segunda-feira, 22 de setembro de 2025

População mostrou que não quer impunidade e anistia, diz Lula

“O Congresso Nacional deve se concentrar em medidas que tragam benefícios para o povo brasileiro”, disse o presidente

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto - 30/7/25 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou neste domingo (21) a importância das manifestações realizadas em diversas cidades do país contra a anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Em declaração oficial, Lula afirmou estar alinhado com o sentimento popular expresso nas ruas.

“Estou do lado do povo brasileiro. As manifestações de hoje demonstram que a população não quer a impunidade, nem a anistia. O Congresso Nacional deve se concentrar em medidas que tragam benefícios para o povo brasileiro”, afirmou o presidente, que chega em Nova YorK neste domingo para participar da Assembleia Geral da ONU.

Mobilizações em todo o Brasil

As ruas foram tomadas por atos em defesa da democracia e contra a chamada PEC da Blindagem. Na Avenida Paulista, em São Paulo, cerca de 42,3 mil pessoas participaram do protesto, segundo dados do Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP). O levantamento considerou o público às 15h30 em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), com margem de erro de 4,8 mil pessoas.

No Rio de Janeiro, 41,8 mil manifestantes se reuniram em Copacabana, de acordo com a mesma metodologia da USP. O ato, batizado de “Brasil nas ruas”, contou com a presença de parlamentares e artistas.

Entre os nomes que se apresentaram em um trio elétrico estavam Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Marina Sena, Maria Gadú e Os Garotin. Canções como Podres poderes, de Caetano, e Cálice, interpretada por Chico e Gil, marcaram o tom político e cultural da manifestação.

Também foram registradas manifestações em outras capitais como Belo Horozonte, Brasília, Salvador, Recife, Natal, Porto Alegre, Curitiba e Teresina.
Fonte: Brasil 247

Mercado corta projeções para inflação e Selic em 2026, diz Boletim Focus

A estimativa para o IPCA caiu de 4,30% para 4,29%, enquanto a previsão para a Selic passou de 12,38% para 12,25%

Sede do Banco Central, em Brasília - 17/12/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


Por Felipe Moreira, do Infomoney - As projeções de mercado para a inflação e Selic em 2026 foram revisadas para baixo nesta segunda-feira (22), segundo o Relatório Focus divulgado pelo Banco Central. A estimativa para o IPCA caiu de 4,30% para 4,29%, enquanto a previsão para a Selic passou de 12,38% para 12,25%.

A projeção para inflação neste ano permaneceu em 4,83%.

A mediana para o câmbio em 2025 também ficou em R$ 5,50.

Já projeção do PIB ficou em 2,16%.

Enquanto isso, a previsão para taxa básica de juros neste ano ficou em 15% pela décima terceira semana seguida.

◈ Inflação

A projeção para 2027 ficou em 3,90%, enquanto para 2028, a estimativa ficou em 3,70%.

Para o IGP-M, as projeções para 2025 caíram de 1,10% para 1,09%, enquanto a estimativa para 2026 recuou de 4,20% para 4,18%. Para 2027, a projeção de inflação caiu de 4,20% para 4,18%, enquanto para 2028 permaneceu em 4%.

As expectativas para a variação dos preços administrados dentro do IPCA em 2025 subiu de 4,66% para 4,75%. As projeções para 2026 caíram de 4,00% para 3,97%. Para 2027, a estimativa ficou em 4,00%, enquanto para 2028, a estimativa permaneceu em 3,65%.

◈ Câmbio

Para 2026, a estimativa ficou em R$ 5,60, enquanto a projeção para 2027 também permanece em R$ 5,60. Para 2028, a estimativa permaneceu em R$ 5,54.

◈ PIB

Para o produto interno bruto (PIB), a mediana das projeções de 2026 ficou em 1,80%. A projeção permaneceu em 1,90% em 2027. Para 2028, a projeção continuou em 2%, há 80 semanas.

◈ Selic

A estimativa para 2027 permaneceu em 10,50%. Para 2028, a estimativa permaneceu em 10% por 39 semanas.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

“Tiro no pé”: bolsonaristas admitem erro com blindagem e anistia após atos de domingo

 

Manifestação contra a PEC da Blindagem na Avenida Paulista (SP). Foto: CUT
As manifestações realizadas no domingo (21) em todas as capitais do país contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia revelaram o tamanho do desgaste político enfrentado pela Câmara dos Deputados após a aprovação das duas medidas. Os atos, que reuniram milhares de pessoas, foram uma resposta direta ao avanço das propostas articuladas pelo Centrão e pela bancada bolsonarista, ambas vistas pela opinião pública como tentativas de autoproteção parlamentar e de perdão a Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe de Estado.

As votações da semana anterior, que aprovaram a PEC da Blindagem na Câmara e garantiram regime de urgência ao projeto de anistia, foram resultado de um acordo costurado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sob influência de Arthur Lira (PP-AL).

O acerto ocorreu após a pressão de agosto, quando bolsonaristas e o Centrão tomaram as mesas diretoras da Câmara e do Senado em um motim contra a prisão domiciliar de Bolsonaro. O pacto garantiu que as duas pautas prioritárias desses grupos fossem colocadas em votação.

Para o Centrão, a prioridade é a aprovação da PEC da Blindagem, que cria obstáculos a investigações contra parlamentares, sobretudo nos casos ligados às emendas. Mais de 80 deputados estão na mira de apurações em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Já os bolsonaristas concentraram sua força no projeto de anistia, com o objetivo de beneficiar Bolsonaro e aliados condenados pelos atos de 8 de janeiro. A união dos dois blocos garantiu a tramitação, mas também ampliou o desgaste público.

Segundo Andréia Sadi, da GloboNews, um aliado de Bolsonaro admitiu reservadamente que atrelar a tramitação da anistia à blindagem parlamentar foi “um tiro no pé”. Isso porque, além de comprometer o avanço das propostas, a estratégia deixou como herança a imagem de que a direita patrocinou o movimento de autoproteção legislativa.

A repercussão negativa foi imediata. As manifestações de domingo mostraram que a percepção da sociedade é de que os dois projetos representam retrocessos.

Nas redes sociais, a PEC da Blindagem passou a ser chamada de “PEC da Bandidagem”, termo que ganhou força entre manifestantes e figuras públicas.

Manifestantes em Brasília contra a PEC da blindagem. Foto: Reprodução/AFP

No Senado, o cenário é ainda mais desfavorável para a PEC. A resistência cresceu nos últimos dias e tornou praticamente inviável a sua aprovação. Senadores que antes se diziam indecisos já admitem votar contra o texto.

Até mesmo aliados do governo e parte da oposição avaliam que a proposta dificilmente encontrará espaço para prosperar, diante da forte rejeição popular. O relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Alessandro Vieira (MDB-SE), já sinalizou que seu parecer será pela rejeição.

Além da dificuldade legislativa, a estratégia dos dois blocos abriu um novo flanco de desgaste político. Parlamentares que apoiaram a PEC e a urgência da anistia foram alvos de críticas em suas bases eleitorais e muitos se apressaram em justificar ou recuar de seus votos.

A pressão popular, demonstrada nos protestos de domingo, pode se consolidar como fator decisivo para enterrar de vez as duas iniciativas no Congresso.

Fonte: DCM com informações da GloboNews

O recado de Moraes após derrubar acordo com bolsonarista do 8/1

O bolsonarista Kelson Lima. Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou um recado claro aos réus do 8 de Janeiro que firmaram acordos de não persecução penal: se omissão de crimes for identificada, a tratativa será anulada. Recentemente, Moraes anulou o acordo do bolsonarista Kelson Lima, um dos réus dos atos golpistas de 2023, por omitir a participação em crimes violentos durante a invasão dos três Poderes.

A decisão resultou no retorno de Lima ao regime de tornozeleira eletrônica, além de ter que deixar os serviços comunitários a que havia sido condenado. A decisão foi tomada após a Polícia Federal (PF) analisar o celular de Lima e descobrir que ele havia participado da invasão ao Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, ato que ele não havia admitido em seu acordo.

O ministro atendia a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegou que Lima cometeu “atos de violência” durante os ataques de 8 de Janeiro, além de outros crimes graves, mais severos do que aqueles que o réu havia confessado.

A decisão foi assinada por Moraes na terça-feira, 16 de setembro, e veio como um aviso sobre a seriedade das tratativas para a redução de penas nos casos envolvendo atos golpistas.

Bolsonaristas no 8 de janeiro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Lima, que havia assinado um acordo de não persecução penal em novembro de 2023, inicialmente confessara que se encontrava no acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília no dia 8 de janeiro. Ele havia declarado apoio à intervenção militar, defendendo que as Forças Armadas não deveriam permitir a continuidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente. Contudo, ao omitir sua participação nas invasões, a confissão deixou de ser considerada válida.

A Procuradoria-Geral da República havia questionado o acordo, destacando que a participação de Lima nos atos de violência não tinha sido devidamente reconhecida. Além disso, a PGR apontou que o réu havia omitido informações cruciais sobre a sua atuação no dia dos ataques.

“O acordo de não persecução penal se baseia na confissão verdadeira dos atos do réu, e qualquer omissão implica em invalidação da tratativa”, afirmou o órgão.

Fonte: DCM

CPMI ouve ex-diretor financeiro apontado como sócio do 'Careca do INSS'


Reunião da CPMI do INSS na quinta-feira (18) - (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A CPMI do INSS deve ouvir na segunda-feira (22), a partir das 16h, mais um suposto sócio de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. Rubens Oliveira Costa havia sido convocado para depor como testemunha na quinta-feira (18), mas não houve tempo para que fosse ouvido. Costa foi o antecessor de Milton Salvador de Almeida, no mesmo cargo de diretor financeiro das empresas de Antunes. Salvador prestou seu depoimento na CPMI na quinta à noite, negando qualquer vínculo societário com Antunes e se qualificando como mero prestador de serviços.

A convocação de Rubens Oliveira Costa foi pedida em 11 requerimentos na CPMI, um deles do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). No pedido (REQ 1856/2025), o relator cita as empresas de Antunes das quais Costa seria sócio, entre elas a Acca Consultoria Empresarial, apontada como parte do esquema das fraudes do INSS. O antigo diretor financeiro também seria sócio de pessoas apontadas como recebedoras de valores provenientes de entidades associativas, que faziam descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas.

“Em vista disso, descortina-se a direta vinculação de Rubens Oliveira Costa na ‘farra do INSS’, sendo necessário que seja ouvido para que se entenda sua relação com os fatos investigados por esta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito”, disse o relator no pedido.

No depoimento prestado na quinta-feira, Salvador declarou ser apenas responsável pelo sistema de contas a pagar e contas a receber das empresas, emitindo e pagando as notas fiscais determinadas pelo Careca, no valor médio de R$ 10 milhões mensais. Alegou não ter conhecimento dos serviços prestados pelas empresas e não ter desconfiado do esquema criminoso.

O técnico em contabilidade relatou, nas respostas aos parlamentares, que só tomou consciência sobre as irregularidades quando recebeu os agentes da Polícia Federal no escritório onde trabalhava e passou a acompanhar o noticiário. Declarou que após o contato com a PF pediu a Antunes, imediatamente, para interromper seu contrato como pessoa jurídica, na prestação de serviços de contabilidade. Informou que Antunes mantinha contrato com uma empresa, a Voga, para realizar os outros serviços de contabilidade. Indagado sobre Rubens Costa, que também é apontado como sócio, Salvador afirmou que foi seu antecessor no cargo de diretor financeiro e que trabalharam pouco tempo juntos.

Testemunha

Rubens Costa, convocado na condição de testemunha, enviou um documento à CPMI. Por meio de seus advogados, ele argumentou que deveria ser convocado na condição de investigado, já que a sua prisão preventiva foi pedida pela CPMI. Para ele, a convocação na condição de investigado daria garantias constitucionais, como o direito de ficar calado para não produzir provas contra si.

O pedido foi negado pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG). Viana afirmou que a decisão de convocar o depoente como testemunha foi colegiada e que não haveria amparo regimental, legislativo ou constitucional para que isso fosse alterado pela presidência da CPMI.

Fonte: Agência Senado

Motta admite desgaste político após virar alvo da maior onda de protestos em 12 anos

Presidente da Câmara disse esperar críticas, mas mantém prioridade em fortalecer apoio político interno na Câmara

   O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrentou no domingo (21) manifestações massivas, as maiores em mais de uma década, contra a direita e o centrão em diversas capitais do país. Segundo a coluna da jornalista Daniela Lima, do UOL, apesar da pressão popular, aliados afirmam que Motta tentou transmitir tranquilidade. Segundo interlocutores, ele já havia admitido que pagaria um “preço público” pelas decisões tomadas na Casa.

☉ Desgaste calculado em prol da base interna

Na reunião de líderes que definiu a votação da PEC da Blindagem e da urgência do projeto de anistia, Motta deixou claro que sabia das críticas. “É o que a maioria quer? Eu pago o preço, mas preciso que depois a Casa ande, que funcione, que tenha uma pauta que fale pra fora”, relatou um auxiliar.

O movimento, segundo aliados, foi estratégico: ao priorizar a pauta interna, o deputado buscou fortalecer sua imagem junto aos partidos e assegurar sua governabilidade à frente da Câmara.

☉ João Pessoa pede não-reeleição de Motta

Na capital paraibana, João Pessoa, onde está a principal base eleitoral do parlamentar, os manifestantes foram diretos: pediram sua não-reeleição. Para um amigo próximo, a reação já reflete o clima de pré-campanha. “É preciso entender que entramos numa dinâmica já de pré-eleição, né?”, disse. O aliado ainda destacou que Motta constrói seu projeto político na Paraíba em aliança com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

☉ Compromissos com líderes partidários

Motta declarou à imprensa, na noite de domingo, que pretende encerrar ainda nesta semana as discussões sobre a anistia. Também reforçou que, mesmo que o Senado derrube a PEC da Blindagem, considera ter cumprido sua promessa de levar o tema ao plenário.

“As pessoas não entendem que ele estava ciente do desgaste, mas fez o que fez para ficar forte internamente. Não há no governo, na oposição ou no Supremo quem possa se dizer traído. E com os líderes [de partidos], ele está na mais alta conta”, afirmou um assessor próximo ouvido pela reportagem.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Daniela Lima, no UOL

Gilmar destaca mensagem das ruas contra anistia: “hora de olhar adiante”

Ministro do STF afirma que atos em todo o país reforçam defesa da democracia e rejeitam retrocessos institucionais

      Gilmar Mendes (Foto: STF via Flickr)


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes avaliou que as manifestações realizadas no domingo (21) contra a proposta de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro são uma demonstração da vitalidade da democracia brasileira.

Para ele, a mobilização mostrou a vitalidade do compromisso democrático da população. “As manifestações de hoje contra a anistia dos atos golpistas são a prova viva da força do povo brasileiro na defesa da democracia”, destacou Gilmar.

⊛ Apoio ao Supremo e à democracia

O ministro lembrou que, em diferentes momentos dos protestos, houve acenos ao Supremo Tribunal Federal. “Em diferentes momentos, registraram-se demonstrações de apoio ao STF, que esteve, mais uma vez, à altura da sua história, cumprindo com coragem e firmeza a missão de proteger as instituições e responsabilizar exemplarmente os que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou.

Segundo Gilmar, a presença da bandeira nacional nos atos reforçou o simbolismo da mobilização. “Graças à atuação vigilante do STF e à mobilização da sociedade, o Brasil reafirma que não há espaço para rupturas ou retrocessos. Não por acaso, a bandeira que se estendeu nas ruas foi a do Brasil, símbolo maior da nossa soberania e da unidade nacional.”

⊛ Chamado à unidade dos Poderes

Em sua manifestação, o decano da Corte também defendeu a necessidade de união institucional. “A mensagem é clara: é hora de olhar adiante! Precisamos transformar essa energia democrática em um grande pacto nacional entre Executivo, Legislativo e Judiciário, comprometido com uma agenda de reconstrução e de futuro”, escreveu.

Ele acrescentou que o país demanda avanços concretos em áreas estratégicas. “O país clama por estabilidade e por avanços concretos em áreas como economia, segurança pública, meio ambiente e justiça social. Somente com unidade e visão de longo prazo construiremos um Brasil mais forte e verdadeiramente democrático para as próximas gerações.”

⊛ Mobilização em todas as capitais

Os protestos foram convocados por partidos políticos, movimentos sociais, artistas e influenciadores digitais, com foco principal na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, chamada de “PEC da Blindagem”, e no Projeto de Lei da Anistia.

As manifestações ocorreram nas 27 capitais brasileiras. Pela manhã, os atos tiveram início em Brasília, Salvador e Belo Horizonte. No período da tarde, ganharam força em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

Fonte: Brasil 247

Lula leva à ONU agenda de soberania, Gaza e democracia, em contraste com Trump

Presidente brasileiro terá série de compromissos em Nova York que destacam pautas opostas às do presidente dos EUA

      Presidente Lula discursa na abertura da 79a Assembleia Geral da ONU (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inicia nesta segunda-feira (22) uma intensa agenda em Nova York, marcada por temas que contrastam com as posições defendidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o jornal O Globo, Lula participará de encontros sobre a crise humanitária em Gaza, de um evento internacional sobre democracia e, sobretudo, da abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira (23).

A expectativa é que o discurso do presidente brasileiro na ONU reforce a defesa da soberania, a crítica às sanções unilaterais e a cobrança por compromissos climáticos, em meio ao período mais delicado das relações entre Brasil e EUA em mais de dois séculos. O encontro poderá colocar Lula e Trump frente a frente: como manda a tradição, o Brasil abre os trabalhos, seguido pelos Estados Unidos.

◎ Discurso cauteloso, mas com recados

Fontes do governo informaram que o discurso de Lula foi preparado para evitar um confronto direto com Trump, embora deva conter mensagens críticas ao uso de tarifas, sanções e pressões políticas como instrumentos de política externa.

A viagem ocorre logo após novas ameaças de retaliação de Washington. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou que a resposta dos EUA à condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) será conhecida nesta semana. O governo Trump considera o processo uma “caça às bruxas” e chegou a impor sanções contra autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes.

◎ Popularidade e respaldo público

Apesar de enfrentar índices de reprovação de 51% em seu terceiro mandato, Lula tem encontrado respaldo popular diante das medidas adotadas por Trump. Pesquisa Genial/Quaest divulgada na última semana mostrou que 64% dos brasileiros aprovam a defesa da soberania feita pelo Planalto diante da crise com os Estados Unidos.

No discurso, Lula deve enfatizar que o Brasil respeita o multilateralismo e condena ameaças econômicas ou militares como formas de pressão. O presidente também pretende reforçar o convite à comunidade internacional para a COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA).

◎ Gaza, clima e paz

Antes de subir à tribuna da ONU, Lula participa nesta segunda de um debate sobre a criação de dois Estados, Israel e Palestina, iniciativa apoiada por França e Arábia Saudita. O encontro contrasta diretamente com a política de Trump, que tem dado suporte às ofensivas israelenses contra Gaza.

Na Assembleia, Lula também deve reiterar críticas ao genocídio do povo palestino e defender a negociação de um acordo de paz para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia. Outros pontos centrais serão a reforma do Conselho de Segurança da ONU, a luta contra a fome e a pobreza e a transição energética.

◎ Evento em defesa da democracia

Outro momento de destaque na passagem de Lula por Nova York será sua participação, na quarta-feira (24), como co-presidente do evento “Em Defesa da Democracia: Combatendo os Extremismos”, ao lado de líderes como Pedro Sánchez (Espanha), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia) e Luis Lacalle Pou (Uruguai).

Na primeira edição do encontro, realizada no Chile em julho, Lula já havia mandado um recado indireto a Trump: “A democracia está perdendo espaço, não para o socialismo, mas para a extrema direita, com comportamento nazista, fascista, que não respeita a relação civilizada entre os iguais e desiguais”, declarou.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

"A derrota da extrema-direita está em nossas mãos", diz Elias Jabbour após manifestações de domingo



Atos em várias capitais marcam a retomada da esquerda nas ruas e reforçam discurso contra a anistia e a PEC da Blindagem

Montagem com Elias Jabbour à esquerda e, à direita, manifestação na Avenida Paulista (Foto: Reprodução/X/@eliasjabbour | Paulo Pinto/Agência Brasil)

As manifestações populares realizadas neste domingo (21) em diferentes capitais brasileiras foram destacadas pelo professor Elias Jabbour em uma publicação nas redes sociais. Ele classificou o dia como “histórico” e ressaltou que os atos, marcados pelas cores verde e amarela e pela presença de bandeiras nacionais, simbolizam um reencontro do campo progressista com as ruas. Segundo Jabbour, “a derrota da extrema-direita entreguista está em nossas mãos” e a mobilização deve se transformar em força política para as eleições de 2026.

Em sua postagem, o professor observou que setores da extrema-direita ainda recorrem a símbolos como a bandeira dos Estados Unidos e dependem do presidente norte-americano, Donald Trump. “Eles se rastejam por uma bala de prata de Trump contra nós. Já nós temos a tarefa de sermos consequentes”, afirmou. Para Jabbour, a prioridade é consolidar um movimento nacional em defesa da soberania e da democracia.

◉ Mobilização nacional

Os atos reuniram dezenas de milhares de pessoas em diversas capitais, representando um marco após anos de predominância da direita nas ruas, especialmente desde a ascensão de Jair Bolsonaro (PL). Em Belo Horizonte, organizadores calcularam cerca de 50 mil manifestantes na Praça Raul Soares. Em Brasília, o deputado distrital Fábio Felix (Psol) estimou 30 mil pessoas no Museu da República.

Na Bahia, os protestos começaram cedo com um trio elétrico conduzido pela cantora Daniela Mercury, acompanhada pelo ator Wagner Moura. “Aqui na Bahia a extrema direita não se cria. Nossa democracia botou para lenhar. Sem bandidagem, sem anistia e sem esculhambação”, declarou Moura. Daniela Mercury e o rapper Baco Exu do Blues também reforçaram os gritos contra a anistia.

Em Belém, o ator Marco Nanini se juntou à manifestação na Praça da República. Já em São Paulo, a Avenida Paulista foi tomada por cartazes pedindo a prisão de Bolsonaro e o fim da chamada “PEC da Blindagem”.

◉ Shows e símbolos políticos

As manifestações ganharam tom cultural com apresentações artísticas em várias cidades. No Rio de Janeiro, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque se apresentaram em Copacabana, enquanto em Brasília os destaques foram Djonga e Chico César.

Símbolos e performances também marcaram os atos. Um boneco inflável representando Jair Bolsonaro com as mãos ensanguentadas chamou a atenção em São Paulo, ao lado de faixas criticando a anistia a condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Cartazes também atacaram Donald Trump, que recentemente impôs tarifas sobre produtos brasileiros.

Fonte: Brasil 247

Lewandowski vai à ONU para explicar julgamento de Bolsonaro pelo STF

Ministro da Justiça participa da Assembleia Geral da ONU para esclarecer autoridades estrangeiras sobre o julgamento do ex-mandatário

Ministro Ricardo Lewandowski 24/03/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, desembarcou nos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU com uma missão clara: atuar como interlocutor do Judiciário brasileiro diante de autoridades internacionais que levantam dúvidas sobre a condenação de Jair Bolsonaro e de seus aliados pela tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023.

A presença de Lewandowski na comitiva brasileira foi considerada estratégica pelo governo, especialmente diante da possibilidade de novas sanções por parte dos Estados Unidos contra o Brasil e contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que participaram do julgamento. “Sim, ele está mirando ser essa ponte, construir algo que faça com que entendam o processo no Brasil, mas não há sinal de que o lado de lá está disposto”, afirmou um aliado do ministro, de acordo com a coluna de Daniela Lima, do UOL.

Missão diplomática em meio a tensões

Lewandowski, que foi ministro do STF por mais de 15 anos e chegou a presidir a Corte, assumiu o Ministério da Justiça após convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando Flávio Dino foi nomeado para o Supremo. Desde então, carrega a missão de reorganizar a política de segurança pública no país, em um cenário de forte pressão e disputas políticas internas.

A trajetória do ministro reforça o peso de sua participação em Nova York. Além da experiência no Judiciário, Lewandowski é autor da Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública, que busca ampliar a cooperação entre polícias estaduais e federais. O texto, porém, está parado no Congresso desde abril deste ano, aguardando avanço nas negociações.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Daniela Lima, do UOL

Atos foram resposta à "aliança entre Centrão e bolsonarismo" no Congresso, diz Lindbergh

Líder do PT afirma que manifestações colocaram ‘em xeque’ o ‘semipresidencialismo que estava sendo imposto’ ao governo Lula

       Lindbergh Farias (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil | Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

As manifestações realizadas no domingo (21) em todas as capitais brasileiras ganharam destaque na avaliação do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias. Em fala publicada por Bela Megale, do jornal O Globo, o deputado apontou que a mobilização popular não se limita ao rechaço à anistia dos golpistas de 8 de janeiro e a Jair Bolsonaro (PL), mas representa um questionamento mais profundo sobre a condução política do Congresso.

"Acredito que vem aí uma mudança mais estrutural. Essa aliança do Centrão com o bolsonarismo, expressa na 'PEC da Bandidagem' e na anistia, fez explodir um sentimento de indignação contra o sistema. A pauta do país vai mudar. Esqueçam PEC da Blindagem, anistia ou redução de penas. É mais do que a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil ou o fim da escala 6x1. Creio que o semipresidencialismo que estava sendo imposto entra em xeque”, declarou Lindbergh.

☆ Mobilização popular altera o rumo do Congresso

Ministros do governo Lula e parlamentares aliados compartilham a leitura de que os atos de 21 de setembro funcionaram como um ponto de inflexão. Para eles, a pressão das ruas tornou ainda mais difícil a tramitação da anistia, que já enfrentava desgaste após divergências internas no centrão e no PL.

Enquanto o relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) defendia um texto para suavizar penas de Bolsonaro e dos condenados pelo 8 de janeiro, deputados da oposição rejeitaram qualquer acordo. A resistência se intensificou após os protestos, ampliando as divisões.

☆ Avenida Paulista como símbolo da virada

Os números levantados pelo Monitor do Debate Político da USP reforçam o impacto do movimento. Só na Avenida Paulista, em São Paulo, o ato reuniu 42.379 pessoas — praticamente o mesmo contingente que os bolsonaristas mobilizaram no 7 de setembro de 2024, data considerada um sucesso pelas lideranças do campo oposicionista.

A surpresa com a força das manifestações foi admitida até mesmo por aliados de Bolsonaro, que viram no cenário uma “contaminação da pauta da anistia” após a aprovação da urgência da proposta, em meio ao desgaste da PEC da Blindagem.

☆ Um novo ciclo político

Para governistas, a dimensão dos protestos indica que a população rejeita tanto a anistia quanto os arranjos que fortalecem um modelo de semipresidencialismo informal no país. A avaliação é de que, após a reação das ruas, a agenda do Congresso tende a se deslocar.

A fala de Lindbergh sintetiza essa interpretação: a mobilização não apenas travou a pauta da anistia, mas abriu espaço para uma reorganização do debate político nacional, com potencial de alterar a correlação de forças entre governo, Centrão e bolsonaristas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Manifestações reforçam resistência à anistia e pressionam Congresso

Governo Lula e aliados veem atos de 21 de setembro como decisivos para barrar anistia a golpistas e a Jair Bolsonaro

São Paulo (SP), 21/09/2025 Manifestantes participam de ato contra a PEC da Anistia e da Blindagem, no MASP. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Os protestos realizados no domingo (21) em todas as 27 capitais brasileiras foram interpretados pelo governo Lula (PT) como um marco contra a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e também a Jair Bolsonaro (PL).

Para ministros do governo federal, segundo o jornal O Globo, as manifestações serviram como um freio definitivo a uma pauta que já enfrentava dificuldades. Disputas entre o Centrão e o PL sobre os termos da proposta vinham fragilizando a tramitação da anistia no Congresso. O relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) chegou a defender um texto voltado à revisão das penas, mas a iniciativa não encontra consenso nem mesmo entre os aliados de Bolsonaro na Câmara.

◈ Pressão popular muda o cenário político

Os atos de domingo aumentaram a pressão sobre deputados e senadores. Integrantes do governo avaliam que até lideranças do Centrão devem repensar o apoio à anistia, especialmente diante da reação popular também contrária à chamada “PEC da Blindagem”.

Parlamentares bolsonaristas, por sua vez, passaram a criticar a condução da pauta. Eles afirmam que a aprovação da urgência da anistia, ocorrida um dia após a Câmara aprovar a PEC que restringe investigações sobre congressistas, criou uma “contaminação” no debate e tornou ainda mais difícil avançar com a medida.

◈ Governistas enxergam mudança estrutural

Para o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, o impacto das mobilizações vai além da disputa sobre a anistia. "Acredito que vem aí uma mudança mais estrutural. Essa aliança do Centrão com o bolsonarismo, expressa na 'PEC da Bandidagem' e na anistia, fez explodir um sentimento de indignação contra o sistema. A pauta do país vai mudar. Esqueçam PEC da Blindagem, anistia ou redução de penas. É mais do que a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil ou o fim da escala 6x1. Creio que o semipresidencialismo que estava sendo imposto entra em xeque", declarou o deputado.

◈ Avenida Paulista como símbolo

Mesmo aliados de Bolsonaro reconheceram em reservado que se surpreenderam com a dimensão dos protestos. O ponto que mais impressionou foi a Avenida Paulista, em São Paulo. Levantamento do Monitor do Debate Político da USP registrou 42.379 participantes, número equivalente ao do último ato bolsonarista no mesmo local, em 7 de setembro, que reuniu 42,2 mil pessoas.

O crescimento da mobilização é visto por governistas como um sinal de que a população não aceita retrocessos institucionais e pode influenciar diretamente a agenda do Congresso. Já parlamentares do PL admitem que, após a votação da PEC da Blindagem, perderam o controle da pauta anticorrupção, que agora tende a ser explorada pelo governo e pela esquerda.

As manifestações de 21 de setembro, portanto, consolidaram um novo ponto de inflexão no debate político em Brasília, ampliando a dificuldade de avanço para a anistia e colocando em xeque a correlação de forças entre governo, centrão e bolsonaristas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Manifestações da esquerda têm mais engajamento que o 7 de Setembro nas redes

Mobilizações contra a PEC da Blindagem e a anistia aos golpistas superaram os atos da direita

São Paulo (SP), 21/09/2025 Manifestantes participam de ato contra a PEC da Anistia e da Blindagem, no MASP. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

As mobilizações organizadas por frentes de esquerda no domingo (21) registraram maior engajamento nas redes sociais do que as manifestações da direita realizadas no 7 de Setembro, segundo a Folha de S. Paulo, que acompanhou o monitoramento feito pela empresa de análise digital Palver em mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp.

A mobilização da esquerda começou logo após duas votações polêmicas na Câmara dos Deputados: a aprovação da chamada PEC da Blindagem, que exige autorização do Congresso para que parlamentares sejam investigados e o requerimento de urgência para a anistia aos condenados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro. A aprovação da PEC contou com o apoio de oito deputados do PT, contrariando a orientação da bancada e gerando forte repercussão negativa.

☆ O impulso das redes sociais

A partir de 18 de setembro, convocações começaram a circular de forma intensa no WhatsApp. O anúncio de apresentações de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil no ato do Rio de Janeiro ampliou a adesão, transformando a mobilização em um fenômeno digital. Até as 18h do dia 21, a participação nos grupos públicos superava a registrada durante os atos bolsonaristas de 7 de setembro.

Os números mostram que, a cada 100 mil mensagens trocadas, 865 faziam referência ao protesto contra a anistia e à crítica à PEC da Blindagem. No 7 de Setembro, esse número havia sido de 724. Termos como “bandidagem” e “corrupção” se tornaram recorrentes, sinalizando uma percepção de que a proposta legislativa aumentaria a impunidade.

☆ Reações internas e críticas

Embora a mobilização não tenha sido liderada por figuras governistas ou petistas, parte das críticas também se voltou ao próprio PT. Circulou em grupos de esquerda uma lista com os nomes dos parlamentares da sigla que votaram a favor da PEC, acompanhada de mensagens de repúdio e até pedidos de expulsão.

Inicialmente, a pauta da anistia esteve dominada pela direita, com mensagens favoráveis representando de 70% a 90% do conteúdo nos grupos. Mas, a partir do dia 18, o equilíbrio mudou: o campo progressista conseguiu empatar a discussão e, no auge do engajamento, alcançou 60% das mensagens contrárias à anistia.

☆ Desequilíbrio estrutural

Apesar da força pontual das mobilizações do dia 21, os dados mostram que a direita bolsonarista mantém presença constante e majoritária nos grupos de WhatsApp. Já a esquerda alcançou seu auge de visibilidade quando conseguiu inverter temporariamente essa hegemonia.

O monitoramento da Palver indica que, mesmo sem protagonismo de líderes partidários, o engajamento revelou um movimento genuíno da sociedade civil contra a PEC da Blindagem e a anistia, impulsionando uma mobilização digital capaz de superar, ainda que por um breve período, o domínio bolsonarista nas redes.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo