O Ministério das Mulheres e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, se solidarizaram com Marina Silva, titular do Meio Ambiente, após ataques sofridos na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal. O bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO), presidente do colegiado, e Plínio Valério (PSDB-AM) foram os autores das ofensas.
A pasta classificou o episódio como “muito grave, lamentável, além de misógino”. “Foi desrespeitada e agredida como mulher e como ministra por diversos parlamentares — em março, um deles já havia inclusive incitado a violência contra ela”, escreveu a pasta.
Em nota, o ministério também cobrou uma retratação dos senadores e disse desejar que episódios do tipo não se repitam na Casa Legislativa. “Toda a minha solidariedade e apoio à Marina Silva, liderança política respeitada e uma referência em todo o mundo na pauta do meio ambiente”, prosseguiu.
Gleisi, por sua vez, expressou, em nome do governo, “repúdio aos agressores e total solidariedade” a Marina. “Inadmissível o comportamento do presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, Marcos Rogerio, e do senador Plinio Valério, na audiência de hoje com a ministra Marina Silva. Totalmente ofensivos e desrespeitosos com a ministra, a mulher e a cidadã”, afirmou.
A ministra foi atacada durante uma discussão na comissão nesta terça. Marcos Rogério, que cortou o microfone usado por ela diversas vezes após reclamações sobre a condução dos trabalhos do colegiado, foi acusado de sexismo por Marina, que ainda disse que ele queria ver uma “mulher submissa”.
“Me respeite, ministra, se ponha no teu lugar. Vossa Excelência está chamando este presidente de sexista. Vossa Excelência veio a essa comissão para tumultuar. Todos os ministros que vieram a esta comissão eu tratei com o maior respeito e estou te tratando com a mesma dignidade”, disse o bolsonarista.
Em outro momento, Valério disse a seguinte frase: “A mulher merece o respeito. A ministra, não”. Ele já esteve envolvido em outra discussão com Marina e chegou a dizer que tinha vontade de enforcá-la.
A titular do Meio Ambiente deixou o colegiado após pedir uma retratação pública do senador do PSDB. Ele se recusou a pedir desculpas e a ministra deixou a sala onde ocorria a audiência.
Fonte: DCM