domingo, 15 de junho de 2025

Irã confirma mais de 220 mortos após ataques israelenses; 90% das vítimas são civis

Ofensiva israelense contra instalações nucleares e alvos militares em Teerã desencadeia retaliação iraniana e agrava tensão regional

Pessoas observam de uma ponte as chamas de um ataque israelense subindo do depósito de petróleo de Sharan, após os ataques israelenses ao Irã, em Teerã, Irã, em 15 de junho de 2025 (Foto: Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS)

O Ministério da Saúde do Irã confirmou neste domingo (15) que 224 pessoas morreram desde o início dos ataques israelenses na madrugada de sexta-feira (13). Segundo o porta-voz Hossein Kermanpour, 90% das vítimas são civis, incluindo mulheres e crianças.

A ofensiva israelense, denominada "Operação Leão em Ascensão", teve como alvos instalações nucleares, militares e residências de líderes militares iranianos. Entre os mortos estão o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mohammad Bagheri.

Além das declarações do Ministério da Saúde, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, denunciou o caráter indiscriminado da ofensiva israelense. “A agressiva entidade israelense está tentando, por meio da propaganda, sugerir que seus ataques são precisos e não têm como alvo zonas residenciais”, afirmou.

Segundo ele, “em apenas três ataques inimigos, mais de 70 mulheres e crianças foram martirizados, e 10 dos 20 menores atingidos continuam sob os escombros de um dos edifícios bombardeados no bairro de Chamran, ao norte de Teerã”.

Em resposta, o Irã lançou a "Operação Promessa Verdadeira III", disparando mais de 150 mísseis balísticos e cerca de 100 drones contra Israel. Embora o sistema de defesa israelense tenha interceptado parte dos projéteis, vários atingiram áreas urbanas densamente povoadas, como Tel Aviv, Ramat Gan e Bat Yam, causando danos significativos e vítimas

As autoridades israelenses relataram pelo menos 14 mortes e mais de 400 feridos em decorrência dos ataques iranianos. Em Bat Yam, um míssil atingiu um edifício residencial de oito andares, resultando em seis mortes e dezenas de feridos.

Fonte: Brasil 247

Iraque alerta para petróleo a US$ 300 com risco de fechamento do Estreito de Ormuz

Ministro das Relações Exteriores iraquiano prevê impacto devastador na economia global se conflito entre Israel e Irã se intensificar

       Estreito de Ormuz (Foto: Infográfico)

Por Redação Brasil 247 | Com informações da RT e agências internacionais – A escalada do conflito no Oriente Médio reacende o temor de um colapso no mercado energético global. O alerta mais grave veio de Bagdá: o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Fuad Hussein, afirmou que o preço do barril de petróleo pode disparar para até US$ 300, caso o Estreito de Ormuz — rota estratégica para cerca de 20% do petróleo mundial — seja fechado devido à intensificação das hostilidades entre Israel e Irã. A declaração foi feita durante conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, segundo divulgou a RT neste sábado.

“Se operações militares forem deflagradas, isso aumentará significativamente as taxas de inflação nos países europeus e dificultará as exportações de petróleo de países produtores como o Iraque”, advertiu Hussein. O ministro explicou que o bloqueio do Estreito poderia retirar aproximadamente cinco milhões de barris por dia da oferta global, apenas considerando as exportações do Golfo Pérsico e do próprio Iraque.

✱ Bombardeios israelenses agravam tensão regional

O alerta do governo iraquiano ocorre após os ataques aéreos de Israel contra alvos militares e nucleares no território iraniano, realizados na manhã de sexta-feira. O bombardeio marcou o início de uma nova fase no confronto entre os dois países, elevando o risco de um conflito de proporções regionais, com impacto direto na principal zona de produção e transporte de petróleo do planeta.

Em resposta, o comandante da Guarda Revolucionária iraniana e deputado do Parlamento, Esmail Kousari, afirmou que Teerã está “considerando seriamente” a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz ao tráfego marítimo. A declaração reacendeu os temores nos mercados internacionais e levou o preço do barril do petróleo Brent a subir 7% na sexta-feira, alcançando US$ 74,23.

✱ Projeções do mercado indicam cenário catastrófico

Enquanto o governo iraquiano projeta um cenário extremo de US$ 300 por barril, analistas do JPMorgan alertam que, num cenário grave, os preços podem subir para pelo menos US$ 130. Já outros especialistas, avaliando uma interrupção total do fluxo pelo Estreito, afirmam que o barril pode alcançar valores sem precedentes, afetando diretamente a inflação, os custos de energia e a recuperação econômica de diversos países.

Embora as instalações de exportação de petróleo do Irã ainda não tenham sido diretamente atingidas pelos bombardeios israelenses, analistas alertam que futuros ataques podem paralisar parte significativa da produção da região. A expectativa de uma retaliação iraniana é elevada, e um dos caminhos mais prováveis seria exatamente a interrupção do tráfego petroleiro no Golfo Pérsico, por onde transita cerca de 1/5 do petróleo mundial.

✱ Rússia aponta consequências geopolíticas

Em Moscou, o presidente da Comissão de Política de Informação do Conselho da Federação, Aleksey Pushkov, também se manifestou. Para ele, o conflito entre Israel e Irã pode provocar um “aumento significativo dos preços do petróleo”, especialmente se Teerã bloquear o Golfo Pérsico.

O Kremlin, por sua vez, também alertou sobre as possíveis consequências de uma eventual nova rodada de sanções ocidentais contra o petróleo russo, sugerindo que ações como essa — somadas à instabilidade no Oriente Médio — podem desorganizar ainda mais os fluxos energéticos mundiais.

✱ Crise energética à vista?

Com um barril podendo ultrapassar os US$ 300, os impactos não se limitariam apenas ao preço do combustível. Uma onda inflacionária global, paralisações industriais, recessão em países dependentes de energia barata e instabilidade política são alguns dos desdobramentos previstos pelos especialistas em caso de agravamento da crise.

O alerta do Iraque não é isolado. Ele reflete a crescente preocupação das principais nações exportadoras e consumidores estratégicos, diante da possibilidade concreta de um bloqueio no Estreito de Ormuz — evento que, se confirmado, colocaria o sistema energético mundial sob pressão inédita desde os choques do petróleo dos anos 1970.

Fonte: Brasil 247

Haddad detona Bolsonaro: ‘Estamos arrumando sua bagunça’


                           O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Divulgação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar neste fim de semana a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atribuindo a ele uma série de medidas que, segundo o ministro, comprometeram as contas públicas e a democracia brasileira. As declarações foram feitas no sábado (14), em publicação no X (antigo Twitter), e reforçadas durante audiência pública na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (11).

Na rede social, Haddad acusou Bolsonaro de promover “calote em governadores”, não pagar precatórios, vender empresas públicas “a preço de banana” e de tentar um “golpe na democracia” enquanto “rifava o Brasil”.

O ministro ainda defendeu que o atual governo está promovendo justiça fiscal: “Quem está isentando o trabalhador do Imposto de Renda somos nós. Quem cobra imposto de bets e bilionários somos nós”, escreveu.

As afirmações refletem o tom da audiência na qual Haddad discutiu com os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ). Na ocasião, o ministro rebateu críticas sobre o déficit primário da gestão Lula e lembrou que o superavit de 2022 só foi possível graças ao não pagamento de dívidas e à venda de ativos estratégicos.

Segundo Haddad, o governo Bolsonaro deixou de pagar cerca de R$ 92 bilhões em precatórios e repassou ao atual governo uma dívida de R$ 30 bilhões com estados, relativa à compensação do ICMS sobre combustíveis.

O ministro também criticou a privatização da Eletrobras, que classificou como uma venda “na bacia das almas”, e a distribuição de mais de R$ 200 bilhões em dividendos da Petrobras.

“O Bolsonaro depenou a Petrobras e vendeu a Eletrobras, deixando o Brasil fragilizado. Assim, qualquer um faz superavit primário: dando calote, vendendo patrimônio público e tirando dinheiro dos governadores”, declarou Haddad.

Os deputados oposicionistas não pouparam críticas. Nikolas Ferreira chamou o ministro de “incompetente” e questionou a alta dos alimentos. Carlos Jordy ironizou os dados econômicos apresentados por Haddad e o acusou de tentar mascarar os resultados da atual gestão.

Fonte: DCM

Advogado de Mauro Cid reage a pedido de prisão: “Dane-se o PGR”

O advogado Cezar Bitencourt. Foto: Divulgação

O advogado Cezar Bitencourt, responsável pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, reagiu com veemência ao pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu cliente. Em declaração à ‘Folha de S.Paulo’, ele minimizou a relevância do processo e disparou: “Dane-se o PGR. A vida do Cid segue indiferente à existência do processo”.

A reação ocorreu após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A PGR alegou que as viagens recentes da família de Cid aos Estados Unidos, somadas à tentativa do ex-ministro Gilson Machado de obter um passaporte português para o militar, indicariam um possível plano de fuga.

Embora Machado tenha sido preso pela Polícia Federal no Recife, ele teve a prisão preventiva revogada ainda na sexta-feira (13). No caso de Mauro Cid, agentes da PF foram até sua residência com um mandado de prisão em mãos, mas ao chegarem ao local, foram informados de que a ordem havia sido revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O tribunal confirmou que o militar não foi preso e que ele compareceu voluntariamente à sede da PF em Brasília por volta das 11h do mesmo dia para prestar depoimento.

A viagem dos familiares de Cid aos Estados Unidos, iniciada em 30 de maio, teve como objetivo participar da festa de 15 anos de uma sobrinha. A mãe, esposa e uma das filhas do militar embarcaram de Brasília para Los Angeles, com escala na Cidade do Panamá, em voo operado pela Copa Airlines.

Cezar Bitencourt ao lado de Mauro Cid. Foto: Divulgação

A defesa sustenta que a viagem é estritamente pessoal e não está relacionada às investigações. “A família está nos EUA sem data prevista para retornar. Ela não tem nada a ver com o processo do Cid e não deve explicação a ninguém”, afirmou Bitencourt, que também negou que o militar tenha violado quaisquer condições impostas pela Justiça. Apesar disso, registros apontam que há passagens de retorno compradas para o dia 20 de junho.

Além disso, o advogado confirmou que Mauro Cid permanece impedido de deixar o país há mais de um ano, por determinação judicial. Parte da família do tenente-coronel reside nos Estados Unidos: seu irmão Daniel vive na Califórnia, onde cuida de uma das filhas de Cid há pelo menos três anos. Seu pai, por sua vez, morou nos EUA durante o governo Bolsonaro, quando foi nomeado para liderar o escritório da Apex em Miami, entre 2019 e 2022.

Outro ponto mencionado pela defesa envolve o processo de cidadania portuguesa do militar. Cid solicitou o reconhecimento da nacionalidade em fevereiro de 2023, com base na origem portuguesa de sua mãe.

A Embaixada de Portugal concluiu o processo em 2024, emitindo um cartão de identidade válido até 2035. No entanto, a defesa ressaltou ao STF que o documento serve apenas como identificação em território português e não confere imunidade legal ou direito de residência automática em outros países.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo


Cleitinho mente nas redes e recebe resposta elegante de Messias, da AGU

Senador acusou o governo Lula de "estar contra os aposentados" e foi desmentido pelo advogado-geral da União

      Cleitinho (Foto: Reprodução/X/@cleitinhotmj)

Uma declaração do senador Cleitinho (Republicanos-MG) nas redes sociais acusando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “estar contra os aposentados” foi prontamente rebatida pelo advogado-geral da União, Jorge Messias. O parlamentar, em vídeo publicado em suas redes, afirma que o governo estaria tentando impedir que aposentados fossem indenizados por descontos indevidos em seus benefícios.

“O Lula está contra os aposentados”, diz o senador no início do vídeo. Em seguida, ele lê um trecho de uma notícia: “Governo pede ao STF que suspenda processos sobre a fraude do INSS e anule indenizações por descontos indevidos de aposentados”. Com tom indignado, Cleitinho afirma que os beneficiários “entraram com ação no STF para poder ser indenizados por esse roubo que teve no INSS”, e critica a medida judicial da gestão federal: “simplesmente o Lula está pedindo a suspensão. O Lula está indo contra todos os aposentados do Brasil. Agora você é roubado e não pode entrar na Justiça”.

Diante da fala do senador, Jorge Messias, chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), se manifestou publicamente. Em tom respeitoso, desmentiu a interpretação dada por Cleitinho: “senador, com a devida consideração que tenho por sua pessoa, é importante esclarecer que a afirmação não condiz com a realidade”, escreveu.

Messias explicou que a AGU entrou com a ação no Supremo Tribunal Federal (STF) não para impedir a reparação às vítimas, mas com o objetivo de garantir o ressarcimento “de maneira ágil, segura e prática” aos aposentados e pensionistas atingidos pelas fraudes. Ele destacou ainda a importância da transparência do processo conduzido pelo governo: “estou à disposição para explicar detalhadamente o processo que estamos conduzindo, sempre com uma abordagem técnica e transparente”.

O advogado-geral também alertou para um novo risco enfrentado por beneficiários da Previdência Social: “vale ressaltar que muitos segurados do INSS estão, neste momento, sendo vítimas de golpes online, e é fundamental evitar essa situação”.

Saiba mais - O governo aguarda decisão do Supremo para anunciar o calendário de devolução dos valores descontados indevidamente de aposentadorias e pensões do INSS. Jorge Messias afirmou que o pagamento será feito aos lesados, sem necessidade de ação judicial, após a validação do plano pelo STF e autorização para crédito extraordinário — fora do teto de gastos de 2025 e 2026. A AGU também solicitou a suspensão de ações judiciais e do prazo de prescrição para garantir os direitos dos beneficiários. A Justiça já bloqueou quase R$ 3 bilhões de 12 entidades envolvidas nas fraudes, que, segundo a Polícia Federal, somam mais de R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024.

Fonte: Brasil 247

TV de Collor penhora espaço publicitário na Globo em Alagoas para pagar dívida milionária com a União

Grupo de comunicação da família Collor cede comerciais na programação da TV Gazeta para quitar débitos de FGTS após descumprir acordo com a PGFN

         Fernando Collor (Foto: José Cruz/Agência Senado)

A Organização Arnon de Mello (OAM), controlada pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, penhorou espaços publicitários de sua programação na TV Gazeta, afiliada da Rede Globo em Alagoas, como garantia de pagamento de uma dívida de R$ 34 milhões com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A medida integra um acordo firmado com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), mas até o momento a empresa não cumpriu parte das obrigações assumidas no processo. A situação foi exposta em petição apresentada pela PGFN à 10ª Vara Cível de Maceió, que analisa desde 2019 o processo de recuperação judicial da OAM.

✱ Publicidade como pagamento

A OAM deveria ter apresentado à PGFN, em até 30 dias após a assinatura do acordo, uma depuração dos valores de FGTS quitados por meio de acordos trabalhistas individuais. O objetivo seria obter abatimentos da dívida junto à Caixa Econômica Federal, administradora do fundo. No entanto, o prazo expirou sem que as informações fossem fornecidas, o que levou a PGFN a solicitar que o plano de recuperação judicial não seja homologado até que a empresa apresente as certidões negativas de débitos fiscais.

Como alternativa, a OAM ofereceu como garantia os espaços de propaganda em seus veículos, proposta aceita pela procuradoria. Segundo os termos do acordo, os valores das inserções — que poderão ser feitas em forma de cotas de patrocínio, ações de merchandising e comerciais de até 90 segundos — serão calculados com base na tabela de preços vigente no mês da veiculação. Além da TV Gazeta, o grupo também poderá utilizar rádio, jornal impresso, sites de notícia e gráfica para cumprir o compromisso.

✱ Dívida com o FGTS ficou de fora de acordo anterior

Em dezembro de 2022, a OAM já havia assinado uma transação com a União para quitação de outros débitos fiscais, deixando de fora, no entanto, a dívida com o FGTS. Acordou-se, naquela ocasião, que garantias já existentes, como penhoras de bens, seriam mantidas até o pagamento integral das obrigações. Entre essas garantias está o aluguel do edifício onde hoje funciona o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, avaliado em R$ 173 mil mensais.

✱ Conflito com a Globo

Desde 1975, a TV Gazeta é afiliada da Rede Globo em Alagoas. No entanto, a emissora carioca tenta desde o final de 2023 encerrar a parceria, alegando que a condenação de Collor no Supremo Tribunal Federal (STF) compromete a integridade da rede. O STF apontou que a TV Gazeta foi usada como canal de recebimento de propinas em esquema de corrupção envolvendo o ex-presidente.

A Globo, que não comenta o caso, busca judicialmente romper o contrato com a afiliada, mas esbarra em decisões desfavoráveis. Em junho de 2023, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) determinou que o vínculo contratual seja mantido por mais cinco anos. A decisão acolheu o argumento de que a marca Globo seria indispensável para a sobrevivência da TV Gazeta, especialmente diante da recuperação judicial em curso.

O Ministério Público de Alagoas, por sua vez, emitiu parecer contrário à renovação obrigatória, destacando que “ao privilegiar a recuperação judicial da TV Gazeta, a decisão desconsiderou os riscos e impactos à qualidade e diversidade de conteúdo disponibilizado”.

A Globo recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o processo ainda está em trâmite.

✱ Recuperação judicial e suspeitas criminais

Desde 2019, a OAM está em recuperação judicial, com um passivo inicialmente declarado de R$ 64 milhões. Em julho de 2022, credores aprovaram um plano de reestruturação, mas o processo travou após denúncias de irregularidades — entre elas, a suspeita de compra de votos para aprovação do plano, o que levou a Justiça a encaminhar o caso à polícia.

A lentidão na tramitação resultou em ações trabalhistas movidas por ex-funcionários. Em algumas delas, houve desconsideração da personalidade jurídica, permitindo a cobrança direta dos sócios da empresa, incluindo o próprio Fernando Collor e sua esposa, Caroline Serejo. Em julho de 2023, a Justiça bloqueou R$ 478 mil da conta de Caroline para quitar dívidas trabalhistas com uma jornalista em tratamento de câncer que não teve seus direitos respeitados pela TV Gazeta. Imóveis de alto padrão do ex-presidente, como uma cobertura em Maceió onde ele cumpre pena e uma chácara em Campos do Jordão (SP), também foram alvo de penhora.

Fonte: Brasil 247 com informações do portal do UOL

Analista geopolítico explica por que Israel atacou o Irã – e isso não tem nada a ver com ameaça nuclear

Para o especialista Ori Goldberg, ataque israelense foi uma manobra política de Netanyahu diante do cerco internacional por crimes em Gaza

Pessoas observam um prédio danificado após ataques israelenses, em Teerã, Irã, em 13 de junho (Foto: Majid Asgaripour/WANA via Reuters)

O analista independente Ori Goldberg, doutor em Estudos do Oriente Médio com especialização em assuntos iranianos, afirma que o recente ataque de Israel ao Irã não teve nenhuma relação real com uma ameaça nuclear. Em artigo publicado na Al Jazeera, Goldberg sustenta que a ofensiva foi motivada por razões políticas e estratégicas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que tenta se proteger do crescente isolamento internacional e de ações iminentes da Justiça internacional.

A operação, que já dura três dias, deixou ao menos 80 mortos no Irã e 10 em Israel, segundo relatos oficiais. Apesar do alto custo humano e da gravidade do conflito, o governo israelense tem repetido que o ataque foi “preventivo” — tese desmontada por Goldberg. “O que ocorreu foi uma operação meticulosamente planejada, esperada há anos, e executada no momento que Netanyahu considerou mais oportuno para seus interesses políticos”, explica o especialista, que já foi professor universitário e consultor de segurança nacional.

De acordo com ele, não há evidências de que o Irã estivesse prestes a produzir uma bomba nuclear, nem o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), publicado em 12 de junho, justifica qualquer ação de emergência. “Mesmo a AIEA não sugeriu a existência de uma ameaça iminente”, destaca.

✱ Alvos civis, militares e políticos

A ofensiva israelense atingiu diversos alvos militares e governamentais iranianos, como campos de mísseis, depósitos de petróleo, instalações de gás e figuras de alto escalão. Entre os assassinados estaria Ali Shamkhani, ex-ministro da Defesa e assessor direto do líder supremo iraniano, Ali Khamenei. Embora sua morte ainda não tenha sido oficialmente confirmada por Teerã, fontes relatam que ele foi eliminado na operação. Shamkhani era peça central nas negociações diplomáticas com os Estados Unidos.

“Israel recorre frequentemente à tática de assassinatos seletivos na tentativa de desestruturar sistemas por meio da eliminação de seus líderes”, analisa Goldberg. Ele vê nesse padrão uma estratégia para sabotar as instituições iranianas e, possivelmente, interromper qualquer canal de negociação entre Irã e potências ocidentais.

✱ A cortina de fumaça da guerra

Para o analista, o ataque não teve o objetivo real de destruir o programa nuclear iraniano, até porque isso exigiria capacidades militares que Israel não possui isoladamente. A verdadeira motivação, afirma Goldberg, está no desgaste internacional enfrentado por Netanyahu diante das denúncias de genocídio contra o povo palestino em Gaza, da ameaça de mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) e do movimento global em favor do reconhecimento do Estado palestino.

“É uma tentativa desesperada de reacender o apoio global a Israel, num momento em que a comunidade internacional começa a negar a impunidade de que o país gozou desde sua fundação”, escreve.

✱ A lógica da impunidade

Goldberg conclui que o ataque ao Irã serve para reafirmar a concepção israelense de “segurança” como sinônimo de impunidade: a capacidade de agir militarmente onde quiser, quando quiser, sem consequências. Segundo ele, essa lógica não é nova, e sustenta as operações israelenses desde Gaza até o Iêmen, passando pelo Líbano, Síria e agora o Irã.

“Segurança”, nas palavras do analista, tornou-se “o princípio sagrado que justifica a supremacia judaica e a eliminação de qualquer ameaça percebida, real ou fictícia, sem prestar contas”.

Diante do ambiente de medo e tensão em Israel, onde a população corre para supermercados e se prepara para prolongado estado de emergência, Goldberg alerta: um povo em “modo de sobrevivência” pode fortalecer líderes autoritários, mas enfraquece qualquer projeto de sociedade democrática e saudável.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO: Bombardeio iraniano atinge aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv


                         Aeroporto Internacional Ben Gurion sendo bombardeado. Foto: Reprodução

O Aeroporto Internacional Ben Gurion, principal terminal aéreo de Israel, foi atingido por bombardeios neste domingo (15), em mais um episódio da escalada militar entre Irã e Israel. A ação representa um novo estágio na intensificação do confronto entre os dois países, que levou ao fechamento do espaço aéreo tanto iraniano quanto israelense, além de afetar voos em diversas nações da região.

A ofensiva do Irã ocorre dois dias após Israel realizar uma série de bombardeios em solo iraniano, atingindo dezenas de alvos estratégicos. A justificativa, segundo o governo de Benjamin Netanyahu, seria conter o avanço do programa nuclear iraniano, que acumularia material suficiente para produzir múltiplas bombas atômicas. “Israel não permitirá que o Irã desenvolva armas de destruição em massa”, declarou o primeiro-ministro.

Em resposta aos ataques israelenses, o Irã iniciou uma ofensiva aérea na sexta-feira (13), e neste domingo atingiu diretamente a infraestrutura crítica israelense, como o aeroporto de Ben Gurion, forçando seu fechamento por tempo indeterminado, conforme informou a porta-voz da administração aeroportuária, Lisa Diver.

No sábado (14), a Companhia de Aeroportos e Navegação Aérea do Irã já havia suspendido todas as operações aéreas no país “até novo aviso”, segundo comunicado divulgado pela agência estatal IRNA. A medida afeta voos comerciais e militares, deixando o espaço aéreo completamente restrito.

A tensão se espalhou por todo o Oriente Médio, impactando o tráfego aéreo na região. O Iraque anunciou o fechamento do espaço aéreo até as 13h (horário local), enquanto países como Líbano e Síria começaram a reabrir parcialmente seus céus. A Jordânia também autorizou a retomada controlada de voos, conforme nota do presidente da Comissão Reguladora da Aviação Civil, Haitham Misto.

O início da atual crise ocorreu na noite de quinta-feira (12), quando as Forças de Defesa de Israel lançaram bombardeios contra cidades iranianas como Teerã, Isfahã, Arak, Tabriz e Kermanshah. As explosões causaram alarde na comunidade internacional e reacenderam os temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio.

Fonte: DCM

Bayern quebra recorde com maior goleada da história do Mundial; Palmeiras e Botafogo estreiam hoje

Bayern de Munique x Auckland City. Foto: Divulgação

O Bayern de Munique iniciou sua campanha na Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 com uma vitória avassaladora. A equipe alemã atropelou o Auckland City, da Nova Zelândia, por 10 a 0 na noite deste domingo (15), no TQL Stadium, em Cincinnati, nos Estados Unidos, e quebrou o recorde de maior goleada da história do torneio.

Com o resultado, o Bayern lidera o Grupo C de forma isolada e assume o posto de dono do maior placar já registrado em uma única partida do Mundial de Clubes, superando a marca anterior do Al Hilal, que em 2021 venceu o Al Jazira por 6 a 1.

A Copa do Mundo de Clubes da FIFA segue neste domingo (15) com a estreia das equipes brasileiras na fase de grupos. O Palmeiras entra em campo às 19h (horário de Brasília), contra o Porto, em Nova Jersey, pelo Grupo A. Mais tarde, às 23h, é a vez do Botafogo, que enfrenta o Seattle Sounders, no Seattle Field, pela abertura do Grupo B, chave que também inclui Paris Saint-Germain (PSG) e Atlético de Madrid.

Já na segunda-feira (16), o Flamengo faz sua estreia, e o Fluminense joga na terça-feira (17), completando a participação brasileira na primeira rodada da competição.

Fonte: DCM

“Haddad tem razão”, diz Míriam Leitão em artigo honesto sobre o debate fiscal

         Miriam Leitão ao lado de Fernando Haddad. Foto: Divulgação


A colunista do portal ‘O Globo’, Miriam Leitão, publicou um texto em que elogia as ações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacando seu empenho em promover uma reforma fiscal voltada à redução das desigualdades e à eliminação de privilégios concedidos aos setores mais ricos da sociedade.

“O ministro Fernando Haddad tem razão. Ele está propondo que as grandes fintechs, hoje tão poderosas quanto os maiores bancos, e que os sites de apostas paguem mais imposto. Quer que os títulos que hoje nada recolhem, passem a pagar um percentual pequeno de imposto de renda. O ministro acertou também quando passou a cobrar impostos dos fundos exclusivos — os investimentos das famílias ricas — e dos fundos offshore. Haddad tem dito que está corrigindo distorções e é mesmo o que ele está tentando fazer.”

“Quando a oposição grita que “a sociedade não aguenta mais pagar impostos” sabe que está manipulando um sentimento difuso. Esta é uma frase fácil de comunicar e arrancar aplausos. Porém, o projeto do governo não está aumentando impostos sobre a sociedade, mas sim sobre segmentos do setor financeiro e sobre investidores que estão na camada mais rica da sociedade brasileira e que recebem a vantagem de pagar menos.”

“O Congresso está cedendo aos grupos de interesse, aos lobbies, não está defendendo a sociedade, o povo brasileiro. Está fazendo campanha quando grita contra impostos e sabem que as pessoas entenderão de forma genérica. É compreensível que a população não saiba a diferença entre aumento de tributo para todo mundo e o que está sendo proposto.[…]”

“Quando o governo propôs elevar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil houve uma gritaria contra o aumento de gastos públicos. E de fato aumenta o gasto, a renúncia fiscal. Argumentaram que em um país com renda tão baixa, quem ganha 5 mil não é pobre, e que, no meio de uma crise fiscal, não é hora de benemerências politicamente dirigidas […]”

“O roteirista do Brasil nunca descansa. E criou mais uma cena contraditória. O presidente da Câmara, Hugo Motta, fez discurso fiscalista, de que o governo precisa cortar gastos e, com isso, recolheu aplausos, porque de fato o governo precisa cortar gastos. No dia seguinte, ele aumentou o gasto público. Propôs aumento dos ganhos para deputados. Eles poderão somar o que recebem no mandato com as aposentadorias como parlamentares. Isso é elevação de despesas na veia.”

Fonte: DCM

'Super Mundial de Clubes' começa para times brasileiros neste domingo; veja horários

Palmeiras e Botafogo representarão o Brasil contra Porto e Seattle Sounders. Flamengo e Fluminense farão suas estreias nos próximos dias

Abel Ferreira, técnico da SE Palmeiras, visita o Estádio Metlife, onde será realizada a partida contra o Porto (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

A tão esperada edição inaugural do novo formato da Copa do Mundo de Clubes da FIFA entra de vez em ação para as equipes brasileiras neste domingo (15), com um dia cheio de partidas. Depois do empate sem gols entre Al Ahly e Inter Miami na abertura, ocorrida ontem, o "Super Mundial" — como vem sendo chamado — promete agitar os torcedores com clima de Copa do Mundo, só que entre clubes.

Agora com 32 equipes de todos os continentes, a competição segue um modelo similar à Copa do Mundo de seleções, com fase de grupos e mata-mata. Os jogos acontecem nos Estados Unidos, país-sede da edição 2025.

O Palmeiras fecha a primeira rodada do Grupo A enfrentando o tradicional Porto, de Portugal, às 19h. Favorito à vaga nas oitavas, o Verdão conta com um elenco poderoso, turbinado por R$ 435 milhões em reforços nesta temporada, incluindo Vitor Roque e Paulinho, além do garoto Estêvão, em seus últimos jogos pelo clube antes de se apresentar ao Chelsea.

Já o Botafogo, campeão da Libertadores e do Brasileirão em 2024, terá um domingo ainda mais especial: primeiro assistirá ao confronto entre PSG e Atlético de Madrid, às 16h — ambos no mesmo Grupo B do Glorioso —, e depois estreará contra o Seattle Sounders, às 23h.

Flamengo e Fluminense estreiam nos próximos dias

Os outros dois representantes brasileiros estreiam nesta semana. O Flamengo joga na segunda-feira (16), às 22h, contra o Esperánce, da Tunísia, enquanto o Fluminense entra em campo na terça-feira (17), às 13h, contra o forte Borussia Dortmund, da Alemanha.

Com partidas espalhadas ao longo de todo o dia e uma mistura de estilos e escolas do futebol, o "Super Mundial" coloca os melhores times do planeta frente a frente. Para os brasileiros, começa agora a luta por um título inédito nesse novo e ambicioso formato da FIFA.

Fonte: Brasil 247

"A prova é absolutamente abundante e independe da delação de Cid", diz Kakay sobre réus por tentativa de golpe

Criminalista avalia depoimento de Mauro Cid, critica tentativas de nulidade e afirma que o processo contra os golpistas está maduro para julgamento

      (Foto: ABR | Edilson Rodrigues/Agência Senado)


Em entrevista concedida à TV 247, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, avaliou os desdobramentos do interrogatório dos réus por tentativa de golpe de Estado no Brasil. A entrevista foi ao ar no contexto do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e delator no processo. Com mais de quarenta anos de atuação no direito penal, Kakay foi enfático: “a prova é absolutamente abundante e independe da delação dele”.

Kakay destacou que, mesmo que a delação de Mauro Cid fosse eventualmente anulada, o impacto sobre o conjunto probatório seria nulo. “Se cair, é ruim para o Mauro Cid, que vai perder os benefícios. Para o processo em si, não tem nenhuma importância”, afirmou. Segundo ele, a denúncia apresentada pelo Ministério Público está sustentada em múltiplos depoimentos e documentos que confirmam a acusação contra Bolsonaro e seus aliados.

O advogado também alertou para a estratégia de alguns defensores de buscar nulidades processuais como forma de postergar o inevitável. Mencionando o caso do general Braga Netto, que está preso preventivamente e solicitou que seu interrogatório não fosse transmitido pela TV Justiça, Kakay foi direto: “o ministro Alexandre [de Moraes] fez muito bem em indeferir, porque você tem que dar o mesmo tratamento. Se Ramagem depõe com transmissão, por que Braga Netto seria diferente?”.

Apesar de afirmar que não gosta de delatores, lembrando que perdeu clientes no Mensalão e na Lava Jato por se recusar a defender colaborações premiadas, Kakay reconheceu a força do depoimento de Mauro Cid. “Foi arrasador, especialmente para o Bolsonaro, quando fala da questão da minuta”, comentou, referindo-se à acusação de que o ex-presidente teria alterado uma minuta de golpe.

O criminalista ainda observou o clima de desespero crescente entre os réus. “Essas pessoas sabem que, dentro de no máximo três meses, estarão presas em penitenciárias comuns. O general que está preso hoje no quartel, em outubro vai estar na Papuda ou em Bangu”, alertou. Segundo ele, o período pré-condenação é ainda mais cruel do que o cumprimento da pena. “É a angústia de estar foragido, de estar sem poder falar com ninguém”, disse, relatando episódios vividos com outros clientes em situações semelhantes.

Sobre o futuro do processo, Kakay manteve a previsão de que o julgamento deve ocorrer até meados de agosto, contrariando colegas que apostavam em um trâmite de dois a três anos. “Esse processo vai estar maduro para julgar no máximo em agosto, se não houver suspensão dos prazos por causa do recesso”, assegurou.

Fonte: Brasil 247

'Bolsonaro é um homem morto politicamente', avalia Fernando Augusto Fernandes

“Tarcísio, Caiado, o mineiro [Zema]… Estão acompanhando um defunto, caminhando para o enterro do Bolsonaro”, afirma o advogado criminalista

     (Foto: Reuters | Divulgação )

Em entrevista à TV 247, o advogado criminalista e constitucionalista Fernando Augusto Fernandes avaliou que Jair Bolsonaro (PL) será condenado a 25 anos de prisão ainda em 2025 e alertou para as implicações políticas dessa condenação. Segundo ele, a prisão definitiva deve ocorrer entre outubro e dezembro.

“O fato é que, durante todo o processo em que ele era presidente da República, ele deu suporte ao golpismo”, afirmou Fernandes, ao comentar o interrogatório recente de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele não reconheceu a eleição, manteve as suspeitas sobre o processo eleitoral, não passou a faixa presidencial e deixou um clima golpista até o último momento”.

Para o jurista, não se trata apenas de falas ou intenções. Houve, segundo ele, “movimentos reais para a tentativa de criação de caos”, que incluíram a conivência com acampamentos golpistas, a omissão diante dos bloqueios de caminhoneiros e até ações como a tentativa de atentado no aeroporto de Brasília e a invasão da sede da Polícia Federal. “É uma continuidade delitiva”, resumiu.

Fernando Augusto Fernandes argumenta que Bolsonaro será julgado pela Suprema Corte com base na nova Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito, que substituiu a antiga Lei de Segurança Nacional. “É a primeira vez que se tem a responsabilização efetiva de um presidente da República por tentativa de golpe”.

Para ele, o calendário jurídico já aponta para o desfecho: “agora em junho os interrogatórios finais, depois disso 15 dias para alegações finais. Em julho, temos recesso do STF. Em agosto, começam os julgamentos. Eu entendo que ele estará preso antes do Natal”. Ao avaliar a possível pena, Fernandes foi categórico: “não tenho dúvida que vai ser condenado a uns 25 anos de prisão. Pessoas com muito menor participação na tentativa de golpe pegaram 19 anos”.

Sobre a execução penal, Fernandes acredita que Bolsonaro terá direito a uma sala especial, mas cumprirá pena efetivamente. “Não vejo a menor possibilidade de ele ser solto por anistia ou graça. Isso é vedado em crimes contra o Estado Democrático de Direito”.

O jurista também abordou os efeitos políticos de uma condenação definitiva. Para ele, a direita brasileira será obrigada a se reorganizar fora do bolsonarismo: “o Tarcísio, o Caiado, o mineiro [Zema]… Estão acompanhando um defunto, caminhando para o enterro do Bolsonaro. Só não se afastam para não perder o fundo eleitoral, o voto. Mas já sabem que ele é um homem morto politicamente”.

Segundo Fernandes, a reorganização da direita é necessária e benéfica ao país. “Precisamos de uma direita fora da extrema-direita. Nenhum dos outros possíveis candidatos, exceto os filhos e radicais bolsonaristas, se comporta como ele. E esses não têm a menor condição de avançar além dos 30% de base radical”.

Ao final da entrevista, Fernando Augusto Fernandes reforçou que a perda de status jurídico e simbólico do ex-presidente é irreversível. “Assim como a absolvição de Lula mudou tudo, a condenação de Bolsonaro também mudará. Ele não será mais uma referência. A direita vai buscar outro caminho”.

Fonte: Brasil 247

Líderes do G7 se reúnem no Canadá tentando evitar confrontos com Trump

Reunião do G7 se estende até terça-feira. Presidente Lula participará do encontro como convidado

       Placa da cúpula do G7 no Canadá (Foto: Reuters/Amber Bracken)

Reuters - Líderes do Grupo dos Sete se reúnem a partir deste domingo nas Montanhas Rochosas canadenses em meio a crescentes divergências com os Estados Unidos sobre política externa e comércio, enquanto o anfitrião, o Canadá, tenta evitar confrontos com o presidente Donald Trump.

Embora o primeiro-ministro Mark Carney afirme que suas prioridades são o fortalecimento da paz e da segurança, a construção de cadeias de suprimento de minerais críticos e a criação de empregos, questões como tarifas norte-americanas e os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia devem dominar os debates.

Aliado dos EUA, Israel lançou uma série de ataques contra o Irã na quinta-feira, o que representou um revés para os esforços diplomáticos de Trump para evitar esse tipo de ação.

A cúpula será realizada no resort montanhoso de Kananaskis, a cerca de 90 km a oeste de Calgary. Na última vez em que o Canadá sediou o encontro, em 2018, Trump deixou o evento antes do encerramento e, posteriormente, chamou o então primeiro-ministro canadense Justin Trudeau de “muito desonesto e fraco”, ordenando que a delegação dos EUA retirasse o apoio ao comunicado final.

“Esta será uma reunião bem-sucedida se Donald Trump não tiver uma explosão que desestabilize todo o encontro. Qualquer coisa além disso é lucro”, avaliou Roland Paris, professor de relações internacionais da Universidade de Ottawa e ex-assessor de política externa de Trudeau.

Trump já chegou a sugerir a anexação do Canadá e desembarca no país em meio a ameaças de Carney de retaliações caso Washington não suspenda as tarifas sobre o aço e o alumínio.

“O melhor cenário... é que não haja grandes explosões ao final do encontro”, comentou Josh Lipsky, presidente de economia internacional do think tank Atlantic Council e ex-funcionário da Casa Branca e do Departamento de Estado.

O gabinete de Carney não quis comentar sobre o impacto dos ataques israelenses sobre a cúpula.

Sem comunicado conjunto - Diplomatas revelaram que o Canadá abandonou a ideia de um comunicado conjunto tradicional e optará por resumos do presidente, numa tentativa de evitar desastres e manter o diálogo com os EUA.

Um alto funcionário canadense informou que Ottawa deseja focar em ações que os sete membros — Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos — possam executar em conjunto.

O senador canadense Peter Boehm, experiente diplomata e representante pessoal de Trudeau na cúpula de 2018, afirmou que foi informado de que a reunião deste ano durará mais que o habitual, permitindo tempo para encontros bilaterais com o presidente dos EUA.

Líderes da Ucrânia, México, Índia, Austrália, África do Sul, Coreia do Sul e Brasil são esperados para partes do evento, que vai de domingo a terça-feira — todos com motivos para conversar com Trump.

“Muitos desejarão conversar com o presidente Trump sobre seus próprios interesses e preocupações”, declarou Boehm por telefone.

Um alto funcionário norte-americano disse na sexta-feira que as discussões de trabalho abordarão comércio e economia global, minerais críticos, tráfico de migrantes e drogas, incêndios florestais, segurança internacional, inteligência artificial e segurança energética.

“O presidente está ansioso para buscar seus objetivos em todas essas áreas, incluindo tornar as relações comerciais dos EUA mais justas e recíprocas”, disse o funcionário.

A visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Casa Branca em fevereiro terminou em desentendimentos e serviu de alerta para outros líderes sobre os desafios de negociar com Trump.

Mas, segundo diplomatas, a frustração com o governo Trump também levou alguns a quererem afirmar-se com mais veemência.

O Canadá é há muito um dos principais defensores da Ucrânia. Trump assumiu o cargo prometendo acabar com a guerra contra a Rússia em 24 horas, mas os esforços diplomáticos para pôr fim ao conflito estagnaram.

Um funcionário ucraniano envolvido na preparação da cúpula disse que as esperanças por uma declaração forte em apoio a Kiev diminuíram. O sucesso seria, no máximo, um encontro cordial entre Trump e Zelensky.

Um representante europeu afirmou que a cúpula do G7 e a da Otan, que ocorrerá em Haia ainda neste mês, são oportunidades para pressionar Trump a apoiar um pacote de sanções elaborado por senadores norte-americanos junto a medidas europeias que buscam forçar um cessar-fogo e abrir espaço para negociações mais amplas com a Rússia.

Teste inicial - Segundo Max Bergmann, diretor do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, esta primeira cúpula internacional será um indicativo inicial sobre o grau de disposição de Trump em cooperar com aliados na resolução de problemas comuns.

“A grande questão é se os Estados Unidos ainda estão comprometidos com formatos como o G7. Esse será o grande teste”, afirmou Bergmann.

O presidente francês Emmanuel Macron declarou ter uma boa, porém franca, relação com Trump, apesar de divergências sobre temas como Ucrânia e mudanças climáticas.

Macron afirmou na sexta-feira que uma conferência das Nações Unidas, coorganizada por França e Arábia Saudita e prevista para ocorrer após o G7 com o objetivo de avançar em uma solução de dois Estados para Israel e Palestina, foi adiada.

Fonte: Brasil 247 com Reuters