terça-feira, 23 de setembro de 2025

Sentiu? Eduardo demonstra ciúmes após elogios de Trump a Lula


     O deputado federal fugitivo Eduardo Bolsonaro. Foto: Jessica Koscielniak/Reuters

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) demonstrou ciúmes ao comentar, nesta terça-feira (23), o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em sua fala, Trump elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que os dois se encontraram brevemente, além de indicarem que vão conversar na próxima semana sobre as tarifas impostas ao Brasil.

Eduardo, que está nos Estados Unidos desde fevereiro para tramar contra o Brasil, não demorou a reagir à fala de Trump, destacando o que chamou de “firmeza estratégica” e “inteligência política” do presidente estadunidense. Em postagem no X, o deputado afirmou que o que ocorreu durante o encontro foi típico da estratégia de negociação de Trump: “Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações”.

A interação entre os dois líderes foi rápida, ocorrendo quando Lula, que discursou antes de Trump, deixou o plenário da ONU. Trump, em seu discurso, mencionou que os dois se abraçaram e planejam um encontro mais detalhado na próxima semana para discutir as tarifas que o governo estadunidense impôs ao Brasil.

“Ele entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer. Enquanto isso, outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global”, afirmou Eduardo Bolsonaro, sugerindo que, diante da postura de Trump, o presidente brasileiro está em uma situação difícil para conseguir tirar algo positivo da conversa com o republicano.



Trump também aproveitou a oportunidade para comentar sobre as tarifas impostas ao Brasil, classificando-as como “pesadas”. Ele explicou que o Brasil só superará a posição negativa em que se encontra caso se alinhe mais estreitamente com os Estados Unidos.

“O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”, disse Trump.

Em tom mais descontraído, o republicano fez questão de reforçar a simpatia por Lula. “Eu estava aqui e, ao entrar, encontrei o líder do Brasil. Eu falei com ele, nós nos abraçamos, e as pessoas dizendo: ‘Dá para acreditar nisso?’. Nós concordamos que vamos nos encontrar na próxima semana. Não tivemos muito tempo para falar aqui, foram cerca de 20 segundos, mas nós conversamos”, contou, destacando o bom relacionamento entre ambos.

O presidente estadunidense também fez questão de enfatizar que só realiza negócios com pessoas de quem gosta. “Ele parece um homem muito agradável, eu gosto dele e ele gosta de mim. E eu gosto de fazer negócios com pessoas que eu gosto. Quando eu não gosto de uma pessoa, eu não gosto, mas tivemos ali esses 30 segundos ali, foi uma coisa muito rápida, mas foi uma química excelente. Isso foi um bom sinal”, disse Trump, em um tom leve e descontraído.

O discurso de Lula, por sua vez, foi carregado de críticas tanto ao governo dos Estados Unidos quanto à conduta de Trump no cenário global. O presidente brasileiro atacou o que chamou de “ataques sem precedentes” contra as instituições brasileiras e comentou a ampliação das sanções pelo governo estadunidense, em retaliação à condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: DCM

VÍDEO – GCM agride estudantes em manifestação contra vereador bolsonarista


   Manifestação na Câmara de Guarulhos. Foto: reprodução

Alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) relataram terem sido reprimidos com gás de pimenta durante manifestação na Câmara Municipal de Guarulhos nesta segunda-feira (22). O ato foi convocado para protestar contra o vereador bolsonarista Kleber Ribeiro (PL), que no dia 15 de setembro deixou três estudantes feridos ao entrar no campus da universidade.

Vídeos nas redes sociais mostram confusão generalizada dentro do plenário. Segundo os estudantes, o presidente da Casa, Miguel Martello (Republicanos), acionou a Guarda Civil Municipal para expulsá-los. O Centro Acadêmico de História Márcia D’Alessio da Unifesp exigiu “a cassação imediata do mandato do vereador Kleber Ribeiro, que desonra a função pública ao usar seu cargo para atacar estudantes”.

Kleber Ribeiro, que havia convocado apoiadores para confrontar os estudantes, comemorou a ação em suas redes: “Aqui, a esquerda recebendo o amor: gás de pimenta”. Ele alegou que os alunos hostilizaram sua equipe e que um menor de idade presente voluntariamente foi agredido, acusando que “a esquerda quase matou uma criança hoje”.

O incidente anterior ocorreu quando o vereador foi ao campus da Unifesp com ofício para evento sobre “antissemitismo e valores sociais”. Estudantes da bateria Malaguetta repudiaram a presença com instrumentos, gerando confronto onde ritmistas levaram empurrões da equipe do parlamentar.

Fonte: DCM

Eduardo e Figueiredo têm 15 dias para se manifestar sobre denúncia da PGR, decide Moraes


       Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu um prazo de 15 dias para que as defesas de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Figueiredo respondam à denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ambos são acusados de coação no curso do processo judicial, em um caso relacionado à tentativa de golpe que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Moraes determinou que o prazo seja cumprido conforme a legislação, mas a notificação pode ser dificultada devido ao fato de ambos estarem fora do país. A denúncia da PGR aponta que Eduardo e Figueiredo tentaram interferir no processo, junto ao governo de Donald Trump, com sanções e tarifas ao Brasil e autoridades.

Em uma nota divulgada na terça (22), os dois denunciados disseram que aguardariam “muito pacientemente” a comunicação formal do processo pelas vias legais entre o Brasil e os Estados Unidos antes de se manifestarem oficialmente. A situação complica-se pela dificuldade do STF em realizar a notificação, dada a ausência dos envolvidos no país.

Caso o Supremo não consiga notificar Eduardo e Paulo Figueiredo, a Corte pode determinar que a citação seja feita por edital ou até mesmo que a defesa seja apresentada pela Defensoria Pública, conforme os trâmites legais.

O procurador-geral da República, Paulo GOnet, e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O prazo dado pela PGR serve para que os denunciados tenham a chance de se defender formalmente. A decisão do STF de iniciar o processo não significa que os acusados se tornarão réus imediatamente. O julgamento posterior determinará se as acusações contra eles têm fundamento e se, de fato, haverá uma ação penal em andamento.

Além do processo no STF, Eduardo também enfrenta problemas no exercício de seu mandato na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), barrou sua indicação como líder da minoria, uma manobra usada pelo filho do ex-presidente para tentar evitar perder o mandato por faltas não justificadas.

Eduardo Bolsonaro havia pedido licença do cargo em março, mas a autorização foi concedida apenas até julho, o que implica que suas ausências posteriores à data não são mais justificadas.

Fonte: DCM

Moraes manda oficiais de Justiça procurarem Eduardo e Figueiredo


      Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Evaristo Sá/AFP

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (23) que sejam tomadas providências para a notificação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do jornalista Paulo Figueiredo sobre a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ambos os acusados estão nos Estados Unidos e, por isso, as intimações precisam ser feitas por meio de um procedimento internacional.

Segundo o despacho de Moraes, oficiais de Justiça serão enviados a antigos endereços dos dois em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília para tentar entregar a intimação fisicamente.

No entanto, devido à residência dos acusados fora do país, o processo de notificação será realizado por meio do Tratado de Assistência Legal Mútua (MLAT, em inglês), que permite a comunicação entre países para que processos judiciais transnacionais possam avançar. Esse procedimento, no entanto, é notoriamente mais lento e pode levar um período considerável até que a notificação seja formalizada.

Ambos os denunciados, no entanto, afirmaram que só irão constituir advogados após a notificação formal do processo por meio dos canais legais adequados. “Aguardaremos, muito pacientemente, a comunicação do processo pelas vias legais competentes entre Brasil e Estados Unidos para nos manifestarmos formalmente”, disseram os acusados em nota divulgada na última segunda-feira (22).

Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Foto: Reprodução

Esse método de notificação internacional, embora seja o mais utilizado pela Justiça brasileira para intimar réus fora do país, é considerado moroso. Isso foi evidenciado em situações anteriores, como na crise envolvendo o STF e plataformas digitais.

Naquele caso, a maioria dos ministros do Supremo decidiu que o MLAT deveria ser utilizado como um recurso complementar, uma vez que os processos de cooperação internacional podem ser demorados, principalmente quando envolvem dados de provedores de internet estrangeiros.

A falta de notificação formal, nesse caso, é o principal obstáculo para o avanço do processo contra Paulo Figueiredo, que já foi denunciado pela PGR em março. A denúncia, no entanto, não pôde ser processada até o momento devido à dificuldade em efetivar a entrega da acusação.

Moraes chegou a determinar a notificação de Figueiredo por edital, medida que é adotada quando não é possível localizar o acusado, e também nomeou a Defensoria Pública da União (DPU) para representar Figueiredo no processo. Contudo, o defensor público Gustavo Zortéa relatou dificuldades para entrar em contato com o acusado e se recusou a apresentar uma defesa prévia, alegando que a defesa seria meramente formal.

Fonte: DCM

Conselho de Ética da Câmara abre processo contra Eduardo Bolsonaro

A ação contra Eduardo foi motivada por uma representação apresentada pelo PT, que pede a perda do mandato do parlamentar

      Eduardo Bolsonaro - 14/08/2025 (Foto: REUTERS/Jessica Koscielniak)

TVT News - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou hoje (23) um processo contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. A ação foi motivada por uma representação apresentada pelo PT, que pede a perda do mandato do parlamentar, residente nos Estados Unidos desde fevereiro.

Eduardo Bolsonaro enfrenta outras três representações no colegiado que miram sua cassação, mas que ainda não foram pautadas. A denúncia do PT questiona a atuação do deputado fora do país e aponta que ele “tem se dedicado de forma reiterada a difamar instituições do Estado brasileiro, com especial virulência contra o Supremo Tribunal Federal e seus ministros”.

O partido também acusa Eduardo de tentar “influenciar autoridades do governo estadunidense a imporem sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal, em represália às investigações que envolvem seu pai e correligionários”.

Processo contra Eduardo

Para definir a relatoria da representação, foram sorteados os deputados Paulo Lemos (PSOL-AP), Delegado Marcelo Freitas (União-MG) e Duda Salabert (PDT-MG). O presidente do Conselho, deputado Fabio Schiochet (União-SC), decidirá quem será o relator a partir da lista tríplice.

Na véspera (22), a Procuradoria-Geral da República denunciou Eduardo por coação no curso do processo, devido à atuação do parlamentar nos Estados Unidos em ações voltadas a intervir em processos judiciais para beneficiar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o blogueiro Paulo Figueiredo.

Além disso, na mesma terça-feira, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indeferiu o pedido da oposição que pretendia indicar Eduardo como líder da minoria. A estratégia visava preservar o mandato do deputado, permitindo justificar sua ausência na Casa.

Eduardo Bolsonaro, que alega estar sendo alvo de “perseguição política”, chegou a se licenciar da Câmara, mas o período de afastamento formal já expirou, impossibilitando novas solicitações de licença. O processo no Conselho de Ética agora avançará para análise do relator designado, marcando um novo capítulo nas disputas políticas envolvendo o parlamentar.

Fonte: Brasil 247 com informações da TVT News

"É um bom momento para negociar", diz porta-voz dos EUA após elogio de Trump a Lula


Amanda Roberson afirma que tarifas de Trump ao Brasil abrem espaço para novos acordos; Lula e o republicano devem conversar na próxima semana

Amanda Roberson, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA (Foto: Reprodução/Captura de tela de vídeo da Globonews)

A porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Amanda Roberson, afirmou nesta terça-feira (23) que o governo norte-americano considera este “um bom momento para negociar” novos acordos comerciais com o Brasil. A declaração foi feita em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, pouco depois de o presidente Donald Trump elogiar publicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Questionada pela jornalista Andréia Sadi sobre a possibilidade de recuo nas tarifas impostas a produtos brasileiros, Amanda alegou que a política tarifária do republicano tem como objetivo abrir espaço para diálogo.

“O presidente Trump deixou claro desde o início, quando foram anunciadas as tarifas com o Brasil e os diferentes países do mundo, de que é uma oportunidade para negociar, para dialogar e chegar até acordos novos que beneficiam os dois países. O presidente Trump avaliou e considerou que as tarifas anteriores não protegiam as empresas americanas como era necessário, e agora é um bom momento para negociar de novo e chegar a novos acordos”, declarou.

◈ Encontro em preparação

Segundo a Reuters, o governo brasileiro confirmou a possibilidade de uma conversa entre Lula e Trump na próxima semana, após um rápido encontro de cerca de 20 segundos entre os dois nesta terça, nos bastidores da Assembleia da ONU. Foi a primeira vez que os líderes se cumprimentaram pessoalmente.

De acordo com fontes brasileiras, o cruzamento aconteceu quando Lula, após abrir os discursos da sessão, deixou a plenária e encontrou Trump, que se preparava para falar. O presidente dos EUA tomou a iniciativa de cumprimentar Lula e sugeriu uma reunião, que deve ocorrer em breve, embora ainda sem data ou formato definidos.

“Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu e nos cumprimentamos. Na verdade, combinamos de nos encontrar na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar, apenas uns 20 segundos. Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na próxima semana, se houver interesse”, disse Trump em seu discurso.

O chanceler brasileiro Mauro Vieira reforçou que o governo espera o encontro, que também pode acontecer por telefone ou videoconferência caso a agenda de Lula não permita uma reunião presencial.

◈ Elogios e críticas no mesmo tom

Apesar do convite, Trump não poupou críticas ao Brasil, justificando a tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros como resposta a “censura”, “corrupção judiciária” e suposta interferência em direitos de cidadãos norte-americanos.

“No passado, o Brasil tarifou nosso país de uma forma muito injusta, e por causa disso temos tarifas de volta. Como presidente, defendo a soberania e os direitos dos cidadãos americanos. Lamento dizer que o Brasil está indo mal e vai continuar indo mal. Eles só irão bem se trabalharem conosco. Sem a gente, vão falhar, como outros falharam”, declarou.

Mesmo sem citar diretamente os EUA, Lula, em seu próprio discurso, defendeu a soberania brasileira e criticou “medidas unilaterais e arbitrárias” contra as instituições e a economia do país.

“Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há quarenta anos pelo seu povo, depois de duas décadas de governos ditatoriais. Não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia. A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”, disse o presidente brasileiro.

◈ Reação dos mercados

O anúncio da possibilidade de reunião animou investidores: o real se valorizou cerca de 1% em relação ao dólar, e o Ibovespa subiu mais de 1%, atingindo nova máxima histórica.

Apesar do gesto de aproximação, o chanceler Mauro Vieira reiterou que, embora o Brasil esteja aberto a negociações comerciais, a soberania nacional não é negociável. “Estamos sempre prontos para conversar e negociar. A questão política é inegociável, mas estamos prontos para conversar sobre as tarifas, que são ilegais e não estão na estrutura dos acordos da OMC”, afirmou.

Fonte: Brasil 247

Lula e Trump devem conversar por telefone ou vídeo na próxima semana, diz Mauro Vieira

Segundo o chanceler brasileiro, um encontro presencial é improvável devido à agenda de Trump

      Mauro Vieira (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira (23), em Nova York, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem ter sua primeira conversa oficial na próxima semana. Segundo Vieira, a reunião deve ocorrer por telefone ou videoconferência, já que a agenda de Trump está sobrecarregada. As informações são do jornal O Globo.

◈ Breve encontro nos bastidores da ONU

O contato foi sugerido por Lula após um rápido cumprimento de cerca de 20 segundos entre os dois líderes nos bastidores da Assembleia Geral da ONU. Em seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, Trump elogiou o presidente brasileiro, disse que “gostou” de Lula e que a “química entre os dois foi excelente”.

◈ Declarações de Mauro Vieira

Vieira explicou que Lula demonstrou interesse em manter o diálogo. “O presidente Lula disse que eles deveriam se encontrar e conversar. Espero que os presidentes possam conversar. O presidente Lula está sempre pronto para conversar com qualquer chefe de Estado que seja do interesse do Brasil e, neste caso, isso pode acontecer também por um telefonema ou videoconferência porque, infelizmente, o presidente [Trump] está muito ocupado, tem uma agenda muito cheia”, disse o chanceler.

◈ Itamaraty reforça disposição para negociações

O ministro destacou ainda a postura negociadora do Brasil. “O Brasil é um país de negociação e está sempre disposto a dialogar”, afirmou. Vieira lembrou, no entanto, que certos temas são inegociáveis.

“A questão política é inegociável, não há espaço para isso. Mas estamos prontos para negociar a questão das tarifas. Embora elas sejam ilegais, não estejam na estrutura dos acordos da OMC, estamos prontos para discuti-las. A única coisa que não podemos discutir é a soberania, a separação entre poderes”, reiterou.

◈ Expectativas para a relação bilateral

A expectativa é de que a conversa entre Lula e Trump sirva para alinhar pontos da agenda bilateral, sobretudo em temas econômicos e comerciais, abrindo espaço para futuros entendimentos entre Brasil e Estados Unidos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Motta diz que fala de Trump na ONU sinaliza abertura ao diálogo entre Brasil e EUA

Presidente da Câmara também defendeu a decisão que barrou o deputado Eduardo Bolsonaro para liderar a minoria na Câmara

      Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a decisão de recusar a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a liderança da minoria foi tomada com base em critérios “estritamente técnicos” e avaliou de forma positiva a sinalização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em abrir um canal de diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da Folha de S. Paulo.

A medida que barrou a indicação de Eduardo Bolsonaro para liderar a bancada da minoria ocorreu após pressões vindas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que buscavam uma solução para a manobra do PL de assegurar o mandato de Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos.

☉ Decisão técnica e ausência de precedentes

Hugo Motta justificou que não existe previsão regimental que permita a um parlamentar exercer liderança estando fora do país. “A decisão foi estritamente técnica, ouvimos o parecer da secretaria-geral da Mesa [Diretora] que decidiu por não haver a possibilidade do exercício do mandato parlamentar estando ausente do território nacional. Não há nenhum precedente da Casa [de exercer o mandato direto do exterior]”, declarou.

O deputado também destacou que a Câmara não foi comunicada previamente sobre a saída de Eduardo. “Por esse critério técnico, é incompatível sua assunção à liderança da minoria na Câmara”, acrescentou.

☉ Articulação nos EUA e posição do PL

O PL havia indicado Eduardo porque, como líder, ele não seria obrigado a participar das sessões em Brasília. Desde março, o filho de Jair Bolsonaro vive nos Estados Unidos, onde articula com aliados do presidente Donald Trump a imposição de sanções ao Brasil e integrantes do governo brasileiro. O partido se baseou em uma ata da Mesa Diretora de 2015, que justificava ausências de líderes por conta de suas atribuições. Motta, porém, frisou que a regra não se aplica ao caso de Eduardo Bolsonaro.

Eduardo, juntamente com o blogueiro bolsonarista Paulo Renato Figueiredo, foram acusados de coação em razão de suas atuações nos Estados Unidos visando interferir no julgamento de Jair Bolsonaro (PL). O ex-mandatário foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir uma pena de 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado.

☉ Elogios a Trump e defesa do diálogo diplomático

Na mesma entrevista, Motta avaliou de forma positiva a postura de Donald Trump. “Sempre defendi que o diálogo e a diplomacia possam ajudar os dois países que têm relação histórica. Defendo sempre que o governo brasileiro possa dirimir as dúvidas, em diálogo com o governo americano, poder deixar para trás essa questão das tarifas, das sanções”, afirmou. O presidente da Câmara também destacou que “a nossa soberania não está em discussão, o Brasil precisa defender isso, como o presidente Lula fez hoje.”

☉ Encontro entre Lula e Trump em nos EUA

Nesta terça-feira, durante a abertura da 80ª Assembleia-Geral da ONU, Lula e Trump tiveram um breve encontro antes de seus discursos e anunciaram uma reunião formal na próxima semana. Trump relatou ter sentido “excelente química” com Lula. “Eu só faço negócios com pessoas que eu gosto. E eu gostei dele, e ele de mim. Por pelo menos 30 segundos nós tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal”, disse o mandatário estadunidense.

Foi o primeiro encontro entre ambos desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao Brasil em maio. Lula, por sua vez, usou sua fala para criticar medidas unilaterais de Washington, como sanções e ações militares no Caribe, e para defender o multilateralismo.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Discurso de Trump enfraquece Eduardo Bolsonaro, avalia Planalto

Presidente dos EUA acenou a Lula na ONU e pode reduzir lobby político de Eduardo Bolsonaro em Washington

      Eduardo Bolsonaro (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23), foi positivo para o governo brasileiro e, ao mesmo tempo, um revés para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em função do impacto da a aproximação entre os dois líderes.

De acordo com a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, ainda que um encontro entre os dois presidentes não esteja garantido, a possibilidade já é suficiente para enfraquecer a atuação de Eduardo como interlocutor em Washington. O parlamentar, filho de Jair Bolsonaro (PL),vem tentando ocupar espaço político nos Estados Unidos desde março.

◈ Eduardo Bolsonaro em busca de influência nos EUA

Conhecido como “filho 03”, Eduardo Bolsonaro está em Washington articulando com parlamentares conservadores e de extrema direita, além de integrantes do governo Trump, na imposição de sanções econômicas contra integrantes do governo brasileiro. No entanto, a abertura de Trump ao diálogo com Lula ameaça reduzir sua relevância política.

◈ Gesto de Trump muda cenário político

Na ONU, Trump cumprimentou Lula, trocaram um abraço e confirmaram que irão se encontrar “na semana que vem” para discutir tarifas aplicadas ao Brasil. Em tom descontraído, o presidente norte-americano declarou que “encontrei o líder do Brasil ao entrar. Eu falei com ele e nós nos abraçamos, e as pessoas ficaram falando: ‘dá para acreditar nisso?’. Nós concordamos que vamos nos encontrar na próxima semana. Não tivemos muito tempo para falar, mas aqui foi tipo 20 segundos, mas nós conversamos”.

Além disso, Trump acrescentou que gosta de Lula e que “só faz negócios com gente de quem ele gosta”, gesto interpretado como um sinal de aproximação política e diplomática.

◈ Lula se fortalece no tabuleiro internacional

Para o Planalto, a sinalização de Trump representa uma vitória diplomática e um ganho político importante para Lula. Essa reaproximação também projeta o Brasil como ator mais relevante no cenário internacional, abrindo caminho para negociações econômicas e comerciais.

◈ Consequências para o jogo político brasileiro

Enquanto Lula se beneficia do gesto de Trump, Eduardo Bolsonaro vê sua posição fragilizada. A tentativa de se colocar como ponte entre o Brasil e os EUA pode perder força diante de uma relação direta entre os dois presidentes. Para aliados de Lula, o gesto de Trump já é suficiente para isolar Eduardo e mostrar que a estratégia do deputado junto às lideranças estadunidenses pode“ir ladeira abaixo”.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Elogio de Trump a Lula abre diálogo entre Itamaraty e Casa Branca

Declaração de Trump na ONU interrompe ciclo de comunicação apenas com o bolsonarismo

     Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | ABR)

O discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia Geral da ONU, alterou o cenário da política externa brasileira. Ao afirmar que teve uma "química excelente" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Trump desmontou a narrativa bolsonarista de interlocução exclusiva com a Casa Branca.

Segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do G1, a fala repercutiu entre aliados de Jair Bolsonaro (PL) e no Itamaraty, que enxergaram o gesto como um divisor de águas. O discurso colocou em xeque a estratégia do influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que buscam monopolizar o contato político com Washington.

Eduardo e Figueiredo residem nos EUA e têm atuado junto a integrantes do governo Trump na imposição de sanções ao Brasil e a autoridades brasileiras**,** visando interferir no resultado do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-mandatário foi condenado pela Primeira Turma do STF a cumprir uma pena de 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado após perder o pleito presidencial de 2022.

◆ Impacto no bolsonarismo

Na ala pragmática do bolsonarismo, a leitura é de que Lula sai fortalecido, mas não apenas ele. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também é apontado como beneficiado, já que vinha tentando estabelecer diálogo direto com os EUA, mas era constantemente desautorizado pelos representantes bolsonaristas.

Diplomatas do Itamaraty celebraram o gesto como um verdadeiro "golaço". Um integrante do governo ressaltou: "Era meio óbvio que ia dar uma química lá. Não podia ser telefonema, tinha que ser ao vivo".

◆ Desgaste da ala radical

Para os governistas ouvidos pela reportagem, a fala de Trump deixou em situação desconfortável setores do bolsonarismo que defendiam sanções americanas como forma de agradar às lideranças da direita. Esses grupos agora enfrentam dificuldades para sustentar sua narrativa de proximidade exclusiva com Washington.

A lembrança de encontros passados voltou à tona, como quando Jair Bolsonaro, em viagem oficial, declarou em inglês ao mandatário estadunidense: "Trump, I love you". Agora, porém, o gesto do atual presidente dos EUA em relação a Lula reposiciona o tabuleiro político e diplomático do Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

PGR pede condenação de seis réus do Núcleo 2 da trama golpista

Procurador diz que há provas suficientes para comprovar cinco crimes

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta segunda-feira (22), suas alegações finais na Ação Penal nº 2.693, que julga os réus do chamado Núcleo 2 da trama golpista que buscou interferir nos resultados das últimas eleições presidenciais a fim de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas.

No documento, o procurador-geral, Paulo Gonet, pede a condenação do general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Mário Fernandes; do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques e do ex-assessor especial de Assuntos Internacionais, Filipe Garcia Martins.

Gonet também pede ao STF que condene o coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara; o delegado da Polícia Federal (PF) e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira, e a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira de Alencar.

Nas alegações finais, o procurador-geral afirma haver provas suficientes para condenar os seis réus pelos crimes de:
  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • tentativa de golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima; e
  • deterioração de patrimônio tombado.

Gonet também pediu que seja fixada uma multa para reparação dos danos.

No documento enviado ao STF, o procurador-geral sustenta que as ações praticadas pela “organização criminosa” estão documentadas em conversas por aplicativos de mensagens, além de registros em arquivos eletrônicos.

Segundo ele, as provas demonstram que os réus coordenaram ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, elaboraram o projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais no país e atuaram para dificultar a chegada de eleitores da Região Nordeste aos locais de votação, durante o primeiro turno das eleições de 2022.

Ainda de acordo com Gonet, os acusados do Núcleo 2 não só monitoraram autoridades da República, como elaboraram um plano para matar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Em depoimento ao STF, o próprio general Mário Fernandes admitiu ser o autor do plano que romperia com as estruturas democráticas do país, batizado de Punhal Verde e Amarelo.

“As provas, na realidade, vinculam subjetivamente os acusados à cadeia causal dos atos [que culminaram com o] 8 de janeiro de 2023”, argumentou o procurador-geral, acrescentando que os réus descumpriram deliberadamente com suas atribuições funcionais, principalmente no âmbito da segurança pública, facultando que manifestantes invadissem e depredassem os edifícios-sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Fonte: Agência Brasil

Gleisi destaca coragem de Lula em discurso na ONU: “honra o nosso país”

Ministra disse ter orgulho da trajetória política ao lado de Lula após fala firme na Assembleia Geral da ONU em Nova York

   Lula e Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira / Ascom-SR)

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), exaltou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, realizada nesta terça-feira (23) em Nova York. Em publicação nas redes sociais, a parlamentar classificou a fala como “corajosa e verdadeira”, ressaltando que Lula defendeu a soberania nacional, o multilateralismo, a democracia e o enfrentamento à desigualdade.

“Corajoso e verdadeiro o pronunciamento do presidente Lula na ONU. Defendeu perante o mundo a soberania nacional, o multilateralismo, a democracia, a paz e o enfrentamento à desigualdade. Tenho muito orgulho de fazer a caminhada política com este homem de coragem, que tem causa e sabe o que quer da política. Discurso maravilhoso que honra o nosso país!”, afirmou Gleisi.

☉ Defesa da soberania brasileira

Na abertura de sua fala, Lula reforçou a defesa da soberania dos países, em reação às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos contra exportações brasileiras. Sem citar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, ele classificou a medida como “arbitrária” e alertou que não aceitará tentativas de interferência em instituições nacionais.

“Não há justificativa para as medidas unilaterais arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, declarou.

O presidente também fez referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, citando ataques antidemocráticos e ressaltando que o Brasil resistiu “mesmo sob ataques sem precedentes”.

☉ Críticas ao autoritarismo e às ingerências externas

Lula afirmou que a crise do multilateralismo caminha junto ao enfraquecimento da democracia, denunciando forças autoritárias que “cultuam a violência, exaltam a ignorância, atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa”.

Sem mencionar nomes, criticou também a atuação de setores da oposição que buscaram apoio no exterior para ampliar sanções contra autoridades brasileiras. Segundo ele, a “extrema direita subserviente” ajuda a fomentar ingerências externas em assuntos internos.

☉ Regulação das plataformas digitais

Outro ponto destacado pelo presidente foi a defesa de uma regulação internacional para as plataformas digitais. Para Lula, as redes sociais têm sido usadas para propagar intolerância e desinformação.

“A internet não pode ser terra sem lei. Regular não é restringir a liberdade de expressão, é garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim também no ambiente virtual”, disse.

☉ Economia e OMC

Em resposta ao avanço do protecionismo, Lula defendeu a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para ele, medidas unilaterais desorganizam cadeias produtivas e geram estagnação econômica global. “Poucas áreas retrocederam tanto como o sistema multilateral de comércio”, alertou.

☉ Genocídio em Gaza

Na parte final, Lula classificou como genocídio a ofensiva israelense contra a população palestina em Gaza e defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina. Ele lamentou a ausência do presidente Mahmoud Abbas na ONU, após a retirada de seu visto pelo país anfitrião.

“Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo, mas nada absolutamente nada justifica o genocídio em curso em Gaza”, afirmou Lula, reforçando que o Brasil não aceitará a escalada do conflito no Oriente Médio.

 

Fonte: Brasil 247