instalados para organizar o fluxo de pessoas e veículos.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal recomenda que os visitantes cheguem cedo, levem água e alimentos leves, e sigam as orientações sobre itens permitidos e proibidos. Entre os objetos vetados estão armas, fogos de artifício, drones sem autorização e qualquer item que possa comprometer a segurança. É permitido levar alimentos leves, água, sucos em embalagens plásticas, bonés, chapéus e protetor solar. Banheiros químicos e pontos de hidratação estarão disponíveis no local.

Fonte: Brasil 247

Na prisão, Zambelli escreve carta e diz que pediu a Temer para barrar Moraes no STF


      A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli – Foto: Reprodução

Presa na Itália desde 29 de julho, Carla Zambelli (PL-SP) escreveu uma carta em que afirma ter sido perseguida por Alexandre de Moraes. No texto, divulgado pela coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, a parlamentar disse que atuou contra a indicação do ministro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que esse teria sido o motivo de sua atual situação.

Segundo a deputada, à época, ela se reuniu com o então presidente Michel Temer para tentar convencê-lo a não indicar Moraes à Corte.

“Com seu depoimento, provou mais uma vez que Alexandre de Moraes queria a minha cabeça desde quando falei de sua ficha e me encontrei com [o então presidente] Temer e com colegas ativistas para não indicá-lo ao STF”, escreveu.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF – Foto: Reprodução


Na mesma carta, a parlamentar bolsonarista afirmou acreditar em sua absolvição: “Espero e estou confiante de que conseguirei provar que isso não passou de perseguição política e que sou inocente. E se tiver que passar por tudo o que estou passando para ajudar o Brasil a ser um país livre e democrático, podem contar sempre comigo. Deus está me dando forças! Ele é meu pastor e nada me faltará. Amo o Brasil, amo os brasileiros”.

Condenação e bastidores
Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também recebeu pena de 5 anos e 3 meses em regime semiaberto por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O governo brasileiro contratou um escritório para tentar a extradição.

Nos bastidores, cresce a versão de que a deputada estaria negociando um acordo de delação premiada. A ex-deputada Joice Hasselmann afirmou que Zambelli, sentindo-se abandonada pelo PL e pelo clã Bolsonaro, estaria disposta a revelar informações. O advogado ítalo-brasileiro Pietro Nardella-Dellova reforçou essa hipótese e disse que o processo já estaria em andamento.

Leia a carta na íntegra:

Aos brasileiros todos, ontem o depoimento do Sr. Tagliaferro, vítima de perseguição política e assédio psicopático dentro de seu trabalho. Com seu depoimento, provou mais uma vez que Alexandre de Moraes queria a minha cabeça desde quando falei de sua ficha e me encontrei com [o então presidente] Temer e com colegas ativistas para não indicá-lo ao STF.

Com isso, só provamos cada vez mais a minha inocência! Espero e estou confiante de que conseguirei provar que isso não passou de perseguição política e que sou inocente. E se tiver que passar por tudo o que estou passando para ajudar o Brasil a ser um país livre e democrático, podem contar sempre comigo. Deus está me dando forças! Ele é meu pastor e nada me faltará. Amo o Brasil, amo os brasileiros.

Fonte: DCM

VÍDEO – Apesar da torcida única, Guarani x Ponte tem briga e torcedor no hospital

 

Briga entre torcedores do Guarani no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Reprodução X

O dérbi 211 entre Guarani e Ponte Preta, realizado neste sábado (6) no Brinco de Ouro, foi marcado por uma confusão generalizada nas arquibancadas. A briga começou após a queda de um torcedor no fosso do estádio, identificado pela Polícia Militar como um infiltrado da Ponte, o que gerou tumulto entre torcedores e a corporação. O homem foi encaminhado ao Hospital Municipal Mário Gatti.


Durante a intervenção, torcedores do Guarani entraram em confronto com policiais militares, que usaram balas de borracha e bombas de efeito moral. A PM confirmou que dois agentes ficaram feridos e precisaram de atendimento hospitalar. Segundo o hospital, houve grande demanda de feridos entre torcedores e policiais, mas sem número confirmado.

A partida ficou paralisada por sete minutos e, após a retomada, a Ponte abriu o placar com Jonas Toró, garantindo a vitória por 1 a 0. Apesar do resultado em campo, o dérbi decisivo pela Série C do Campeonato Brasileiro ficou marcado pelos episódios de violência e pela saída de famílias do estádio durante a confusão.

Fonte: DCM

"Brasil é soberano e não voltará a ser colônia", diz Lula em pronunciamento com recados aos EUA

Presidente afirmou que o Brasil resistirá a qualquer um que tente golpear a democracia

     O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado (6) a soberania do Brasil, em pronunciamento na véspera do 7 de Setembro.

Lula afirmou que o momento é de união dos brasileiros sob as cores da bandeira nacional e destacou que a data é representativa do momento histórico decisivo da história brasileira.

"Foi a data que deixamos de ser colônia, quando as nossas riquezas íam embora sem ajudar o país. Agora nos tornamos soberanos, não seremos colônia, sem interferência estrangeira. Mantemos relações amigáveis com outros países", disse Lula, afirmando que o Brasil resistirá "a qualquer um que tente golpear a democracia".

O presidente também mandou um recado aos EUA, sem citar diretamente o país norte-americano. Ele defendeu o Pix e a regulação das redes sociais, questões que antagonizam Washington e Brasília.

Lula também mandou um duro recado aos articuladores das sanções contra o Brasil: "é inadmissível o papel de políticos brasileiros que estimulam ataques ao brasil, são traidores da pátria".

Fonte: Brasil 247

STF mantém tendência de condenação de Bolsonaro e núcleo central do golpe de 2022

Após oito horas de sustentações, ministros indicam que deliberações não mudarão destino de réus; delação de Mauro Cid é ponto de divergência

Jair Bolsonaro comparece ao julgamento no Supremo Tribunal do Brasil sobre a tentativa de golpe perante o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes - 10/06/2025 (Foto: REUTERS/DIEGO HERCULANO)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a linha de condenações no processo que apura a tentativa de golpe de 2022, em que Jair Bolsonaro e integrantes de seu núcleo mais próximo figuram como réus. Segundo a Folha de S.Paulo, que acompanhou o julgamento com informações obtidas junto a ministros, interlocutores, advogados e à Procuradoria-Geral da República (PGR), as oito horas de sustentações orais não alteraram de forma significativa a posição da maioria dos magistrados.

Fontes ligadas ao julgamento afirmaram ao jornal que, embora existam margens para divergências técnicas, o cenário para Bolsonaro e para o general Walter Braga Netto não mudou. Dos cinco ministros que compõem a Turma, apenas dois teriam demonstrado alguma sensibilidade a trechos das defesas. Ainda assim, a avaliação predominante é que os principais acusados caminham para a condenação.

O julgamento teve início na terça-feira (2), com a leitura do relatório, a manifestação da PGR e os argumentos das defesas. Agora, o foco se volta ao mérito das acusações, etapa em que os ministros vão analisar a culpabilidade dos oito réus. A expectativa é que o relator consuma pelo menos um dia inteiro com seu voto, seguido pelas manifestações dos demais integrantes da Turma.

Na sexta-feira (5), o ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, acatou pedido de Alexandre de Moraes e incluiu duas sessões extraordinárias para o dia 11 de setembro, de modo a concluir o julgamento até a sexta-feira (12). Para viabilizar a agenda, foi cancelada a sessão plenária da tarde do mesmo dia.

Entre os principais pontos de divergência está a validade da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O ministro Luiz Fux já manifestou reservas sobre a credibilidade do acordo, o que deve gerar embates com Alexandre de Moraes. A defesa alerta que a redução dos benefícios concedidos ao ex-ajudante de ordens poderia comprometer a própria lógica das delações. “Uma eventual redução dos benefícios concedidos a Cid equivaleria a praticamente o fim do instituto da colaboração premiada”, afirmou o advogado Jair Alves Pereira.

A acusação, por outro lado, defende a manutenção da colaboração, mas com ajustes, propondo substituir o perdão judicial por uma redução de até um terço da pena. As defesas de Bolsonaro e Braga Netto concentraram-se em questionar a delação. O advogado de Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima, sustentou que o acordo foi assinado sem anuência do Ministério Público, apresenta indícios de coação e carece de provas materiais.

Caso o peso da delação seja atenuado, caberá aos ministros se apoiar em outras evidências do processo, como mensagens, depoimentos e documentos, entre eles a chamada “minuta golpista”. A PGR rechaçou qualquer tentativa de enfraquecer a acusação, reforçando que a denúncia não se apoia em “conjecturas ou suposições frágeis”, mas em registros deixados pelos próprios investigados.

Na defesa de Bolsonaro, o advogado Celso Vilardi argumentou: “O presidente não atentou contra o Estado democrático de Direito. Não há uma única prova que vincule o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, Operação Luneta e 8 de Janeiro. Nem o delator, que eu sustento que mentiu contra o presidente da República, nem ele chegou a dizer de participação de Punhal, Luneta, Copa e 8 de Janeiro. Não há uma única prova.”

Enquanto Bolsonaro e Braga Netto apostam na fragilização da delação de Mauro Cid, os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira podem ter destino diferente. No caso de Heleno, pesa a fragilidade das acusações. Já para Nogueira, a defesa aposta em testemunhos favoráveis e em uma mudança de estratégia processual, ainda que sua atuação durante a eleição de 2022 seja vista como desfavorável.

Encerrada a análise do mérito, o julgamento entrará na fase de dosimetria, em que serão definidas as penas e eventuais benefícios, como regimes prisionais diferenciados ou suspensão condicional. Essa etapa exigirá consenso entre os ministros para sua conclusão.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Bolsonaristas usam atos de 7 de setembro para pressionar Congresso a aprovar anistia

Mobilizações em várias cidades ganham força com apoio de Tarcísio, Zema e Michelle Bolsonaro, enquanto STF se aproxima da condenação do ex-presidente

Tarcisio de Freitas | Ronaldo Caiado | Romeu Zema | Ato de apoio a Bolsonaro na Paulista (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil | Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil | José Cruz/Agência Brasil | Paulo Pinto/Agência Brasil)

Os atos de 7 de setembro deste ano, convocados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), ganharam novo fôlego e se tornaram peça central na estratégia bolsonarista para pressionar o Congresso a votar o projeto de lei que concede anistia ampla aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro, inclusive o ex-presidente. A informação é da Folha de S.Paulo, que aponta uma mobilização reforçada por governadores, parlamentares e lideranças religiosas.

A proposta, apresentada pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), prevê perdão a condenações que remontam ao inquérito das fake news de 2019 e poderia liberar Bolsonaro para concorrer em 2026. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que antes resistia em pautar o tema, admitiu pressão crescente após o apoio de partidos do centrão e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Diferente do ano passado, quando discursou na avenida Paulista pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro agora está em prisão domiciliar, acusado de violar medidas cautelares. Sua ausência física nos atos abre espaço para que outros nomes do campo conservador, como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema (Novo-MG), ganhem protagonismo nas ruas.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) intensificou os chamados nas redes sociais. “Essa vai ser a última manifestação antes da farsa que Alexandre de Moraes armou para condenar meu pai a 40 anos de prisão, mesmo sem ter feito absolutamente nada”, declarou em vídeo. Ele pediu mobilização popular: “Por isso, te peço, vem com a gente para a rua mais uma vez para mostrar que nós, o povo de bem deste país, votamos para absolver Jair Bolsonaro e exigimos o direito de votar em Bolsonaro para presidente em 2026”.

Flávio também destacou o impacto político dos protestos: “Quanto mais brasileiros nas ruas no 7 de setembro, mais rápido vamos conseguir aprovar a anistia aqui no Congresso.”

A movimentação deste domingo contará com nomes de peso. Além de Tarcísio e Zema, confirmaram presença o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca fortalecer sua posição no cenário estadual, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que já havia participado de mobilização em Belém no mês passado.

Pastor evangélico e aliado histórico do bolsonarismo, Silas Malafaia é um dos principais organizadores do ato na Paulista. Ele disse esperar grande público. “O que acho que movimentou muito evangélicos para irem à rua é a covardia contra mim”, afirmou, em referência ao indiciamento pela Polícia Federal. Malafaia reforçou o caráter de pressão política dos atos: “Se um político não sente a pressão do povo, não sei que político é esse. Claro que o povo pressiona.”

Apesar da força da mobilização, a tramitação da anistia enfrenta entraves. Dirigentes do centrão discutem a possibilidade de uma versão mais enxuta do projeto, que poderia ser mais facilmente aprovada, mas manteria a inelegibilidade de Bolsonaro — cenário que abriria caminho para a candidatura de Tarcísio ao Palácio do Planalto em 2026.

