terça-feira, 3 de junho de 2025

Moraes retira sigilo de vídeos de testemunhas da trama golpista

Depoimentos que começaram dia 19 de maio foram encerrados ontem

                                    Alexandre de Moraes (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Agência Brasil - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta terça-feira (3) o sigilo das gravações dos depoimentos das 52 testemunhas de defesa e de acusação dos réus do núcleo 1 da trama golpista.

Os depoimentos começaram no dia 19 de maio e foram encerrados ontem. Apesar de profissionais da imprensa acompanharem presencialmente as audiências das testemunhas durante o período, a gravação de áudio e imagem das declarações não foi permitida pelo ministro para evitar que as testemunhas pudessem combinar versões dos depoimentos.

Com o fim dos depoimentos, as gravações foram liberadas.

Os vídeos mostram os principais depoimentos das testemunhas acusação, que confirmaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou estudos jurídicos para viabilizar de decretação de um Estado de Sítio e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no país.

Por outro lado, testemunhas de defesa de Bolsonaro e dos demais réus negaram que os acusados tenham participado da trama golpista e que o ex-presidente tenha solicitado os estudos para as ações golpistas ou cogitado impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

✱ Advertência

No primeiro dia de depoimentos, o general Marco Antônio Freire Gomes foi advertido por Alexandre de Moraes ao tentar minimizar suposta fala do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, que teria colocado a força à disposição das pretensões golpistas de Bolsonaro durante um reunião com os comandantes das Forças Armadas, em 2022.

“O senhor falseou a verdade na polícia ou está falseando aqui.”, afirmou Moraes.

Em seguida, o general disse que “em 50 anos de Exército, jamais mentiria” e esclareceu que Garnier falou que “estava com o presidente”, mas que não caberia a ele interpretar o objetivo da declaração.

Freire Gomes negou que tenha dado voz de prisão a Jair Bolsonaro durante reunião na qual teria sido sugerida a adesão das tropas à tentativa de golpe.

“Não aconteceu isso [voz de prisão], de forma alguma. Eu alertei ao presidente que se ele saísse dos aspectos jurídicos, além de não concordamos com isso, ele seria implicado juridicamente”, afirmou.

✱ Reunião Golpista

Durante a audiência realizada no dia 21 de maio, o ex-comandante da Aeronáutica Baptista Júnior confirmou que participou de uma reunião na qual foi apresentados por Bolsonaro mecanismos de decretação de estado de sítio e de uma GLO.

O ex-comandante também confirmou que o general Freire Gomes disse que daria voz de prisão a Bolsonaro se as medidas fossem decretadas. No depoimento prestado ao Supremo, Gomes negou que tenha dado voz de prisão a Bolsonaro.

"Freire Gomes é uma pessoa polida, educada, não falou com agressividade, ele não faria isso. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, calma, mas colocou exatamente isso. Se fizer isso, vou ter que te prender", afirmou.

✱ Interrogatórios

Ontem, Alexandre de Moraes marcou os depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus na ação da trama golpista para 9 de junho. Os interrogatórios serão feitos presencialmente na sala de julgamentos da Primeira Turma da Corte.

O primeiro a depor será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, delator nas investigações. Em seguida, Bolsonaro e dos demais vão depor em ordem alfabética.

A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra neste ano. Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão.

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

✱ Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

✱ Ameaça de prisão

No dia 23 de maio, Moraes ameaçou prender o ex-deputado federal e ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, chamado para depor na condição de testemunha de defesa de Almir Garnier.

O episódio ocorreu após Aldo tentar interpretar a suposta fala de Garnier de que a Marinha estaria à disposição para ações golpistas.

Aldo disse que a língua portuguesa é repleta de “força de expressão" e foi logo interrompido pelo ministro, que pediu ao ex-ministro para responder aos questionamentos objetivamente.

Ao ser repreendido, Aldo Rebelo disse que não admitia censura, mas a fala irritou Moraes.

“Se o senhor não se comportar, será preso por desacato”, disse Moraes.

✱ Circo

Durante o depoimento de Freire Gomes, Moraes se irritou com o advogado Eumar Novak, responsável pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Após o advogado repetir várias vezes o mesmo questionamento sobre a participação de Torres em reuniões com a presença do general Freire Gomes, Moraes disse que a defesa não pode tentar induzir as testemunhas.

“Não estamos aqui para fazer circo. Não vou permitir que Vossa Excelência faça circo no meu tribunal. Não adianta ficar repetindo seis vezes a mesma pergunta”, disse.

✱ Tarcísio

Em um dos depoimentos mais esperados, o governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, depôs como testemunha de defesa de Bolsonaro e disse que o ex-presidente nunca mencionou qualquer tipo de medida de ruptura institucional.

"Na reta final [do governo], tivemos várias conversas, jamais se tocou nesse assunto, jamais mencionou ruptura”, garantiu.

Fonte: Brasil 247

Zambelli fugiu pela fronteira com a Argentina e seguiu para a Europa partindo de Buenos Aires

A deputada teria fugido do Brasil pela região de Foz do Iguaçú, no Paraná

Carla Zambelli (Foto: Agência Câmara)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçú, no Paraná, informa a TV Globo. Zambelli fugiu 20 dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos e 8 meses de prisão pela invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Após atravessar a fronteira, a deputada seguiu rumo à Buenos Aires, capital da Argentina, de onde pegou um voo até a Europa, onde disse estar nesta terça-feira (3). Ela anunciou que pedirá licença do mandato.

Em agosto de 2023, Zambelli chegou a ter o passaporte apreendido por determinação do ministro Alexandre de Moraes no âmbito das investigações da invasão do sistema do CNJ. O documento foi devolvido e ela não teria restrições para sair do país. No entanto, a fuga pode resultar em novas medida, como a nova retenção do passaporte, um pedido de prisão preventiva e a inclusão do nome da deputada na lista de procurados da Interpol.

Zambelli foi condenada pelo STF pela invasão aos sistemas do CNJ, decisão que pode resultar na perda de seu mandato de deputada e a tornar inelegível por oito anos. A inelegibilidade entra em vigor com a publicação da decisão de condenação, independentemente de o trânsito em julgado (quando não há mais possibilidade de recurso) ter ocorrido. Esse período de inelegibilidade começará a contar apenas após o cumprimento da pena, o que deve afastar Zambelli da vida pública por pelo menos 18 anos.

Apesar da condenação, a deputada ainda pode apresentar embargos de declaração para contestar a decisão, mas os recursos não impedem a execução da pena, que deve ser iniciada após a rejeição dos segundos embargos, caso haja essa decisão.

Fonte: Brasil 247 com informação da TV Globo

Supermercados ampliam faturamento ao transformar datas comemorativas em ações planejadas de vendas

Com criatividade, marketing e análise de dados, setor consegue driblar o consumo cauteloso e impulsionar resultados em ocasiões especiais

(Foto: Divulgação)

Em um ambiente de consumo mais racional e orçamentos apertados, as datas comemorativas seguem sendo uma das principais oportunidades para o varejo supermercadista aumentar o faturamento e atrair novos clientes. No entanto, especialistas alertam: o crescimento das vendas nesses períodos não deve ser encarado como algo automático. É preciso planejamento, criatividade e uso inteligente de dados para transformar essas ocasiões em resultados expressivos.

“Para o dono de supermercado, essas datas não podem simplesmente aumentar naturalmente um pouquinho as vendas. É preciso haver planejamento para aproveitar esse fluxo pra realmente criar um canhão de vendas”, afirma o empresário Pedro Della’Nora, que atua no setor supermercadista e orienta outros lojistas a impulsionar seus negócios com estratégias específicas para datas comemorativas.

A experiência de Della’Nora à frente do Ideal Supermercado, rede paranaense, mostra como essa abordagem pode ser eficaz. Na Páscoa de 2025, por exemplo, a rede cresceu 12,5% em vendas na comparação com o ano anterior — mesmo com o varejo nacional apresentando retração de 1,4% no período, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Já no Dia das Mães, a alta foi de 16%, chegando a 20% no sábado que antecedeu a data.

Segundo o empresário, o sucesso passa por ações coordenadas com antecedência, que envolvem desde negociações antecipadas com fornecedores até campanhas promocionais e ambientação temática. “Isso pode parecer básico, mas quando feito da maneira correta, acaba sendo o grande diferencial”, explica.

Um dos pilares fundamentais é a análise de dados internos, que permite entender o comportamento do consumidor e prever a demanda com mais precisão. “Quem acompanha os números da loja semana a semana identifica o que gira mais, o que pode ser promovido e, por isso, está sempre um passo à frente”, reforça Della’Nora.

Além da gestão eficiente do mix de produtos, o apelo visual e emocional tem papel importante. “A gente trabalha muito a loja fisicamente: decoração, layout e exposição de produtos relacionados à data. O cliente precisa entrar no mercado e sentir que tem algo especial acontecendo ali. Isso mexe com o emocional e impulsiona as vendas”, diz.

Essas estratégias, segundo o especialista, podem ser replicadas ao longo de todo o calendário, em datas como Dia dos Pais, Natal, São João, Black Friday e até mesmo aniversários da loja. “Cada data comemorativa é uma chance de se diferenciar da concorrência, fidelizar o cliente e melhorar o desempenho financeiro. Quem encara essas ocasiões com seriedade, colhe os frutos”, conclui.

Fonte: Brasil 247

Lula barra cortes em políticas sociais e quer alternativa ao aumento do IOF

Presidente garante política de valorização do salário mínimo e vinculação de benefícios previdenciários

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto (Foto: Adriano Machado / Reuters)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou qualquer possibilidade de que o ajuste fiscal do governo passe por cortes em políticas sociais. O recado foi transmitido à equipe econômica na segunda-feira (2), com a orientação clara de que os mais pobres não devem ser penalizados em meio às discussões sobre contenção de despesas, destaca o jornalista Gustavo Uribe em sua coluna na CNN Brasil.

Lula também reiterou seu compromisso com a valorização do salário mínimo e se opõe à proposta de desindexação dos benefícios previdenciários ao piso salarial nacional — uma sugestão defendida por setores do Centrão no Congresso.

No centro das negociações está o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que vem sofrendo resistência entre parlamentares. Para lidar com o impasse, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir novamente com o presidente para apresentar alternativas ao aumento da alíquota. A discussão ocorre em meio à pressão de lideranças do Legislativo, como os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com quem Haddad se encontrou na noite de segunda-feira.

De acordo com a reportagem, o governo avalia um conjunto de medidas para contornar a situação fiscal sem elevar o IOF. Entre as opções em estudo estão a criação de sobretaxas para apostas online e criptomoedas, o corte de benefícios tributários concedidos a determinados setores econômicos e a aprovação de propostas que reduzam os custos da máquina pública.

Duas proposições ganham destaque nas negociações com o Congresso Nacional: o projeto que limita os chamados supersalários no serviço público e a proposta que institui uma idade mínima para que militares da ativa ingressem na reserva. Segundo cálculos da equipe econômica, essas duas iniciativas, se aprovadas, podem representar uma economia anual de até R$ 6 bilhões aos cofres públicos.

A expectativa dentro do Palácio do Planalto é de que uma solução definitiva sobre o impasse do IOF seja apresentada até o fim desta semana. A tendência, no momento, é que o governo recue da proposta de aumento do imposto.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Presidente do Google no Brasil ataca o STF: “Ameaça a liberdade de expressão”

Fachada da sede do Google no Brasil. Foto: reprodução

O presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, se disse preocupado com o julgamento do artigo 19 do Marco Civil da Internet no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode alterar as regras de responsabilidade das plataformas digitais por conteúdo publicado por usuários. Em entrevista ao UOL na última segunda-feira (2), Coelho afirmou que a possível responsabilização automática das empresas, sem decisão judicial prévia, pode levar à remoção excessiva de conteúdo e prejudicar a liberdade de expressão no país.

O STF retoma na próxima quarta-feira (4) o julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19, que atualmente protege as plataformas de serem responsabilizadas civilmente por conteúdos de terceiros, exceto quando descumprem ordens judiciais de remoção.

Até agora, os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux votaram pela “responsabilização objetiva”, que obrigaria as empresas a remover conteúdos considerados ilegais sob risco de multas. Já o ministro Luís Roberto Barroso divergiu, defendendo que a remoção só ocorra após decisão judicial, exceto em casos graves como terrorismo e exploração infantil.

Coelho alertou que, se a tese da responsabilização automática prevalecer, as plataformas podem adotar uma postura mais restritiva para evitar sanções. “Qualquer matéria de jornalismo investigativo poderia ser removida, porque algumas pessoas podem se sentir caluniadas. O humor também fica em risco, assim como a propaganda eleitoral”, afirmou.

Fábio Coelho, presidente do Google Brasil. Foto: reprodução

O executivo ainda destacou que o Google defende ajustes “cirúrgicos” no Marco Civil, mas mantendo o princípio de que a Justiça deve decidir sobre a legalidade do conteúdo.

O executivo também comentou sobre outros projetos em discussão, como o PL das Fake News e a regulamentação da inteligência artificial (IA). Para ele, o foco deveria ser a IA: “Seria mais produtivo priorizar o projeto de lei de inteligência artificial, que pode criar um ambiente favorável a investimentos no Brasil”.

Sobre as acusações de alinhamento político, Coelho negou qualquer viés partidário. “O Google é apolítico e apartidário. Em Brasília, conversamos com todos os espectros políticos para garantir que o ambiente digital continue evoluindo”, disse.

O debate ocorre em meio a tensões entre o STF e plataformas estrangeiras. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes foi alvo de críticas de políticos estadunidenses após determinar a suspensão do X, antigo Twitter, no Brasil por descumprimento de ordens judiciais. Alguns congressistas dos EUA chegaram a ameaçar sanções contra autoridades brasileiras sob a alegação de censura.

Fonte: DCM com informações do UOL

Moraes e Gonet avançam sobre papel de réus da trama golpista; veja os próximos passos


O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Foto: Antonio Augusto/Secom/MPF


O Supremo Tribunal Federal (STF) entra em uma nova fase no processo da tentativa de golpe de Estado envolvendo Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Com o fim das audiências de testemunhas, o STF se prepara para iniciar, a partir da próxima semana, os interrogatórios dos oito réus do chamado “núcleo crucial”, incluindo o ex-presidente.

A série de depoimentos começará pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que firmou acordo de colaboração, e seguirá em ordem alfabética com os demais acusados.

Serão ouvidos o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general Augusto Heleno, o próprio Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto. Este último prestará depoimento por videoconferência, pois está preso preventivamente no Rio de Janeiro.

Próximos passos

Durante as audiências anteriores, o ministro Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, participaram ativamente, fazendo perguntas a algumas testemunhas e buscando detalhar o papel de cada réu na suposta trama golpista.

Ambos escolhiam, ao fim de cada fala, se queriam ou não fazer perguntas para a testemunha. Na próxima fase, é esperado que os réus possam esclarecer ou rebater as circunstâncias e os fatos que embasam a denúncia do Ministério Público.

Segundo a PGR, os acusados são responsáveis por articular e executar medidas para manter Bolsonaro no poder de forma ilegal após a derrota nas eleições de 2022. A denúncia aponta cinco crimes, como golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.

Após 52 testemunhas serem ouvidas, ministros do STF avaliam que os depoimentos indicados pela acusação reforçaram as alegações do Ministério Público. Já os apresentados pelas defesas teriam acrescentado pouco.

Após os interrogatórios, será aberto o prazo para as alegações finais e, em seguida, o julgamento será realizado pela Primeira Turma do STF, composta por Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF durante o julgamento da denúncia sobre a tentativa de golpe. Foto: Antonio Augusto/STF


Fonte: DCM

Carla Zambelli foge para o exterior


A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) em entrevista ao canal AuriVerde Brasil, no YouTube. Foto: Reprodução

A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que deixou o Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A parlamentar comunicou que pretende denunciar no exterior o que chama de “abusos” do Judiciário e se licenciou do mandato. Ela, que chamou o Parlamento de “covarde”, não revelou para qual país foi, mas disse que está na Europa.

“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade na Constituição; acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também”, disse em live do canal AuriVerde Brasil, no YouTube.

Ao ser questionada sobre quando tomou a decisão de sair do país, Zambelli afirmou que se decidiu após ouvir os conselhos de outro bolsonarista fujão: o blogueiro Allan dos Santos, que está nos Estados Unidos desde 2020, com o visto expirado e enfrentando investigações no Brasil.

“Eles me ceifaram, mas quando acham que morri, é quando renasço das cinzas — como a fênix. Quando julgam que minha árvore da vida secou, é quando ela mais dará frutos”, declarou Zambelli à Revista Oeste, de extrema-direita. “Nove ministros do STF imaginaram que, ao não ser mais parlamentar, eu seria finalmente combatida e silenciada.”

“Sem as amarras de um mandato, sem precisar me preocupar se minhas palavras vão ferir a vaidade de uma corte que perdeu seu poder constitucional, posso lutar ainda mais — por aquilo que é certo.”

Ela, no entanto, negou estar foragida. “Não há mandado de prisão contra mim. Além disso, a cassação ainda precisa ser analisada pela Câmara dos Deputados, que pode votar pela sua rejeição.”

“Falo espanhol e inglês e quero usar esses idiomas como ferramenta a favor da nossa causa. O papel do Eduardo [Bolsonaro] nos Estados Unidos é estratégico — e acredito que precisamos de uma articulação igualmente forte aqui na Europa.”


A condenação

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.

Com a condenação, Zambelli, eleita em 2022, torna-se automaticamente inelegível por oito anos, conforme a Lei da Ficha Limpa.

A inelegibilidade tem efeito imediato, uma vez que a Lei da Ficha Limpa determina que a pena começa a valer após a decisão colegiada, no caso, a decisão da Primeira Turma do STF. Assim, a inelegibilidade da bolsonarista se aplica a partir de 2022, ano dos fatos ocorridos.

No entanto, a perda de mandato e uma eventual prisão só ocorrerão se a condenação for confirmada após o julgamento de possíveis recursos que a defesa da parlamentar poderá apresentar, uma vez que o acórdão do julgamento for publicado. Essas duas medidas só serão aplicadas quando não houver mais possibilidade de recurso.

Fonte: DCM

Candidatura de Cristina Kirchner, anunciada à C5N, a posiciona como líder do peronismo

Ex-presidenta critica governo Milei, alerta para riscos do desdobramento eleitoral e defende unidade como chave para a recuperação do campo popular

                    Cristina Kirchner concede entrevista à C5N (Foto: Reprodução Youtube)

Em entrevista exclusiva ao jornalista Gustavo Sylvestre no programa Minuto Uno, da emissora argentina C5N, a ex-presidenta Cristina Fernández de Kirchner anunciou, nesta segunda-feira (2), sua candidatura a legisladora provincial pela Terceira Seção Eleitoral de Buenos Aires. A eleição está marcada para 7 de setembro e acontece no principal reduto do peronismo. Ao assumir publicamente a candidatura, Cristina reforça seu papel de liderança no campo oposicionista e volta a ocupar o centro do debate político argentino.

"Sim, vou ser candidata. Já havia dito isso em várias reuniões. É uma questão de bom senso. Se o peronismo tiver um mau resultado eleitoral em setembro, como isso vai repercutir no resto do país?", afirmou. Para a também presidenta do Partido Justicialista (PJ), o momento exige um esforço coletivo para impedir o avanço das forças liberais no comando da Argentina.

Cristina criticou ainda a estratégia do governador Axel Kicillof de desmembrar o calendário eleitoral da província em relação ao nacional — as eleições legislativas provinciais ocorrem em setembro, enquanto as nacionais estão marcadas para 26 de outubro. Embora tenha ressaltado que “jamais pediria a um governante que mudasse sua decisão”, considerou que o desdobramento “não seria o mais aconselhável”. “A província é muito grande, são 135 municípios e 17 milhões de pessoas que terão que votar duas vezes com sete semanas de diferença”, alertou.

Questionada sobre o simbolismo de disputar uma cadeira legislativa estadual, Cristina foi direta: “Esse é um problema de quem acha que a política é uma escada onde você vai subindo. Você tem que ir para onde mais pode servir no momento oportuno”. E acrescentou: “A Terceira Seção está subrepresentada, como todo o conurbano bonaerense”.

Ao comentar os recentes resultados eleitorais, a ex-presidenta destacou o desempenho do peronismo nas eleições legislativas de 18 de maio na capital argentina, em que Leandro Santoro liderou uma lista de unidade. “Não é que a unidade garante a vitória, mas se você está dividido, com certeza perde — e perde feio”, afirmou. “Salvo dois setores absolutamente minoritários, conseguimos construir uma corrente e fizemos uma eleição com 27 pontos.”

Na análise do cenário nacional, Cristina criticou duramente o governo de Javier Milei, que classificou como uma “direita anti-Estado, muito cruel e algo esotérica”. “Passaram do controle do dólar ao controle do salário. É uma direita que chega sem plano, copiando a ‘tablita’ de Martínez de Hoz”, disse. Sobre Milei, afirmou: “É um marginal da política que se ocupa dos ricos e dos que têm muito poder”, embora ressalte que “seria bom que se ocupasse dos problemas da marginalidade e da vulnerabilidade”.

Ela também recuperou os anos do governo de Mauricio Macri, a quem qualificou como representante de uma “direita mafiosa e cínica”. “Ganharam em 2015 dizendo que não iam tirar nada do que estava bom. E então começou uma perseguição devastadora. Convenceram as pessoas de que tudo o que tinham não era merecido. Disseram que a gente roubou um PIB. E no nosso governo não faltava dinheiro: lançávamos satélites, construíamos universidades, aumentávamos salários e pagávamos a dívida com o FMI”, ironizou. “Quando vieram os honestos e transparentes, não conseguiram fazer nada.”

Cristina também alertou para a fragilidade econômica atual e para o risco de um novo colapso financeiro. “Desde que se levantou o controle cambial, os argentinos compraram US$ 2 bilhões e enviaram ao exterior. A conta corrente está com um déficit de US$ 600 milhões. Não só não há investimento estrangeiro direto, como ele está indo embora”, declarou. “É um governo dependente de dívida, hoje sustentado pelo Fundo, com altíssimo endividamento. O default não é um cenário distante.”

Ela destacou que tanto o empréstimo do FMI ao governo Macri quanto o mais recente, ao governo Milei, excederam os limites estabelecidos pelas cotas argentinas. “Há responsabilidade de quem tomou a dívida, mas também de quem a concedeu”, apontou.

No encerramento da entrevista, Cristina defendeu a reforma da Constituição para que as eleições nacionais ocorram a cada quatro anos, seguindo o modelo de algumas províncias, mas reiterou seu apoio às eleições primárias obrigatórias (PASO), que considera fundamentais para evitar a fragmentação partidária. Ao colocar-se novamente como figura central do peronismo, Cristina Kirchner sinaliza que pretende liderar uma nova etapa de reorganização política frente ao avanço das políticas neoliberais.

Fonte: Brasil 247 com informações da C5N

Gleisi destaca desaceleração da inflação: "a realidade vai desautorizando os pessimistas e os especuladores"

Queda nos preços de alimentos e combustíveis, aliada à conta de luz zerada para os mais pobres, reforça cenário positivo, diz ministra

Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), comemorou nesta terça-feira (3) os sinais consistentes de desaceleração da inflação no Brasil. Em publicação nas redes sociais, Gleisi afirmou que os dados mais recentes demonstram a solidez da política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e rebatem o discurso de setores que apostavam no fracasso da gestão. “A realidade vai desautorizando os pessimistas e os especuladores”, escreveu.

Segundo a ministra, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta a quarta semana consecutiva de queda, com destaque para os alimentos. Produtos como ovos, tomate e arroz registraram redução de preços, aliviando o orçamento das famílias brasileiras. Outros indicadores, como o IPCA-15 e o IPC, também apontam para uma trajetória de desaceleração inflacionária.

Entre os fatores que reforçam essa tendência, Gleisi citou o corte anunciado pela Petrobras no preço da gasolina nas refinarias, com redução de 5,6%, conforme comunicado feito no dia anterior pela estatal. A medida, de acordo com estimativas de analistas do mercado, pode resultar em impacto direto de 0,1 ponto percentual a menos na inflação oficial (IPCA) ao longo de 2025.

Além disso, a ministra destacou a medida provisória assinada pelo presidente Lula que amplia a Tarifa Social de Energia Elétrica. A nova regra concede gratuidade total na conta de luz para famílias com consumo mensal de até 80 kWh e renda per capita inferior a meio salário mínimo. “Nas próximas semanas a conta de luz das famílias de renda menor vai ser zerada”, celebrou Gleisi.

A medida também traz mudanças estruturais ao setor elétrico, com a previsão de abertura do mercado livre de energia a partir de 2026 para comércios e indústrias e, em 2027, para todos os consumidores. O objetivo, segundo o governo, é ampliar a liberdade de escolha dos brasileiros quanto ao fornecedor de energia, promovendo maior concorrência e possível redução dos custos.

Para Gleisi, os indicadores recentes confirmam que o Brasil está “no rumo certo” e que as ações do governo Lula estão proporcionando benefícios concretos para a população. “O governo segue levando o país no rumo certo”, concluiu.
Fonte: Brasil 247

Haddad: pacote para substituir alta do IOF tem PEC e projeto de lei

O ministro da Fazenda afirmou que o plano é “robusto” e com impacto estrutural nas contas públicas

Ministro Fernando Haddad (Foto: Adriano Machado / Reuters)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (3) que o pacote de ajuste fiscal em negociação com o Congresso deverá incluir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um Projeto de Lei (PL), podendo contar ainda com uma Medida Provisória (MP), caso seja necessário. O pacote tem como objetivo substituir a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

"Ele (pacote de ajuste fiscal) prevê pelo menos uma PEC e um PL relativamente amplo. Dois diplomas legais com certeza, mas posso precisar, para questões tópicas, de uma MP que entre em vigor imediatamente para determinadas correções que eu possa ter que fazer, mas isso ainda não está decidido", declarou Haddad.

O ministro classificou o conjunto de medidas como um “plano robusto” e destacou que o impacto sobre as contas públicas será estrutural. Segundo ele, o conteúdo será levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta terça-feira. “Essa agenda já estava pré fixada durante o final de semana. Ele (presidente Lula) queria que na terça-feira as coisas se resolvessem para que ele pudesse viajar mais tranquilo”, afirmou.

Haddad também comentou o pacote de medidas do Ministério de Minas e Energia (MME), que pode elevar a arrecadação em até R$ 35,25 bilhões entre 2025 e 2026, e negou que essa proposta esteja sendo tratada no mesmo contexto das medidas em negociação com o Congresso.

“Já tem uma lei no Congresso, que já foi encaminhada pela área econômica por provocação do MME, já está lá, pelo menos metade desse valor anunciado pelo ministro já está contabilizado para este ano, para fechar a meta fiscal. Tem uma outra parte que pode ser utilizada ainda neste ano, mas temos que mirar o centro da meta. Então ela não é aquilo que os dois presidente das Casas estão propondo, que são medidas estruturais que dão conforto para o país, de médio a longo prazo”, explicou.

Na véspera, Haddad se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir os impactos das medidas e os esboços das propostas. Também participaram do encontro os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Alexandre Padilha (Saúde), além dos líderes do governo no Congresso, José Guimarães (PT-CE) e Jaques Wagner (PT-BA).

“Acredito que o tamanho está bom, acredito que até superior do que nós fizemos no ano passado, e dá uma estabilidade douradoura nas contas”, avaliou Haddad. “Tecnicamente é um plano robusto, politicamente está amparado.”

Fonte: Brasil 247

Grupo que “caçava comunistas” fez “encontro de patriotas” com desembargador e deputado


O coronel Etevaldo Luiz Caçadini, ex-colega de Bolsonaro, durante o 1º Encontro Nacional dos Grupos Patriotas, no Clube Militar, no Rio de Janeiro, em 2023. Foto: Reprodução

O coronel reformado do Exército Etevaldo Luiz Caçadini, apontado como líder do grupo de extermínio chamado “Comando C4” — sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos — foi o anfitrião do 1º Encontro Nacional dos Grupos Patriotas, realizado no Clube Militar, no Rio de Janeiro, em 16 de setembro de 2023, conforme informações do site Come Ananás.

O evento contou com a presença do desembargador aposentado Sebastião Coelho e do deputado federal General Girão (PL-RN), ambos simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O encontro ocorreu menos de três meses antes do assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, crime que levou à prisão de Caçadini e à descoberta do Comando C4. Segundo a PF, o grupo está ligado a um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Durante o evento, Caçadini agradeceu publicamente a Sebastião Coelho, chamando-o de “grande amigo” e “parceiro nosso ativo”. Naquele ano, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) havia aberto investigação contra Coelho por incitar atos golpistas quando era desembargador do TJ do Distrito Federal.

Atualmente, ele atua como advogado de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, e chegou a ser detido no Supremo Tribunal Federal (STF) por tumultuar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente.

Em seu discurso, Caçadini apontou para a bandeira do Brasil e disse: “essa bandeira aqui, ela não merece ser vermelha”. Já Sebastião Coelho afirmou que o STF “tomou as atribuições do Poder Executivo e as atribuições do Congresso Nacional”.

Etevaldo Luiz Caçadini e Sebastião Coelho durante o 1º Encontro Nacional dos Grupos Patriotas, no Clube Militar, no Rio de Janeiro, em 2023. Foto: Reprodução



Durante o evento, Girão declarou que “o Brasil continua sob ameaça e, para reagir, não basta o poder das armas. Tem que buscar o apoio da população, item básico da boa guerrilha”. Em tom de ironia, acrescentou: “Eu não quero dizer que a gente vai ser guerrilheiro, não. Daqui a pouco vão estar me processando de novo lá.”

Em janeiro deste ano, Girão foi condenado na esfera cível a pagar R$ 2 milhões por incentivar atos golpistas. No STF, há um inquérito sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes que investiga seu envolvimento no 8 de janeiro.

General Girão e coronel Caçadini durante o 1º Encontro Nacional dos Grupos Patriotas, no Clube Militar, no Rio de Janeiro, em 2023. Foto: Reprodução


Selfies com bolsonaristas

Outro participante do evento foi Hedilerson Barbosa, instrutor de tiro e também acusado de envolvimento no assassinato de Roberto Zampieri. Segundo a PF, ele integra o Comando C4. Hedilerson se apresenta como “veterano do Exército Brasileiro” e usa camisetas com a sigla AREB (Associação dos Reservistas do Brasil).

No Clube Militar, tirou selfies com Sebastião Coelho e General Girão, além de já ter aparecido com os deputados bolsonaristas Nikolas Ferreira (PL-MG) e Marcos Pollon (PL-MS), este último fundador do Movimento Pró-Armas


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O presidente do Clube Militar, general Sérgio Tavares Carneiro, também é ex-colega de Bolsonaro, Caçadini e Girão na Aman, da turma de 1975. Seu filho, Victor Carneiro, foi diretor da Abin durante o governo Bolsonaro, substituindo Alexandre Ramagem.

Nas investigações sobre a conspiração golpista de 2022, o general Augusto Heleno chegou a citar Victor Carneiro em um plano para infiltrar agentes da Abin nas campanhas adversárias.

Em endereços ligados a Caçadini, a PF encontrou uma tabela com preços para serviços de espionagem e assassinatos sob encomenda, tendo como alvos deputados, senadores e ministros do STF.

Em suas lives na conta “Frente Ampla Patriótica”, Caçadini frequentemente atacava o ministro Flávio Dino, do STF, a quem chamava de “comunista convicto”.

Fonte: DCM

Haddad apresenta a Lula pacote para substituir alta do IOF: "plano de voo está bom"

Medidas propostas buscam conter desgaste político e garantir a meta fiscal de 2025

           Lula e Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pretende submeter nesta terça-feira (3) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um novo conjunto de propostas fiscais que substitui a polêmica elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Essa agenda [com Lula] já estava pré-fixada. Ele queria que na terça as coisas se resolvessem, para que ele pudesse viajar mais tranquilo, com as coisas endereçadas. E eu acredito que o plano de voo está bom, até superior ao que fizemos no ano passado. Do meu ponto de vista, dá uma estabilidade duradoura para as contas no próximo período”, afirmou Haddad, de acordo com o g1.

A proposta de aumento do IOF havia sido anunciada duas semanas atrás como alternativa para elevar a arrecadação federal e cumprir as metas fiscais de 2025. A reação, porém, foi amplamente negativa: tanto o mercado financeiro quanto parlamentares criticaram a iniciativa, forçando o governo a recuar. O pacote que será levado a Lula não inclui a proposta do Ministério de Minas e Energia de ampliar leilões e áreas de exploração de petróleo, com potencial de arrecadação estimado em R$ 35 bilhões até 2026.

“Tem um projeto no Congresso que já foi encaminhado pela área econômica por provocação do Ministério de Minas e Energia. Já está lá. Pelo menos metade do valor anunciado pelo ministro já está contabilizado para esse ano, para fechar a meta fiscal. Que nós vamos manter, como fizemos o ano passado”, disse Haddad.

Mesmo assim, o ministro reiterou que o governo não abrirá mão de apresentar novas ações. Segundo ele, há uma exigência política por mudanças estruturais e por metas mais ambiciosas: “Para garantir um ambiente político de qualidade, nós precisamos de reformas estruturais. O Congresso pediu, a Fazenda organizou, apresentou. Obviamente que isso vai depender agora de uma avaliação dos partidos políticos, mas só o fato de termos o aval do presidente das duas Casas já é uma coisa muito significativa”, declarou, conforme a reportagem.

De acordo com Haddad, o foco do governo é alcançar o “centro da meta” de resultado fiscal – ou seja, déficit zero –, e não apenas permanecer dentro da margem de tolerância. Além disso, Câmara e Senado demandaram alternativas sustentáveis como contrapartida para não derrubar o decreto presidencial que elevava o IOF, o que forçou a reformulação da estratégia da equipe econômica.

Na noite de segunda-feira (2), o ministro da Fazenda reuniu-se com os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para apresentar um esboço do novo pacote. Também participaram do encontro os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Alexandre Padilha (Saúde), além dos líderes do governo, José Guimarães (PT-CE) na Câmara, e Jaques Wagner (PT-BA) no Senado. A reunião avançou até depois da meia-noite, e nenhum dos presentes deu declarações à imprensa ao sair da residência oficial da Câmara.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1