sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Atlas: Lula seria reeleito em 1º turno contra Tarcísio, Michelle e Caiado

 

Presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera e venceria em todos os cenários simulados de primeiro turno nas eleições de 2026, conforme pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta sexta-feira (24). O levantamento, realizado entre os dias 15 e 19 de outubro com 14.063 entrevistados, indica que não haveria necessidade de segundo turno. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos.

No primeiro cenário testado, Lula tem 51,3% das intenções de voto, seguido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 30,4%. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), aparece com 6%.


Em uma segunda simulação, o presidente mantém 51%, enquanto a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) registra 26,2%. Caiado soma 9,1%. Em um terceiro cenário, Lula continua com 51%, contra 15,3% de Caiado, 10,6% do governador mineiro Romeu Zema (Novo) e 10,4% de Ratinho Jr. (PSD), do Paraná.

A pesquisa também testou um quadro sem a presença de Lula. Nesse caso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), aparece com 43,1% das intenções de voto, seguido de Tarcísio de Freitas, com 30,1%, e Ronaldo Caiado, com 7%.

Os dados indicam que o presidente mantém vantagem significativa sobre os principais nomes da direita e da extrema direita, mesmo após meses de desgaste político e tensão comercial com os Estados Unidos.

A AtlasIntel e a Bloomberg destacam que Lula apresenta estabilidade no eleitorado popular e vantagem consistente no Sudeste e Nordeste, regiões decisivas nas últimas eleições.

Nos cenários com adversários distintos, Lula mantém mais de 20 pontos de diferença, o que configuraria vitória direta no primeiro turno, caso as eleições ocorressem hoje.

O levantamento reforça a consolidação do presidente como favorito para 2026, enquanto Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro disputam a liderança do campo conservador.

Além disso, o levantamento aponta a consolidação do crescimento da aprovação do presidente: a maioria, com 51,2% vê com bons olhos a gestão do petista, enquanto 48,1% desaprova.

Fonte: DCM

AGU detalha medidas para ampliar transparência e rastreabilidade das ‘emendas Pix’

Em audiência no STF, órgão apresentou parâmetros técnicos e novas ferramentas para monitorar repasses de recursos públicos

       AGU (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou, nesta quinta-feira (23), durante audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), propostas para aprimorar a rastreabilidade e a transparência na execução das chamadas “emendas Pix”. O encontro ocorreu no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, sob relatoria do ministro Flávio Dino.

A secretária-geral de Contencioso da AGU, Isadora Cartaxo, destacou que o governo federal tem adotado uma série de medidas para garantir maior controle e publicidade sobre a destinação das emendas parlamentares, especialmente as transferências especiais conhecidas como “emendas Pix”.

● Critérios de análise e controle das emendas

Durante a audiência, Cartaxo explicou que foram definidos parâmetros técnicos para orientar a seleção e o acompanhamento dos relatórios de gestão das emendas. Esses critérios, estabelecidos na Nota Técnica Conjunta TCU/CGU/MGI/AGU nº 01/2025, incluem variáveis como risco de corrupção, materialidade per capita, abrangência geográfica, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e capacidade orçamentária dos entes federativos.

“Esses parâmetros têm como objetivo garantir uma análise baseada em critérios de risco, relevância e materialidade, assegurando maior efetividade no controle dos recursos públicos”, afirmou a secretária da AGU.

O ministro Flávio Dino também determinou que o objeto de cada emenda — isto é, a finalidade específica dos recursos — seja considerado na avaliação de risco e prioridade das análises.

● Transparência e rastreabilidade total

Em resposta a questionamentos sobre a possibilidade de rastrear integralmente os repasses referentes ao Orçamento de 2025, os representantes da AGU, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU) informaram que não há mais obstáculos técnicos à rastreabilidade.

Segundo os órgãos, isso se deve à criação de contas correntes específicas e à divulgação pública dos extratos bancários correspondentes a cada emenda. Além disso, a Ordem de Pagamento de Parceria (OPP) — já utilizada para emendas coletivas — passará a ser aplicada também às emendas Pix a partir de 2026.

● Ferramentas digitais e canais de denúncia

Durante a audiência, a AGU e os demais órgãos participantes apresentaram ferramentas tecnológicas voltadas à transparência e ao controle social. Entre elas estão o Portal da Transparência, o sistema Transferegov.br e o aplicativo parcerias.gov, que permitem acompanhar repasses, fiscalizar a execução dos recursos e registrar denúncias sobre eventuais irregularidades.

● Nota técnica e cronograma de análises

Em atendimento à decisão do ministro Flávio Dino, a AGU, o TCU, a CGU e o MGI elaboraram uma nota técnica conjunta com um modelo padronizado de análise dos relatórios de gestão das transferências especiais. O documento propõe parâmetros auditáveis e um cronograma de avaliação das emendas referentes aos exercícios de 2020 a 2024.O cronograma prevê a análise dos relatórios entre janeiro e julho de 2026, utilizando uma metodologia baseada em critérios de risco e relevância. A medida busca fortalecer a fiscalização das emendas parlamentares e garantir a correta aplicação dos recursos públicos.

Fonte: Brasil 247

Lula e Sheinbaum lideram aprovação na América Latina

Pesquisa AtlasIntel mostra os presidentes do Brasil e do México à frente de Milei, Boric e Petro em popularidade

Honduras - 09/04/2025 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro bilateral com presidente do México, Claudia Sheinbaum (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a líder mexicana Claudia Sheinbaum são atualmente os chefes de Estado mais bem avaliados da América Latina. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (24) pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, revela o alto índice de aprovação dos dois líderes em comparação a seus pares regionais.

De acordo com a CNN Brasil, a pesquisa aponta que Lula e Sheinbaum aparecem na liderança do ranking de popularidade. A presidente do México ocupa o primeiro lugar, com 64% de aprovação, enquanto o presidente brasileiro registra 51%. Ambos superam outros nomes importantes do cenário latino-americano, como Gabriel Boric, do Chile (41%), e Javier Milei, da Argentina (40%).

☉ Contexto político e instabilidade regional

O presidente interino do Peru, José Jerí, figura com 25% de aprovação. Ele assumiu o comando do país há menos de um mês, após a destituição de Dina Boluarte. A ex-presidenta foi removida do cargo pelo Congresso em meio a investigações judiciais e manifestações populares contra a corrupção e a violência.

Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro soma 39% de aprovação, enquanto o chileno Gabriel Boric mantém 41%. Segundo o estudo, a desaprovação é majoritária em boa parte dos países latino-americanos, com Petro liderando o índice negativo (59%), seguido de Boric (58%) e Milei (56%).

☉ Avaliação dos governos latino-americanos

A pesquisa também mediu a percepção geral dos governos. A Argentina tem o maior índice de rejeição institucional, com 52%, seguida pela Colômbia (50%) e pelo Chile (48%). Já os governos de México e Brasil se destacam positivamente, com 55% e 48% de aprovação, respectivamente.

O levantamento abrangeu seis países — Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru — e contou com mais de 30 mil entrevistas realizadas entre 15 e 19 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Defesa de Bolsonaro vai “ressuscitar” dosimetria em recurso no STF

Advogados tentarão retomar tese da “dosimetria” e alegam que crimes deveriam ser tratados como um só, em tentativa de diminuir condenação

Jair Bolsonaro foi visto em sua casa durante julgamento da tentativa golpe, no Supremo Tribunal Federal (Foto: Reprodução/Print de vídeo da REUTERS)

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro vai tentar reabrir, no Supremo Tribunal Federal (STF), a discussão sobre a dosimetria das penas impostas no julgamento que o condenou a 27 anos e três meses de prisão por envolvimento em uma suposta trama golpista. O recurso, conhecido como embargo de declaração, busca esclarecer pontos da sentença e pode servir para reduzir a punição imposta pela Primeira Turma do tribunal.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, os advogados de Bolsonaro pretendem utilizar o recurso para sustentar que os crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado deveriam ser considerados como um único delito — o que poderia diminuir consideravelmente o tempo total de prisão.

☉ Estratégia para tentar reduzir a pena

O STF condenou Bolsonaro em setembro, mas ainda não definiu quando ele começará a cumprir a pena, o que pode ocorrer no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília — cenário que preocupa aliados do ex-presidente. A defesa também busca afastar o chamado “risco Papuda”, concentrando esforços em teses jurídicas que possam reduzir o impacto da sentença.

Na condenação, o tribunal fixou 6 anos e 6 meses de reclusão pelo crime de abolição violenta do Estado democrático de direito e 8 anos e 2 meses por tentativa de golpe de Estado. Além disso, Bolsonaro foi condenado por organização criminosa, dano qualificado e deterioração do patrimônio público.

Dos cinco ministros que participaram do julgamento, apenas Luiz Fux votou pela absolvição. Ele defende que os dois principais crimes poderiam ser tratados de forma unificada, tese que será retomada agora pela defesa.

☉ Mudança de Turma e impacto político

Na semana anterior, Fux surpreendeu ao pedir transferência da Primeira Turma para a Segunda Turma do Supremo. Ainda assim, ele pretende continuar participando dos julgamentos relacionados às investigações sobre a tentativa de golpe, buscando um acordo com o presidente da Corte, Edson Fachin.

Os recursos podem ser analisados no plenário virtual já na próxima semana, mas a tendência, segundo a publicação, é de que sejam rejeitados pela maioria dos ministros.

☉ “PL da Dosimetria” emperra no Congresso

Paralelamente, a discussão sobre a dosimetria também está parada no Congresso Nacional. O Projeto de Lei da Dosimetria, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), prevê que a pena de Bolsonaro poderia ser reduzida em até 11 anos.

O texto, contudo, enfrenta resistência. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pediu ajustes na proposta, enquanto parlamentares da base bolsonarista pressionam por uma anistia ampla e irrestrita aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.

“O PL votaria contra esse projeto. Não dá para concordar com uma proposta que reduz de 14 para 8 anos a pena de quem apenas pichou uma estátua. Isso é uma insanidade”, declarou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao blog de Malu Gaspar, em referência ao caso de Débora dos Santos, militante que se tornou símbolo da direita por alegar perseguição judicial.

Nos bastidores, entretanto, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem admitido a aliados que o partido dificilmente se posicionará contra uma medida que pode beneficiar dezenas de réus e investigados pelos ataques de 2023.

☉ Crimes criados após a revogação da Lei de Segurança Nacional

Os crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de direito foram incluídos no Código Penal em 2021, substituindo a antiga Lei de Segurança Nacional, uma herança do regime militar. A norma foi sancionada pelo próprio Bolsonaro, então presidente, ao lado dos ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno e Walter Braga Netto — todos hoje réus na mesma investigação conduzida pelo Supremo.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Tarcísio diz a Valdemar que não será candidato à presidência em 2026

Governador comunicou ao presidente do PL que deve focar na reeleição em SP

       Tarcísio de Freitas (Foto: Carla Carniel/REUTERS)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, comunicou ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que não pretende concorrer à Presidência da República em 2026. Segundo revelou o jornal O Globo, o encontro ocorreu há cerca de duas semanas, e Tarcísio afirmou que buscará a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, consolidando a decisão que já vinha sendo mencionada publicamente.

Valdemar relatou a aliados que o governador justificou a escolha com base nas “muitas entregas” que ainda tem a fazer em São Paulo, referindo-se a obras e iniciativas em andamento que pretende concluir antes do fim do mandato. A avaliação do dirigente do PL é de que Tarcísio quer transformar esses resultados em capital político para fortalecer sua posição dentro do partido e no cenário nacional.

A conversa entre ambos, segundo fontes ligadas ao PL, teve um tom mais pragmático do que o diálogo anterior, ocorrido há dois meses. Naquela ocasião, Valdemar havia declarado publicamente que Tarcísio se filiaria ao partido caso decidisse disputar a Presidência contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, a sinalização do governador indica um recuo definitivo dessa possibilidade.

Mesmo assim, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda mantêm a expectativa de que Tarcísio mude de ideia e entre na corrida presidencial quando o pleito estiver mais próximo. Dentro do grupo bolsonarista, há consenso de que a definição precisa acontecer ainda neste ano, a fim de orientar as composições regionais e alianças estaduais.

Na última segunda-feira (20), Valdemar Costa Neto visitou Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, e conversou sobre o cenário eleitoral. Aos interlocutores, o dirigente do PL afirmou que o ex-presidente tem discutido nomes que poderia apoiar, mas evita anunciar qualquer decisão antes que o tema da anistia avance no Congresso.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lula destaca que o Brasil será exemplo global na transição energética durante a COP30

Em entrevista na Indonésia, presidente reforça que o país chega à conferência climática com matriz limpa e liderança ambiental reconhecida

                     Lula em coletiva de imprensa na Indonésia (Foto: Ricardo Stuckert)

Durante entrevista coletiva na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil sediará a COP30, em Belém, como um “anfitrião que lidera pelo exemplo” na luta contra as mudanças climáticas. Lula destacou que o país chega ao evento com uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta e com políticas ambientais que combinam preservação florestal e avanço na transição energética.

A declaração foi dada nesta sexta-feira (24), pouco antes de o presidente embarcar de Jacarta para compromissos oficiais na Malásia, conforme noticiou a Agência Gov. Lula enfatizou que o país pretende demonstrar ao mundo sua capacidade de conciliar desenvolvimento econômico e sustentabilidade.

“A mensagem que o Brasil quer passar ao mundo é que somos um dos países que mais tem energia renovável no planeta Terra: 87% da nossa energia elétrica é limpa”, afirmou o presidente. “A gasolina brasileira utiliza 30% de etanol, por isso é mais pura que as outras. O nosso óleo diesel tem 20% de biodiesel, por isso é mais puro que os outros.”

Lula reforçou que o Brasil “está dando uma demonstração de muita competência” e que continuará investindo fortemente em energias renováveis. Ele explicou que a Petrobras tem papel essencial na transição energética, devendo, ao longo do tempo, deixar de ser uma empresa voltada à exploração de combustíveis fósseis para se transformar em uma empresa de energia.

“Se estamos reivindicando que a gente proteja as florestas e queremos reduzir o uso de combustível fóssil, uma das formas é utilizar o dinheiro do petróleo para consolidar a transição energética”, disse. “Enquanto o mundo precisar, o Brasil não vai jogar fora uma riqueza que pode melhorar a vida do povo brasileiro.”

O presidente ressaltou ainda que a autorização do Ibama para a Petrobras realizar estudos na margem equatorial não contradiz os compromissos ambientais do país. Segundo ele, trata-se de uma ação técnica, com prazos longos e “todos os cuidados ambientais necessários”.

“Você não tem histórico da Petrobras ter vazamento de óleo em lugar algum. Possivelmente seja a empresa com mais expertise de prospectar petróleo em águas profundas sem nenhum dano”, observou Lula.

Fundo Florestas Tropicais para Sempre

Na mesma coletiva, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou um dos resultados da visita de Lula à Indonésia: a adesão do país asiático ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será oficialmente lançado durante a COP30.

“Brasil e Indonésia são países incontornáveis no combate à mudança do clima, tanto pelo papel na transição energética como na conservação das florestas”, afirmou o ministro. “O presidente Lula recebeu com grande satisfação o anúncio de que a Indonésia contribuirá para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre.”

O fundo pretende fortalecer a conservação das florestas tropicais, premiando financeiramente os países que mantêm o desmatamento abaixo de 0,5%. O sistema de monitoramento por satélite verificará o cumprimento das metas, e os países participantes poderão receber até US$ 4 por hectare conservado.“Parece modesto, mas estamos falando de um bilhão e cem milhões de hectares de florestas tropicais distribuídos em 73 países em desenvolvimento”, afirmou Lula, lembrando que o Brasil já anunciou um aporte de R$ 1 bilhão ao fundo no fim de setembro, durante evento nos Estados Unidos.

Com essa iniciativa, o governo busca consolidar o Brasil como referência global na defesa ambiental e na transição energética, reforçando seu papel de liderança nas negociações climáticas que marcarão a COP30, em Belém.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Gov

Reforma do IR deve impulsionar economia em R$ 28 bilhões, aponta estudo

Estudo da FGV aponta que a nova política tributária favorece consumo e redistribuição de renda, sem afetar o investimento produtivo

          Imposto de Renda 2025 (Foto: Joedson Alves / Agência Brasil)

 A reforma do Imposto de Renda, atualmente em tramitação no Senado Federal, pode injetar cerca de R$ 28 bilhões na economia brasileira, segundo projeção do Observatório de Política Fiscal da Fundação Getulio Vargas (FGV). O valor representa um incremento de 0,2 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, o coordenador do Observatório, economista Manoel Pires, apresentou os dados em audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta quinta-feira (23). Pires afirmou que o impacto da proposta tende a ser positivo tanto sobre o consumo das famílias quanto na distribuição de renda, sem prejuízo aos investimentos produtivos das empresas.

◈ Impacto direto no consumo e na renda

“O principal efeito desse projeto é estimular o nível de consumo”, disse Pires. Segundo ele, o aumento do poder de compra virá principalmente das camadas de menor renda, que serão beneficiadas pela ampliação da faixa de isenção e pela progressividade tributária. “Os contribuintes que vão usufruir dessa renúncia fiscal têm uma renda mais baixa e dependem de mais renda para consumir, ao passo que os contribuintes que vão financiar essa desoneração não devem reduzir tanto o consumo em função do alto nível de renda que eles usufruem.”

O economista também rebateu críticas de que a tributação sobre lucros e dividendos poderia desestimular o investimento privado. “É evidente que ao tributarem em algum grau os dividendos o comportamento do acionista vai mudar, ele pode preferir investir seus recursos de outra forma. Mas eu não conheço nenhum estudo que mostre que a tributação sobre dividendos tem impacto negativo sobre investimento físico, que é a decisão da empresa de ampliar sua capacidade produtiva”, argumentou.

◈ Especialistas destacam ganho de eficiência e equidade

Durante a audiência, o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sérgio Gobetti, afirmou que a reforma é fundamental para corrigir distorções do sistema tributário atual. “O modelo brasileiro, que isenta dividendos e concentra toda a tributação no lucro da empresa, é distorcido e gera ineficiência econômica”, declarou.

Para Gobetti, a tributação mínima sobre altas rendas não busca punir o empreendedor, mas equilibrar a carga entre diferentes perfis de empresas. “Vai permitir que aquele empresário que efetivamente já pagou 34% não pague nada mais. Em compensação, aquele que está em um regime especial, pagando só 10% sobre o lucro, passe a pagar os 10% a mais”, explicou.

O economista também criticou os regimes especiais, como o de lucro presumido, que, segundo ele, permitem que empresas muito lucrativas paguem impostos semelhantes aos de negócios com margens menores. “O regime de lucro presumido presume que o lucro das empresas sobre o faturamento é apenas 32%, quando as pesquisas e os dados da Receita Federal mostram que, em média, o lucro das empresas do setor de serviços é pelo menos duas vezes maior”, ressaltou.

◈ Tramitação e desafios políticos no Senado

O Projeto de Lei nº 1.087/2005 prevê isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e descontos progressivos para rendimentos de até R$ 7.350. O relator da proposta no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), criticou a forma como o texto foi aprovado na Câmara dos Deputados, especialmente os acordos que beneficiaram setores específicos, como o agronegócio.

“Aqui não legislamos de costas para o país. Não priorizamos regalias ou leis específicas para nichos indevidos”, afirmou Calheiros. Segundo o relator, o Senado busca ajustar o texto sem que ele precise retornar à Câmara, o que, em suas palavras, seria “devolver o refém ao cativeiro original”.

Ele adiantou que estuda emendas de redação e a retirada de dispositivos considerados inconstitucionais para aperfeiçoar o projeto. Apesar de apoiar a proposta, Calheiros cobrou da Receita Federal novas projeções sobre o impacto fiscal da medida, que, conforme estimativas divergentes, pode chegar a R$ 30 bilhões.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Alckmin representará Lula em cerimônia pelos 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog

Vice-presidente participará de ato ecumênico na Catedral da Sé em homenagem ao jornalista morto pela ditadura militar

       Geraldo Alckmin (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), participará neste sábado (25), de uma cerimônia ecumênica em memória dos 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências do DOI-Codi durante o regime militar. O ato será realizado na Catedral da Sé, em São Paulo, local que se tornou símbolo da resistência democrática após sediar a histórica missa de sétimo dia do jornalista em 1975.

A informação foi divulgada pela Coluna do Estadão, que destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participará do evento, pois se encontra em viagem oficial à Ásia, onde deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.A celebração inter-religiosa reunirá líderes de diferentes crenças, familiares, jornalistas e representantes de entidades de direitos humanos, reafirmando o compromisso com a memória, a verdade e a justiça. O evento faz parte de uma série de homenagens programadas para lembrar o legado de Herzog, cujo assassinato se tornou um marco na luta pela redemocratização do país.

O jornalista, que à época trabalhava no Estadão e dirigia o Departamento de Jornalismo da TV Cultura, foi preso em 25 de outubro de 1975 e morto sob tortura nas dependências do Exército em São Paulo. A ditadura tentou forjar sua morte como suicídio, mas a farsa foi desmentida por laudos e testemunhos. O caso provocou forte comoção nacional e internacional, tornando-se um símbolo da repressão e da violência de Estado no Brasil.

Cinquenta anos depois, a figura de Vladimir Herzog segue viva como um ícone da liberdade de imprensa e dos direitos humanos. O Instituto Vladimir Herzog, criado em sua memória, continua a atuar na defesa da democracia e na valorização do jornalismo como instrumento essencial à cidadania.

A cerimônia deste sábado, com a presença de Geraldo Alckmin, reforça esse compromisso histórico e homenageia não apenas Herzog, mas todos os que foram perseguidos e mortos pela ditadura militar brasileira.

Fonte: Brasil 247 com informações da Coluna do Estadão

Cristina Fernández diz que governo Milei fracassou e pede voto na oposição

A ex-presidente argentina afirmou que o país vive “humilhação nacional” e pediu aos eleitores que freiem o atual governo nas eleições legislativas

            Cristina Fernandez de Kirchner (Foto: AGUSTIN MARCARIAN/REUTERS)

A três dias das eleições legislativas na Argentina, que renovarão metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner voltou à cena política com duras críticas ao governo de Javier Milei. Em vídeo publicado nas redes sociais, a líder peronista pediu aos eleitores que votem “para pôr fim à má governança e à austeridade permanente” que, segundo ela, atingem os setores mais vulneráveis do país.

A informação foi publicada pela agência Prensa Latina, que destacou a ampla repercussão do discurso da ex-presidente, também ex-vice de Alberto Fernández. Cristina afirmou que o pleito de 26 de outubro é uma “grande oportunidade democrática” para mudar o rumo da Argentina. “O voto de cada um de vocês pode pôr fim à má governança de Milei e acabar com a austeridade permanente dos setores mais vulneráveis da nossa sociedade, a entrega da soberania nacional e a punição de pessoas que vivem do seu trabalho ou daquelas que trabalharam a vida inteira”, declarou Cristina.

Ela criticou duramente o impacto econômico das políticas do atual presidente, afirmando que “as pessoas não conseguem sobreviver; elas precisam se endividar para pagar eletricidade, comida e remédios”. A ex-presidente também mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apontado por ela como um dos principais apoiadores de Milei. “Se alguém ainda tem dúvidas sobre o fracasso, basta ouvir as palavras do principal apoiador de Milei e, na prática, seu gerente de campanha, o presidente dos EUA, Donald Trump. Há alguns dias ele disse isso muito claramente: ‘Os argentinos não têm dinheiro. Eles estão lutando para sobreviver’”, afirmou.

Cristina ironizou a insistência de Milei em se autoproclamar líder de um governo exemplar. “Milei se cansou de repetir que era o melhor governo da história, com o plano econômico mais bem-sucedido, mas acabou implorando por um resgate financeiro nos Estados Unidos. Um resgate que não é nada uma solução e tudo uma humilhação”, disse.Segundo ela, “a Argentina é um país grande e digno demais para depender do humor de um presidente estrangeiro. A soberania argentina não é negociável; pertence ao seu povo”.

A ex-presidente convocou os eleitores a reagirem nas urnas: “Neste 26 de outubro, precisamos pôr fim a esse padrão de rendição, destruição e, acima de tudo, profunda humilhação nacional”.

Cristina, atual presidente do Partido Justicialista, afirmou que apenas o peronismo é capaz de promover uma virada política no país. “Peço que votem neste domingo, porque não há maneira mais democrática de mudar as coisas do que votando”, conclamou. Ela também alertou sobre possíveis riscos à transparência do pleito, citando mudanças recentes na Cédula Única de Papel, que, segundo ela, foram implementadas sem o devido preparo técnico.“Cada presidente de seção eleitoral, cada fiscal e cada eleitor tem a responsabilidade de salvaguardar o voto popular”, ressaltou Cristina.

Encerrando sua mensagem, ela resumiu o desafio eleitoral: “Os freios em Milei começam neste domingo, mas o trabalho continua no dia seguinte para tirar a Argentina do desastre que este governo deixará para trás. Este 26 de outubro é ou Milei e o ajuste permanente ou a Argentina, nossa casa comum”.

Com esse apelo, a ex-presidente colocou-se novamente no centro do debate político argentino, apostando em uma mobilização popular para conter o avanço do projeto ultraliberal do atual governo.

Fonte: Brasil 247 com informações da agência de notícias Prensa Latina