terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Bolsonaristas temem que PL da Dosimetria fique para depois das eleições de 2026

Alterações articuladas no Senado podem fazer projeto voltar à Câmara e adiar decisão final

São Paulo (SP) - 14/12/2025 - Manifestantes ocupam a Avenida Paulista, na região central da capital paulista, para protestar contra o Congresso Nacional por causa da aprovação do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Lideranças ligadas ao bolsonarismo acompanham com apreensão as movimentações no Senado em torno do Projeto de Lei da Dosimetria. O receio é que as mudanças em discussão, conduzidas pelo relator da proposta, senador Esperidião Amin (PP-SC), acabem retardando a tramitação do texto e empurrem a conclusão do processo legislativo para depois das eleições de 2026, informa Igor Gadelha, do Metrópoles.

Segundo a avaliação desse grupo político, eventuais alterações de mérito feitas pelos senadores obrigariam o projeto a retornar à Câmara dos Deputados para uma nova rodada de análise. O cenário, na prática, comprometeria a expectativa de aprovação definitiva ainda no atual calendário legislativo.

Na segunda-feira (15), Esperidião Amin sinalizou que deve acolher uma emenda com o objetivo de deixar explícito no texto que os benefícios previstos no projeto se aplicam exclusivamente aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. A negociação em torno dessa redação ocorre desde a votação da proposta na Câmara e reflete o temor de que, sem esse esclarecimento, o projeto possa ser interpretado de forma a alcançar também crimes comuns.

Para evitar um novo atraso, lideranças bolsonaristas no Senado passaram a atuar nos bastidores para convencer o relator a limitar eventuais ajustes às chamadas emendas de redação. Esse tipo de modificação altera a forma do texto, mas não seu conteúdo, e por isso dispensa uma nova apreciação pela Câmara dos Deputados. Até o momento, contudo, não há consenso sobre essa estratégia.

O PL da Dosimetria foi aprovado pela Câmara na madrugada de quarta-feira (10), após intensa articulação política liderada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A proposta avançou depois de um longo processo de negociações, que envolveu diferentes alas do Congresso e agora enfrenta seu momento mais sensível no Senado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Zezé di Camargo teria outros incômodos com o SBT e criou narrativa de cancelamento como pretexto para romper com a emissora

A crise entre Zezé Di Camargo e o SBT ganhou novos contornos

      Cantor Zezé Di Camargo (Foto: Reprodução / Instagram)

A crise entre Zezé Di Camargo e o SBT ganhou novos contornos nos bastidores e não se resume apenas às críticas políticas feitas pelo cantor à emissora. Apuração da coluna Fábia Oliveira, no Metrópoles, divulgada nesta segunda-feira (15), indica que a insatisfação do sertanejo estaria ligada também a problemas comerciais envolvendo o especial de Natal gravado para o canal.

O caso veio à tona após Zezé publicar, na madrugada de segunda-feira, um vídeo nas redes sociais com duras críticas ao SBT e às filhas de Silvio Santos, em reação ao convite feito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a inauguração do SBT News. A declaração teve ampla repercussão e culminou no cancelamento do programa especial que iria ao ar nesta quarta-feira (17).

Segundo fontes ouvidas pela coluna, o principal estopim da revolta do artista teria sido o fracasso na venda das cotas de patrocínio do especial de Natal. Nos bastidores, o desempenho comercial do projeto ficou muito abaixo do esperado e gerou incômodo no cantor.

De acordo com as informações apuradas, a tabela cheia do especial girava em torno de R$ 400 mil por cota. Diante da dificuldade em atrair anunciantes, o SBT teria oferecido descontos agressivos, que chegaram a 90% do valor inicial. Ainda assim, as marcas não demonstraram interesse suficiente, e as negociações não avançaram.

O especial, intitulado Natal é Amor, estava programado para ir ao ar às 23h15 da próxima quarta-feira. No entanto, após a repercussão negativa do vídeo publicado por Zezé Di Camargo, a emissora decidiu cancelar a exibição.

Na gravação, o cantor criticou a direção do SBT e fez ataques diretos às herdeiras de Silvio Santos. Em um dos trechos mais polêmicos, Zezé afirmou que as filhas do fundador da emissora estariam “se prostituindo” politicamente e chegou a pedir publicamente que o especial fosse cancelado.

Diante da crise, o SBT se pronunciou oficialmente e confirmou a retirada da atração da grade. Em nota, a emissora declarou: “A Assessoria de Comunicação informa que, após avaliações internas, a cúpula do SBT decidiu por não exibir o Especial ‘Natal é Amor’, que estava programado para a próxima quarta-feira, às 23h00. A emissora divulgará em breve a atração que ocupará o horário.”

A soma entre a frustração comercial do projeto e a controvérsia política teria criado o ambiente para a ruptura pública entre Zezé Di Camargo e o SBT, transformando um impasse interno em um episódio de grande repercussão nas redes sociais e na mídia.

Fonte: Brasil 247

Deputado Antônio Doido é alvo de operação da PF e joga celulares pela janela

O deputado federal Antônio Doido. Foto: reprodução

Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no apartamento funcional do deputado federal Antônio Leocádio dos Santos (MDB-PA), conhecido como Antônio Doido, em operação deflagrada nesta terça-feira (16), a Polícia Federal encontrou celulares arremessados pela janela.

Os aparelhos foram localizados no gramado do prédio e registrados em vídeo pelos agentes, segundo a jornalista Andréia Sadi, da GloboNews. No imóvel, os policiais também apreenderam dinheiro em espécie.

Antônio Doido é um dos principais alvos da Operação Igapó, que apura a atuação de uma organização criminosa suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. De acordo com a PF, o grupo desviava verbas de emendas parlamentares e recursos estaduais por meio de fraudes em processos licitatórios, utilizando o dinheiro para pagamento de vantagens indevidas e ocultação de patrimônio.

A investigação indica que os valores desviados eram movimentados por meio de um esquema estruturado, com uso de intermediários para dificultar o rastreamento da origem dos recursos. A tentativa de se desfazer dos celulares durante a ação é vista pelos investigadores como indício de obstrução das apurações, já que os aparelhos podem conter mensagens e registros relevantes para o inquérito.

Saques milionários

Policial militar Francisco Galhardo foi preso com R$ 5 milhões em dinheiro vivo em Castanhal (PA), às vésperas das eleições de 2024; valores teriam ligação com esquema investigado pela PGR – Foto: Reprodução

A Procuradoria-Geral da República passou a investigar Antônio Doido após a prisão de dois aliados próximos do deputado, flagrados com grandes quantias em dinheiro vivo em momentos estratégicos do calendário eleitoral.

Em outubro de 2024, o policial militar Francisco Galhardo foi preso ao sacar R$ 5 milhões em espécie em uma agência bancária em Castanhal, no Pará, dois dias antes do primeiro turno das eleições municipais em Ananindeua, cidade onde Doido disputava a prefeitura e acabou derrotado.

Em janeiro de 2025, outro episódio reforçou as suspeitas: Jacob Serruya Neto, então assessor do parlamentar, foi detido ao sacar R$ 1,1 milhão em dinheiro. Após a prisão, ele foi exonerado do cargo na Câmara dos Deputados.

Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras apontam que Francisco Galhardo realizou ao menos 15 saques entre 2023 e 2024, somando R$ 48,8 milhões. Para a PGR, há indícios de que o dinheiro pertencia ao deputado e era movimentado por meio de um “complexo e sofisticado mecanismo de lavagem”.

Conversas obtidas pela Polícia Federal também indicam a participação direta de Antônio Doido na liberação de pagamentos. No dia em que os R$ 5 milhões foram apreendidos, mensagens mostram que o deputado teria ordenado a entrega de R$ 380 mil a um homem identificado como Geremias, encontrado pela polícia com o valor dentro de um carro estacionado nas proximidades da agência bancária.

Segundo o Ministério Público, os recursos desviados teriam origem em contratos públicos e teriam sido usados tanto para corromper agentes quanto para financiar campanhas eleitorais, com concentração de saques nos meses que antecederam as eleições.

Deputado federal pelo MDB, Antônio Leocádio dos Santos iniciou a carreira política como prefeito de São Miguel do Guamá, no Pará. Eleito para a Câmara em 2022 com 126.535 votos, declarou R$ 2,5 milhões em bens em 2024 e destinou R$ 37,8 milhões em emendas parlamentares naquele ano, principalmente para áreas de saúde e infraestrutura.

Fonte: DCM com informações da GloboNews

PL da Dosimetria incentiva novas tentativas de golpe, admite autor do projeto


      Deputado Marcelo Crivella, autor do PL da Dosimetria. Foto: reprodução

O deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) admitiu que o chamado PL da Dosimetria, que teve sua autoria, pode incentivar novos ataques às instituições ao reduzir as punições aplicáveis a crimes contra o Estado de Direito.

A declaração foi feita em vídeo divulgado pelo próprio Republicanos, partido do ex-prefeito do Rio de Janeiro e autor da proposta que deu origem ao projeto aprovado pela Câmara e que agora será analisado pelo Senado.

No material publicado nos canais oficiais da legenda, e resgatado por Paulo Motoryn, do Intercept Brasil, Crivella afirma que o cenário ideal, em sua avaliação, teria sido a aprovação de uma anistia específica para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.

Diante da resistência a essa alternativa, segundo ele, construiu-se um caminho legislativo indireto: a alteração das regras de dosimetria das penas, com efeitos semelhantes ao perdão penal.

“O ideal teria sido a gente aprovar a anistia, porque se no futuro houver outras manifestações como aquela quebradeira toda, as penas serão essas que agora estão sendo modificadas. Não vai poder mais somar as penas todas e dar penas altíssimas. Então nesse aspecto, realmente, o projeto acaba, vamos dizer assim, de certa forma, incentivando essas manifestações”, admitiu Crivella.


Ao explicar o funcionamento do texto aprovado, Crivella reconhece que a nova lei impede a soma de penas para crimes cometidos dentro de um mesmo contexto, o que inviabiliza a aplicação de condenações elevadas como as impostas atualmente aos responsáveis pelos ataques às sedes dos Três Poderes.

Para o deputado, isso produz um impacto direto não apenas sobre condenações passadas, mas também sobre eventuais episódios futuros.

A fala expõe uma contradição central no discurso dos defensores do PL da Dosimetria. Publicamente, o projeto tem sido apresentado como uma alternativa mais moderada à anistia ampla, capaz de reduzir tensões políticas sem comprometer a ordem democrática.

Nos bastidores, porém, o próprio autor reconhece que a mudança na legislação cria um ambiente penal mais permissivo para ataques ao Estado.

A proposta será analisada nesta semana pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sob relatoria do senador Esperidião Amin (PP-SC).

Fonte: DCM

Contarato alerta para os riscos do PL da Dosimetria: “Presente de Natal para facções”


       Fabiano Contarato, senador pelo PT. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) criticou o projeto de lei conhecido como PL da Dosimetria e afirmou que a proposta representa um “presente de Natal para facções criminosas”. A declaração foi feita em referência ao texto que prevê mudanças no cálculo de penas e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com informações da Coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Segundo Contarato, a proposta reduz penas e altera regras de progressão de regime para determinados crimes, o que, na avaliação do senador, cria brechas que podem alcançar condenados por crimes violentos. O parlamentar afirmou que o texto gera preocupação no Senado por seus possíveis efeitos no sistema penal.

De acordo com técnicos ouvidos pela imprensa, o projeto abre espaço para progressão mais rápida de regime em casos que envolvem crimes como coação no curso do processo, incêndio doloso e resistência contra agentes públicos. Esses pontos têm sido citados como fatores centrais da resistência à proposta na Casa.

Em declaração, Contarato afirmou ser contrário a qualquer iniciativa que relativize os atos golpistas de oito de janeiro de 2023. “Sou absolutamente contra qualquer tentativa de relativizar um dos episódios mais graves da história da nossa democracia”, disse o senador.

Protesto contra o PL da Dosimetria na Avenida Paulista neste domingo (14). Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

O parlamentar também declarou que os atos daquele dia configuraram uma tentativa organizada de ruptura institucional. Segundo ele, a responsabilização deve ocorrer nos termos da legislação vigente, sem alterações que possam reduzir punições.

Contarato classificou o projeto como “extremamente perigoso” e afirmou que, ao tentar beneficiar Bolsonaro, o texto acaba abrindo brechas que podem atingir criminosos considerados de alta periculosidade. Para o senador, esse efeito colateral é um dos principais problemas da proposta.

O PL da Dosimetria está previsto na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, com discussão marcada para esta quarta-feira (17). O texto enfrenta resistência entre senadores, inclusive dentro de partidos que compõem a base governista.

Contarato afirmou que pretende atuar para impedir o avanço do projeto no Senado. Segundo ele, a proposta representa um retrocesso na política criminal e deve ser barrada durante a tramitação legislativa.

Fonte: DCM

Flávio Bolsonaro tenta se descolar de Trump após queda das sanções contra o Brasil

Senador diz que associação com o presidente dos EUA pode não ser positiva para sua pré-candidatura e afirma que eleição de 2026 terá um Bolsonaro nas urnas

      Flávio Bolsonaro (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que não vê vantagem eleitoral em ter sua imagem associada à do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a decisão da Casa Branca de retirar sanções que atingiam o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A declaração foi dada em entrevista ao canal LeoDias TV, em meio à reação negativa da militância bolsonarista à mudança de posição do governo norte-americano.

A entrevista foi publicada pelo jornal Estado de S. Paulo e ocorre em um contexto de desgaste de Trump junto a setores da direita brasileira, que esperavam uma postura mais agressiva do presidente dos Estados Unidos em relação às autoridades brasileiras.

Ao comentar a retirada das sanções e a não aplicação da Lei Magnitsky, Flávio negou que o episódio represente um enfraquecimento político da família Bolsonaro. Segundo ele, também não procede a avaliação de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria influência direta sobre as decisões de Trump.

“As sanções que foram impostas ao Brasil e a Lei Magnitsky não foram manipulação do Eduardo. As empresas e os cidadãos americanos perseguidos pelo Moraes sempre foram os interesses do Trump. Acreditar que o Eduardo manipula o Trump, isso não dá. Não tem nada a ver com a minha candidatura. Nem sei se é bom ter Trump colado com a minha imagem”, afirmou o senador.

Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos articulando ações junto à direita internacional, reagiu à retirada das sanções com uma nota de pesar publicada na rede social X. Na mensagem, ele afirmou que “Deus tenha misericórdia do povo brasileiro” e disse que o país teria perdido uma “janela de oportunidade” para enfrentar “seus próprios problemas estruturais”.

Na mesma noite, Alexandre de Moraes agradeceu publicamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo empenho do Palácio do Planalto em dialogar com a Casa Branca para reverter as punições. A decisão provocou uma enxurrada de críticas a Trump entre parlamentares e militantes bolsonaristas, que passaram a classificá-lo como “decepção” e a acusá-lo de abandonar Jair Bolsonaro.

Perfil moderado

Apesar do cenário de desgaste internacional, Flávio Bolsonaro reafirmou que não pretende retirar sua pré-candidatura e disse que a eleição presidencial de 2026 “terá um Bolsonaro nas urnas”. O senador afirmou ainda que pretende adotar um perfil mais moderado do que o de seu pai durante o governo Bolsonaro, apontando a comunicação como o principal problema da gestão entre 2019 e 2022.

“As pessoas vão ver um Bolsonaro mais centrado. Eles sempre cobraram muito isso: ‘ah, o Bolsonaro podia falar menos’. Eu não quero falar em versão melhorada, mas acredito que sou de um perfil de mais conversar, buscar o diálogo, conversar com a esquerda, me dou bem com todo mundo, nunca levo para o CPF de ninguém”, declarou.

Questionado sobre quem apoiaria caso não seja candidato, Flávio evitou citar nomes da direita que já se colocam no debate presidencial, como os governadores Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Romeu Zema. “O único nome que está colocado é o meu. Tem que perguntar para eles se eles me apoiariam. Olha que problema bom: tem um monte de nomes bons que vão estar unidos contra o PT em 2026”, disse.

O senador também afirmou que, se pudesse escolher, teria uma mulher como vice em sua eventual chapa presidencial, avaliando que isso poderia ampliar seu diálogo com o eleitorado feminino, segmento no qual Jair Bolsonaro enfrentou maior resistência nas eleições de 2022, ao lado do eleitorado nordestino e de renda mais baixa.

Fonte: Brasil 247

Saiba quem é o desembargador suspeito de vazar informações ao crime organizado

Magistrado do TRF-2 foi alvo da Operação Unha e Carne 2, que apura vazamento de informações sigilosas ao Comando Vermelho

     Macário Júdice Neto (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira o desembargador federal Macário Júdice Neto, integrante do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), em mais um desdobramento da Operação Unha e Carne 2. A investigação apura o repasse de informações sigilosas a integrantes do Comando Vermelho e atinge figuras do Judiciário e da política fluminense.

Macário é relator do processo que envolve o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias, apontado como aliado direto da facção criminosa.

Segundo as apurações da Polícia Federal, o magistrado teria atuado para favorecer interesses do grupo criminoso, o que motivou a nova fase da operação, deflagrada meses após a prisão do então presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, investigado no mesmo esquema.

⊛ Histórico de afastamentos e acusações

A trajetória de Macário Júdice Neto na magistratura é marcada por uma longa sequência de afastamentos e disputas judiciais. Conforme revelou a coluna de Lauro Jardim, ele foi reintegrado ao Judiciário e promovido ao cargo de desembargador em 2023, após permanecer 17 anos afastado das funções. Desde 2005, o juiz enfrentava decisões que o mantinham fora do cargo, relacionadas a acusações de venda de sentenças quando atuava na Justiça Federal do Espírito Santo.

O primeiro afastamento foi determinado pelo próprio TRF-2, em novembro de 2005, no âmbito de uma ação penal que investigava sua suposta participação em um esquema associado à chamada máfia dos caça-níqueis. Em 2015, Macário foi absolvido nesse processo, mas continuou afastado devido à existência de um processo administrativo disciplinar (PAD) que tratava dos mesmos fatos.

⊛ Decisões do CNJ e retorno ao cargo

O PAD se arrastou por anos, com sucessivos recursos e disputas jurídicas, até chegar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em novembro de 2022, o órgão concluiu que o prazo para julgamento havia sido ultrapassado e determinou a reintegração do magistrado. Apesar disso, ainda pesava contra ele uma decisão de afastamento por improbidade administrativa, proferida pelo próprio TRF-2.

De acordo com informações publicadas no site da Universidade Federal do Espírito Santo, Macário Júdice Neto foi nomeado desembargador federal em maio de 2023. A indicação formal foi encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que o magistrado figurava como o primeiro nome da lista de antiguidade. A posse ocorreu em solenidade realizada no gabinete da Presidência do TRF-2.

⊛ Caso analisado pelo CNJ em 2015

A revista eletrônica Consultor Jurídico destacou que, em dezembro de 2015, o CNJ suspendeu uma decisão do TRF-2 que havia aplicado a pena de aposentadoria compulsória a Macário. O conselheiro Arnaldo Hossepian entendeu que a deliberação não respeitou o quórum exigido pela Constituição. Com isso, o magistrado permaneceu no quadro da magistratura.

A penalidade havia sido motivada por acusações de venda de decisões judiciais, mas o processo nunca transitou em julgado, o que impediu a aplicação definitiva da sanção.

⊛ Vínculo institucional da esposa

Outro ponto que ganhou destaque com a deflagração da operação envolve a esposa do desembargador, Flávia Júdice. Ela atuava até o mês passado no gabinete da diretoria-geral da Alerj, no mesmo período em que avançavam as investigações contra TH Joias e Rodrigo Bacellar.

Fonte: Brasil 247

PF faz novas buscas contra Rodrigo Bacellar no Rio

Operação Unha e Carne 2 mira deputado licenciado e apura vazamento de informações que teriam beneficiado o Comando Vermelho

      Rodrigo Bacellar (Foto: Alerj/Divulgação)

A Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira (16), uma nova fase da Operação Unha e Carne, com foco em buscas contra o deputado estadual licenciado Rodrigo Bacellar (União Brasil), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A ação aprofunda a apuração sobre o vazamento de informações sigilosas que teriam favorecido integrantes da facção criminosa Comando Vermelho e suas conexões com agentes públicos, informa o Metrópoles.

Ao todo, os agentes cumpriram um mandado de prisão e dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além da capital fluminense, há diligências em endereços no Espírito Santo.

Rodrigo Bacellar volta ao centro das investigações após ter sido preso na primeira fase da Operação Unha e Carne. Na ocasião, ele acabou sendo solto por decisão do plenário da Alerj, passando a responder em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica. Mesmo fora do cargo, o parlamentar licenciado permanece sob investigação da PF, que busca aprofundar o rastreamento de eventuais vínculos com o esquema criminoso apurado.

A operação também resultou na prisão do desembargador Macário Ramos Judice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Ele é o relator do processo envolvendo Thiaho Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias, apontado como ligado ao Comando Vermelho. Judice Neto foi detido e levado para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

A trajetória do desembargador é marcada por controvérsias. Em 2005, ele foi afastado da magistratura por decisão do TRF-2, após denúncias do Ministério Público Federal relacionadas à suposta participação em um esquema de venda de sentenças no Espírito Santo. Após 17 anos afastado, Judice Neto retornou à carreira e foi promovido a desembargador em 2023.

Outro ponto levantado pela investigação envolve Flávia Judice, esposa do magistrado, que atuava no gabinete da diretoria-geral da Alerj até o início do mês passado, período em que a apuração contra o ex-deputado estadual já estava em andamento.

A nova ofensiva da Polícia Federal está alinhada às determinações do STF no julgamento da ADPF 635/RJ, conhecida como ADPF das Favelas. A decisão estabeleceu, entre outras medidas, que a PF conduzisse investigações sobre a atuação de grupos criminosos violentos no estado do Rio de Janeiro e suas possíveis ligações com agentes públicos, ampliando o alcance das apurações em curso.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Após ataque ao SBT, prefeitura cancela show com bolsonarista Zezé Di Camargo

 

Fredson Brito, prefeito de São José do Egito. Foto: reprodução

O prefeito de São José do Egito (PE), Fredson Brito (Republicanos), anunciou na última segunda-feira (15) o encerramento do contrato com o cantor Zezé Di Camargo, contratado para um show na cidade de cerca de 31 mil habitantes.

Segundo Brito, a decisão teve como objetivo preservar a imagem da cidade e evitar o envolvimento do município em controvérsias sem relação com o interesse coletivo.


No texto, o prefeito afirmou que não admite que São José do Egito seja associada a polêmicas decorrentes de questões individuais, independentemente de quem esteja envolvido, e destacou que o município não pode servir de palco para narrativas que não representem os valores da população local.

“Não aceito, em hipótese alguma, que São José do Egito seja colocado no centro de polêmicas decorrentes de questões individuais de quem quer que seja. Nossa cidade merece respeito e não será palco para especulações que não refletem os valores da nossa gente”, declarou.



A nota oficial de Fredson Brito:


Como prefeito e representante democraticamente eleito de São José do Egito, tenho o dever de zelar pela imagem, pela paz social e pelo bem-estar do nosso povo.

Não aceito, em hipótese alguma, que São José do Egito seja colocado no centro de polêmicas decorrentes de questões individuais de quem quer que seja — seja artista, profissional liberal ou qualquer pessoa, de qualquer área. Nossa cidade não pode e não será palco para especulações, rotulações ou narrativas que não representam os valores da nossa gente.

Por esse motivo, e com o único objetivo de proteger São José do Egito e sua população, tomei a decisão administrativa de encerrar o contrato com o cantor Zezé Di Camargo. De forma imediata, a Prefeitura realizou a contratação da banda Seu Desejo (Yara Tchê & Alessandro) que se apresentará na Festa de Reis de 2026, no dia 4 de janeiro, mantendo o brilho, a alegria e a grandeza do nosso evento. Temos o orgulho de anunciar que esta edição dessa festa centenária terá ampliado o investimento em artistas locais – será o maior da história. Estes que estão presentes desde o início e vão permanecer nos eventos do município nos próximos anos.

Vivemos um novo momento em São José do Egito. Um tempo de união, de esperança e de transformação. Nossa cidade está avançando, se reconstruindo e se afirmando como um lugar de cultura, de acolhimento e de orgulho para o Sertão, para Pernambuco e para o Brasil.

Aqui não é espaço para plantar discórdias nem para alimentar falsas especulações. São José do Egito merece respeito. Merece ser lembrada pela força do seu povo, pela sua cultura e pela sua história — e assim continuará sendo.

Seguiremos, de mãos dadas com o povo, trabalhando para fortalecer aquilo que nos une e para garantir que nossa cidade continue no caminho do desenvolvimento, da paz e da cultura produzida pelos nossos artistas que são orgulho da nossa gente.

Fredson Brito
Prefeito de São José do Egito

Fonte: DCM

VÍDEO: Esposa de Ramagem diz ter tido suas contas bancárias bloqueadas


       Rebeca Ramagem e o deputado federal Alexandre Ramagem. Foto: Reprodução

Rebeca Ramagem, esposa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), afirmou em suas redes sociais nesta segunda-feira (15) que teve suas contas bancárias bloqueadas. A medida ocorre enquanto seu marido está foragido nos Estados Unidos, após ser condenado a 16 anos de prisão por participação em um esquema golpista. Ramagem fugiu para Miami em setembro deste ano, e a família seguiu para os Estados Unidos em seguida.

Em um vídeo postado nas redes sociais, Rebeca relatou ser servidora pública há 22 anos, sendo 12 como delegada de Polícia Civil em Roraima e atualmente como procuradora do Estado. Ela explicou que não responde a nenhum processo, mas foi surpreendida com o bloqueio de suas contas bancárias. “Sofri agora o absurdo de ter minhas contas bancárias bloqueadas”, disse ela, se dizendo injustiçada.

Rebeca atribuiu o bloqueio à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e qualificou o ato como “desumano e inconstitucional”. Ela afirmou que não há qualquer investigação contra ela e que vive em um cenário em que “direitos fundamentais deixam de existir”. A esposa de Ramagem considerou o bloqueio como mais um exemplo de abuso de poder por parte do STF.

A decisão de bloqueio de contas ocorreu no contexto da fuga de Ramagem, que está sendo investigado por sua participação na tentativa de golpe de Estado. O ministro Moraes também autorizou o pedido de extradição de Ramagem para os Estados Unidos, onde ele se encontra desde setembro, e determinou o envio dos documentos necessários ao Ministério da Justiça.

De acordo com a Polícia Federal, a suspeita é de que Ramagem tenha saído clandestinamente do Brasil pela Guiana e, de lá, viajado para Miami, onde está foragido. A PF também cumpre investigações sobre a possível ajuda recebida por Ramagem de outros envolvidos no processo.

Além da esposa de Ramagem, a Polícia Federal ainda investiga a rota de fuga utilizada por ele, com a colaboração de aliados, e os detalhes continuam sendo apurados pelas autoridades. A esposa de Ramagem, Rebeca, também foi impactada pela decisão que determinou o bloqueio de sua conta, o que ela considera injusto, dado o fato de não responder por nenhum processo até o momento.

Fonte: DCM

STF retoma julgamento do núcleo 2 da trama golpista nesta terça (16)

 


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (16) o julgamento da acusação sobre a trama golpista de 2022, com a análise do chamado núcleo 2 e a apresentação do voto do relator, ministro Alexandre de Moraes.

O colegiado decidirá se seis réus denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) devem ser condenados ou absolvidos por participação na tentativa de golpe de Estado.

O processo entra na fase de deliberação após a sessão inicial, realizada em 9 de dezembro, quando foram apresentados o relatório de Moraes e as manifestações da PGR e das defesas. Agora, além do voto do relator, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino também apresentarão seus posicionamentos.

Quem são os réus do núcleo 2

Respondem à ação penal seis investigados apontados pela PGR como responsáveis por gerenciar iniciativas centrais da organização criminosa:

  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro;
  • Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente;
  • Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres;
  • Mário Fernandes, general da reserva, ex-secretário-geral da Presidência e aliado próximo de Bolsonaro;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal.
A acusação sustenta que o grupo atuou na coordenação de ações, no monitoramento de autoridades, na interlocução com lideranças ligadas aos atos de 8 de janeiro de 2023 e na elaboração da chamada minuta do golpe.

Os seis réus do núcleo 2 da trama golpista. Foto: Reprodução

Crimes em análise


A denúncia atribui aos réus cinco crimes: golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e organização criminosa. Caso haja absolvição, o processo será arquivado.

Em caso de condenação, a Turma definirá as penas individualmente, considerando o grau de participação de cada acusado. Em ambos os cenários, cabem recursos no próprio STF.

A competência da Primeira Turma decorre de mudança regimental de 2023, que restabeleceu às Turmas a análise de processos penais apresentados após a alteração.

Como o ministro Alexandre de Moraes integra o colegiado, o julgamento do caso ficou sob sua responsabilidade, ao lado de Flávio Dino (presidente), Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Fonte: DCM

Congresso contraria STF e mantém mais de R$ 1 bilhão em emendas ocultas

Modelo adotado pelo Legislativo segue fragmentado, dificulta fiscalização e preserva práticas associadas ao orçamento secreto

     Congresso contraria STF e mantém mais de R$ 1 bilhão em emendas ocultas (Foto: Abr)

As emendas parlamentares ao Orçamento continuam operando sob um sistema marcado por baixa transparência e dificuldades de rastreamento, mesmo após determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso Nacional adotasse regras mais claras sobre a autoria e a destinação dos recursos. Levantamentos recentes divulgados pela Folha de São Paulo mostram que mais de R$ 1 bilhão segue vinculado a indicações sem identificação precisa de seus verdadeiros responsáveis, mantendo práticas que lembram o chamado 'orçamento secreto'.

Dados referentes ao Orçamento de 2025 mostram um modelo de divulgação fragmentado e pouco funcional, apesar do bloqueio anterior imposto pelo STF e do acordo firmado para destravar os pagamentos mediante maior publicidade das informações.

◍ Dados espalhados e dificuldade de fiscalização

As informações sobre emendas estão distribuídas em mais de 40 arquivos diferentes nos sites das comissões da Câmara dos Deputados e do Senado. Há erros de diagramação, links de difícil acesso e formatos que não permitem o tratamento adequado dos dados. Em muitos casos, os portais oficiais registram como autor da despesa apenas a comissão responsável, sem indicar o parlamentar que solicitou efetivamente o recurso.

Quase 10% das verbas analisadas sequer apresentam identificação de autoria, mantendo o uso das chamadas emendas de liderança. Nesse mecanismo, líderes partidários centralizam pedidos de suas bancadas e assinam a destinação dos recursos, o que acaba ocultando quem realmente indicou a despesa.

◍ Decisão do STF e limites ao uso das emendas de liderança

Em maio deste ano, o ministro do STF Flávio Dino determinou que as emendas de liderança só poderiam ser utilizadas para direcionar recursos do próprio parlamentar que ocupa o cargo, vedando seu uso para esconder o verdadeiro autor da indicação. Apesar disso, o levantamento aponta que o Congresso encontrou formas de contornar a decisão, mantendo a liderança partidária como autora formal das emendas.

O Legislativo chegou a criar um sistema eletrônico, o Sinec, para registro das emendas e envio das informações às comissões e ao governo. No entanto, o acesso à plataforma é restrito ao próprio Congresso, e a divulgação pública ocorre de forma descentralizada, nas páginas das comissões, sem consolidação padronizada dos dados.

Além disso, parte das indicações precisou ser refeita por erros cadastrais, como nomes de municípios ou CNPJs incorretos, sem que essas correções ficassem claramente registradas nas atas. Isso gera o risco de duplicidade de números e torna praticamente inviável identificar qual parlamentar foi efetivamente beneficiado com o pagamento.

◍ Operação da Polícia Federal reacende debate

Na última sexta-feira (12), a Polícia Federal realizou uma operação para apurar desvios de recursos de emendas parlamentares, com buscas em endereços ligados a Mariângela Fialek, conhecida como Tuca. Ela atuou como assessora responsável pela coordenação da distribuição de verbas durante a gestão do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e manteve essa função sob a presidência de Hugo Motta (Republicanos-PB).

Ao autorizar a operação, o ministro Flávio Dino afirmou que “há elementos que indicam que, apesar da troca de comando na Câmara dos Deputados, a investigada manteria, ainda, importante papel nas já conhecidas tentativas de perpetuação do malfadado orçamento secreto”. A busca e apreensão ocorreu em um dos gabinetes da presidência da Câmara, onde a servidora costumava despachar.

Por meio de advogados, Tuca declarou que exercia uma função “técnica, apartidária e impessoal” e que todo o material apreendido era de caráter público. Arthur Lira e Hugo Motta saíram em sua defesa, argumentando que ela é servidora da Casa e que não haveria irregularidades no direcionamento das emendas.

◍ R$ 1 bilhão segue sem autor identificado

No fim de 2024, Flávio Dino bloqueou R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão por falta de transparência. Esses recursos haviam substituído as antigas emendas de relator, que ficaram conhecidas pelo sigilo na distribuição de bilhões de reais para bases eleitorais, prática alvo de investigações por desvios e irregularidades.

Embora o Congresso tenha negociado um acordo com o STF e aprovado um projeto de lei prometendo tornar público o nome do parlamentar responsável pelas indicações, a regra permitiu que líderes partidários continuassem figurando como autores formais. Nas atas das comissões, pelo menos R$ 1 bilhão permanece oculto sob a rubrica de liderança partidária.

A liderança do PP na Câmara aparece como a que mais utilizou esse expediente, com cerca de R$ 358 milhões distribuídos dessa forma. A maior parcela foi destinada ao Piauí, com R$ 189 milhões, seguida pelo Rio de Janeiro, com R$ 80 milhões, além de Tocantins e Alagoas, com R$ 19 milhões cada.

O líder do PP na Câmara, deputado dr. Luizinho Teixeira (RJ), afirmou à Folha de São Paulo que “todas as emendas tem seus parlamentares responsáveis” e sugeriu que o sistema possa ter vinculado de forma equivocada recursos destinados a outros deputados como se fossem de autoria da liderança.

◍ Outros partidos e falhas nos sistemas

Também aparecem com volumes expressivos de emendas de liderança o União Brasil, com R$ 266 milhões destinados a 15 estados, e o Republicanos, com R$ 201 milhões. No caso do Republicanos, planilhas indicam R$ 180 milhões em nome de Hugo Motta, além de outros R$ 77 milhões direcionados à Paraíba sob a identificação do líder partidário.

Constam ainda indicações semelhantes atribuídas a Solidariedade, Avante, Podemos e PL. Os problemas se agravam com a qualidade dos dados: documentos despadronizados, majoritariamente em PDF, links incorretos e ausência de arquivos editáveis dificultam análises mais precisas, mesmo com o uso de inteligência artificial.

Orçamento bilionário e resposta da CGU

O Orçamento de 2025 prevê cerca de R$ 50,4 bilhões em emendas parlamentares. Desse total, R$ 39,1 bilhões já foram empenhados e aproximadamente R$ 27,4 bilhões pagos. Apesar de ajustes em andamento no Portal da Transparência, ainda não é possível identificar o autor de parte significativa das emendas.

Procurada, a Controladoria-Geral da União informou que disponibiliza informações de autoria até 2024. Segundo o órgão, “a conclusão do Plano de Trabalho ocorrerá em breve e vai permitir a integração do Portal da Transparência [com] os dados de apoiamentos e solicitações de Emendas de Comissão do exercício de 2025 e dos anos seguintes”.

Fonte: Brasil 247com informações da Folha de S. Paulo