Para avançar, a proposta ainda precisa superar resistências no Congresso. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já se manifestou contrário à anistia ampla e sinalizou que apoiará um projeto alternativo. A disputa legislativa, somada à expectativa da condenação do ex-presidente pelo STF nos próximos dias, aumenta a tensão em torno dos atos deste 7 de setembro.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Centrais sindicais defendem soberania e direitos dos trabalhadores no 7 de Setembro

Lideranças destacam importância da democracia, valorização do povo e resistência a ameaças externas e ataques golpistas no país

     Centrais sindicais (Foto: Divulgação)

Em um comunicado conjunto divulgado nesta quinta-feira (7), as principais centrais sindicais do país reforçaram a importância da soberania nacional, da democracia e dos direitos trabalhistas no marco do 7 de Setembro. A informação é da própria CUT, que liderou a articulação com outras entidades.

“Há 203 anos, o 7 de Setembro une o Brasil em torno da ideia de nação. O Dia da Independência simboliza a construção de uma identidade nacional e o direito do nosso povo de decidir os próprios rumos”, afirmaram os presidentes das centrais em nota oficial.

O documento ressalta a necessidade de reconhecer e valorizar todos os trabalhadores e trabalhadoras, independentemente de gênero, origem, etnia ou crença. “A diversidade compõe nossa unidade e é a base da luta por uma independência com soberania e democracia”, destacaram os sindicalistas.

O comunicado também critica ações externas e internas que ameaçam a estabilidade nacional. Segundo as centrais, “a luta se tornou ainda mais necessária nos últimos anos, diante das ameaças golpistas de extremistas de direita e dos ataques do governo de Donald Trump. De forma autoritária, o presidente dos EUA, em conluio com o bolsonarismo – cujos adeptos traem os interesses nacionais – tenta intervir nos rumos do nosso país”.

Em referência a políticas econômicas internacionais, a nota menciona o chamado “tarifaço” como uma medida imperialista que desorganiza cadeias produtivas, ameaça empregos, pressiona a inflação e gera instabilidade no comércio global.

As centrais destacaram o apoio à postura soberana do governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e também aos posicionamentos do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. “Reafirmamos a importância de um desenvolvimento com justiça social e ambientalmente sustentável que proteja e valorize os empregos, combata a precarização, fortaleça a capacidade de consumo das famílias, invista em ciência e tecnologia e promova o fortalecimento das entidades sindicais e das negociações coletivas”, acrescentaram.

A nota conclui defendendo a manutenção e ampliação das relações internacionais do Brasil, seguindo princípios de paz e multilateralismo. “Há mais de duzentos anos, demos o grito de independência contra o imperialismo. Seguiremos firmes nesse caminho, guiados pela soberania, pela democracia e pela valorização permanente dos trabalhadores e trabalhadoras”, escreveram os líderes sindicais.

Entre os signatários do documento estão Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), Antonio Neto (CSB), Moacyr Tesch Auersvald (NCST), Nilza Pereira (Intersindical) e José Gozze (Pública).

Leia na íntegra a nota:

Independência com soberania, democracia e direitos trabalhistas e sociais

Há 203 anos, o 7 de Setembro une o Brasil em torno da ideia de nação.
O Dia da Independência simboliza a construção de uma identidade nacional e o direito do nosso povo de decidir os próprios rumos.

As Centrais Sindicais lutam pelo reconhecimento e valorização do povo brasileiro: todos os gêneros, origens, etnias e crenças e, sobretudo, trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias. A diversidade compõe nossa unidade e é a base da luta por uma independência com soberania e democracia.

Luta que se tornou ainda mais necessária nos últimos anos, diante das ameaças golpistas de extremistas de direita e dos ataques do governo de Donald Trump. De forma autoritária, o presidente dos EUA, em conluio com o bolsonarismo – cujos adeptos traem os interesses nacionais – tenta intervir nos rumos do nosso país.

O “tarifaço” é uma ação imperialista que desorganiza cadeias produtivas, ameaça postos de trabalho, pressiona a inflação e gera instabilidade no comércio global.

Apoiamos a postura soberana do Governo Federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como os posicionamentos firmes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

Reafirmamos a importância de um desenvolvimento com justiça social e ambientalmente sustentável que proteja e valorize os empregos, combata a precarização, fortaleça a capacidade de consumo das famílias, invista em ciência e tecnologia e promova o fortalecimento das entidades sindicais e das negociações coletivas.

E defendemos que o Brasil preserve e amplie suas relações internacionais, trilhando o caminho da paz e do multilateralismo.

Há mais de duzentos anos, demos o grito de independência contra o imperialismo. Seguiremos firmes nesse caminho, guiados pela soberania, pela democracia e pela valorização permanente dos trabalhadores e trabalhadoras.

São Paulo, 7 de setembro de 2025

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical

José Gozze, presidente da Pública


Fonte: Brasil 247

Juristas projetam penas acima de 20 anos para Bolsonaro em julgamento no STF

Maioria dos especialistas prevê condenação por todos os cinco crimes; papel de liderança deve pesar na fixação da pena

Jair Bolsonaro e presídio federal de segurança máxima (Foto: Reuters | Agência Brasil )

Juristas e advogados criminalistas avaliam que o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá receber penas superiores a 20 anos de prisão no julgamento da ação penal da trama golpista em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, nove em cada dez especialistas consultados acreditam que a condenação será por todos os cinco crimes pelos quais a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia.

Ao todo, dez juristas foram ouvidos pelo jornal. Nove deles estimaram que a pena a ser aplicada ultrapassará duas décadas, levando em consideração a soma das punições previstas no Código Penal e a jurisprudência consolidada pelo STF em casos semelhantes. Apenas o ex-ministro do Supremo Marco Aurélio Mello destoou das projeções, ao afirmar que não enxerga crime na conduta do ex-presidente.

Bolsonaro responde pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas previstas em lei podem chegar a mais de 30 anos de prisão.

Grande parte dos especialistas destaca o protagonismo de Bolsonaro na articulação dos atos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023. O professor Conrado Gontijo, do IDP e da PUC-SP, defendeu que a pena seja de ao menos 25 anos:
— Bolsonaro não foi o executor de atos concretos de todos os crimes, mas há elementos de que ele foi o autor intelectual e o principal beneficiário deles. Se a Débora Rodrigues (que participou do 8 de janeiro e pichou a estátua do STF) foi condenada a 14 anos, não tem como o artífice e articulador intelectual ter menos do que 25 ou 30 anos.

O jurista Lenio Streck, professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, calculou entre 24 e 26 anos a pena provável, reforçando que “existem provas para a condenação em todos os crimes”. Já o advogado Luís Henrique Machado, que atuou na Lava Jato, projetou entre 26 e 30 anos, ponderando que a idade de Bolsonaro (70 anos) e o fato de ser réu primário poderiam atenuar a pena.

● Divergências entre especialistas

Helena Regina Lobo da Costa, professora da USP, também estima punição próxima de 30 anos, ressaltando que o STF deve reconhecer o papel de liderança do ex-presidente. O criminalista Belisário dos Santos Júnior, por sua vez, previu entre 18 e 25 anos, mas alertou para a necessidade de o Supremo rever a aplicação conjunta das penas por golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que, em sua avaliação, tratam da mesma conduta:
— Essa condenação será analisada com lupa pelo mundo inteiro, precisa ser absolutamente sólida.

Na mesma linha, Alexandre Wunderlich, professor do IDP, e Fernando Castelo Branco, da PUC-SP, defenderam que não haja condenação simultânea pelos dois crimes, embora Castelo Branco estime pena entre 25 e 30 anos.

● Penas máximas e pedido de absolvição

Entre os mais rigorosos, o jurista Anderson Medeiros Bonfim sugeriu a pena máxima de 43 anos, sustentando que Bolsonaro deve responder integralmente por todos os crimes. Já a professora Marina Coelho Araujo, do Insper, apontou para uma pena entre 20 e 25 anos, mas advertiu que pode haver divergências no STF quanto à aplicação dos crimes de dano e deterioração de patrimônio tombado.

Único a defender a absolvição, o ex-ministro Marco Aurélio Mello afirmou que “em direito penal, a cogitação não é punível”. Para ele, sem atos preparatórios concretos, não há crime a ser imputado ao ex-presidente.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo