terça-feira, 26 de agosto de 2025

Lula presta apoio a Lewandowski, que teve visto suspenso pelos EUA: "vergonhoso e inaceitável"

“Você deve ter orgulho", disse o presidente ao ministro da Justiça

Ricardo Lewandowski (à esq.) e Lula (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Em discurso na reunião ministerial desta terça-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou solidariedade ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, após a suspensão de seu visto pelos Estados Unidos. A fala foi registrada no encontro com todo o primeiro escalão do governo.

Lula dirigiu-se ao ministro: “Queria dizer ao companheiro Lewandowski da minha solidariedade e da solidariedade do governo a você por conta do gesto irresponsável dos Estados Unidos de cassar o teu visto... Acho que é vergonhoso para eles, e não para você... Essas atitudes são inaceitáveis. Inaceitáveis... Minha solidariedade, Lewandowski”, afirmou o presidente, que classificou a medida como um ataque a autoridades brasileiras e à soberania do país.

No mês passado, Lula já havia se posicionado contra a decisão de Washington de revogar vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), classificando a medida como “arbitrária” e “inaceitável”. Na ocasião, o presidente defendeu que interferências dessa natureza ferem princípios básicos de soberania e respeito entre nações.

Ao reforçar hoje o apoio ao titular da Justiça, Lula sublinhou que o alvo da medida “não deve se envergonhar”, e sim compreender a gravidade do gesto diplomático. “Você deve ter orgulho de saber o seguinte: o que você fez que fez com que os caras tivessem tanto ódio do Brasil que chegassem a suspender o visto do nosso ministro da Justiça”, disse.

Fonte: Brasil 247

 

Zambelli enfrentará nova audiência na Itália em meio a pedido de extradição

Defesa da deputada federal tenta evitar extradição, citando caso de Oswaldo Eustáquio como precedente

     Carla Zambelli (Foto: Lula Marques/ EBC)

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) será submetida a uma nova audiência nesta quarta-feira (27) em Roma, segundo informações divulgadas pela CNN Brasil. O julgamento faz parte do processo que analisa o pedido de extradição feito pelo Brasil após a parlamentar ter sido presa em julho deste ano.

Na última audiência, realizada em 13 de agosto, a sessão precisou ser interrompida quando Zambelli passou mal e foi levada a um posto de saúde. Seu advogado, Fabio Pagnozzi, explicou que a deputada teve uma forte tontura logo no início da audiência, o que levou ao adiamento da oitiva.

Defesa cita precedente para barrar extradição

A estratégia da defesa de Zambelli é usar como precedente o caso de Oswaldo Eustáquio, que também enfrentou um pedido de extradição. Refugiado na Espanha, Eustáquio alegou perseguição política e teve o pedido brasileiro negado pela Justiça espanhola. Os advogados da parlamentar pretendem sustentar argumento semelhante diante da Justiça italiana.

Além disso, a defesa deve solicitar que Zambelli possa aguardar o julgamento do processo em liberdade vigiada, residindo em um apartamento em Roma e cumprindo medidas cautelares. Atualmente, a deputada está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, na capital italiana.

Prisão, condenações e processo de extradição

Carla Zambelli foi presa no dia 29 de julho, após ter o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. O pedido de extradição foi encaminhado ao Ministério do Interior da Itália em 12 de junho.

Em maio, Zambelli foi condenada no Brasil a dez anos de prisão pelo crime de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação realizada em parceria com o hacker Walter Delgatti, que admitiu participação no ataque.

A extradição depende de parecer do tribunal italiano, que analisa a documentação enviada pelo Brasil e a condenação imposta. Se a Justiça do país europeu autorizar a extradição, o processo seguirá para o Ministério do Interior, que repassará a decisão à Embaixada brasileira. Caso seja confirmada, a etapa seguinte será a logística de transferência da parlamentar ao Brasil.

Atualmente, a deputada também cumpre pena de 5 anos e 3 meses de prisão, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por porte ilegal de arma de fogo.

Fonte: Brasil 247 com informações do CNN Brasil

Diretora do banco central dos EUA se recusa a deixar cargo após “decisão ilegal” de Trump

     Lisa Cook, afastada do Fed por Trump. Foto: Bloomberg

A crise em torno da independência do Federal Reserve ganhou novo capítulo na noite de segunda-feira (25), após a diretora Lisa Cook responder à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de removê-la do cargo. Em declaração divulgada por seu advogado Abbe David Lowell, Cook afirmou que a medida é ilegal e que não pretende renunciar à função.

“O presidente Trump alegou ter me demitido ‘por justa causa’ quando não há justa causa prevista em lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo”, declarou.

Segundo ela, a ação do republicano não possui respaldo jurídico. “Não vou renunciar. Continuarei a cumprir meus deveres para ajudar a economia americana, como venho fazendo desde 2022”. O advogado reforçou que “tomaremos todas as medidas necessárias para impedir a tentativa de ação ilegal”.

Trump anunciou a demissão de Lisa Cook em suas redes sociais, alegando falta de confiança em sua integridade. Em carta, disse que acusações relacionadas a fraudes hipotecárias configurariam “má conduta financeira”, justificando a aplicação da cláusula de “justa causa” presente na lei de criação do Federal Reserve.

Apesar de a medida ter efeito imediato, especialistas em direito apontam que se trata de uma interpretação juridicamente frágil, que desafia a tradição de independência da autoridade monetária.

O episódio ocorre em meio à escalada de pressões de Trump contra o Fed, especialmente contra seu presidente, Jerome Powell. O republicano critica a manutenção dos juros básicos na faixa de 4,25% a 4,5% ao ano, decisão tomada pelo conselho de governadores em julho.

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: reprodução

Para Trump, os juros altos prejudicam o crescimento econômico e os investimentos, motivo pelo qual busca maior influência sobre a composição da instituição.

Com sete assentos no Conselho de Governadores, três já indicados por Trump, a eventual substituição de Lisa Cook abriria espaço para que o presidente consolidasse maioria no colegiado, aumentando suas chances de influenciar cortes nas taxas de juros.

A iniciativa, no entanto, acendeu alerta entre economistas e juristas, que veem risco de enfraquecimento da autonomia da autoridade monetária estadunidense.

Lisa Cook foi indicada em 2022 pelo então presidente Joe Biden, tornando-se a primeira mulher negra a integrar o conselho do Federal Reserve. Seu mandato tem duração prevista até 2038. Nos últimos dias, passou a ser alvo de ataques mais diretos após o diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação, Bill Pulte, acusá-la de falsificar documentos para obter melhores condições em contratos hipotecários. O caso, segundo ele, teria sido encaminhado ao Departamento de Justiça.

Apesar das acusações, Cook não foi condenada nem responde formalmente a nenhum processo criminal. Em resposta às críticas, afirmou em 20 de agosto que “não tem intenção de ser intimidada a renunciar ao meu cargo por causa de perguntas levantadas em um tweet”. Acrescentou ainda que pretende “apresentar informações precisas para responder a perguntas legítimas e apresentar os fatos”.

Fonte: DCM



Bolsonaristas tentam última manobra no Congresso para adiar condenação definitiva de Bolsonaro

PEC das Prerrogativas permitiria apelação da Primeira Turma ao plenário do STF

(Foto: STF | Reuters | Agência Senado)

A oposição na Câmara dos Deputados articula a criação de um “duplo grau de jurisdição” para autoridades julgadas pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A movimentação busca garantir a possibilidade de recurso ao plenário do tribunal — formado por onze ministros — caso haja condenação, informa Valdo Cruz, do g1.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem afirmado em entrevistas que o modelo atual prejudica parlamentares ao não assegurar uma segunda instância de revisão. Em conversa à GloboNews, ele reforçou a crítica ao lembrar que cidadãos comuns dispõem de outras instâncias recursais, enquanto detentores de foro no STF são julgados em instância única nas turmas

A proposta — uma alternativa ao fim do foro — está sendo redesenhada pelo novo relator da chamada PEC das Prerrogativas, deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG). Andrada costura um texto para levar o tema diretamente ao plenário da Câmara, numa tentativa de acelerar a tramitação. Para avançar com rapidez, contudo, seria necessário um acordo amplo entre as bancadas

Caso a mudança seja aprovada a tempo, Jair Bolsonaro, se condenado na Primeira Turma, passaria a ter direito de levar o caso ao plenário do STF. Aliados bolsonaristas veem nessa hipótese a chance de um pedido de vista por parte de um ministro indicado por Bolsonaro, o que empurraria a conclusão do julgamento para o próximo ano, o da eleição presidencial

Paralelamente à disputa legislativa, a Procuradoria-Geral da República recomendou à Polícia Federal a adoção urgente de medidas de segurança no entorno da residência de Bolsonaro. O órgão pediu “policiamento ostensivo e discreto nas imediações do endereço residencial”, além de “manutenção e constante checagem do sistema de monitoramento eletrônico, de forma a assegurar a eficácia”. A solicitação partiu do líder do PT, Lindbergh Farias, que argumentou não haver hoje um esquema de vigilância e monitoramento adequado no local

A estratégia da oposição mira um redesenho do caminho judicial de autoridades com foro no STF. O “duplo grau” valeria, na prática, como uma instância recursal interna: uma decisão colegiada da Primeira Turma poderia ser reexaminada pelo plenário. O objetivo declarado por seus defensores é aproximar o rito de autoridades ao de qualquer cidadão, que dispõe de instâncias sucessivas para contestar condenações.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Erika Hilton pede prisão de conselheira tutelar que coagiu e praticou homofobia contra jovem vítima de violência sexual

Deputada federal acionou o MP para que Cláudia Damiana seja afastada do cargo e responda criminalmente

      Deputada Erika Hilton (Foto: André Bueno / Rede Câmara)

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou nesta segunda-feira (25) o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) para pedir providências contra a conselheira tutelar Cláudia Damiana da Silva, investigada por condutas violentas no atendimento a uma adolescente em 2024. O caso foi revelado pelo G1.

No documento de nove páginas, Erika solicita que o MP ingresse na Justiça pedindo a destituição da conselheira do cargo e sua prisão preventiva. O pedido será analisado pela Promotoria de Justiça dos Direitos da Infância e Juventude. Um inquérito civil sobre o episódio já havia sido aberto pelo MP no último dia 18.

Em uma rede social, a parlamentar justificou a medida: "Estou pedindo a prisão de Cláudia Damiana por homotransfobia — termo utilizado pelo STF ao criminalizar todas as formas de LGBTFobia — e pela indução ao suicídio. Pois não basta ela apenas perder o cargo. Quem pratica a lesbofobia e induz uma pessoa em vulnerabilidade ao suicídio não precisa ser Conselheira Tutelar para fazer isso. Quero que ela pague por este crime vil."

⊛ As acusações contra a conselheira

Segundo a investigação, Cláudia Damiana é acusada de violência institucional, coação psicológica, revitimização e de ter exibido conteúdo sensível à adolescente. O atendimento ocorreu em 19 de setembro de 2024, na UPA do Sol Nascente.

Na ocasião, a jovem de 17 anos relatou ter sido vítima de violência psicológica e sexual por parte do próprio pai. Durante a conversa, porém, a conselheira teria reagido com repreensões religiosas e discriminatórias, afirmando frases como:

  •  "ser lésbica e ateia é coisa do demônio"
  •  "vou te provar que Deus existe"
  •  "você precisa ler a Bíblia"
  •  "o que você está me dizendo é pecado"

Ainda conforme o relato, Cláudia impôs um ultimato à adolescente: "Você escolhe: mudar de cidade para um lugar desconhecido, com outra família, sem celular; ou ficar com sua mãe?"

No fim do atendimento, a conselheira teria mostrado à vítima uma foto com conteúdo sobre automutilação. Pouco depois, a jovem tentou se matar. A Justiça aplicou contra Cláudia uma medida protetiva de urgência, sob pena de prisão em caso de descumprimento.

⊛ Pedido de responsabilização imediata

Para Erika Hilton, a gravidade do caso exige punição exemplar: "É necessária a decretação de prisão preventiva e a destituição do cargo de Cláudia Damiana, considerando que a medida não se limita à perda funcional, mas visa proteger crianças e adolescentes de uma pessoa que demonstrou comportamento criminoso e abusivo."

Ela acrescentou que "quem pratica lesbofobia e induz uma pessoa em vulnerabilidade ao suicídio representa risco à sociedade e deve ser responsabilizado criminalmente, tanto para garantir justiça à vítima quanto para prevenir novos atos de violência institucional."

⊛ Investigações em andamento

O caso é apurado em diferentes esferas:

  •  Ministério Público (MPDFT): abriu inquérito civil no dia 18 de agosto e aguarda informações adicionais antes de decidir os próximos passos.
  •  Polícia Civil (PCDF): a Delegacia de Atendimento à Mulher II, em Ceilândia, conduz investigação criminal.
  •  Comissão de Ética dos Conselheiros Tutelares (Cedicon): instaurou processo administrativo em fevereiro de 2025 após denúncia anônima. Em junho, informou que Cláudia já havia sido ouvida e que o Conselho Tutelar do Sol Nascente foi acionado para prestar esclarecimentos.

De acordo com o Portal da Transparência do Governo do DF, o último salário líquido da conselheira, pago em junho, foi de R$ 9.092,23. Até a publicação desta matéria, o Conselho Tutelar do Sol Nascente não havia informado se Cláudia Damiana continua atuando na unidade.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Prévia da inflação registra queda de 0,14% em agosto

IPCA-15 registra primeira queda desde julho de 2023, segundo dados do IBGE

      (Foto: Pexels)

A prévia da inflação registrou queda de 0,14% em agosto, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa o primeiro recuo mensal desde julho de 2023 e o menor índice desde setembro de 2022. No acumulado de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumula alta de 3,26%, enquanto em 12 meses a variação é de 4,95%, abaixo dos 5,30% observados no período anterior.

Os grupos Habitação, Alimentação e bebidas e Transportes foram os principais responsáveis pela retração de preços, todos com quedas significativas em agosto. Entre os destaques, a energia elétrica residencial caiu 4,93%, resultado diretamente influenciado pela incorporação do chamado Bônus de Itaipu, que reduziu o peso da conta de luz, apesar da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2.

◈ Energia elétrica impulsiona queda no grupo Habitação

O grupo Habitação apresentou retração de 1,13%, revertendo a alta de 0,98% em julho. A redução foi fortemente impactada pela queda na energia elétrica, que sozinha representou um impacto negativo de 0,20 ponto percentual no índice geral. Além disso, ajustes tarifários em diferentes regiões do país influenciaram o resultado, como reduções aplicadas em Porto Alegre (-8,38%), Curitiba (-6,19%) e Belém (-6,47%).

Outros itens desse grupo também registraram variação. A taxa de água e esgoto subiu 0,29% após reajuste em Salvador, enquanto o gás encanado avançou 0,17%, refletindo altas em Curitiba e redução no Rio de Janeiro.

◈ Alimentação e bebidas têm terceira queda consecutiva

Pelo terceiro mês seguido, os preços de alimentação e bebidas apresentaram retração, desta vez de 0,53%. A alimentação no domicílio caiu 1,02%, com destaque para quedas expressivas da manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%), arroz (-3,12%) e carnes (-0,94%). Em contrapartida, a alimentação fora de casa subiu 0,71%, impulsionada por altas em lanches (1,44%) e refeições (0,40%).

◈ Transportes e combustíveis também recuam

O grupo Transportes variou -0,47%, após alta de 0,67% em julho. As passagens aéreas (-2,59%), automóveis novos (-1,32%) e gasolina (-1,14%) puxaram o resultado. Todos os combustíveis monitorados recuaram no mês: etanol (-1,98%), óleo diesel (-0,20%) e gás veicular (-0,25%).

Além disso, o transporte público teve reajustes regionais. Em Brasília e Belém, houve alta no ônibus urbano, enquanto Curitiba registrou redução tarifária aos domingos e feriados. Em Belém e São Paulo, o preço do táxi também aumentou, com reajustes médios de 24,53% e 12,37%, respectivamente.

◈ Outros grupos em destaque

Enquanto alguns setores apresentaram queda, outros tiveram avanço em agosto. O grupo Despesas pessoais acelerou para 1,09%, puxado pelos jogos de azar (11,45%). Saúde e cuidados pessoais subiu 0,64%, influenciado por itens de higiene pessoal (1,07%) e planos de saúde (0,51%), após autorização de reajustes pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Educação avançou 0,78%, com destaque para ensino superior (1,24%) e fundamental (0,68%).

◈ Resultados regionais

Entre as regiões pesquisadas, São Paulo foi a única a registrar variação positiva no índice (0,13%), devido a altas em cursos regulares e higiene pessoal. Já Belém apresentou a maior queda (-0,61%), puxada pela energia elétrica e pela gasolina.

O levantamento do IBGE considera famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos nas principais regiões metropolitanas. A próxima divulgação do IPCA-15, referente a setembro, ocorrerá em 25 de setembro.

Fonte: Brasil 247

Duarte Jr. é eleito vice da CPMI do INSS com apoio da oposição

Alinhamento entre governo e oposição garante posto ao deputado maranhense após recuo de Paulo Pimenta

      Duarte Jr. (Foto: Divulgação)

A eleição do deputado Duarte Jr. (PSB-MA) para a vice-presidência da CPI do INSS, nesta terça-feira (26), ocorreu em um movimento articulado de última hora que uniu tanto a base governista quanto a oposição. Segundo o g1, a decisão ganhou força após o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) desistir de concorrer ao cargo momentos antes da reunião.

O recuo de Pimenta abriu espaço para um consenso que agradou aos dois lados do espectro político, em contraste com o impasse registrado na semana anterior, quando aliados de opositores do governo Lula conseguiram assumir o comando da comissão.

Na semana passada, uma intensa articulação que se estendeu pela madrugada acabou alterando a condução dos trabalhos. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) derrotou a indicação feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e assumiu a presidência da CPI. Pouco depois, Viana também rejeitou o nome sugerido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e definiu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator.

O acordo que garantiu a eleição de Duarte Jr., portanto, simboliza uma reacomodação de forças dentro da comissão, após a surpresa que havia colocado oposicionistas no comando dos principais cargos.

Instalada na semana passada, a CPI do INSS tem como objetivo investigar irregularidades em benefícios previdenciários. De acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), o prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões.

As apurações apontam que entidades ligadas ao setor teriam forjado cadastros para realizar cobranças indevidas, aplicadas em descontos mensais sem autorização de aposentados e pensionistas. Essas organizações, segundo as investigações, não possuíam condições reais de prestar os serviços que justificariam tais cobranças, o que configura fraude contra os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

“Antissemita apoiador do Hamas”: ministro de Israel faz novo ataque a Lula e o associa ao Irã

Israel Katz, ministro da Defesa de Israel. Foto: reprodução

A tensão diplomática entre Brasil e Israel ganhou novos contornos nesta terça-feira (26), após o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, intensificar os ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um dia depois de Tel Aviv anunciar o rebaixamento das relações com Brasília, Katz acusou o líder brasileiro de “antissemita” e publicou uma montagem feita por inteligência artificial em que Lula aparece como marionete do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.

“Quando o presidente do Brasil, Lula, desrespeitou a memória do Holocausto durante meu mandato como ministro das Relações Exteriores, declarei-o persona non grata em Israel até que pedisse desculpas. Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA – o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel – colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz nas redes sociais.

O ministro afirmou ainda que “saberemos nos defender contra o eixo do mal do islamismo radical, mesmo sem a ajuda de Lula e seus aliados”, e classificou como “vergonha” a postura do governo brasileiro.

A publicação repercutiu no momento em que a guerra em Gaza continua a provocar críticas internacionais. O presidente Lula já havia classificado a ofensiva israelense no território palestino como “genocídio”, enquanto a ONU alertou na semana passada para o avanço da fome em meio ao conflito.

A escalada da crise diplomática começou com a decisão brasileira de não conceder o agrément ao diplomata Gali Dagan, indicado em janeiro pelo governo de Benjamin Netanyahu para assumir a embaixada em Brasília. O Itamaraty optou por não responder ao pedido, o que, na prática, equivale a uma recusa. Em reação, Israel retirou a indicação e anunciou que as relações com o Brasil serão mantidas em “nível inferior”.

Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, disse que a medida é consequência do que chamou de “humilhação pública” sofrida pelo embaixador brasileiro Frederico Meyer em 2024, quando foi levado pelo chanceler israelense ao Museu do Holocausto após Lula comparar as ações de Israel em Gaza ao Holocausto nazista.

“Não houve veto. Pediram um agrément e não demos. Não respondemos. Simplesmente não demos. Eles entenderam e desistiram. Eles humilharam nosso embaixador lá, uma humilhação pública. Depois daquilo, o que eles queriam?”, declarou Amorim.

O assessor destacou ainda que “nós queremos ter uma boa relação com Israel. Mas não podemos aceitar um genocídio, que é o que está acontecendo. É uma barbaridade. Nós não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo”. O Brasil retirou seu embaixador em Tel Aviv em maio de 2024 e não apresentou substituto até hoje.

Desde fevereiro de 2024, Lula é considerado “persona non grata” em Israel. O título foi dado após o presidente brasileiro comparar a resposta militar israelense em Gaza às práticas de Adolf Hitler contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A declaração causou forte reação de Netanyahu, que disse que o petista havia cruzado a “linha vermelha”.

A crise, que já durava mais de um ano, se aprofundou com a decisão do governo brasileiro de retirar-se da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), fórum internacional criado para coordenar ações de combate ao antissemitismo. Katz aproveitou essa saída para reforçar as acusações contra Lula, aproximando-o de regimes hostis a Israel, como o Irã.

Fonte: DCM

Trump demite diretora do banco central dos EUA e inicia crise inédita no Fed


Jerome Powell, presidente do Fed, e Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Carlos Barria/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu a ameaça feita na semana passada e anunciou a remoção imediata de Lisa Cook, governadora do Federal Reserve (Fed), acusando-a de fraude em pedidos de hipoteca. A medida é considerada inédita e juridicamente questionável, pois desafia a independência da autoridade monetária dos país. Cook havia sido indicada em 2022 por Joe Biden, tornando-se a primeira mulher negra a integrar o conselho do banco central, com mandato até 2038.

Trump alegou que a decisão foi tomada com base na necessidade de preservar a confiança no Fed. “O povo americano precisa ter plena confiança na honestidade dos membros encarregados de definir a política e supervisionar o Federal Reserve. À luz da sua conduta enganosa e possivelmente criminosa em um assunto financeiro, eles não podem — e eu também não — ter tal confiança em sua integridade”, escreveu o presidente em carta.

Juristas, no entanto, questionam a legalidade da medida, já que a legislação só autoriza a demissão de um governador do Fed em caso de justa causa, como negligência ou má conduta comprovada.

Com a saída de Lisa Cook, Trump passa a ter a chance de consolidar maioria de aliados no conselho do Fed, responsável por definir a taxa básica de juros da economia estadunidense. O colegiado tem sete cadeiras, das quais três já foram ocupadas por nomes indicados pelo republicano.

Lisa Cook, afastada do Fed por Trump. Foto: Bloomberg

A ofensiva sobre Cook surge após meses de críticas de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, por manter os juros na faixa de 4,25% a 4,5% ao ano, patamar que o governo considera elevado e prejudicial ao crescimento econômico.

As acusações contra Lisa Cook partiram de Bill Pulte, diretor da Federal Housing Finance Agency (FHFA), que enviou denúncia ao Departamento de Justiça.

Segundo o documento, ela teria falsificado registros para obter condições mais favoráveis em um financiamento imobiliário, o que configuraria fraude hipotecária. Cook negou as acusações e afirmou que “não tem intenção de ser intimidada a renunciar ao meu cargo por causa de perguntas levantadas em um tweet”.

Em nota, acrescentou que está reunindo documentos para esclarecer seu histórico financeiro e tratar as suspeitas de forma “séria e transparente”.

Especialistas avaliam que Cook poderá recorrer à Justiça, iniciando uma batalha sobre os limites do poder presidencial em relação ao Fed.

O jornal New York Times destacou que não há condenações ou provas apresentadas até agora, o que enfraquece juridicamente a tese de justa causa para a remoção. A eventual disputa pode se transformar em um marco histórico para a autonomia do banco central estadunidense, criado para evitar interferências políticas diretas em decisões monetárias.

A pressão sobre o Fed não se restringe ao caso Cook. Em agosto, a diretora Adriana Kugler renunciou ao cargo meses antes do fim do mandato, sem apresentar explicações. Trump nomeou em seu lugar Stephen Miran, que já manifestou apoio a cortes agressivos na taxa de juros. O movimento indica uma estratégia para acelerar mudanças na política monetária, apesar do impacto do tarifaço sobre produtos importados na inflação doméstica.

Fonte: DCM

VÍDEO – Zema tenta se distanciar de Bolsonaro de olho em 2026: “Nunca caminhamos juntos”


       Romeu Zema, governador de Minas Gerais em entrevista ao “Roda Viva”. Foto: reprodução

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), buscou na última segunda-feira (25) afastar sua imagem da de Jair Bolsonaro (PL) durante entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura. Questionado sobre a proximidade política com o ex-presidente, o mineiro negou que tenha “sempre caminhado” ao lado dele e ressaltou que a ligação foi restrita a momentos pontuais, como o apoio no segundo turno da eleição de 2022, quando já havia garantido sua reeleição.

“Quem conhece minha história sabe que em 2018 eu caminhei de um lado e Bolsonaro, de outro. Em 2022, a mesma posição, exceto no segundo turno, quando já estava reeleito. Eu nunca fui do mesmo partido dele. Em 22, ele apoiou outro candidato ao governo de Minas, então essa minha vinculação com ele não é tão grande quanto alguns alardeiam”, disse Zema, em referência a Carlos Viana, nome apoiado por Bolsonaro na disputa estadual.

Apesar de reconhecer que compartilha pautas comuns com o ex-presidente, Zema insistiu que sua trajetória política tem sido independente.

“Temos sim propostas que acreditamos e temos comum acordo. Queremos um estado mais leve, o combate à corrupção. Eu valorizo a família, sou cristão. Mas dizer que eu sempre caminhei com ele, quem sabe da minha vida, analisa perfeitamente que nunca estivemos no mesmo partido disputando as eleições lado a lado”, afirmou o governador que aumentou o próprio salário em quase 300% em 2023.


Aviso antecipado a Bolsonaro

Zema também revelou que informou pessoalmente a Bolsonaro sobre sua decisão de disputar a Presidência em 2026, afastando rumores de surpresa ou de ruptura dentro da direita.

“Há cerca de trinta dias atrás eu fui a Brasília para uma série de compromissos, entre eles encontrar o Bolsonaro. Comuniquei a ele, em primeira mão, que iria lançar minha pré-candidatura pelo Partido Novo. O que ele disse, e o Caiado já repetiu isso, quanto mais candidatos a direita tiver, melhor, mais forte ela fica. Em Minas Gerais, com certeza minha candidatura trará mais votos para a direita, e o mesmo acontece em outros estados”, declarou.

O governador de Minas Gerais segue, assim, a trilha de Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, que em abril também anunciou seu interesse em concorrer ao Planalto. Ambos se apresentam como alternativas diante da inelegibilidade de Bolsonaro e da indefinição sobre quem herdará a liderança nacional do campo conservador.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de abrir mão da candidatura para compor como vice em outra chapa de direita, Zema descartou categoricamente.

Segundo ele, a decisão de concorrer está consolidada, inclusive em caso de entrada de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, no páreo. “Está definido que a campanha vai até o fim. Eu sempre fui a pessoa que montou o time, que coordenou”, disse.

Fonte: DCM

Electrolux investe R$ 700 milhões em fábrica no PR e descarta efeito do tarifaço de Trump


Fachada da nova fábrica da Electrolux em São José dos Pinhais (PR) – Foto: Reprodução

A Electrolux inaugurou em São José dos Pinhais uma nova fábrica de R$ 700 milhões para nacionalizar linhas antes importadas, como liquidificadores e ventiladores, e ganhar mercado no Brasil. “É o nosso maior investimento no Brasil. É um passo essencial para nosso plano de expansão. A empresa vem crescendo bastante nos últimos anos, atingimos a liderança no setor de eletrodomésticos no país, estamos em mais de 70% dos lares e vendemos mais de 15 milhões de produtos por ano”, disse Leandro Jasiocha, CEO do Grupo Electrolux na América Latina.

A planta é a maior expansão da companhia na América Latina e foi desenhada para escalar produção e reduzir dependência de importados. A projeção é chegar, a partir de 2027, a mais de 5 milhões de unidades ao ano, representando 25% do faturamento de eletroportáteis no país, após R$ 37 milhões em P&D. “O investimento de R$ 700 milhões é coerente com as necessidades locais, mas precisamos crescer para garantir que o negócio se pague. Em dois meses, já fabricamos mais de 100 mil produtos. O projeto já está começando a dar frutos e temos a confiança de que logo vamos entregar o retorno aos acionistas da Electrolux.”

A empresa diz não temer as tarifas de 50% dos EUA. Segundo Jasiocha, a operação brasileira não exporta para o mercado americano, onde o grupo atua com a marca Frigidaire. “As tarifas não vão impactar diretamente nossa operação no Brasil e em outros países da América Latina. Como o mercado americano está se fechando e dificultando as possibilidades de negócios para as empresas, a tendência é que as vendas e os volumes de produtos antes focados nos Estados Unidos sejam redirecionados a outros mercados. E como consequência, haverá oportunidades para novas marcas ganharem espaço.” Ele completou: “O momento que passamos gera incertezas e medo, mas acredito muito no potencial do Brasil.”

Leandro Jasiocha, CEO do Grupo Electrolux na América Latina – Foto: Reprodução

A fábrica é verticalizada e tem mais de 70% dos componentes de matéria-prima local, diminuindo OEM e ODM asiáticos e custos de frete marítimo. O plano é ampliar portfólio made in Brazil e disputar participação com rivais consolidadas no varejo nacional. Estimativas da consultoria Mordor Intelligence apontam que o mercado de eletrodomésticos no Brasil deverá movimentar US$ 2,14 bilhões até 2029.

Sustentabilidade é eixo central do projeto. “Essa é a primeira planta 100% sustentável do grupo. A gente se preocupou com isso desde o início da construção dessa unidade. Faz parte da nossa cultura. A sustentabilidade é o ponto central de nossas ações. “Temos objetivos bem agressivos de descarbonização e estamos sendo bem sucedidos””, afirmou Ramez Chamma, COO do grupo. A unidade usa energia renovável, veículos internos elétricos, processos de solda de baixo carbono e reaproveitamento de água que economiza 83% do consumo, com redução anual de mais de 2,6 milhões de litros.

O investimento foi pactuado com o Governo do Paraná e a prefeitura local e prevê cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos, com 90% das contratações na região. A meta é ser Zero Aterro desde o início, preservar 138 mil m² de área verde com o plantio de mais de 3 mil mudas e buscar certificação LEED nos próximos meses.

“São vários esforços e planejamentos para depender cada vez menos de recursos poluentes, gerar poucos resíduos e descarbonizar nosso trabalho”, disse Chamma. “Nosso compromisso é gerar impactos positivos nas comunidades em que atuamos, sempre colocando as pessoas e o planeta no centro do nosso desenvolvimento.”

Fonte: DCM

Efeito Lula: Mercado espera hoje primeira deflação do IPCA-15 em 3 anos; entenda


       Usina hidrelétrica de Itaipu. Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

O IPCA-15 de agosto, que será divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (26), deve marcar a primeira deflação (-0,20%) em três anos, segundo mediana das projeções da Bloomberg. A última vez que o índice ficou negativo em agosto foi em 2022 (-0,73%). A principal causa do recuo é o crédito do Bônus de Itaipu na conta de luz, que compensa parcialmente o efeito da bandeira tarifária vermelha patamar 2.

Economistas da Warren Investimentos projetam deflação de 0,22%, o que reduziria a inflação acumulada em 12 meses para 4,87%. Setores como alimentos (com queda no preço das carnes), transportes (passagens aéreas mais baratas) e vestuário (troca de coleções) contribuem para o resultado negativo. Itens como loterias e planos de saúde exercem pressão contrária.

O alívio deve ser temporário: para setembro, espera-se alta de 0,80% devido ao fim do bônus energético e menor deflação de alimentos. A energia elétrica, que puxou a inflação de julho (0,33%), torna-se agora fator de desaceleração, ilustrando a volatilidade do segmento.

Fonte: DCM

Cada vez mais “eleitores nem-nem” culpam Bolsonaro pela trama golpista, diz Quaest

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante depoimento no STF. Foto: Antonio Augusto/STF

A poucos dias do início do julgamento do núcleo considerado crucial da trama golpista, uma nova pesquisa Genial/Quaest revelou que a maioria da população apoia a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). O levantamento mostra que 55% dos entrevistados consideram justa a medida imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto 39% a classificam como injusta e 6% não souberam responder.

Além disso, mais da metade dos brasileiros (52%) acredita que o ex-presidente participou da tentativa de golpe após a eleição de 2022, percentual que vinha crescendo desde dezembro do ano passado, quando era de 47%.

Segundo o estudo, divulgado ontem, os eleitores “nem-nem”, que não se identificam nem com a esquerda nem com a direita, foram decisivos para essa avaliação desfavorável a Bolsonaro. Em dezembro de 2023, 45% desse grupo enxergavam participação do ex-mandatário no plano golpista. Agora, o índice subiu para 58%.

Entre os mesmos eleitores, 60% consideram justa a prisão domiciliar contra 38% que a veem como injusta. Lulistas reforçaram ainda mais a percepção negativa sobre Bolsonaro, enquanto seus apoiadores ampliaram a blindagem ao líder, mas não conseguiram reverter a tendência.

Gráfico: Globo

Outro dado relevante do levantamento trata das chamadas de vídeo feitas por Bolsonaro durante atos em 3 de agosto, episódio que levou ao endurecimento das medidas cautelares. Para 57% dos entrevistados, a participação foi proposital e buscou provocar Moraes, enquanto 30% acreditam que ele não compreendeu as restrições impostas.

A ampla maioria da população (86%) já sabe que o julgamento de Bolsonaro terá início em 2 de setembro no Supremo Tribunal Federal (STF). Há cinco sessões reservadas na Primeira Turma, com possibilidade de extensão até 12 de setembro.

Nos bastidores da Corte, calcula-se que o voto do relator, Alexandre de Moraes, seja lido em 9 de setembro, após as sustentações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas dos oito réus.

A prisão domiciliar foi decretada em 4 de agosto após Bolsonaro descumprir medidas ligadas ao uso de redes sociais. A Polícia Federal destacou em relatório que a decisão está associada às tentativas de obstrução das investigações, que envolvem também a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no exterior.

Gráfico: Globo


De acordo com mensagens recuperadas no celular apreendido do ex-presidente, ele discutiu estratégias para articular sanções estadunidenses contra ministros do STF. As provas coletadas resultaram no indiciamento de Bolsonaro e de seu filho. O inquérito aponta, ainda, que o ex-presidente buscou aconselhamento com um advogado ligado a Donald Trump para moldar publicações em redes sociais.

A Procuradoria-Geral da República deve se manifestar até amanhã sobre o descumprimento das cautelares. A defesa de Bolsonaro insiste que ele não violou nenhuma regra, nega planos de fuga e acusa a PF de praticar lawfare. Os advogados sustentam que Bolsonaro “jamais esteve proibido de usar WhatsApp, de trocar mensagens e de se manifestar”. O argumento remete ao mesmo tipo de alegação usado por aliados de Lula durante processos da Operação Lava Jato.

Outro ponto abordado pela pesquisa foi a aplicação da Lei Magnitsky, do governo estadunidense, contra Moraes. Para 49%, a medida é injusta; já 39% a consideram adequada. O tema se torna mais polêmico ao tratar de um eventual impeachment do ministro: 46% são favoráveis e 43% contrários, caracterizando empate técnico dentro da margem de erro.

A sondagem reforça que, apesar de divisões, cresce a percepção de que Bolsonaro não apenas descumpriu medidas judiciais, mas também teve participação direta na tentativa de golpe.

Fonte: DCM