sábado, 15 de novembro de 2025

O projeto de Lindbergh na Câmara que pode antecipar cassação de Eduardo Bolsonaro

O deputado Lindbergh Farias. Foto: reprodução

O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, apresentou um projeto de resolução que busca antecipar o processo de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por excesso de faltas. A iniciativa pretende mudar a regra atual, que só permitiria a perda de mandato a partir de março de 2026, quando a Mesa Diretora tradicionalmente divulga o relatório anual de assiduidade. Segundo o PT, Eduardo já acumulou cerca de 70% das ausências necessárias para que a cassação seja decretada.

A Constituição determina que um parlamentar perde o mandato caso falte, sem justificativa, a um terço das sessões ordinárias do ano. Eduardo Bolsonaro vive nos Estados Unidos desde fevereiro, onde atua para articular apoio internacional à defesa do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado tirou licença de 120 dias, cujo prazo terminou em 20 de julho, e desde então tem acumulado faltas às sessões deliberativas do plenário.

O projeto apresentado por Lindbergh determina que a aferição de presença não seja anual, mas contínua e cumulativa ao longo da sessão legislativa.

A checagem será feita com base nos registros eletrônicos, e a Secretaria-Geral da Mesa passaria a elaborar pareceres mensais sobre a assiduidade de cada parlamentar. O objetivo, segundo o líder petista, é impedir que “situações de desrespeito flagrante à Constituição permaneçam meses sem apuração”.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: EFE/ Joédson Alves
O texto define que o relatório final deverá ser publicado no dia 5 de dezembro, trazendo os nomes dos parlamentares que ultrapassaram o limite de faltas injustificadas.

Esse documento seria encaminhado automaticamente à Presidência da Câmara, que teria obrigação de instaurar o processo de declaração de perda de mandato. A medida retira a margem temporal criada em 2017, quando um ato da Mesa passou a postergar o envio da avaliação de presença para o ano seguinte, retardando eventuais punições.

O projeto também prevê uma segunda hipótese de cassação antecipada: se, em qualquer momento do ano, a Secretaria-Geral identificar que o parlamentar já alcançou matematicamente o ponto de não retorno, ou seja, que não há mais possibilidade de reverter o índice de faltas, a Presidência deverá abrir imediatamente o procedimento de perda de mandato. Na prática, isso impede que um deputado acumule ausências por meses contínuos sem que haja consequências administrativas.

Para o PT, Eduardo Bolsonaro se enquadra exatamente nesse cenário. Além das faltas registradas, a legenda afirma que o deputado não cumpre suas obrigações parlamentares desde que passou a residir nos Estados Unidos.

O partido argumenta que a Câmara não pode se omitir e permitir que um deputado federal permaneça ausente sem justificativa enquanto exerce influência política no exterior.

Fonte: DCM

VÍDEO: Greta Thunberg chega a Belém para a Cúpula dos Povos durante a COP 30


A ativista sueca Greta Thunberg desembarcou em Belém, no Pará, para participar da Marcha da Cúpula dos Povos. Foto: Reprodução

A ativista sueca Greta Thunberg desembarcou em Belém nesta sexta-feira (14) para participar da Marcha da Cúpula dos Povos, marcada para este sábado (15), um dos principais atos da sociedade civil paralelos à COP30.

A concentração da marcha será às 8h30 no Mercado de São Brás, seguindo até o Parque da Cidade, local que recebe debates e atividades oficiais da conferência.

O ato reúne organizações ambientais, coletivos sociais e lideranças territoriais, com a expectativa de pressionar por maior espaço às pautas populares e socioambientais dentro da COP30.

Segundo Lorena Rosa, da Marcha Mundial pelo Clima, são esperadas cerca de 30 mil pessoas. Ela explicou que a mobilização será dividida em três blocos.

“Teremos vários blocos integrados: o primeiro por terra, território e recursos; o segundo, por transição e cidades justas; e o terceiro, pelo internacionalismo e soberania dos povos.”

Recentemente, Greta participou da flotilha humanitária Global Sumud, que tentou furar o bloqueio naval israelense para levar ajuda à Faixa de Gaza. A embarcação foi detida por forças de Israel, e ela acabou deportada junto com outras 171 pessoas.


Seminário Pós-COP: O Brasil diante das transformações globais
24 de novembro de 2025 (segunda-feira); sessões às 10:00-12:30 e 19:00-21:30
FESPSP – Rua General Jardim, Vila Buarque, São Paulo/SP
Garanta sua vaga: https://poscop.org/
Sessão da Manhã (10:00-12:30)
Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão
Ricardo Abramovay (Professor Sênior, Instituto de Energia e Ambiente, USP)
Gabriel Ferraz Aidar (Superintendente de Planejamento e Pesquisa Econômica, BNDES)
Alexandre Ramos Coelho (Coordenador do MBA em Geopolítica da Transição Energética, FESPSP)
Sessão da Noite 19:00-21:30
Painelistas confirmados:
Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão
Paulo Teixeira (Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar)
Luciana Aparecida da Costa (Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática, BNDES)
Juliano Medeiros (Historiador e Professor Convidado da FESPSP)
Uma parceria DCM + FESPSP para debater o futuro climático do Brasil com rigor acadêmico e compromisso social. https://poscop.org/

Fonte: DCM

Trump descarta baixar tarifas novamente: “Não acho que será necessário”

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descartou nesta sexta-feira (14) qualquer nova redução de tarifas comerciais, afirmando que “não acha que será necessário”, mesmo após a Casa Branca anunciar o recuo parcial sobre taxas aplicadas a produtos como café, carne, banana e açaí.

Questionado por repórteres no Air Force One sobre possíveis novos cortes, Trump foi direto: “Acabamos de fazer um pequeno recuo. Os preços do café estavam um pouco altos. Agora ficarão mais baixos em um período muito curto.”

A ordem executiva divulgada pelos EUA retirou apenas as chamadas tarifas de reciprocidade impostas em abril — que, no caso do Brasil, eram de 10%. O Ministério da Agricultura, porém, esclareceu que a tarifa adicional de 40% aplicada por Trump em julho continua valendo.

Avaliação do governo brasileiro

Para técnicos do governo brasileiro, a redução é positiva, mas insuficiente. A equipe econômica avalia que a medida representa avanço nas negociações, mas não atende integralmente às propostas apresentadas por Brasília.

A avaliação é de que o corte parcial ainda afeta cadeias produtivas brasileiras, uma vez que a tarifa extra de 40% permanece em vigor.

O anúncio ocorreu um dia após a reunião entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio.

O Brasil havia enviado, no início do mês, uma proposta de acordo provisório para revisão das tarifas. Segundo Vieira, os EUA haviam sinalizado que responderiam “muito em breve” ao governo Lula sobre o tema.

Vieira se reúne com Rubio e diz que EUA devem responder proposta do Brasil sobre tarifaço até semana que vem
O chanceler do Brasil, Mauro Vieira, encontra-se com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington, em 13 de novembro de 2025. Foto: Embaixada do Brasil em Washington

Fonte: DCM

Comandante do Bope contradiz Castro e diz que confronto na mata não foi estratégia policial


       O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Foto: Reprodução

O comandante do Bope, tenente-coronel Marcelo Corbage, afirmou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que o confronto na mata durante a chacina que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão não foi resultado de uma estratégia policial, como declarou o governador Cláudio Castro (PL), mas sim uma emboscada preparada pelo Comando Vermelho (CV). O depoimento contraria a versão oficial apresentada pelo governo no dia da ação. Com informações do G1.

Enquanto a operação ainda estava em curso, Castro afirmou que os tiroteios ocorreram “majoritariamente em área de mata” por decisão planejada, “para encurralá-los lá para que a população sentisse o mínimo possível”.

Segundo Corbage, porém, a ida ao alto da Vacaria não fazia parte do plano original: foi uma reação imediata a uma “estratégia até então desconhecida” dos criminosos da Penha e do Alemão. “A intenção era preparar uma emboscada”, relatou.

“Armadilha” alterou o plano

Corbage disse que a ofensiva dos traficantes — registrada por drones, mostrando criminosos camuflados avançando para a mata — levou policiais civis a progredirem em terreno sem resistência aparente, caindo em uma armadilha.

“Em razão da relativa falta de resistência, os policiais civis foram progredindo, sendo atraídos para uma armadilha”, afirmou.


Segundo ele, a reação dos criminosos “fugiu a todos os padrões anteriormente detectados”, com enfrentamento contínuo e sustentado.

Com policiais civis feridos e mortos, a operação deixou de ser cumprimento de mandados e se tornou “uma verdadeira operação de resgate”. Corbage afirmou que os dois agentes do Bope mortos estavam justamente no resgate das equipes atingidas.

“Muro do Bope”: comandante contesta tática anunciada após a ação

No dia seguinte à operação, a mais letal da história do país envolvendo forças policiais, a Polícia Militar apresentou a tática chamada de “Muro do Bope”, que supostamente consistiria em posicionar agentes no topo da Serra da Misericórdia para conter o avanço de traficantes.

Corbage negou que o Bope tenha se posicionado previamente para emboscar criminosos: “Não é verdade que os policiais do Bope tenham se posicionado previamente na Serra da Misericórdia para fazer o que é conhecido como ‘tróia’.”

Ele disse que o objetivo era impedir deslocamentos entre comunidades e não atuar diretamente na Vacaria. O enfrentamento, segundo ele, ocorreu porque traficantes já estavam entrincheirados em “verdadeiros bunkers”.

'Muro do Bope': mapa mostra estratégia da polícia do Rio em megaoperação. — Foto: Arte/g1
Polícia Militar apresentou a tática chamada de “Muro do Bope”. Foto: Reprodução

Delegados da Civil reforçam teoria da emboscada do CV

O diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada, André Luiz de Souza Neves, afirmou que não havia previsão de ingressar na mata, mas que policiais avançaram por instinto ao perceberem movimentações.

O comandante da Core, Fabrício Oliveira, reforçou que não houve emboscada policial, mas sim dos traficantes:
“Se houve uma emboscada ali em algum momento, foi dos traficantes contra os policiais civis. Diversos policiais foram baleados e dois morreram com tiro na cabeça.”

Fonte: DCM com informações do G1

Próximo encontro de Tarcísio e Castro com Bolsonaro será na cadeia; entenda

       Cláudio Castro, Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou as visitas dos governadores Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, ao ex-presidente Jair Bolsonaro nos dias 26 de novembro e 1º de dezembro.

Segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, os encontros podem ocorrer na prisão, seja no Complexo Penitenciário da Papuda ou em uma unidade da Polícia Federal.

A autorização foi concedida em meio ao cronograma informal já discutido entre ministros do STF e autoridades do Distrito Federal para a execução da pena de 27 anos e três meses imposta ao ex-presidente pelo comando da tentativa de golpe de Estado.

A expectativa é de que a prisão seja decretada entre o fim de novembro e o início de dezembro, caso a Primeira Turma rejeite definitivamente os recursos pendentes. O julgamento eletrônico dos embargos de declaração apresentados pela defesa termina às 23h59 desta sexta-feira (14).

Mesmo com a maioria dos ministros já tendo votado pela rejeição dos pedidos, o encerramento só ocorrerá com a publicação do acórdão, prevista para os próximos dias. Após isso, abre-se prazo de cinco dias para que a defesa apresente embargos infringentes, último instrumento antes da execução da pena.
Jair Bolsonaro no banco dos réus no STF. Foto: Ton Molina/STF
Se o acórdão for publicado na segunda-feira (17), o prazo começará na terça (18) e se encerrará no sábado (22), sendo automaticamente prorrogado para o dia 24, primeiro dia útil subsequente.

De acordo com técnicos do Supremo, a contagem não é interrompida por feriados, já que o processo envolve réu preso. Concluída essa fase, Moraes poderá determinar individualmente o início do cumprimento da pena.

Nos bastidores, o cenário mais provável é que Bolsonaro seja levado ao 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como Papudinha, uma área interna à Papuda usada para custódia de militares e agentes de segurança. O local passa por reformas financiadas por emenda parlamentar de R$ 500 mil, aprovadas em junho de 2025.

A PMDF afirma que as obras “não têm qualquer relação com as celas ou com o espaço destinado a custodiados”, e se destinam exclusivamente aos alojamentos dos policiais que trabalham na unidade.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

DPU recomenda que Florianópolis deixe de controlar entrada de pessoas

Prefeito implantou controle para identificar quem chegava à cidade sem trabalho ou residência. Para a DPU, prática é inconstitucional e discriminatória

       Imagens da cidade de Florianópolis (Foto: Abr)

Agência Brasil - A Defensoria Pública da União (DPU) enviou ao prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, uma recomendação para que deixe de realizar a triagem de passageiros que chegam na cidade. Para o órgão, a iniciativa do político “viola direitos fundamentais e é um controle migratório ilegal dentro do território nacional”.

No início do mês, o prefeito comunicou a implantação de um sistema de controle de chegada de pessoas à cidade. Foi instalado na rodoviária local um posto avançado da assistência social para identificar quem chegava à cidade sem trabalho ou residência.

Para a DPU, a prática do prefeito é inconstitucional, ilegal e discriminatória.

“A Constituição Federal garante a qualquer pessoa — brasileira ou migrante — o direito de circular no território nacional e que tratados internacionais, dos quais o Brasil é signatário, também garantem a liberdade de circulação”, diz a DPU.

A defensoria afirma que o controle migratório e de circulação de pessoas viola uma série de normativas internacionais e nacionais que protegem o direito de ir, vir, estar e permanecer.

Segundo a DPU, o controle migratório pode ser realizado exclusivamente pela União e municípios não podem restringir o acesso de pessoas com base em condição social, origem ou situação de rua. A atitude do prefeito, ainda segundo a DPU, pode se encaixar no artigo 146 do Código Penal como crime de constrangimento ilegal.

O órgão recomenda que a cidade de Florianópolis deixe de realizar qualquer tipo de política de controle de migração interna, triagem compulsória ou quaisquer outras medidas que impliquem restrição de acesso de pessoas.

Para Mariana Döering Zamprogna, defensora regional de Direitos Humanos de Santa Catarina, o município pode fornecer passagens apenas se solicitado pela pessoa, que deve expressar sua vontade de voltar ao local de origem.

O prefeito deverá enviar, no prazo de 10 dias, dados sobre as mais de 500 pessoas devolvidas, como identificação, origem, destino e data de chegada e de partida. Ele também deve explicar o valor total e a “origem da verba utilizada”.

Prefeito

Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, Topázio Neto disse que o objetivo da medida é manter a ordem e as regras na cidade.

“O que a gente não quer é ser depósito de pessoas em situação de rua. Se uma cidade mandar para cá, nós vamos impedir, sim”.

O político alega, sem apresentar provas, que outros municípios estariam mandando desempregados para Florianópolis. Segundo Topázio, cerca de 500 pessoas já teriam retornado às cidades de origem através deste seu programa.

Fonte: Brasil 247

Juristas de 34 países denunciam agressão dos EUA contra Venezuela

Encontro internacional em Caracas aprova manifesto que condena violações ao Direito Internacional e alerta para riscos à paz mundial

Juristas de 34 países denunciam agressão dos EUA contra Venezuela (Foto: Europeia/Copernicus Sentinel-2)

A Venezuela encerrou nesta sexta-feira, 14 de novembro, o Encontro de Juristas em Defesa do Direito Internacional por la Soberanía y la Paz, que reuniu especialistas de 34 países dos cinco continentes para debater a escalada de agressões dos Estados Unidos contra o país sul-americano. A reportagem tem como base informações divulgadas pelo jornal teleSUR.

O evento, convocado pelo Conselho Nacional pela Soberania e a Paz, ocorreu em meio ao clima de tensão provocado há quase quatro meses pela permanente ameaça militar dos EUA sobre a República Bolivariana. Ao longo das sessões, acadêmicos, juristas e especialistas de nações da América Latina, África, Ásia e Europa adotaram uma série de propostas com o objetivo de denunciar violações sistemáticas ao Direito Internacional e defender a paz regional.

⊛ Um chamado global à defesa da verdade e da soberania

Desde a abertura do encontro, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez, convocou os delegados a atuarem como porta-vozes da realidade venezuelana. Rodríguez afirmou que a Venezuela é uma “nação de paz, mas também livre”, destacando que o objetivo central era unificar vozes internacionais em defesa da legalidade e da soberania.

Ele também denunciou o poderio militar dos Estados Unidos no Caribe e o controle exercido por Washington sobre grandes meios de comunicação e redes sociais. Segundo Rodríguez, essa maquinaria midiática cria “realidades virtuais que são absolutamente distintas à verdade e cotidianidade da vida” dos venezuelanos, com a finalidade de violar o Direito Internacional e fomentar um plano de mudança de regime contra o governo constitucional.

⊛ Propostas e denúncias apresentadas em Caracas

A presidente da Associação Americana de Juristas da Argentina, Claudia Rocca, apresentou uma das propostas mais contundentes do encontro: a formalização de uma denúncia contra Donald Trump — atual presidente dos Estados Unidos — na Corte Penal Internacional. O encaminhamento mira as ações unilaterais, consideradas ilegais, que afetam diretamente a Venezuela.

O chanceler Yván Gil reforçou que a “estabilidade e a paz mundial” estão sob ameaça diante da ofensiva contra um país soberano. Para Gil, o ataque não se restringe ao território venezuelano, mas representa um risco à própria humanidade e ao sistema das Nações Unidas.

⊛ Histórico de agressões e o alerta do Ministério Público

O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, fez um pronunciamento categórico no qual conclamou os juristas presentes a se manifestarem contra as ações de Washington. Ele descreveu a ofensiva norte-americana como uma “canallada” e recordou o histórico de ataques: o golpe de Estado de 2002, a guerra midiática, o uso de lawfare, as ações violentas das chamadas “guarimbas” e até tentativas de magnicídio.

Saab também denunciou a “complicidade de caráter moral das nações poderosas” diante do silêncio internacional frente às agressões. Ele afirmou que o encontro marca o início de um movimento global para que juristas defendam a sobrevivência do Direito Internacional, impedindo que o mundo mergulhe em um “código amoral do olho por olho”.

⊛ Consenso internacional em defesa da paz

Ao final do encontro, os participantes reafirmaram a necessidade de defender os princípios da Carta da ONU, denunciar o cerco contra a Venezuela e promover ações coordenadas para evitar que práticas unilaterais desestabilizem regiões inteiras. O documento final aprovado pelos juristas será disseminado globalmente com o objetivo de gerar debate e fortalecer a defesa da legalidade internacional.

Fonte: Brasil 247

Eleições no Chile têm quatro favoritos e país deve decidir futuro em disputa marcada por segurança e polarização

Ao todo, oito candidatos participam do primeiro turno, mas quatro lideram a disputa e têm chances reais de avançar para um segundo turno em 14 de dezembro

Jeanette Jara (dir.), candidata do PC do Chile nas primárias presidenciais (Foto: Prensa Latina )

O Chile vai às urnas neste domingo (16) para escolher o sucessor do presidente Gabriel Boric em uma eleição marcada pela preocupação com a segurança pública e pelo avanço de discursos mais duros no espectro político. As informações foram divulgadas pela Reuters.

Ao todo, oito candidatos participam do primeiro turno, mas quatro lideram a disputa e têm chances reais de avançar para um segundo turno em 14 de dezembro: Jeannette Jara, José Antonio Kast, Johannes Kaiser e Evelyn Matthei. Pesquisas recentes mostram um cenário apertado, impulsionado pelo voto obrigatório, que volta a vigorar pela primeira vez desde 2012.

A seguir, um panorama dos principais nomes da corrida presidencial chilena.

Jeannette Jara

A favorita nas pesquisas, Jeannette Jara, 51, representa a coalizão governista e faz história como a primeira candidata comunista à Presidência desde o retorno da democracia. Ex-ministra do Trabalho e Previdência Social, ela liderou reformas relevantes no governo Boric, como a redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas e o aumento do salário mínimo.

A candidata pauta sua campanha em segurança pública com foco em inteligência policial, sem militarização, além de prometer avanços sociais. Defende a continuidade das políticas de bem-estar, ampliação das pensões e novas iniciativas de moradia popular.

Filha de família operária, Jara ingressou na Juventude Comunista aos 14 anos e construiu carreira no serviço público, passando também pelo Ministério da Seguridade Social no segundo mandato de Michelle Bachelet. Seu discurso mais recente a posiciona como uma líder de esquerda pragmática, buscando atrair eleitores moderados.

Se vencer, torna-se a primeira presidente comunista da história democrática do Chile.

José Antonio Kast

Nome de ultradireita e figura já conhecida do eleitorado, José Antonio Kast surge em segundo lugar nas pesquisas. Ele disputa a Presidência pela terceira vez e tenta repetir o desempenho de 2021, quando chegou ao segundo turno contra Boric.

Moderando algumas posições, Kast deixou de lado temas sensíveis, como elogios ao regime Pinochet, e direcionou sua campanha para segurança, combate ao crime e controle migratório. Defende políticas rígidas na fronteira — incluindo a construção de uma vala para dificultar acesso ilegal — e um alinhamento ideológico semelhante ao de Donald Trump e Jair Bolsonaro.

Descendente de imigrantes alemães, Kast foi deputado por quatro mandatos e construiu base sólida entre eleitores conservadores. Sua ofensiva atual tenta capitalizar o aumento do medo da criminalidade no país.

Johannes Kaiser

A grande surpresa da disputa é Johannes Kaiser, 49, congressista libertário, ex-comentarista de YouTube e fundador do Partido Nacional Libertário. Ele chegou ao terceiro lugar nas pesquisas e ameaça reorganizar o bloco de direita ao tirar votos de Kast e atrair jovens conservadores e eleitores antiestablishment.

Kaiser defende a retirada do Chile de acordos internacionais, como o de Escazú e a Agenda 2030 da ONU, rejeita o multilateralismo e promete um Estado mínimo rigoroso. Sua trajetória pessoal — marcada por trabalhos diversos na Áustria e carreira inicial como youtuber — alimenta sua imagem de outsider.

Pesquisas recentes lhe dão entre 14% e 15% das intenções de voto, desempenho que pode alterar o equilíbrio entre os candidatos de direita e influenciar decisivamente a formação do segundo turno.

Evelyn Matthei

Atual prefeita de Providencia, Evelyn Matthei representa a centro-direita tradicional pelo Chile Vamos. Apesar de estar atrás de Kast e Kaiser entre os eleitores de direita, ela cresce entre moderados e lidera entre eleitores urbanos de alta renda.

A campanha de Matthei investe na ideia de estabilidade e experiência administrativa. Sua equipe tenta capturar eleitores de centro-esquerda descontentes e critica as propostas de Kast, como o corte de US$ 6 bilhões em gastos públicos.

Pesquisas mostram força especialmente na Região Metropolitana de Santiago, mas desempenho mais fraco entre eleitores de baixa renda e zonas rurais. Ainda assim, analistas afirmam que, com o voto obrigatório, seu apelo ao centro pode ganhar peso na reta final.

Com o país dividido entre agendas de segurança, reformas sociais e identidades políticas em transformação, a eleição chilena de 2025 se desenha como uma das mais competitivas desde o fim da ditadura. O resultado deste domingo deve definir quais projetos — da esquerda reformista, da ultradireita, do libertarianismo radical ou do centro moderado — chegarão à disputa final pelo comando do país.

Fonte: Brasil 247 com informações da Reuters

Polícia Federal indicia Silvio Almeida por importunação sexual em investigação enviada ao STF

Caso inclui relato da ministra Anielle Franco, que afirma ter sido importunada pelo ex-ministro mais de uma vez

      Silvio Almeida (Foto: Filipe Araújo/MINC)

A Polícia Federal indiciou o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida no inquérito que apura denúncias de importunação sexual feitas contra ele. As informações foram divulgadas originalmente pelo G1 e reproduzidas pela Sputnik Brasil.

Segundo a publicação, a investigação corre sob segredo de Justiça e já foi remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde será analisada pelo ministro André Mendonça. O caso tornou-se público após denúncias encaminhadas à organização Me Too Brasil, responsável por apoiar vítimas de assédio e violência sexual.

☉ Relatos de Anielle Franco à PF

Uma das denúncias é da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Em depoimento à PF, prestado em outubro de 2024, Anielle afirmou ter sido importunada por Silvio Almeida “mais de uma vez”. De acordo com o relato dela, as condutas inapropriadas começaram ainda em 2022, antes da posse do presidente Lula, quando ambos integravam a equipe da transição de governo.

As declarações chamaram atenção pela gravidade e pelo contexto institucional, já que, à época, Almeida era uma das figuras centrais no debate público sobre direitos humanos.

☉ Reação de Almeida e encaminhamento do caso

Após a repercussão das denúncias, Silvio Almeida negou todas as acusações. Ele declarou nas redes sociais que seria vítima de uma armação e afirmou que provaria sua inocência. Em meio ao avanço das investigações, o governo Lula decidiu pela demissão do ex-ministro em setembro do ano passado.

Com o indiciamento formal, o caso passa agora à esfera do STF, onde caberá ao ministro André Mendonça avaliar os elementos reunidos pela Polícia Federal.

☉ Denúncias e impacto no governo

O episódio repercute dentro e fora do governo por envolver duas figuras de destaque — uma ministra em exercício e um ex-ministro responsável pela pasta de Direitos Humanos. As denúncias, tornadas públicas pelo Me Too Brasil e detalhadas na investigação federal, reforçam a importância de mecanismos institucionais para acolhimento e proteção de vítimas de assédio.

O caso segue sob segredo de Justiça, e novas etapas serão conduzidas pelo STF.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1 e Sputnik Brasil

VÍDEO: Estátua de santa maior que o Cristo Redentor atrai multidão no CE


Estátua de Nossa Senhora de Fátima no Crato, região do Cariri cearense. Foto: Reprodução

A inauguração da nova imagem de Nossa Senhora de Fátima, no Crato (CE), atraiu milhares de fiéis na noite desta quinta-feira (13). O monumento, com 54 metros de altura, supera o Cristo Redentor, que tem 38 metros, e passa a ser a maior estátua do mundo dedicada à santa, segundo o Governo do Ceará.

A cerimônia contou com uma missa especial diante da imagem e a bênção inaugural, reunindo devotos que chegaram cedo para garantir espaço e acompanhar a programação. O local ficou completamente tomado.

Além do ato religioso, o público assistiu a apresentações musicais de Irmã Raquel, Patrícia e do padre Fábio de Mello, uma das atrações mais aguardadas da noite.

Com a inauguração, o governo estadual espera transformar o local em um novo polo de turismo religioso no Cariri, ampliando a chegada de romeiros e visitantes motivados pela fé.

Confira:


Fonte: DCM

Análise aponta perda de força de Eduardo Bolsonaro após se tornar réu e ver tarifaço de Trump recuar


Condenação iminente no STF e revés diplomático fragilizam projeto eleitoral do deputado

Deputado federal Eduardo Bolsonaro durante entrevista à Reuters em Washington (Foto: REUTERS/Jessica Koscielniak)

A situação jurídica e política do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sofreu um duro revés na semana em que se tornou réu por coação à Justiça, fato que pode tirá-lo da disputa eleitoral de 2026. A informação foi publicada pelo jornal Estado de S. Paulo e reforçada por análise do Valor Econômico, do jornalista César Felício, que aponta perda de protagonismo do parlamentar dentro da disputa pela liderança da direita no Brasil.

De acordo com a reportagem, caso a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condene o deputado antes do registro de candidaturas, ele poderá ser enquadrado nos critérios de inelegibilidade previstos na Lei da Ficha Limpa, que veta a participação de políticos condenados por órgão colegiado. A corte já formou maioria contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que soma duas condenações eleitorais e uma criminal.

☉ Tarifaço recua após negociações e constrange discurso de Eduardo

A análise também destaca que o desgaste de Eduardo Bolsonaro ocorre justamente na semana em que avançaram as negociações entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, que resultaram na atenuação do tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump. O tarifaço havia sido decretado sob o argumento de suposta perseguição judicial contra a direita brasileira — tese impulsionada pelo próprio Eduardo.

Trump anunciou a possível retirada de produtos como café, suco de laranja e carne do pacote de tarifas, movimento que diminuiu a expectativa de escalada da crise entre os dois países e enfraqueceu a narrativa do deputado.

☉ Disputa interna na direita se intensifica

O enfraquecimento de Eduardo coincide com o aumento das especulações sobre quem representará a direita na disputa presidencial de 2026. A reportagem observa que, apesar de não ter adversário definido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu pontos após a megaoperação policial no Rio de Janeiro, estimulando movimentos do campo oposicionista.

Ganha força a hipótese de candidatura do senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), o primogênito, o que geraria tensão com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado o favorito do Centrão e da elite empresarial.

☉ Segmento radical do bolsonarismo perde espaço

Segundo o marqueteiro Felipe Soutello, citado na reportagem, Eduardo Bolsonaro vinha tentando consolidar uma imagem própria como representante da ala mais radical do bolsonarismo e encontrou eco em parte do eleitorado. No entanto, Soutello ressalta que esse segmento vem perdendo relevância:

“Como o preditor da eleição é o Lula, o antipetismo depende menos do bolsonarismo radical para ganhar a eleição, o que torna o ponto extremo menos relevante no conjunto”, afirmou.

O fenômeno, segundo ele, se estende a toda a família Bolsonaro.

☉ Quaest mede impacto de eventual cisão

Eduardo Bolsonaro ameaça romper com o grupo caso Tarcísio seja lançado candidato. A reação foi considerada tão relevante que a Quaest incluiu em sua pesquisa desta semana simulações de confronto direto entre o governador paulista e o deputado.

Embora o levantamento não tenha apontado com precisão quem enfrentaria Lula num eventual segundo turno, o estudo mostra alta rejeição de Eduardo, o que poderia torná-lo mais vulnerável em cenários de voto útil.

O especialista em eleições Antonio Lavareda, do Ipespe, avaliou:

O segundo turno percola (passa para) o primeiro na fase final.”

☉ Condenação pode selar destino político de Eduardo

Caso a condenação do STF se concretize, a análise sugere que dificilmente Jair Bolsonaro, possivelmente preso em 2026, apoiaria uma candidatura do filho — que estaria inelegível e potencialmente no exterior. Além disso, o comando nacional do PL teria poucas razões para sustentar tal movimento.

Com isso, Flavio Bolsonaro desponta como o nome mais provável para liderar o campo bolsonarista na disputa contra Lula.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico