segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Trump abandonou Bolsonaro porque 'não tolera perdedores', diz diplomata dos EUA

John Feeley, ex-embaixador estadunidense no Panamá, diz que o presidente dos EUA age de forma imprevisível

      Jair Bolsonaro e Donald Trump (Foto: Alan Santos/PR)

O recuo dos Estados Unidos em tarifas comerciais e sanções impostas a autoridades brasileiras não foi resultado de uma vitória diplomática do Brasil, mas consequência direta de uma mudança de percepção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL). A avaliação é de John Feeley, ex-embaixador estadunidense no Panamá e especialista em América Latina, que atribui o episódio ao comportamento errático e personalista do chefe da Casa Branca.

Em entrevista à BBC News Brasil, Feeley afirmou que Trump passou a tratar Bolsonaro como um aliado “descartável” após sua derrota eleitoral, condenação e prisão, deixando de vê-lo como um ativo político relevante no Brasil.

◈ Trump, Bolsonaro e a lógica do descarte político

Segundo o diplomata, a relação entre Trump e Bolsonaro nunca foi sustentada por um vínculo estratégico duradouro, mas por afinidades circunstanciais. “Assim que Bolsonaro perdeu, ou seja, assim que foi condenado e preso, Donald Trump o viu como um perdedor, e se há algo que Donald Trump não tolera são perdedores”, afirmou Feeley.

Na avaliação do ex-embaixador, o interesse do presidente dos Estados Unidos pelo Brasil sempre foi limitado. “Não acho que Donald Trump saiba muito sobre Bolsonaro. Posso quase garantir que ele não acorda todos os dias pensando no Brasil”, disse. Para ele, o afastamento foi automático quando Bolsonaro deixou de exercer protagonismo político. “Assim que Bolsonaro deixou de ser uma referência na política brasileira e o Estado de Direito e a justiça democrática prevaleceram no Brasil, Donald Trump simplesmente o descartou.”

◈ Sanções, tarifas e o peso do lobby em Washington

As tensões entre Brasil e Estados Unidos se intensificaram após a imposição de tarifas de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros e a inclusão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. As medidas, posteriormente revertidas, ocorreram durante o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Feeley avalia que essas ações não partiram de uma estratégia institucional consistente, mas da atuação de aliados do ex-mandatário brasileiro em Washington. “Acho que a reação inicial dos Estados Unidos, ou da administração Trump, ao julgamento de Bolsonaro foi resultado direto do lobby de Eduardo Bolsonaro, seu filho, em Washington”, disse.

Segundo ele, o presidente dos Estados Unidos é vulnerável a pressões de grupos com acesso ao poder político. “Trump pode ser manipulado por assessores da K Street, por pessoas que conseguem chegar a figuras importantes dentro do governo, e vimos isso muitas e muitas vezes nos últimos 10 meses”, ressaltou Feeley.

◈ Imprevisibilidade de Donald Trump

Para Feeley, negociar com Trump é uma tarefa instável e sujeita ao acaso. “Donald Trump é um presidente muito, muito imprevisível, assistemático e economicamente ignorante”, afirmou ao analisar a reversão das sanções. Na sua avaliação, o desfecho favorável ao Brasil não deve ser interpretado como resultado de uma estratégia bem-sucedida de negociação. “Acho que Lula, francamente, teve sorte”, disse o ex-embaixador, ao comentar os elogios feitos por analistas internacionais ao governo brasileiro após a normalização das relações com Washington.

◈ Venezuela, sanções e ausência de estratégia

Na entrevista, Feeley também analisou a política dos Estados Unidos em relação à Venezuela, especialmente o bloqueio a navios petroleiros sancionados. Para ele, a medida é mais eficaz do que ações anteriores, mas não deve ser apontada como a causa principal da crise humanitária no país.

“É sempre um erro criticar qualquer embargo ou bloqueio a um país que tem sido sistematicamente abusado pelos seus próprios líderes nas últimas duas décadas, atribuindo-o como a principal causa da miséria da população”, afirmou. Segundo Feeley, “a razão pela qual os venezuelanos estão vivendo na miséria […] é o desastroso modelo econômico de Nicolás Maduro”.

Ainda assim, o diplomata criticou a falta de clareza estratégica do governo Trump. “Não acredito que seja uma política baseada em uma estratégia bem elaborada”, disse, ao questionar a ausência de um objetivo final declarado nas ações americanas.

◈ Papel do Brasil no cenário regional

Ao abordar o papel do Brasil diante das tensões regionais, Feeley destacou a experiência recente do país na defesa de suas instituições democráticas. Para ele, essa vivência confere ao Brasil uma posição relevante no debate internacional sobre limites ao Poder Executivo.

“Espero que os Estados Unidos possam se inspirar no exemplo do Brasil, que, a meu ver, tem sido muito mais receptivo aos limites democráticos do Poder Executivo do que os Estados Unidos, até o momento”, afirmou. Na avaliação do ex-embaixador, o principal ativo brasileiro no cenário internacional atual é a consolidação de sua democracia, mais do que qualquer papel direto de mediação em conflitos externos.

Fonte: Brasil 247

Malu Gaspar recua e muda versão sobre reunião entre Moraes e Galípolo


            Malu Gaspar e Alexandre de Moraes. Foto: reprodução

A jornalista Malu Gaspar recuou da narrativa que havia atribuído ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma suposta pressão sobre o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, no caso envolvendo o Banco Master. Em novo artigo publicado nesta segunda-feira (29) no jornal O Globo, a colunista admite que não houve a pressão inicialmente descrita e reformula pontos centrais da apuração que havia desencadeado um ataque coordenado da mídia liberal ao magistrado.

No texto publicado em 22 de dezembro, Malu Gaspar afirmou que “Moraes procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes para fazer pressão em favor do Banco Master”.

A afirmação, que teve o banqueiro André Esteves como fonte, foi negada tanto por Moraes quanto por Galípolo, que sustentaram que os encontros trataram exclusivamente das sanções impostas ao ministro e à sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, com base na Lei Magnitsky.

No novo artigo, intitulado “A acareação de Toffoli ajuda plano da defesa do Master para desmontar investigação de fraude”, a jornalista altera o enquadramento dos fatos. Segundo ela, durante o período em que o Banco Central analisava a liquidação do Master, em julho de 2025, “ocorreu uma reunião em que o ministro do STF Alexandre de Moraes pediu a Galipolo pelo Master”.

Em seguida, porém, admite que, ao ser informado sobre as fraudes identificadas pelo Banco Central, Moraes recuou. “Ao ser informado por Galípolo de que o BC havia descoberto as fraudes, Moraes recuou e disse que tudo precisava ser investigado”, escreveu.

Lavajatista, Malu Gaspar aparece sorridente ao entrevistar Sérgio Moro. Foto: reprodução
Malu Gaspar também retoma o contrato firmado entre o escritório de Viviane Barci de Moraes e o banco de Daniel Vorcaro, no valor de R$ 130 milhões. O acordo, apresentado anteriormente como revelação, já havia sido noticiado meses antes pela Folha de S.Paulo, em reportagem que tratava da disputa entre grandes grupos financeiros pela compra do Master. No novo texto, a jornalista reconhece que a liquidação do banco foi respaldada tecnicamente.

A colunista passa então a direcionar suas críticas ao ministro Dias Toffoli, sugerindo que a acareação marcada para esta terça-feira (30), entre Vorcaro, representantes do Banco Central e o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), faria parte de uma estratégia da defesa do banqueiro para “minar a credibilidade do Banco Central e desmontar o trabalho que levou à liquidação do Master”. Ainda assim, admite que a tese de reversão da liquidação não encontra sustentação técnica.

Ao final do artigo, Malu Gaspar reconhece que a decisão foi colegiada e unânime. “A liquidação foi decidida com a aprovação unânime da diretoria colegiada do BC, incluindo o voto sim do presidente, Gabriel Galipolo. A responsabilidade, portanto, é de toda a cúpula da autarquia”, escreveu, desmontando o eixo central da narrativa anterior que havia atribuído responsabilidade direta a Alexandre de Moraes.

Fonte: DCM

Brasil bate recorde no turismo e se consolida como destaque global em 2025

Crescimento de 40% nas chegadas internacionais coloca o país no topo do ranking mundial de expansão do setor

    Aeroporto movimentado (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O Brasil encerra 2025 com um desempenho histórico no turismo internacional e doméstico, consolidando-se como um dos principais protagonistas do setor no cenário global. O país alcançou a marca inédita de mais de 9 milhões de turistas estrangeiros ao longo do ano, resultado que representa um crescimento de 40% em relação a 2024 e supera com folga as projeções iniciais para o período.

Os dados confirmam que o Brasil foi o país com maior taxa de crescimento do turismo no mundo em 2025, à frente de destinos que também apresentaram forte expansão, como Egito, Japão, Vietnã e Etiópia.

O avanço expressivo se refletiu em diferentes frentes do setor. Nos principais destinos turísticos, o fim de ano vem sendo marcado por voos lotados, hotéis com alta taxa de ocupação e intensa movimentação nas praias e polos urbanos. O desempenho também reforçou a importância do mercado interno, que seguiu aquecido ao longo de todo o ano.

Durante cerimônia de posse realizada em dezembro, o ministro do Turismo, Gustavo Feliciano, destacou o papel social do setor no desenvolvimento do país. “O turismo tem que ser do povo, pelo povo e para o povo. Promovendo eventos que geram alegria, emprego e renda. Promovendo o acesso dos nossos belos destinos a quem ganha menos no país, que é a maioria da população. Porque felicidade e alegria não podem ser questão de classe social: têm de ser símbolo da justiça social, da igualdade”, afirmou.

O desempenho brasileiro também foi reconhecido internacionalmente. Segundo o relatório World Tourism Barometer, da ONU Turismo, divulgado em novembro, o Brasil liderou o crescimento das chegadas de turistas estrangeiros entre os principais destinos globais, consolidando sua posição no mapa mundial do turismo.

Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, os números refletem o êxito das estratégias de promoção do país no exterior. “A energia do Brasil contagiou o mundo, provando o sucesso das nossas estratégias de promoção. Somos o país com maior crescimento no turismo internacional em todo o planeta, alcançando um novo patamar de competitividade global. Sentimos o efeito prático desse avanço na geração de emprego e renda para milhares de famílias brasileiras”, avaliou.

O ex-ministro do Turismo, Celso Sabino, também ressaltou o caráter estruturado do crescimento registrado em 2025. “A marca histórica de 9 milhões de turistas estrangeiros é resultado de um trabalho sério, técnico e integrado com todo o setor. O Brasil voltou ao mapa do turismo mundial mais forte e preparado. Esse crescimento impulsiona a economia e reforça o nosso compromisso de fazer do turismo uma das grandes forças do desenvolvimento nacional”, analisou.

Além do aumento no fluxo de visitantes, as receitas do turismo internacional atingiram patamares inéditos. Entre janeiro e novembro, turistas estrangeiros movimentaram US$ 7,17 bilhões na economia brasileira, um avanço de 8,41% na comparação com o mesmo período de 2024. São Paulo liderou como principal porta de entrada, com quase 2,5 milhões de visitantes internacionais, seguido por Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

A Argentina manteve-se como o maior emissor de turistas para o Brasil, com 3,1 milhões de visitantes em 11 meses, crescimento de 82,1% em relação ao ano anterior. Chile, Estados Unidos, Uruguai e Paraguai completam a lista dos principais mercados emissores.

O turismo doméstico também apresentou números robustos. Nos dez primeiros meses de 2025, 83,2 milhões de passageiros circularam em voos internos, consolidando o Brasil como o quarto maior mercado doméstico de aviação do mundo. Levantamento do Ministério do Turismo, em parceria com a Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, apontou Fernando de Noronha, Porto de Galinhas e Lençóis Maranhenses entre os destinos que mais despertam o interesse dos brasileiros.

A expansão do setor foi acompanhada por investimentos em infraestrutura e crédito. Mais de 90% da força produtiva do turismo nacional é composta por micro, pequenas e médias empresas, que tiveram apoio do Novo Fundo Geral do Turismo (Fungetur). Desde 2023, foram realizadas 4,99 mil operações, somando R$ 2,34 bilhões em crédito para empreendimentos do setor.

O Cadastro dos Prestadores de Serviço Turístico (Cadastur) também registrou crescimento significativo, alcançando 183 mil empreendimentos cadastrados em todo o país. Esse fortalecimento se refletiu diretamente na geração de renda local. O artesão Simão Bezerra, que atua em Novo Airão, no Amazonas, resume esse impacto ao afirmar: “É através do turismo que nós conseguimos gerar renda para as nossas famílias”.

Outro segmento em alta foi o turismo de negócios. Até outubro de 2025, o faturamento superou R$ 11 bilhões, com destaque para viagens corporativas, hotéis, transporte aéreo e cruzeiros. No mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou mais de 1,5 milhão de admissões formais no setor entre janeiro e outubro, com saldo positivo de 90,5 mil novos postos.

A realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, foi um dos marcos do ano. O evento reforçou a imagem do Brasil como destino sustentável e ampliou a visibilidade internacional do país. Durante a conferência, foi lançada a Trilha Amazônia Atlântica, com 468 quilômetros de extensão, conectando áreas protegidas, comunidades tradicionais e atrativos históricos do Pará.

Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a hospitalidade local. “O povo de Belém é um povo extraordinariamente alegre, e qualquer convidado estrangeiro vai se sentir em casa aqui. E nós temos uma culinária invejável. Eu penso que os estrangeiros que estiverem aqui, quando sentarem à mesa e começarem a ver a diversidade da nossa culinária, eles vão sair daqui muito orgulhosos de terem conhecido a cidade e o povo”, declarou.

O calendário de grandes eventos também impulsionou o setor. A Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, o Carnaval, feiras internacionais, a Fórmula 1 e grandes shows contribuíram para a movimentação econômica. O Carnaval de 2025 reuniu mais de 53 milhões de pessoas e gerou receitas superiores a R$ 12 bilhões. Já o show de Lady Gaga, em Copacabana, teve impacto econômico estimado em R$ 600 milhões, atraindo entre 1,6 milhão e 2 milhões de pessoas.

Com a chegada da alta temporada de verão, o setor aéreo projetou uma oferta recorde. Entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026, estão programados cerca de 150 mil voos e 20 milhões de assentos, crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

Fonte: Brasil 247

Escolhido para ser liquidante do Master é procurado por oficiais de Justiça no banco


                Eduardo Félix Bianchini, liquidante do Banco Master. Foto: reprodução

O imbróglio jurídico em torno da liquidação do Banco Master ganhou novos contornos nos dias que antecederam o feriado de Natal. Dois oficiais de Justiça estiveram na sede da instituição, em São Paulo, à procura do liquidante Eduardo Félix Bianchini, o que ampliou a expectativa de que ele venha a ser intimado para prestar esclarecimentos nos próximos dias. A visita ocorreu enquanto crescem as pressões políticas e judiciais sobre o processo conduzido pelo Banco Central.

Servidor aposentado do Banco Central, Bianchini foi escolhido pelo regulador para conduzir a liquidação do banco controlado por Daniel Vorcaro.

No momento da visita dos oficiais, porém, ele não se encontrava no escritório, pois passava o Natal fora da capital paulista, segundo a Folha. Ainda assim, o episódio passou a ser visto como um sinal de que o liquidante entrou no centro da disputa judicial que envolve o futuro do Master.

A defesa de Vorcaro tem buscado, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU), a anulação da liquidação. Com acesso integral aos dados da instituição, o trabalho de Bianchini deve detalhar todos os contratos e pagamentos feitos pelo banco, inclusive a escritórios de advocacia que atuaram em sua defesa. Esse ponto tornou o liquidante alvo direto das estratégias jurídicas do controlador do Master.

A possibilidade de Bianchini ser chamado a prestar esclarecimentos ganhou força após a defesa do banco alegar que o Banco Central teria usado o liquidante para obter informações internas da instituição já liquidada. A acusação consta de petição encaminhada ao ministro Jhonatan de Jesus, do TCU, conforme mostrou o portal Metrópoles.

Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Foto: reprodução

No STF, o ministro Dias Toffoli determinou a realização de uma acareação entre Daniel Vorcaro e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, com a presença do diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. O procedimento está marcado para 30 de dezembro. Procurado, Toffoli negou, por meio de sua assessoria, que tenha partido dele o envio de oficiais de Justiça para intimar o liquidante, afirmando que, até o momento, apenas os três nomes já divulgados participarão da acareação.

Paralelamente, o ministro Jhonatan de Jesus tem pressionado em outra frente. Segundo relatos de servidores do TCU, ele tem restringido a atuação de técnicos da Audbancos, unidade responsável por fiscalizar bancos públicos e reguladores financeiros.

Jesus determinou que o Banco Central se manifeste sobre supostos indícios de precipitação na liquidação do Master. O processo foi colocado em sigilo, e a assessoria do TCU não respondeu aos pedidos de comentário até o fechamento desta reportagem.

Fonte: DCM com informações da Folha e do Portal Metrópoles

Expectativas do mercado mudam em um ano: inflação recua e PIB avança

Último Boletim Focus de 2025 mostra IPCA menor, crescimento econômico mais forte e dólar abaixo das projeções feitas no fim de 2024

       Carrinho de supermercado (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O último Boletim Focus de 2025 confirmou uma trajetória mais favorável para a economia brasileira do que aquela projetada no encerramento de 2024. As estimativas consolidadas pelo mercado financeiro apontam para desaceleração consistente da inflação, avanço do Produto Interno Bruto (PIB) acima do inicialmente esperado e um câmbio mais comportado ao longo do ano, resume Míriam Leitão, do jornal O Globo.

A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 foi revisada para baixo pela sétima semana consecutiva, encerrando o ano em 4,32%. Na semana anterior, a estimativa era de 4,33%. Para 2026, o mercado também reduziu levemente a expectativa, de 4,06% para 4,05%. Esses números contrastam com o cenário observado no fim de dezembro de 2024, quando o Focus apontava inflação de 4,96% para 2025 e de 4,01% para o ano seguinte.

Ao longo de 2025, a inflação chegou a atingir seu ponto mais elevado nas projeções em março, quando o mercado estimava um IPCA de 5,68%. O resultado final, porém, surpreendeu positivamente, sobretudo por conta do comportamento dos preços dos alimentos, cuja inflação deve fechar o ano em 1,9%. Apesar desse desempenho, a avaliação é de que o cenário inflacionário em 2026 tende a ser menos favorável do que o observado neste ano.

No campo da atividade econômica, o Boletim Focus também trouxe revisões positivas. Em dezembro de 2024, a projeção para o crescimento do PIB em 2025 era de 2,01%. No último relatório deste ano, a estimativa subiu para 2,26%, com avanço de 0,10 ponto percentual apenas nas quatro semanas finais. Para 2026, o mercado manteve a expectativa de crescimento em 1,80%, sem alterações em relação aos boletins anteriores.

A taxa de câmbio apresentou movimento de alta nas últimas semanas do ano, mas ainda assim fechou 2025 em patamar inferior ao que se previa anteriormente. A projeção para o dólar foi ajustada para R$ 5,44, bem abaixo dos R$ 5,96 estimados no encerramento de 2024. Para 2026, a expectativa é de que a moeda norte-americana encerre o ano cotada a R$ 5,50, também distante da projeção de R$ 5,90 feita um ano antes.

Já a taxa básica de juros terminou 2025 acima do que o mercado previa no início do ano. A Selic, que era estimada em 14,75% para o fim deste ano, fechou em 15%. Para 2026, a projeção dos juros básicos também foi revista para cima em relação ao cenário de dezembro de 2024, passando de 12% para 12,25%, indicando uma política monetária ainda restritiva no próximo período.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Flamengo sela renovação de Filipe Luís até 2027 após acordo financeiro

Treinador cede em valores, encerra impasse com diretoria e garante continuidade do projeto rubro-negro

Flamengo sela renovação de Filipe Luís até 2027 após acordo financeiro (Foto: Thaier Al-Sudani/REUTERS)

O Flamengo confirmou a renovação do contrato de Filipe Luís até o fim de 2027, encerrando uma negociação que se estendeu até os últimos dias de dezembro e só foi concluída a dois dias do término do vínculo anterior. O acerto garante a permanência do treinador e de sua comissão técnica, considerada peça-chave no planejamento esportivo do clube para as próximas temporadas.

Segundo Diogo Dantas, do jornal O Globo, o desfecho só foi possível após Filipe Luís ceder na parte financeira e aceitar as condições apresentadas pelo Flamengo em sua proposta final. O acordo foi fechado no valor de 4 milhões de euros líquidos por temporada, livres de impostos, contemplando o treinador e seus dois auxiliares.

Em comunicado oficial divulgado à imprensa, o diretor de futebol do clube, José Boto, destacou que a renovação foi construída a partir de uma convergência entre os interesses das partes e do compromisso com a governança do Flamengo.

"O desfecho positivo só foi possível porque havia, de ambas as partes, o desejo genuíno de continuidade do projeto, além da disposição conjunta para convergir interesses e construir um acordo equilibrado e sustentável, que atendesse aos anseios do técnico, mas também às políticas de governança do clube estabelecidas pelo Bap", afirmou Boto, em referência ao presidente Luiz Eduardo Baptista.

O valor acertado representa um ganho mensal aproximado de R$ 2,1 milhões para Filipe Luís, o auxiliar Ivan Palanco e o preparador físico Diogo Linhares, o que configura uma valorização significativa da comissão técnica. Ainda assim, a cifra ficou abaixo da pedida inicial do treinador, que chegou a solicitar um pacote de 5 milhões de euros líquidos por temporada, além do pagamento da comissão do empresário Jorge Mendes por parte do clube.

As tratativas se intensificaram nos últimos dias e chegaram a um ponto de tensão elevado. Luiz Eduardo Baptista manteve posição firme e indicou que não avançaria além da proposta final de 4 milhões de euros por ano. Em meio ao impasse, o presidente chegou a sinalizar a possibilidade de abandonar a negociação caso os termos não fossem aceitos.

Mesmo com tentativas intermediárias conduzidas por José Boto, que chegou a trabalhar com a hipótese de 4,5 milhões de euros por temporada, a diretoria voltou aos valores originais. A negociação com o agente não avançou, e o desgaste entre o treinador e o presidente já era evidente naquele momento.

A reviravolta ocorreu quando Filipe Luís retomou o diálogo direto com a cúpula do futebol rubro-negro, em especial com Boto, para encerrar a novela. Em uma investida final, o presidente tratou diretamente com o treinador, que deu o “sim” nas últimas horas de domingo, permitindo o anúncio oficial da renovação.

Após a confirmação, o Flamengo celebrou o acordo nas redes sociais. Em uma das publicações, o clube afirmou: “A história não vai parar de ser escrita”. Em outra homenagem, um vídeo relembrou a trajetória de Filipe Luís no clube desde os tempos de jogador, acompanhado da mensagem: “É um privilégio ter você com a gente. Vamos por mais, Fili”.

A resposta da torcida foi imediata, com manifestações de alívio e comemoração. Comentários celebraram a permanência do treinador e destacaram a importância da continuidade técnica no comando da equipe, fechando o ano com um cenário de estabilidade no futebol rubro-negro.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Servidores de Eduardo e Ramagem são exonerados da Câmara após cassações


         Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Foto: reprodução

A Câmara dos Deputados oficializou a exoneração de todos os servidores que atuavam nos gabinetes de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), após a cassação dos mandatos dos dois parlamentares. As medidas foram publicadas no Diário Oficial da União na semana passada e confirmam o encerramento formal das atividades administrativas vinculadas aos ex-deputados.

No total, foram exonerados nove assessores do gabinete de Eduardo Bolsonaro e 12 do gabinete de Ramagem. As exonerações têm efeito retroativo ao dia 18 de dezembro, data em que a Mesa Diretora da Câmara declarou oficialmente a perda dos mandatos. Desde então, ambos já estavam sem vínculo funcional com a Casa. No sistema interno da Câmara, o gabinete de Eduardo aparece completamente esvaziado, sem qualquer servidor ativo.

No caso de Ramagem, no entanto, ainda consta uma funcionária vinculada ao gabinete. Trata-se de Eduarda Rafaela de Lucena Nunes, que chegou a atuar na Secretaria de Relações Institucionais nos últimos meses do governo Jair Bolsonaro (PL). A permanência da servidora é tratada internamente como situação administrativa residual, que deve ser regularizada nos próximos dias.

Confira as exonerações:

● Gabinete de Eduardo Bolsonaro

  • Lucimar Claudina dos Santos
  • Telmo Broetto
  • Carlos Eduardo Guimarães
  • Alexandre Magno da Conceição
  • Bárbara Torquato do Nascimento Araújo
  • Marcelo Pereira de Melo
  • Bernardo Simões Broetto
  • Fabiano Augusto de Souza Araújo

● Gabinete de Alexandre Ramagem

  • Núbia Suellen Tramm
  • Priscilla Pereira e Silva
  • Gilmar Chaves dos Santos
  • Elisa Brom de Freitas
  • Alyson Assis de Mendonça
  • Monique Pereira Fernandes
  • Pedro Henrique da Silva Vieira
  • Paulo Raphael de Araújo Santos Lopes
  • Christiane Santos da Silveira
  • Luisiana Pinho Teixeira
  • Marcos Venicio Soares Júnior
  • Felipe da Silva Soares
Ramagem e Eduardo. Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
Além das exonerações, a Câmara também cancelou os passaportes diplomáticos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem. A perda do benefício é automática após a cassação do mandato. Ramagem ainda ocupa um imóvel funcional da Casa, que deverá ser devolvido conforme os prazos previstos pelas normas internas do Legislativo.

Com a cassação, os dois ex-parlamentares também perdem o direito a outros benefícios, como verba de gabinete, cota parlamentar para passagens aéreas e uso de estrutura institucional da Câmara. As medidas integram o conjunto de procedimentos administrativos adotados após a declaração de perda do mandato.

Eduardo Bolsonaro teve o mandato cassado por faltas reiteradas às sessões deliberativas. A Constituição determina a perda do cargo para parlamentares que deixam de comparecer a mais de um terço das sessões do ano legislativo. Em 2025, Eduardo faltou a 56 das 71 sessões realizadas, o equivalente a 79% de ausência.

Durante o período em que esteve fora do país, Eduardo viajou aos Estados Unidos, onde atuou politicamente junto a aliados internacionais. Segundo registros públicos, ele participou de articulações para promover sanções contra o Brasil, incluindo o tarifaço sobre exportações brasileiras, a tentativa de cancelamento de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal e a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes.

Já Ramagem perdeu o mandato em razão de condenação criminal definitiva no processo que apurou a trama golpista durante o governo Bolsonaro. A Constituição prevê que, nesses casos, a Câmara apenas declare a perda do mandato, sem necessidade de votação em plenário.

Condenado a 16 anos de prisão, Ramagem está foragido nos Estados Unidos e é alvo de pedido formal de extradição apresentado pelas autoridades brasileiras. A situação do ex-deputado segue sob análise do sistema de Justiça, enquanto a Câmara avança na conclusão dos trâmites administrativos decorrentes da cassação.

Fonte: DCM

Bolsonaro deve passar por novo procedimento para conter crise de soluços nesta segunda-feira

Equipe médica programou bloqueio do nervo frênico esquerdo após intervenção anterior não surtir o efeito esperado

Jair Bolsonaro, escurecido na foto - 30/07/2021 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser submetido nesta segunda-feira (29) a um novo procedimento médico para tentar conter uma crise persistente de soluços, que se intensificou durante o fim de semana e levou a equipe médica a adotar medidas adicionais de intervenção.

As informações foram publicadas pela CNN Brasil, que detalhou a estratégia adotada pela equipe responsável pelo tratamento e o conteúdo do boletim médico divulgado no domingo (28).

Segundo a reportagem, os médicos programaram para esta segunda-feira a realização do bloqueio do nervo frênico esquerdo, uma medida voltada a conter os movimentos do músculo do diafragma — mecanismo que influencia diretamente episódios de soluço. Trata-se, conforme descreve o texto, de um procedimento considerado pouco invasivo e de efeito temporário, utilizado quando o paciente não responde ao tratamento medicamentoso.

✲ Procedimento anterior não teve o efeito esperado

Ainda de acordo com a CNN Brasil, Bolsonaro já havia sido submetido no sábado (27) ao bloqueio anestésico do nervo frênico direito, como primeira etapa do tratamento. A escolha inicial por um lado do corpo teria sido feita para avaliar como ele reagiria à intervenção antes da complementação do procedimento.

No entanto, o boletim médico divulgado no domingo apontou que a primeira tentativa não produziu a resposta esperada, o que levou à manutenção do plano para nova intervenção.

O texto do boletim médico, citado na íntegra pela CNN Brasil, afirma:

"Na noite passada, apresentou nova crise de soluços, apesar do procedimento realizado, além de elevação da pressão arterial. No momento encontra-se estável e sem soluços. Para amanhã (29), está programada a complementação do tratamento, com bloqueio do nervo frênico esquerdo, para posterior avaliação dos resultados. O paciente deverá seguir com fisioterapia para reabilitação, medidas de profilaxia de trombose venosa e cuidados clínicos"

A equipe médica relatou ainda que, apesar da crise e da elevação da pressão arterial durante a noite, Bolsonaro se encontra estável e, no momento, sem soluços.

✲ Internação deve chegar a sete dias, dizem médicos

Segundo os médicos, a realização do bloqueio do nervo frênico — tanto do lado direito quanto do esquerdo — não altera a previsão de permanência hospitalar, e a internação deve totalizar cerca de sete dias.

Bolsonaro está internado desde a última quarta-feira (24), quando foi transferido para a unidade hospitalar. Na quinta-feira (25), passou por uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral. De acordo com a equipe médica, o procedimento ocorreu conforme o esperado e sem intercorrências.

✲ Reabilitação inclui fisioterapia e prevenção de trombose

O boletim também aponta que Bolsonaro deverá manter, no período de recuperação, um conjunto de medidas clínicas, incluindo fisioterapia para reabilitação, além de profilaxia de trombose venosa, prática adotada para reduzir riscos circulatórios associados à internação e ao pós-operatório.

Com o novo bloqueio previsto para esta segunda-feira, a equipe médica deverá avaliar a resposta ao procedimento para definir os próximos passos do tratamento e monitorar a evolução do quadro, especialmente após as crises registradas nos últimos dias.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Casa que Sóstenes diz ter vendido ainda aparece à venda em site de imobiliária

Sóstenes Cavalcante e Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

A casa que o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse ter vendido para justificar valores apreendidos pela Polícia Federal continua anunciada no site de uma imobiliária. As informações foram divulgadas pelo canal “Portal do José”, do professor José Fernandes.

O imóvel fica em Ituiutaba (MG) e, segundo o parlamentar, teria sido negociado antes da operação policial.

A situação levantou questionamentos sobre a explicação apresentada por Sóstenes Cavalcante, que também é pastor ligado a Silas Malafaia e líder do PL na Câmara dos Deputados.

Em 24 de dezembro o deputado divulgou um vídeo para explicar a origem de R$ 469.700,00 apreendidos pela Polícia Federal durante a operação Galho Fraco, na semana passada. O montante foi encontrado em espécie no flat do parlamentar, que afirmou que o valor corresponde à venda de um imóvel em Ituiutaba, Minas Gerais. Sóstenes explicou que o dinheiro é “fruto da venda de um imóvel, dinheiro lícito e de origem comprovada”, e apresentou documentos para corroborar sua versão.

Nele, Sóstenes mostrou uma suposta cópia da escritura do imóvel e do seu imposto de renda de 2024, no qual declarou o valor da casa. Segundo o parlamentar, ele comprou a propriedade em 2023 por um valor inferior ao da venda. Após reformar o imóvel, ele colocou à venda por R$ 690.000, mas aceitou uma proposta de R$ 500.000 à vista de um comprador. O deputado afirmou que o valor foi pago em espécie e que “tudo conforme manda a lei, nada ilegal”.

Fonte: DCM com informação do Portal do José

Datafolha: PT tem 24% na preferência partidária; PL soma 12% e fica em 2º


         Presidente Lula em evento do Partido dos Trabalhadores. Foto: Ricardo Stuckert

O PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue como o partido preferido dos brasileiros e mantém a liderança histórica nas pesquisas de lembrança espontânea, agora com o PL consolidado na segunda posição, segundo novo levantamento do Datafolha. A sigla petista é citada por 24% dos entrevistados, enquanto o partido ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro aparece com 12%, seu maior índice desde o início da série histórica. Com informações da Folha de S.Paulo.

O patamar do PT permanece estável no terceiro mandato de Lula, oscilando entre 23% e 27%, desempenho que sustenta desde o fim dos anos 1990. Já o PL alcança um recorde histórico, impulsionado pela associação direta com Bolsonaro, que ingressou na legenda em novembro de 2021. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas, com 16 anos ou mais, entre 2 e 4 de dezembro, em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais.

Considerando toda a série do Datafolha desde 1989, o PT só perdeu a liderança em momentos pontuais para o então PMDB, atual MDB, que chegou a 19% no início dos anos 1990 e hoje marca apenas 2%. O maior contingente, porém, segue sendo o dos brasileiros que dizem não ter preferência partidária, grupo que nunca ficou abaixo de 40% nas medições.

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e o deputado Eduardo Bolsonaro. Foto: Beto Barata/PL
O levantamento também mostra movimentos históricos de outras legendas. O PSDB, que teve papel central como principal opositor do PT, atingiu seu pico em 2015, com 9%, durante os protestos contra o governo Dilma Rousseff, mas hoje aparece de forma residual. O PSL, sigla de Bolsonaro em 2018, chegou a 7% após a facada sofrida pelo então candidato, mas perdeu força nos anos seguintes.

Na análise por perfil, o PT concentra maior apoio entre pessoas com ensino fundamental, moradores do Nordeste, católicos, eleitores que avaliam o STF como ótimo ou bom e aqueles que votaram em Lula em 2022. Já o PL tem maior destaque entre eleitores de renda entre 5 e 10 salários mínimos, com ensino médio ou superior, críticos do STF e que votaram em Bolsonaro na última eleição presidencial.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo