Defesa do ex-mandatário busca minimizar a possível condenação de até 43 anos, alegando inconsistências nas acusações
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já consideram quase certa a condenação do ex-mandatário no processo que investiga um suposto plano de golpe de Estado. De acordo com informações apuradas por Jussara Soares, da CNN Brasil, a expectativa é que Bolsonaro seja condenado como líder de uma organização criminosa, com a possibilidade de receber a maior pena entre os oito réus do caso, podendo chegar até 43 anos de prisão. Diante dessa perspectiva, a principal estratégia da defesa tem se concentrado em reduzir a dosimetria da pena.
A situação do ex-mandatário é ainda mais delicada, considerando que ele já se encontra em prisão domiciliar devido a outro inquérito, o que acrescenta complexidade à sua defesa. O julgamento do caso, que analisa os eventos relacionados ao plano de golpe, será retomado nesta quarta-feira (3) no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, a defesa tem trabalhado para contestar as alegações que indicam Bolsonaro como o líder da organização criminosa.
Entre as táticas adotadas pela defesa, destaca-se o esforço para desconstruir a linha temporal proposta pela acusação, que estabelece uma conexão entre os pronunciamentos feitos por Bolsonaro, como as críticas às urnas eletrônicas, e os ataques às sedes dos Três Poderes. no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
A acusação, liderada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, defende que as falas de Bolsonaro durante seu mandato, incluindo suas transmissões ao vivo e declarações públicas, estariam diretamente relacionadas aos eventos que resultaram nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
A defesa de Bolsonaro busca afastá-lo da posição de liderança da organização criminosa e questiona a lógica que conecta seus discursos às ações dos ataques. Este ponto será abordado com mais detalhes durante a manifestação da defesa na primeira turma do STF, que continua a analisar o caso.
Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil